quinta-feira, 16 de julho de 2015

Festival Tecendo as Águas - Cultura, Turismo, Gastronomia e Meio Ambiente

 

Dia 26 de julho, em São Sebastião, litoral norte de SP
Várias expressões artísticas locais reunidas num bairro histórico e se apresentando bem de frente ao mar!
Ao concluir suas atividades em São Sebastião e Caraguatatuba depois de dois anos na região, o Projeto Tecendo as Águas, do Instituto Supereco, apresentará os impactos de suas ações em festa recheada de atrações culturais gratuitas e envolvendo os talentos locais. O evento será dia 26 de julho, domingo, das 16h às 21h, no Espaço Batuíra, na Rua Martins do Val, 99, no bairro de São Francisco, em São Sebastião, litoral norte de SP. A programação inclui atrações como teatro, dança e música, além de Gastronomia, Artesanato, Atividades Infantis e Espaço Pesca. Confirmadas as presenças da Orquestra Viola Caipira, Grupo Maracatu, Folia de Reis e também apresentações de crianças e jovens atendidos pelos Projetos Cidadão Criança e Garoçá.
No Espaço Gastronômico haverá pasteis, doces, tapioca, cachorro-quente, caldinho, quitutes com camarão e lanches.  O Espaço de Artesanato terá exposição de bolsas e acessórios de lonas de pneus, arte em tecido, bijuterias de fibras naturais e arte em madeira. No Espaço infantil acontecerão atividades educativas e sensoriais, pintura de rostos e jogos. Em parceria com a Colônia de Pescadores Z14, haverá ainda o Espaço Pesca com apresentação do Projeto Re-refinar, alguns trabalhos desenvolvidos pela colônia na região e orientação sobre a carteirinha de pesca.
 
 
 
No salão principal do Batuíra o Tecendo as Águas, que tem patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, estará apresentando as autoridades locais, parceiros e interessados os resultados de seu trabalho ao longo de dois anos nas áreas urbana e rural. São ações que impactaram diretamente pequenos agricultores com implantação de fossa biodigestora, cisterna para captação de água da chuva e diversas oficinas de boas práticas na zona rural. Ações focadas em reflorestamento com plantio de 8,5 mil mudas nativas da região. Trabalhos de campo para sensibilizar moradores e comerciantes de Caraguatatuba a se ligarem na rede de esgoto. Mutirões para limpeza de praias e manguezais. Intenso trabalho de educação ambiental alcançando as escolas do entorno da Bacia do Rio São Francisco em São Sebastião e os projetos sociais e a construção do roteiro turístico sustentável “Caminho das Águas – Ecoturismo, Turismo Pedagógico, Cultura e História – Litoral Norte de SP". Cada uma das áreas do Tecendo as Águas estará, durante o evento, fazendo suas devolutivas à população.
 
Quem faz
 O Projeto “Tecendo as Águas” é realizado em parceria com a Chevrolet e o Instituto Educa Brasil, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e tem seis objetivos que se conectam no sentido de trabalhar a floresta, a água, educação, saúde, cultura, turismo, geração de renda e qualidade de vida: “Saberes das Águas”, “Se Ligue nas Águas”, “Conhecendo as Águas”, “Caminho das Águas”, “Águas da Mata” e “No Ritmo das Águas”. Conta também com o apoio do Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte (CBHLN), das prefeituras de São Sebastião e de Caraguatatuba, do Instituto Trata Brasil, da rede Made In Forest, do Centro de Educação Ambiental de Guarulhos (CEAG) e da Organização Brasileira de Mulheres Empresárias (OBME).
 
 
 Sobre o Instituto Supereco
 O Supereco é uma OSCIP que atua há 21 anos com a missão de promover a educação ambiental como ferramenta estratégica de conservação ambiental aliada ao desenvolvimento humano. Os 23 Programas, projetos e intervenções de educação pela sustentabilidade, abrangendo todos os Biomas do Brasil, formaram mais de 11.500 educadores e lideranças multiplicadoras em educação ambiental, atenderam mais de 1,5 milhão de crianças e jovens em programas de educação ambiental presencial e à distância, contemplaram 905 mil participantes diretos nas intervenções socioambientais e produziram 135 publicações especializadas na área. Site www.supereco.org.br
 
 
 
 COMO PARTICIPAR DO TECENDO AS ÁGUAS
 Os moradores da região do litoral norte podem participar ativamente das ações socioambientais do Projeto Tecendo as Águas cuja sede fica no centro histórico de São Sebastião.  Basta acompanhar o calendário de ações pelo facebook do projeto e se inscrever em oficinas, mutirões, concursos e eventos culturais. Há várias ações aos finais de semana, cursos com certificado e atividades que podem acolher voluntários, artistas, ambientalistas, estudantes, professores, agricultores, comerciantes e qualquer pessoa interessada em meio ambiente e sustentabilidade. Para quem não está no litoral norte de SP, o convite é para acompanhar e postar sugestões na página Tecendo as Águas do facebook.
 Facebook.com/TecendoasAguas

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Maioridade penal. Questão de idade ou de índole?








