sexta-feira, 26 de julho de 2024

Gatos de Roma e do Museu do Ipiranga: Castrar e Cuidar é a melhor estratégia


O Parque Independência em SP é referência no método de CED – Captura, Esterilização e Devolução já adotado com gatos das maiores cidades do mundo como Nova York, Paris e Roma. Mas os últimos relatórios internacionais apontam que o método de CED deve ser acompanhado por uma forte política pública contra o abandono. Num estudo realizado com 103 colônias de gatos em Roma, na Itália, onde houve a castração e devolução ao local de origem de cerca de 8 mil felinos em 10 anos, constatou-se que em paralelo a esse trabalho, as colônias cresceram em torno de 21% por conta de novos abandonos.
A fim de tornar as colônias mais estáveis foram inseridas câmeras e programas de conscientização desde 2000 nos principais pontos turísticos onde os gatos escolheram para viver. O governo italiano assimilou que, mesmo com esse residual de 21% de crescimento registrado ao longo dos anos, ainda é mais seguro, tanto para os animais quanto para a população humana, que os gatos sejam castrados pelos órgãos públicos e tratados pelos voluntários, afinal, com a retirada dos felinos, novas colônias sem tratamento veterinário se formariam e se reproduziriam rapidamente.
Os gatos do Museu do Ipiranga
“Eles são todos castrados, vacinados, vermifugados e têm nome. Conhecemos todos. Hoje são 50, mas já doamos mais de 100 nos últimos anos. Nosso grupo de nove voluntários emprega os próprios recursos no cuidado com esses gatos que, na verdade, não são selvagens. São gatos domésticos abandonados no Parque Independência sem dó nem piedade. Não somos ONG, não temos abrigo. O maior problema não são os gatos, mas a falta de consciência das pessoas”, conta a bióloga Francielli Vergino que durante oito anos ajuda no tratamento e monitoramento da colônia felina (matéria postada em 2018 - a bióloga não atua mais com essa colônia de gatos, mas protetores atuam).


Existe ainda uma crença de que os gatos afetam a população de pássaros, mas os nascidos nas cidades perdem muito de seu instinto, habilidade e interesse para a caça. Além disso, gato alimentado não sai caçando conforme assinala Francielli: “Os gatos do museu são bem alimentados com ração. Eles comem e dormem. É isso que eles fazem. Quando pássaros somem de parques não é por conta dos gatos, mas por causa da escassez de comida e água. Muitas pessoas levam embora frutas de árvores que alimentam os pássaros. E precisa ter fonte de água. No museu é comum vermos os passarinhos se banhando nos potes de água dos gatos”.

Veja vídeo com duas gatinhas falando sobre isso:


Assim como os gatos, os saguis (macacos de pequeno porte) também foram sendo abandonados no Parque Independência e hoje são bem numerosos. Por isso Francielli ressalta: “Nas florestas esses pássaros contam com um número muito maior de predadores como répteis, aves maiores como gaviões, falcões, corujas, dentre outros. No Parque os macaquinhos também predam as aves!”.

Veja Vídeo da gatinha Ághata Borralheira que convive com diversos passarinhos:


Outra acusação contra os gatos é de serem transmissores de doenças à fauna silvestre mas, em primeiro lugar, sabe-se que os gatos cobrem suas fezes (o que, aliás, vira adubo) e as doenças tipicamente felinas (contra as quais os gatos dos museus são vacinados) não se desenvolvem em aves. E eles também não são um perigo à saúde humana, caso contrário, os milhares de frequentadores do Parque Independência e milhões de pessoas que possuem gatos em casa viveriam sempre doentes com patologias felinas. Portanto, essa é outra lenda felina urbana.
Ob.: Essa matéria é de 2018 e a bióloga entrevistada não se encontra mais em SP nem atua mais no Parque Independência. O artigo está sendo repostado em comemoração ao blog ter ultrapassado 1 milhão de acessos e por ser um dos textos mais lidos.
Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Fundadora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e  da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈
Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter foi editora e produtora do programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Campanha Patinha Vermelha e Festa neste sábado (27/07) em Moema (SP)

 


O AmarVet’s Hospital Veterinário, localizado no bairro de Moema, realizará no dia 27 de julho, sábado, das 10h às 16h, a Campanha Patinha Vermelha, um evento destinado à doação de sangue de cães. Aberto ao público, o evento contará também com diversas experiências gratuitas para os tutores vivenciarem com os seus doguinhos como Reiki, Cromoterapia, Aromaterapia, Brinquedoteca, Petiscos e Brindes. 

Se houver o interesse por parte do tutor para que o seu cachorro doe sangue, ele precisará preencher um formulário para saber se o cão está apto para a doação.

Pré-requisitos para doação

Para que um cão possa ser doador, ele deve ter entre 1 e 7 anos, pesar no mínimo 25 kg, estar em boa saúde clínica, ter controle de ectoparasitas, estar com a vacinação atualizada, ter um temperamento dócil, não ter passado por cirurgias recentes nos últimos dois meses e, no caso das fêmeas, não estar gestante.

