quinta-feira, 3 de julho de 2025

Cães de Rua: animação imperdível que já ganhou 16 prêmios. Assistam!!!


A animação sul-coreana  "Cães de Rua", que originalmente se chama "Underdog" (que pode ser traduzido com um cão azarado, sem chances de vencer) é genial e está disponível em plataformas como a Prime Video, entre outras da internet. Quem ama cães vai me agradecer eternamente por essa dica de longa-metragem com belíssimo colorido e maravilhosa mensagem, com direção e produção de Oh Sung-Yun e Chun Baek Lee.

Destaco abaixo o início do desenho que mostra uma cena clássica de abandono de cães (1 minuto de vídeo):


O filme mostra que na Coreia, o abandono de cães por seus tutores ocorre de forma idêntica ao que acontece no Brasil e pelos mesmos motivos: cresceu demais, ficou doente, velho etc.  


"Cães de Rua" retrata um grupo de cães abandonados e que se unem em busca da sobrevivência numa cidade em destroços. É realmente um filme lindo!!!

Separei mais um pedacinho para vocês degustarem:


O enredo fala deliciosamente do poder da amizade, enquanto os cães enfrentam verdadeiros perrengues ao serem perseguidos por um humano que tem uma "fazenda de cachorro". Reparem na foto abaixo retirada do filme:


Não é à toa que essa animação de 2019 já tenha recebido 16 prêmios em festivais de cinema como na França, Austrália e em países asiáticos.


Em entrevista ao jornal Korea JoongAng Daily, o diretor e escritor da animação, Oh Sung-Yun explicou o que o motivou a investir nesse tema:

"Instantaneamente me atingiu quando vi uma cena chocante em "Animal Farm" [da SBS]. Em um episódio, vi um Shih Tzu doente cujo olho estava esmagado e cujo cabelo estava todo bagunçado. A pobre coisinha foi mantida em um abrigo para cães e parecia um monstro. Quando meus olhos encontraram os olhos do cachorro, eu instintivamente soube que essa era uma história que eu poderia contar por meio de animação. Isso não é comum para um diretor de cinema, especialmente diretores de animação, já que muitos preferem evitar temas incômodos e tentar inventar algo brilhante e animado"


A animação levou seis anos para ficar pronta e, devido ao sucesso, com ingressos de cinema esgotados rapidamente em alguns países na época do lançamento, os diretores planejam uma continuação. É um filme em 2D para pessoas de todas as idades, com lindas paisagens e mensagens de proteção animal muito bem trabalhadas.


Coreia do Sul come cachorro?

Vale lembrar que a Coreia do Sul está entre os países que consomem carne de cachorro. Uma lei assinada pelo governo em 2024, e que tornou a ser divulgada esse ano em alguns jornais do Brasil, proíbe a criação de cachorros,  a matança dos animais e a venda de sua carne para fins de consumo, mas quem vive disso na Coreia tem até 2027 para abandonar essa atividade.

São milhares de cães e centenas deles mortos diariamente em locais onde ficam engaiolados em meio a sujeira e seus próprios excrementos, muitas vezes com o focinho amarrado  ou amontoados em uma única cela em cenários de extremo horror e dor.  

Claro que todo animal sente que vai morrer e sofre todo tipo de abuso. Claro que o maior desejo de toda criatura que vive é viver. Mas quanto mais espécies puderem ser libertadas desse martírio melhor. Tomara que os 2% da população coreana que ainda sustenta o mercado de carne de cachorro mude de paladar.

Texto e pesquisa: Fátima ChuEcco, jornalista especializada em pets, gatóloga e escritora


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domingo, 22 de junho de 2025

Intestino "preso" pode dar depressão e tristeza. Conheça a solução mais simples


Muita gente já sabe que quando o intestino está "preso" pode provocar mau humor. Inclusive é costume dizer que as pessoas com fezes presas ficam "enfezadas" ou seja, bravas, nervosas e irritadas. Mas você já ouviu dizer que as pessoas ficam felizes quando o intestino funciona bem? 

Pois inúmeros estudos comprovam que a ligação entre cérebro e intestino é uma via de mão dupla e exatamente por isso o intestino tem sido reconhecido como o "segundo cérebro". Não são apenas as emoções que "mexem" com o intestino causando prisão de ventre ou diarreia. O intestino tratado de forma errada, com a alimentação inadequada e mergulhado num corpo sedentário também "mexe" com as emoções. E como!

