A foto que escolhi para esse artigo diz respeito ao Jornalismo e ao programa Profissão Repórter da Globo que fez matéria enaltecendo o Rodeio de Barretos. A foto retrata como me sinto: não dá pra acreditar no que vejo e ouço - simplesmente não combina com o jornalismo contemporâneo que tem, entre suas pautas mais frequentes, o respeito aos animais. Seria, no máximo, compreensível um programa que explorasse as diversas faces do Rodeio: os peões, o público, mas tb a forma como são tratados os animais... e até o aspecto psicológico do evento, pois, se divertir com animais sendo laçados e arrastados pela arena de forma covarde, quebrando pernas e entrando em desespero lembra mais uma maneira sádica de se divertir - como aquelas de nosso passado em que cristãos, ladrões e presos políticos eram jogados aos leões e a plateia urrava de prazer ao ver os homens indefesos sendo devorados. Isso pode ser considerado esporte? É mentalmente saudável?
O mais curioso (e também me preocupa) é que tirando o apresentador (jornalista veterano), a equipe é bem jovem e deveria ter uma posição mais crítica sobre o evento. Eu me lembro que logo q comecei na carreira, com 20 e pouquinhos anos, uma das minhas primeiras matérias, em jornal de bairro, foi justamente mostrando os bastidores dos rodeios - um sofrimento animal que é totalmente camuflado. Fiquei desapontada ao ver uma equipe de jovens jornalistas cobrindo um evento que ainda contém traços extremamente sádicos contra criaturas indefesas... e chamando o rodeio de uma grande festa da qual deveríamos nos orgulhar. Até mesmo o jovem repórter francês, convidado para o programa, se encontra fora de sintonia com vários movimentos contra esse tipo de atividade que existem na França e Europa. O que esse programa me passa é uma equipe de jovens deslumbrados em estarem na Globo, mas sem qualquer senso crítico, essencial para a carreira que pretendem abraçar. E se já começam assim, como serão no futuro?
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