Antes da doação, cada animal passará por um exame físico, anamnese e coleta de amostra de sangue, que fica pronto em cerca de dois minutos. Com o resultado satisfatório, a coleta de sangue será realizada. Serão realizados perfis sanguíneos completos conduzidos no laboratório da Sanimvet e os resultados serão enviados aos tutores no prazo máximo de 30 dias.

Atenção: o cão precisa estar entre quatro e cinco horas em jejum. O veterinário fará a coleta de sangue pela veia jugular ou veia cefálica (no pescoço ou patas) com o cachorro consciente e o tutor presente.

Sobre a Campanha Patinha Vermelha

A Patinha Vermelha foi desenvolvida pela Dra. Natália Gouvêa, médica veterinária, e CEO do AmarVet’s Hospital Veteriniário. A campanha é fruto de sua dedicação e amor pelos animais e acontece em parceria com o Dr. Marcio Moreira CEO da SanimVet.

“Muitos tutores não sabem que seus animais saudáveis podem ser doadores e salvar vidas de outros pets. Doar sangue é seguro, rápido e, mais importante, pode proporcionar uma segunda chance para animais em necessidade. No Hospital Veterinário AmarVet’s, acreditamos que juntos podemos fazer a diferença. Queremos incentivar a doação de sangue animal para salvar vidas”, salienta Natália.

"A importância de um banco de sangue animal é vital na medicina veterinária. Assim como em humanos, animais também podem precisar de transfusões de sangue em situações de emergência, cirurgias complexas ou tratamentos de doenças graves. Ter um banco de sangue animal bem abastecido pode ser a diferença entre a vida e a morte para muitos de nossos queridos companheiros. Conscientizar-se sobre a doação de sangue animal é um ato de amor e solidariedade”, destaca.

Serviço

AmarVet’s

Endereço: Avenida Indianópolis, 962 – Moema – São Paulo.

Data: 27/07. Sábado, das 10h às 16h.

Tel/Whatsapp: (11) 5108-0092.

Site: https://amarvets.com.br/tour/index.htm

Link para cadastro do Cachorro: https://forms.office.com/r/MVkvkP8hBY

 

 


segunda-feira, 15 de julho de 2024

Cor da pelagem não define comportamento ou personalidade do gato

 


Você já deve ter ouvido algo assim: "Os gatos amarelos são terríveis. Muito elétricos e bagunceiros" ou "Gato persa é dorminhoco, quietinho" ou ainda "Gato rajado é exímio caçador por causa dos ancestrais selvagens". Pois esqueça tudo isso.

O que define o comportamento de um gato não é sua cor assim como também não é nos demais mamíferos incluindo os humanos. A personalidade de um gato (e creio eu de qualquer animal) se forma de acordo com o lugar onde ele nasce, onde ele cresce, como é tratado, pelas experiências que ele vivencia desde os primeiros dias de vida e da interpretação que faz dessas experiências.

Por isso, gatos de uma mesma ninhada, ainda que sejam todos amarelos, brancos, pretos, frajolas, rajados ou tricolores... cada um terá uma personalidade própria, única.


Do ponto de vista genético, a raça de um gato (siamês, persa etc) e, em alguns casos com olhos bicolores por exemplo, podem gerar tendência a algumas doenças ou fragilidade em alguns orgãos, mas isso é biológico, reflete no corpo físico e não no comportamento.

O que vai determinar se um gatinho se torna bagunceiro e sociável, tímido e assustado, carinhoso e comunicativo, bravo ou mal humorado não tem nada a ver com a cor e sim com as experiências que ele teve desde cedo além do ambiente onde vive.


Gato não é tudo igual. Claro que existem certos padrões comportamentais ligados à sobrevivência ou que são heranças passadas de geração a geração. Por exemplo: o hábito de fazer as necessidades em areia, terra ou cobrir as fezes de alguma forma. Buscar lugar macio e quente para dormir, se esconder debaixo de cobertas ou dentro de sacos. Amassar pãozinho. 

Esses são alguns padrões de comportamento herdados pela espécie, mas existem muitos outros comportamentos que os gatos desenvolvem de acordo com sua própria índole e o meio em que vivem.


Aliás, conosco é assim também. A humanidade tem padrões de comportamento: levantar, tomar café, ir pro trabalho, almoçar, voltar pra casa, sentar pra ver TV antes de dormir. Nem todo mundo faz isso, mas é um dos padrões da sociedade em que vivemos. E ainda que fizéssemos tudo igualzinho. mecanicamente, da hora que levantamos a hora que deitamos, ainda assim, "cada cabeça seria uma sentença".

Mesma coisa com os gatos. Inclusive, os gatos ferais que estão exterminando na Austrália e Nova Zelândia com o argumento de que levam os pássaros à extinção, nem esses gatos são todos iguais só porque vivem na floresta ou savanas. Existe o comportamento padrão ligado à sobrevivência, mas se pegarem três desses gatos e levarem pra uma casa, podem ter certeza que depois de um tempo um deles pode ficar bem interessado em trocar a dura vida no mato pela sofá.