A delicada estrada que se estende do intestino até o crânio (passando pelo abdômen e tórax) leva o nome de Nervo Vago

Mas o conceito de termos um cérebro nas nossas tripas é difícil de absorver porque culturalmente ligamos o coração às emoções. 


Ninguém desenha um intestino num cartão de amor. Ninguém coloca as mãos sobre o ventre pra dizer "eu te amo". Aprendemos que é no coração que guardamos bons e maus sentimentos.

Mas na verdade, o orgão que mais se inter-relaciona com o cérebro, celeiro das emoções, não é o coração e sim o intestino que, aliás, pode sim causar felicidade, deixar um pessoa bem humorada e com sensação de serenidade se estiver em bom funcionamento. 

Por isso, alimentos com fibra podem gerar mais paz de espírito do que calmantes e ansiolíticos.

Guardião do ânus (como?!)

Até parece palavrão, mas na verdade era o nome dado aos médicos que faziam uma limpeza no intestino introduzindo água pelo ânus por meio de um longo bico. Foi a versão mais remota das "lavagens" intestinais. E isso 2500 anos antes de Cristo. A prática era comum entre monarcas e seus familiares cujo objetivo não era meramente um limpeza física, mas também energética.

Mas o que o intestino tem de tão especial para merecer tratamento de rei? Nele vivem, como todos sabem, nossas boas bactérias - aquelas mesmas para as quais oferecemos "petiscos" sob vários nomes: yakult, chambinho etc. Antigamente chamávamos essa população de criaturas microscópicas de flora intestinal, mas hoje se conhece por microbiota.

No livro "A incrível conexão intestino cérebro", de Camila Rowlands, ela diz: 

"As bactérias que habitam nosso organismo influem na maneira em que a mente trabalha e problemas psicológicos como ansiedade e depressão, podem estar em grande parte relacionados com o estado que mantemos o habitat dos nossos minúsculos habitantes".

Sabe aquela frase: somos o que comemos? É mais ou menos isso que a autora diz.

Segundo ela, essas boas bactérias próprias da nossa microbiota são muito eficientes na absorção de minerais e na síntese de vitaminas. Produzem, por exemplo, B12, essencial para a saúde do cérebro. O déficit de B12 pode provocar depressão.

Troque seu calmante por alimentos

Parece difícil acreditar que um combo com couve, espinafre e brócolis, por exemplo, consumido com frequência, pode aposentar sua sertralina ou qualquer outro remédio que combate ansiedade e depressão. Pois tente. Durante uma semana alterne diversas verduras, frutas e legumes ricos em fibras e observe seu humor, ânimo, produtividade e pensamentos mais leves.

A lista de alimentos que fazem bem ao intestino é enorrrrrme. E muitos com custo bem acessível. Quer ver?

Os principais: couve, espinafre e brócolis. E ainda: rúcula, feijão, lentilha, ervilha, abacate, manga, laranja, tangerina, abóbora, mamão, ameixa (tanto seca quanto ao natural), tomate, maracujá, arroz e pão integral. A lista segue com grãos e algumas outras frutas de época. 

Caminhada, exercícios ou dança complementam o tratamento natural porque movimento é essencial a uma vida saudável.

É tanta coisa boa para o intestino que ele tem toda a razão de ficar enfezado se você nega esse prazer a ele.

Fátima ChuEcco - jornalista e escritora - Fotos feitas com AI







sábado, 21 de junho de 2025

Efeito Rebanho: entenda porque frequentamos locais onde a maioria vai


Frequento uma feira livre com aquelas tradicionais barracas de pastel, mas apenas uma delas é abarrotada de gente. À primeira vista podemos deduzir que se trata do melhor pastel da feira... só que não é bem assim. Já comi pastel de todas as barracas e a mais frequentada não tem nenhum sabor ou preparo especial, inclusive, é até um pouco mais cara.

Em 2005, na Turquia, bastou uma única ovelha cair de um penhasco para que todas as demais fizessem o mesmo. Eram 1500 ovelhas. As primeiras 450 que pularam morreram e as demais sobreviveram porque tiveram a queda amortecida pelos corpos das "colegas". 

Penhascos costumam ser frequentados por rebanhos de ovelhas e, embora alguns presumam que se tratou de um suicídio em massa, na verdade, ninguém sabe se a primeira ovelha a cair se distraiu ou escorregou à beira do precipício provocando uma queda. O que se sabe é que as demais a seguiram. O fenômeno ficou conhecido como "efeito rebanho".

