O belo Museu
Paulista, mais conhecido como o Museu do Ipiranga, está cercado de “toquinhos”
ou o que restou de árvores que vem sendo cortadas, de forma discreta, há cerca
de dois anos. Recentemente uma palmeira leque de 60 anos e 30 m de altura “entrou
na faca” e outra de (pasmem!) 89 anos continua no “corredor da morte”. Se
continuar desse jeito, daqui a pouco haverá muitos “banquinhos” feitos dos troncos, mas nenhuma
sombra de árvore para o desfrute dos usuários do Parque Independência – isso sem
falar na lesão ao patrimônio histórico, pois, tanto o prédio do Museu quanto
sua vegetação são “tombados”. A Secretaria do Verde marcou reunião na tarde do
dia 17, justamente para discutir essa questão com a população, mas cancelou o encontro. E mais uma vez os moradores ficaram sem uma resposta pra isso:
afinal por que cortar tantas árvores, algumas bem antigas, de um dos parques
mais importantes do Brasil?
Árvore gigante, de mais de 80 anos, que abrigava ninhos de diversos pássaros foi uma das vítimas
Celso Henriques,
do Cades Ipiranga, tem se esforçado para evitar o corte de cerca de 30 árvores
de diversas espécies como tipuana, jacarandá mimoso, palmeira leque, canelona e
pitangueira. “Pedi laudo a respeito das
que foram autorizadas para corte à engenheira agrônoma responsável e a alegação
para todas é sempre a mesma, ou seja, risco de queda. Mas onde fica o trabalho
de manutenção dessas árvores, de cuidado com a saúde delas? Há casos em que uma
poda de manutenção, rebaixamento e adequação podem evitar a queda. Muitas das
arvores que são cortadas abrigam dezenas de espécies de pássaros”, conta. Celso
insiste que a análise das árvores em questão seja feita também por órgãos como
Condephaaat, Conpresp e Iphan.
Casal de quero-quero no Pq da Independência
“Não
encontrei justificativa que leve à supressão desses 30 exemplares. Quais danos
permanentes que eles vêm causando ao patrimônio público, se durante os seis
anos que venho atuando como conselheiro, nunca houve qualquer tipo de
reclamação? Esses exemplares já fazem parte da história do Museu Paulista”,
continua o conselheiro.
IMPORTANTE DESTACAR: segundo Celso, há autorização para o corte das
seguintes árvores:
1) Uma
PALMEIRA de 89 anos – outra de 60 já foi cortada e o “toco” está lá
2) Corte de
VINTE árvores num raio de 20 m em torno do transformador do parque
3) TREZE
exemplares de árvores centenárias dentro da área do almoxarifado que, aliás,
estão sufocados pelo cimento num claro desrespeito as necessidades básicas
dessa vegetação
4) SEIS
árvores em torno do refeitório sob a alegação de que “estão no lugar errado” –
como assim? Parque não é lugar de árvore?
AGORA a SENTENÇA de MORTE
Despacho
5/14 do Depave 5 dita:
1) Supressão
de 10 exemplares arbóreos de várias espécies na área interna do Parque
Independência e plantio de dez novos exemplares “padrão” Depave. – mais uma vez
cabe perguntar... como assim “padrão”?
Despacho
7/14 do Depave 5 dita:
2)
Transplante de dois exemplares arbóreos – cabe perguntar... pra onde?
Sagui no Pq Independência
Celso tem
procurado sensibilizar ativistas da região, associações, políticos, moradores e
mídia no sentido de defenderem as árvores do Pq Independência. Interessados na
causa podem contatá-lo pelo email celsohenriques@gmail.com
Todas a fotos por Fátima ChuEcco com exceção da que mostra um dos "toquinhos" (acima) que é do Celso Henriques