Quem tem ou já teve vários gatos sabe bem do que estou falando. Não importa a cor porque cada gato  tem seus próprios hábitos e personalidade. Tem gato que só toma água na torneira, mas outros preferem tigela. Tem gato que mia pra tudo e outros que mal ouvimos miar. Aliás, cada um tem um miado diferente... já notaram? É como as nossas vozes... diferentes umas das outras.

Cada gato com seu miado é outro tema que já abordei nesse blog: "Miados com Sotaque". Se quiser leia acessando AQUI


Também vejo algumas pessoas dizerem que todo gato é caçador. Não é. Já tive gato que ignorava por completo baratas e outros que estampavam um sorriso sádico de uma orelha a outra ao avistarem uma barata. Nos parques já vi pombas e gatos comendo no mesmo prato. Aliás, até sabiá já vi bicando pratinho do gato enquanto o bichano não se importava nem um pouco.

Tenho uma matéria neste blog que abrange de forma bem mais completa os mitos que se criaram em cima dos gatos: "Doze Mitos sobre os Gatos. Ajude a derrubá-los" e se você é gateira de carteirinha vale a pena ler e se, quiser, comente.

Leia acessando AQUI

Fotos Pixabay Free
Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Fundadora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e  da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈
Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter foi editora e produtora do programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾

sábado, 13 de julho de 2024

Meu sábado de mulher solteira, sozinha e passando dos 50


Que CHEIRO tem o seu sábado? Eu me identifiquei 100% com esse texto achado na internet de autora desconhecida, mas juro que parece que eu que escrevi. Resolvi compartilhar ilustrando com imagens do famoso Sexy and City porque as atrizes estão hoje na faixa dos 50/60 anos:


Eu sei que várias mulheres na faixa dos 50 continuam com uma razoável vida social saindo com amigas nas mesmas condições aos sábados. Não é meu caso e isso não me incomoda porque na verdade é uma escolha minha. Há tempos meu sofá diante da TV e um bom filme me atraem mais que passar a noite de sábado numa atividade coletiva.


Não significa que não tenho amigas ou que não gosto de vê-las e sair com elas. Às vezes sim... é muito bom estar com amigas, rir, conversar. Mas não todo sábado. Isso porque, no meu caso particular, sábado tem um clima e um cheiro diferente do de reunião com amigas. Sou de uma geração que cresceu escalando o sábado como o dia “vip” do namoro.

Eu podia ver o namorado a semana toda, mas o sábado era sempre diferente... tinha um “quê” diferente. Era o dia de se arrumar pra valer e isso incluía uma bela lingerie. Dia do cabelo ficar lindo e não apenas apresentável. Dia da maquiagem que eu, meio preguiçosa pra me pintar, só usava aos sábados. Dia de usar mais perfume ou um perfume mais marcante.  Dia que, logo cedo, já criava uma expectativa boa para a noite. Dia de... vocês sabem.


Então hoje, quando faço um tour em algum shopping aos sábados e acabo comprando alguma bobagem de que não preciso, todas essas lembranças me vêem à mente naturalmente. E o CHEIRO! Já repararam que sábado tem seu próprio cheiro? E que seus melhores sábados do passado também têm um cheiro peculiar, único? É uma lembrança olfativa, mas também de cores e imagens que aparecem e desparecem ao andar por um shopping num sábado à noite.

Não... não é exatamente tristeza... talvez nostalgia... e a constatação de que aquela época de namoros aos sábados passou... de vez. Sabe aqueles abraços e beijos na escada rolante indo para o cinema... passou. Aquele olhar dentro do carro, depois do cinema do tipo... “O que vamos fazer agora?”. Bem... nós sabíamos o que vinha depois e depois...


O sábado era uma caixinha de surpresa que a gente mesma montava e sabia tudo que tinha dentro.
E os sábados tinham a noite começando assim: toda arrumada, perfumada e com brilho nos olhos na porta de casa esperando o namorado. Podia acabar e começar outro namoro, depois outro e outro... podia trocar de namorado dezenas de vezes que o sábado tinha sempre a mesma sequência de cenas e expectativas. E o tal CHEIRO exclusivo de sábado.

Então agora, quando caminho sozinha num sábado final de tarde e começo de noite por um shopping, galeria, Av Paulista ou Rua Augusta... tenho uma sensação de deslocamento para aquela época que ficou arquivada na memória... aliás, época não porque na verdade foram várias épocas já que uma mulher que nunca se casou passou a vida toda namorando, dos 15 aos 45 normalmente... com sorte 50... Várias fases da vida... mas sempre com o mesmo sábado de cheirinho bom, de friozinho na barriga, de sensação de pertencer a esse mundo.

A sensação agora beira a invisibilidade. 