A grande discussão sobre a maioridade penal gira em torno de dois aspectos principais: que essa medida não diminui a violência (já que a raíz do mal está na falta de educação, emprego, condições dignas de vida etc) e que misturar menores com adultos só agrava o quadro (os menores pioram e as cadeias ficam superlotadas). Bem... desde o princípio se falou em criar alas específicas para menores nas cadeias e não em jogá-los nas celas de adultos. E é claro que a pobreza no país acentua e incentiva a violência e o buraco é bem mais fundo, no entanto, não é por isso que a população deve ser obrigada a conviver com indivíduos extremamente violentos. Prender menores por mais tempo não resolve o problema social brasileiro, mas diminui o numero de indivíduos soltos nas ruas dispostos a matar por qualquer coisa.
Mas o grande X da questão, ao meu ver, não é a idade e sim a índole. As pessoas deveriam ser julgadas por seus crimes e não pela idade. Um menor que rouba sem agredir ninguém é bem diferente de outro que mata uma pessoa indefesa só pra pegar um celular por exemplo. Há menores de índole sádica, que torturam antes de matar. Esses jovens têm uma índole ruim que não vai se alterar com um, dois ou três anos de detenção. Talvez nunca mudem. As pessoas sem perfil violento, mas que obviamente possuem defeitos diversos (naturais na humanidade) já levam uma vida inteira para absorver pequenas mudanças. Evoluimos devagar com novas experiências. É só depois dos 40, 50 anos que algumas pessoas começam de fato a "melhorar"... isso quando melhoram.

Uma pessoa que aos 16 ou 17 anos mata sem qualquer tipo de compaixão, às vezes com requintes de crueldade, de maneira alguma vai estar diferente quando completar 18, 20 ou 21 anos. Ninguém muda em poucos meses. A maioria de nós leva décadas para ir melhorando em alguns pontos, então que dirá quem já tem uma índole perversa. Além disso, é totalmente incompreensível essa conta: que uma pessoa de 17 anos e 11 meses cumpra pena de no máximo 3 anos e uma pessoa de 18 anos e um dia pegue, pelo mesmo crime, 10 anos de cadeia. Qual é a diferença biológica, mental e emocional entre um jovem de 17 e outro de 18? Por que devem cumprir penas diferentes por crimes iguais? Não consigo entender essa "lógica".

                                          Mary Bell quando presa e abaixo ao sair da prisão


 Outro fato que tem sido bastante comentado é que os países que reduziram a maioridade penal não constataram  diminuição significativa da violência nas gdes cidades. Isso me parece óbvio porque, como dito antes, o problema é social e carece de muitas outras medidas para melhorar a vida das pessoas e desmotivá-las do caminho do crime. Porém, nesses mesmos países, incluindo EUA, dependendo do crime, até criança vai pra cadeia. Vejam bem: não jogam crianças e adolescentes em celas com adultos, mas isolam do convívio com a sociedade porque apresentam perfil que é notoriamente um perigo para as pessoas.
EUA, aliás, leva isso muito à sério. O caso mais famoso é da menina Mary Bell que tinha só 11 anos quando matou outras duas crianças de forma bastante cruel e sádica. Ela só saiu da cadeia (especial) aos 23 anos. Na Inglaterra, Brenda Spencer (foto de abertura desse artigo) tinha 16 anos quando atirou em crianças no pátio de uma escola ferindo 9 alunos e matando dois adultos, e está presa até hoje com 50 anos. Nas poucas entrevistas que deu, Brenda jamais se arrependeu de seus crimes, aliás, ela matava gatos e patos também.

                                                      Brenda Spencer aos 50 anos

Jon Venables e Robert Thompson tinham 10 anos quando assassinaram brutalmente um garoto de apenas dois anos na Inglaterra. O garotinho foi raptado e agredido, inclusive na face, com tijolos, pedra e barra de ferro de 10 quilos. Condenados em 1993 cumpriram oito anos de prisão sendo libertados em 2001. Muita gente se revoltou na época, mas a Justiça alegou que eles não representavam mais perigo à sociedade. Mas vale ressaltar que foram mantidos presos por oito anos.



Esses criminosos mirins e adolescentes não foram para manicômios, mas cumpriram e cumprem pena em alas ou celas especiais. Então o julgamento foi feito em cima do tipo de crime, da gravidade do delito e independente da idade porque uma índole assassina não muda de um dia para o outro, em meses e nem em poucos anos. Pode levar uma vida inteira e pode não mudar nunca.

A população é que deveria decidir

Mas o mais certo no caso do Brasil seria convocar a população para votar sobre a mudança da maioridade. Seria justo que a população decidisse isso e não os políticos que têm interesses particulares numa ou noutra decisão. Assim como foi no caso do desarmamento, a população é que deveria decidir uma questão tão séria.  Em uma série de reportagens que fiz no portal Anda levantei alguns casos de crianças e adolescentes que foram presos - não com adultos, mas foram detidos por bastante tempo porque apresentaram uma nítida tendência de fazer o mal especialmente contra aqueles que não podem se defender. Veja em http://www.anda.jor.br/05/06/2012/criancas-perversas-um-mal-que-precisa-ser-cortado-pela-raiz

 
 

Penso, logo, existo e me expresso! Decifre o que eles estão sentindo!

Embora o filósofo Descartes tenha ficado mundialmente famoso com a frase "Penso, logo, existo" que na época foi associada apenas a...