Praticamente ninguém me nota, a não ser a vendedora da loja. Mas já é muito bom, uma benção ainda ter condições de jantar num shopping aos sábados...
A nostalgia vai se desfazendo enquanto eu devoro uma macarronada, uma pizza bem calórica, um doce enorme que eu tinha jurado não comer pq ando com colesterol alto e beirando a diabetes. Nesse momento gourmet de pura entrega as lembranças começam a ir embora e então eu me lembro que ainda dá tempo de pegar o finalzinho da novela das 7 ou das 9... portanto, hora de ir embora.

O caminho de volta é um pouco irritante. Parece mais longo que na ida... não chega nunca. Mas quando piso em casa, que alívio. Eu me jogo de braços e pernas abertos na cama e penso: “Que bom ter uma casa onde se possa chegar”. Que bom ter um sofá pra abraçar. Um chuveiro quentinho, uma geladeira cheia de coisas que eu nem deveria comer, mas pelo menos tá cheia... um silêncio nessa bat-caverna que criei pra mim.


E assim, depois de uns minutos na cama de casal, porque a maioria das solteiras têm cama de casal comprada para os tempos em que ainda recebia “visitas”... depois de uns minutos entregue à delícia do descanso... eu me levanto, vou até a sala e ligo a TV. Pronto! Agora falta pouco para o sábado chegar ao fim... e para eliminar de vez o CHEIRO do passado, que sorte a minha, vai passar justamente um filme de suspense dos bons. Romance não assisto mais... dá preguiça.


Abaixo meu acréscimo pessoal:

O sábado tem um cheiro só dele, mas que é diferente para quem sai à noite e para quem fica em casa.  Para quem se diverte fora de casa o sábado tem um cheiro de banho caprichado, de cabelo escovado, de roupa cuidadosamente escolhida para fazer bonito. É cheiro de expectativa, cheiro de felicidade pouco contida.

Para quem passa as noites de sábado em casa o cheiro é de aconchego. É um cheiro mais quentinho, de jantar que alegra o estômago e o espírito antes de sentar na sala pra ver um filme. É um cheiro que abraça e conforta especialmente quem tem algum bichinho em casa.

Já o domingo tem um cheiro bipolar. Começa alegre e ao cair da tarde vai se emburrando. É um cheiro de desalento, de viagem que chega ao fim, de passeio que acaba. 

A segunda-feira também tem seu próprio cheiro que é de noite mal dormida, de cara amassada, cheiro abafado, denso... cheiro meio desanimado de recomeço.

E por aí vai nos demais dias da semana cada qual com seu aroma impregnado no ar, em casa e no trabalho.

Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, ativista pelos direitos dos animais, escritora e gatóloga 😸. Fundadora da www.miaubookecia.com (editora especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈

Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter foi editora e produtora do programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾

sábado, 6 de julho de 2024

Gatinho vive em luxuoso hotel de Nova York e participa de campanhas inclusivas e pet-sociais




Hamlet VIII, esse gatinho da foto, vive no The Algonquin Hotel, um dos mais luxuosos de Nova York, nos EUA. Hamlet foi resgatado de uma colônia de gatos selvagens em Long Island é o 12º felino residente do The Algonquin. É ele quem normalmente recepciona os hóspedes.

Desde que foi adotado pela equipe do hotel, esse gatinho nem sonha em pisar na lama ou caçar para sobreviver, mas marcas do passado ainda são visíveis como o corte na orelha esquerda (marca comum em gatos de vida livre castrados).

Hoje Hamlet tem sob as patas um suntuoso piso de mármore e sofás maravilhosos para tirar uma soneca.  Mas a vida de gato "rico" não o impede de fazer um trabalho "social". Ele é o “garoto-propaganda” de inúmeros eventos em prol de abrigos de animais de NY e também participa de campanhas inclusivas como o Pride Month que é comemorado de 1 a 30 de junho nos EUA e corresponde à parada LGBT+ do Brasil.



Como é um gatinho muito querido, que recebe cartas e presentes de fãs do mundo todo, ele aparece, inclusive, na apresentação do Hotel no site, onde tem também uma página inteirinha dedicada a ele cheia de fotos, afinal, tem gente que só se hospeda no luxuoso Algonquin por causa do Hamlet. Veja AQUI







Acompanhe várias fotos de  Hamlet VIII pelo  https://www.instagram.com/thealgonquincat/



Curiosidade:
Durante a pandemia de Covid-19, a rede Marriott International, do qual o The Algonquin faz parte, fez parceria com o Colégio Americano de Médicos de Emergência, com a Associação de Enfermeiros de Emergência e a Associação Americana de Hospitais para hospedar médicos e enfermeiros da linha de frente com acomodações gratuitas..

Durante aquele período Hamlet, com todo seu encanto, alegrou um pouco a vida desses profissionais que dedicam suas vidas para salvar outras vidas.



Fotos: Rede Social "The Algonquin Cat" https://www.instagram.com/thealgonquincat/

Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Editora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e consultora da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈
Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Nestor é encontrado depois de se perder 2 vezes seguidas e ficar 58 dias sumido


Quem perde um gato fica com os cabelos em pé, não é mesmo? Agora imagine perder o mesmo gato duas vezes seguidas num curtíssimo espaço de tempo. Foi exatamente o que aconteceu com o Nestor (foto). Ele se perdeu de casa no bairro de Artur Alvim (SP) e, no mesmo dia, foi resgatado por uma pessoa que o levou para a Vila Campanella mas, infelizmente, o deixou escapar novamente. 

Então Nestor, por duas vezes sem eira nem beira, começou a frequentar uma casa onde já morava outro gatinho:

"Fazia quatro dias que eu havia distribuído as cartinhas da BuscaCats nas casas da Vila Campanella. Então um rapaz me ligou dizendo que Nestor estava se abrigando no forro do telhado da casa da irmã dele e indo no quintal buscar comida do outro gato", conta a tutora Gislei Barbosa.

Nestor começou a confiar na desconhecida que lhe dava comida e se deixou apanhar. Então, após uns dias, a dona da casa resolveu doar Nestor para sua mãe idosa que morava num outro bairro.

Quantas viagens, hein Nestor?!


Assim, após quase dois meses desaparecido e sem qualquer pista de seu paradeiro, essa história tinha tudo para não terminar do jeito que a tutora Gislei gostaria, mas...

"Eu já havia colado cartazes, contratado carro de som, falado com muita gente, mas a cartinha de sensibilização da BuscaCats foi um fator decisivo para Nestor ser devolvido. Foi fundamental para um final feliz, pois, o rapaz me procurou assim que leu a cartinha".

Curiosamente Gislei havia sonhado que Nestor estava com alguém de cabelos grisalhos. Seria a senhora que ganhou Nestor de presente dos filhos? Talvez. Alguns tutores sonham exatamente com o que acontece com seus gatos perdidos.

Dessa incrível história do Nestor, que atravessou três bairros em 58 dias e mesmo assim foi reencontrado, a gente tira algumas lições.

🐱Em primeiro lugar... tem que procurar bem, mas bem perto mesmo da onde o gato se perdeu porque ele pode estar preso ou vivendo na vizinhança ou ainda ter sido resgatado por algum vizinho que às vezes nem sabe que o gato está perdido.

😸Em segundo lugar... eu sempre digo para as pessoas que buscam minha consultoria sobre gatos perdidos: procurem em forros das casas, casas vazias e locais onde vivem outros gatos. A tendência de um gato perdido é buscar abrigo bem perto de casa e seguir na direção do cheiro de outros gatos.

😻Em terceiro lugar... tem que ter esperança e perseverança... como a Gislei teve. Alguns gatos são encontrados em poucos dias, mas outros depois de semanas e até meses.

Claro que existem muitos perigos nas ruas e nem todos gatinhos podem ser encontrados, mas se o gato estiver "vivo" e nas proximidades, a chance de revê-lo é grande se o tutor não desistir de procurar. 

E tem que procurar por perto porque um gato só vai parar longe quando entra no motor de um carro ou é levado por alguém como, aliás, aconteceu com o Nestor. Os gatos tendem a ficar no próprio quarteirão da onde fogem ou nos quarteirões ao redor.

Veja mais orientações no blog da @buscacats acessando AQUI

Atendimento BuscaCats zap 11 94682-6104

Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Editora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e consultora da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈
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Gatinho Frodo do filme "Um lugar Silencioso - Dia Um" é apaixonante. Não perca!


"Um Lugar Silencioso - Dia Um" que ainda está em alguns cinemas, vai mexer com os nervos de gateiras e gateiros. Isso porque o papel do gatinho Frodo não é de um mero bichinho que aparece de vez em quando não. Ele faz coisas importantes e a gente fica torcendo por ele o tempo todo no filme... e o final... bem... o final vocês vão AMAR.

Para quem não conhece a história que chega ao seu terceiro filme, trata-se de uma invasão alienígena com criaturas que se alimentam de humanos. No meio desse caos em que a humanidade é mergulhada está Frodo, um gatinho que já faz mais sucesso que os protagonistas do filme... aliás, é mais justo dizer que Frodo é o maior  protagonista.

Na verdade são dois Frodos: Schnitzel e Nico (foto de abertura desse artigo) que se revezam na interpretação do gatinho levado para todo lado durante a fuga dos ETs. Quem o carrega no peito, braços e onde mais for possível é a atriz Lupita Nyong`o que, à princípio, confessou ter pavor de gatos. Ela passou por um treinamento de aceitação dos bichanos e, inclusive, acabou adotando um gato que batizou de Yoyo.

O diretor Michael Sarnoski explicou que sentiu ser importante ter um bichinho de verdade  na história com o qual as pessoas pudessem se identificar... na verdade, torcer por ele o tempo todo. Vale lembrar que nos Estados Unidos e alguns países europeus, todo filme com algum animal de verdade tem as cenas acompanhadas por entidades protetoras de animais. É uma exigência.

E, além disso, ss dois gatinhos que interpretam Frodo aparecem junto com o nome dos atores humanos principais - algo muito raro de acontecer. Acompanhe os letreiros finais e você verá a citação deles.

VEJA ABAIXO TRAILER DUBLADO:


Vale lembrar também que os bichinhos que aparecem nos filmes geralmente são adotados pela própria equipe ou têm a adoção disputada pelo público que se encanta com eles. Dois exemplos maravilhosos são "A caminho de casa" e "Dezessete" cujas matérias contam o feliz destino que tiveram os cães que saíram de abrigos para virar estrela de cinema e ganharem lares amorosos. Aliás são algumas das matérias mais lidas deste blog. Veja abaixo:

Filme "A caminho de casa" - sucesso de cinema - cadelinha, além de adotada passou a frequentar escolas em programas de educação infantil voltados para respeito para com os animais
Leia e veja trailer clicando em


"Dezessete" é um filme encantador disponível apenas na Netflix. Cachorrinho do filme foi adotado pelo ator principal. O filme mostra também vários outros cães do mesmo abrigo. 
Leia e veja trailer clicando em



Fotos: Divulgação
Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Editora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e consultora da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈
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Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter foi editora e produtora do programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾




quarta-feira, 3 de julho de 2024

Crianças ajudam a matar 370 gatos na Nova Zelândia em apenas 24 horas


O último final de semana de junho foi um pesadelo para os gatos selvagens numa região rural da Nova Zelândia. O mais chocante é que a matança de 370 gatos, incluindo filhotes, contou com a ajuda de 460 crianças motivadas pelos adultos. Houve atraente prêmio em dinheiro para quem matasse mais gatos e também para quem matasse o maior gato.


O vencedor reuniu 65 corpos (com certeza alguns nem totalmente mortos) e também foi dado prêmio para o matador de um gato com quase 7 quilos. Essa competição acontece anualmente na Nova Zelândia para a caça (igualmente cruel) de veados, porcos do mato, patos, ratos, gambás e coelhos. Mas desde o ano passado passou a incluir os gatos com a alegação de que eles destroem a vida selvagem.


Essa é a mesma alegação que o governo australiano usa para por fim à vida de 2 milhões de gatos selvagens. Em matéria recente publicada em jornais do mundo inteiro, e também neste blog, o governo confirmou a decisão de usar robôs para espirrar veneno diretamente nos gatos levando-os a uma morte terrível à medida que eles comecem a se lamber.


Claro que a medida australiana terá consequências ambientais inimagináveis. Os próprios pássaros que se pretende proteger sofrerão com o veneno. O solo, o meio ambiente, tudo ficará contaminado com a urina, fezes e vômitos dos gatos envenenados. Pássaros, insetos e plantas morrerão ou sofrerão mutações. 


Pássaros somem com a perda do meio ambiente por queimadas (principalmente as criminosas), desmatamento, expansão urbana e crise climática. Tudo isso faz os pássaros perderem árvores para se abrigarem e alimento para seu sustento. Porém é mais fácil culpar os gatos pelo desaparecimento das aves do que assumir que é o próprio homem que tem devastado a vida selvagem.

Sobre a Austrália você entende melhor a situação clicando no link abaixo:

https://jornalistafatima.blogspot.com/2024/06/matando-2-milhoes-de-gatos-australia.html

Veja matérias sobre esse triste acontecimento na Nova Zelândia em jornais internacionais acessando os links abaixo:

 https://www.barrons.com/news/new-zealand-cat-killing-contest-vows-to-keep-hunting-crazy-felines-f74c2286

https://www.theguardian.com/world/article/2024/jul/02/new-zealand-feral-cat-killing-competition

https://www.youtube.com/watch?v=Sn5VuvOKX9k


E sobre essa atrocidade na Nova Zelândia fiz um vídeo com legendas em português e inglês sem cenas fortes, apenas pedindo mais amor aos gatos e soluções éticas de controle populacional porque elas certamente existem. 


Se puder, ajude a compartilhar a matéria e esse vídeo. Quem sabe chegando a muitas ONGs, ambientalistas, protetores e gente sensata, providências éticas e humanas em favor de "toda" vida selvagem comecem a surgir.


Fátima Chu🌎Ecco - jornalista amante dos animais, apaixonada por gatos e defensora do meio ambiente


quarta-feira, 26 de junho de 2024

Evento de Gala para Pets no Hotel Fasano e de graça! Com bazar da ONG Amigos de São Francisco


Seu cãozinho gostaria de ter um dia de celebridade, com roupinha de gala e fotografado por profissionais? No próximo final de semana, 29 e 30 de junho, acontece o Pet Gala da Hyppet, uma experiência oferecida em parceria com a @chevroletbr e com a @fussusfotopet . Um estúdio profissional irá oferecer, de forma gratuita, fotos profissionais para até 100 pets, vestidos com roupas de gala emprestadas pelo próprio evento.

O estúdio será uma das atrações do Bazar Beneficente da ONG @amigosdesaofrancisco , dentro do Hotel Fasano, nos Jardins, em São Paulo.

As vagas são limitadas e para garantir a participação é preciso acessar o post do evento e preencher um formulário. 

Local: 
Hotel Fasano
Rua Vittorio Fasano 88 - Cerqueira César

Estúdio Hyppet Gala Chevrolet
Dias 29 e 30 de Junho das 10h às 17h

Bazar Beneficente
Dias 29 e 30 de Junho das 11h às 19h
 

ANIMAL PENSA. MINHA GATA PENSA. É TÃO ÓBVIO!


Esse artigo é um dos mais lidos e elogiados do meu blog. Por isso estou republicando. Com tanta ignorância humana causando a morte de animais em massa, além das torturas diversas a que são expostos, achei que convém destacar esse texto novamente. E se vc concordar com ele, por favor, compartilhe.
Persiste uma mania de dizer que animal é irracional, ou seja, que não pensa.
Se tem uma coisa que me custa a crer é como uma gigantesca população de humanos em pleno século XXI, incluindo vários protetores de animais, ainda justifica atos de cães, gatos e outros animais como puramente instintivos e/ou irracionais. Até um dos slogans mais conhecidos prega: não importa se eles pensam, importa que eles sentem... como se uma coisa estivesse completamente desconectada da outra.

Mas onde e como nascem os sentimentos e emoções? Nascem da apuração racional de uma situação, ou seja, a raíz das emoções é o pensamento... emoção é a resposta da interpretação daquilo que se vê e experimenta.

Podemos excetuar o instinto materno que é naturalmente mais instintivo em qualquer espécie incluindo entre os humanos, mas a grande maioria de ações executadas pelos animais tem sim muito de racional. A mente deles registra fatos, têm memórias boas e ruins, e isso tudo vai gerando emoções e sentimentos diversos como amor, medo, saudade e raiva.


Sim... eles podem odiar. Muita gente insiste em dizer que os animais só são capazes de atos violentos por instinto de sobrevivência (em busca de comida, disputa de fêmeas etc) e que se atacam alguém aparentemente sem motivo é porque foram induzidos de alguma forma a esse comportamento. Não é verdade. 

Os animais têm PERSONALIDADE. Eles têm ÍNDOLE como nós. Essa personalidade se forma da mesma forma que a nossa, ou seja, a partir de experiências individuais (felizes ou traumáticas) e com a interpretação que eles vão tendo a respeito de tudo que está ao redor deles.

Então nem todos os cães, gatos e outros animais são “bonzinhos". Alguns são solidários, outros egoístas. Uns são calmos, outros agitados. Uns são amorosos, outros mais agressivos. E nada disso tem a ver com a “raça”, mas com a personalidade de cada um deles construída a partir do que cada um experimentou na vida e, especialmente, como interpretou ou absorveu essa experiência. Assim, é completamente errado dizer, por exemplo, que gato persa é manhoso e tigrado é mais arisco. 

Deixa um gatinho persa crescer na rua e um vira-lata, que prefiro tratar como “mestiço”, ser criado cheio de mimos. Cada um deles responderá de acordo com o ambiente em que vive. A personalidade de cada um deles será formada com essas experiências e a interpretação que fará delas independente da quantidade de pelos ou se tem olhos azuis.


E a personalidade é uma coisa tão evidente que basta observar uma colônia felina por uns dias ou uma casa cheia de gatos que qualquer pessoa poderá perceber diferenças gritantes entre todos os membros. Haverá gato mais tímido, outros mais confiantes, gato manso e gato mais arisco, gato mais sonoro (falante) e outros que quase não miam, gato que brinca a vida toda e outros que são pouco interessados em brincadeiras, uns comilões e outros de apetite mais moderado.

Gatos num mesmo ambiente e enfrentando as mesmas condições de vida podem desenvolver comportamentos completamente diferentes. 

E por que isso acontece?

Se fosse apenas instinto e se fossem irracionais teriam comportamento padrão... só que não.
Nós somos iguais a eles nesse campo. Dois irmãos podem crescer juntos num palácio. Um pode se tornar um príncipe e outro um carrasco. Dois irmãos podem crescer juntos num cortiço bem pobre e violento. Um pode seguir o caminho da marginalidade e outro se tornar um advogado. 

Isso sem falar em características próprias. Embora cresçam num mesmíssimo ambiente, algumas crianças serão mais risonhas, outras mais sérias, outras mais tímidas e algumas mais atiradas... isso porque cada uma fará sua própria interpretação do meio e reagirá de forma muito individual apesar de viver em coletividade.


Isso acontece com cães e gatos e outros animais. Isso acontece até com passarinhos que, à primeira vista, podem parecer padronizados. Eu mesma assisti à criação de vários filhotes de pardais no quintal da minha casa e pude ver que eles também têm personalidades distintas desde cedo.  Quase sempre um dos filhotes é maior, come mais e até pisa no outro para receber mais alimento dos pais. Esse acaba aprendendo a voar mais rápido e se manda com a família, deixando o filhotinho mais mirrado para trás. 

Mas vi filhote grande, que já sabia voar, se recusar a deixar o irmãozinho. Ele ficou perto dele por vários dias para garantir que os pais continuassem alimentando os dois. Somente quando o menorzinho também adquiriu forças para voar é que o irmão maior deixou o chão em definitivo. 

E já testemunhei o contrário. Irmão maior agressivo com o menor, que pegava toda a comida oferecida pelos pais e voou assim que pôde. O irmãozinho ficou largado... os pais o abandonaram... e levei-o para os biólogos do Ibirapuera, mas já era tarde... estava muito desidratado e desnutrido.

Todo ser que carrega uma personalidade “pensa”, raciocina, porque a personalidade (da onde advém o comportamento) nasce da “apuração pessoal” do que acontece ao nosso redor.



Exemplo da minha gata. Claro que ela pensava e muito!
Às vezes durmo tarde e acordo tarde, passando da hora que costumeiramente coloco comida fresca nos potinhos das minhas gatas. Às vezes, nessas ocasiões, estou também com a porta do quarto fechada para não ter o sono interrompido por elas logo cedo. Mas a Ághata descobriu como me fazer levantar da cama. Ela ficava puxando a porta do armário debaixo da pia da cozinha que é daquele tipo que volta sozinha graças a um sistema de mola. Então ela puxava a porta com a patinha e soltava...

repetidas vezes. O som é algo assim “pum... pum... pum”, como marteladas numa parede. Ela fazia isso até eu levantar e só fazia quando passava muito da hora de acordar. Isso não é instinto. Ela “descobriu” e "aprendeu" uma forma de me perturbar. Ela “pensou” sobre alguma forma de emitir ruído capaz de me fazer sair da cama. Quando você descobre algo e aprende com aquilo... isso é raciocínio. O que a gente herda da natureza e gerações passadas é instinto, mas o que a gente aprende é fruto de raciocínio.



Outro exemplo nítido. Não só de raciocínio, mas de comunicação. Uma barata voadora entrou em casa e eu me tranquei no quarto porque tenho verdadeiro pânico de barata. Antes disso pude ver que a barata tinha ido para a área de serviço. A porta do meu quarto está sem fechadura. O buraco me permite ver uma parte da área de serviço (que é comprida). E por esse buraco vi a Ághata brincando com a barata, jogando-a para cima e correndo atrás dela. 

A barata fugia para a parte da área que eu não podia ver pelo buraco da porta, mas a Ághata fazia questão de trazê-la para meu campo de visão e ainda olhava para mim e miava. Ela olhava diretamente para mim. Conseguia ver meus olhos no buraco da porta ou simplesmente sabia que eu estava ali espiando.

Isso durou um tempo. A barata fugia e a Ághata trazia-a de volta para meu campo de visão até que o bichinho virou de barriga para cima e quando isso acontece, “todo gato que se preza abandona o inimigo ferido, pois, é covardia atacar algo naquele estado”. Brincadeira. Tem gato que come barata mesmo estando bem alimentado e tem gato que brinca e larga. Nesse caso, a barata foi deixada na parte que eu podia vê-la e a Ághata fez isso propositalmente... entendem? 

Ela podia ter agarrado essa barata mais para o fundo da área e a matado lá mesmo sem que eu visse nada, mas ela queria que eu visse. Ela olhava para mim para ter certeza que eu estava assistindo tudo. A ação dela foi intencional e claramente “pensada”.



Exemplos como esse e até bem mais complexos não faltam, mas ainda ouço a frase: animal não pensa, é irracional, se atacam alguém é por culpa do ser humano e se são bonzinhos é porque são “puros”. 

Mas tem animal bom e animal ruim 

Exemplo de egoísmo: Já ajudei dois cães que viviam num minúsculo quintal. O menor não conseguia comer porque o maior não deixava e avançava ferozmente nele. Eu precisava fazer manobras fantásticas para alimentar o menor. É culpa da fome? Talvez não. 

Exemplo de solidariedade: Já alimentei também outros dois cães que ficavam num quintal, um pit bull e um cãozinho menor... três vezes menor... e quando jogava ração pelo portão os dois comiam os grãos feito loucos, esfomeados, mas o pit não atacava o cão menor. Se o menorzinho chegava mais rápido na ração o pit corria para outro grão.

Todo animal tem sua própria personalidade por mais que tenha também ações de natureza instintiva. Uma coisa não anula a outra. Também somos assim: uma parte instinto e outra raciocínio. Uma parte boa e outra ruim. E somos predominantemente bons ou maus de acordo com nossa índole. E isso deriva de nossas interpretações a respeito de tudo que nos cercam. Com base nessas interpretações é que fazemos escolhas... e escolher é “pensar em como agir”. 


Todos os animais também fazem escolhas, até as mais simples, como o lugar onde dormir. E eles sentem frio, fome e medo (como diz o slogan para justificar a necessidade de respeitar seu direito de viver)... ok... isso já é o suficiente para serem respeitados... mas negar ou não enxergar que pensam é absurdo em pleno século XXI.

Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista, escritora, consultora da @buscacats 😻e fundadora da editora @miaumagazine 🐶🐱




Macacos são pessoas

Eles não têm patas, mas mãos e pés muito semelhantes aos nossos. Expressões faciais, olhares e sentimentos idênticos aos nossos. Eles riem e...