Segundo a neurociência, nós humanos também sofremos o "Efeito Manada" ou "comportamento de rebanho" seguindo a opinião ou ação de um grupo sem uma efetiva análise da situação. Isso pode envolver desde pequenas decisões cotidianas, como onde comer um pastel por exemplo, até questões mais complexas que envolvem finanças, política, religião etc.

O Efeito Manada ocorre quando pessoas seguem a maioria, mesmo sem entender os motivos, o que torna o ato quase que intuitivo. Inclusive, a própria "moda", por vezes, é um tipo de efeito manada seja nas roupas, corte de cabelo, uso de acessórios e por aí vai. 

Esse efeito gera resultados bem positivos para alguns e negativos para outros: reparem que na feira dada como exemplo, enquanto a pastelaria escolhida pelo rebanho atende cerca de 30 pessoas simultaneamente, as demais, no mesmo horário e local, atendem entre dois e cinco clientes.

Estudos da neurociência apontam que essa atitude pode ser inconsciente na busca de uma sensação de conforto e de pertencer a um grupo. Na nossa pré-história esse comportamento favoreceu a formação de tribos que conseguiram sobreviver num mundo cheio de ameaças. Talvez essa necessidade ancestral, enraizada em nossa genética, ainda mova algumas de nossas escolhas às cegas, fazendo com que a gente consuma, use ou faça coisas apenas pelo simples fato de ver várias pessoas fazendo.

Fátima ChuEcco - jornalista e escritora- Fotos: feitas com AI




domingo, 15 de junho de 2025

Os gatos são muito expressivos e até Darwin notou isso


"Os gatos usam muito a voz como meio de expressão e emitem, sob várias circunstâncias e emoções, pelo menos seis ou sete sons diferentes. Um dos mais curiosos é o ronronar de satisfação produzido tanto durante a inspiração quanto a expiração. O puma, a chita e a jaguatirica também ronronam"


O trecho acima é do livro "A expressão das emoções no homem e nos animais", escrito por Charles Darwin em 1872 ou quase 150 anos atrás.

Ele demonstra, pelo método de observação, desenhos, fotografias e relatos de colaboradores, que os animais têm emoções como alegria, medo, raiva e ciúme, manifestadas por meio das expressões faciais e corporais, além de sons e uma comunicação própria.  


Darwin defende que algumas de nossas expressões são herdadas de antepassados primitivos, comum tanto aos homens quanto aos outros animais. Diz ainda que muitas de nossas expressões são inatas e não aprendidas já que se repetem em pessoas das mais variadas culturas.

"Um exemplo clássico é ainda hoje o homem mostrar seus dentes caninos quando está enfurecido, da mesma forma que o fazem macacos, cães  e outros bichos, apesar de não se servir disso para brigar"

Vejam isso:

"Ações de todos os tipos, acompanhando regularmente algum estado de espírito, são de pronto reconhecidas como expressivas. Podem consistir de movimento de qualquer parte do corpo, como o abano da cauda de um cão, o encolhimento dos ombros de um homem, o eriçamento de pelos de um gato, a exsudação de suor, o estado da circulação capilar, a respiração forçada e o uso de sons vocais ou produzidos por algum instrumento. Até os insetos exprimem raiva, terror, ciúme e amor com sua estridulação".




Darwin fala da expressão canina:

"Alguns cães demonstram um estado de espírito de prazer e excitação, associado à afeição, de uma maneira bastante peculiar: mostrando os dentes, como num sorriso".


E  destaca, é claro, chimpanzés e orangotangos que, notoriamente, são os mais expressivos dentre todos os seres vivos, assim como os humanos.

"Se fazemos cócegas num chimpanzé jovem - e as axilas são particularmente sensíveis às cócegas como nas nossas crianças - um som mais nítido de carcarejo ou risada é produzido", comenta no mesmo livro.

"Macacos também tremem de medo e, às vezes, soltam suas excreções. Pude ver um macaco quase desmaiar de tanto terror quando capturado. A expressão de um macaco quando provocado ou afagado por seu tratador é quase tão expressiva quanto a dos humanos".


Darwin morreu em 1882 aos 72 anos e seu legado ainda hoje divide opiniões. Uns acham que seu longo e complexo estudo do comportamento animal tinha a intenção de provar que os animais sentem e sofrem como nós e, portanto, não poderiam ser explorados pelo homem como objetos inanimados.

Outros acreditam que os estudos de Darwin serviram para endossar os horrores que a medicina e a ciência já faziam com os animais desde aquela época sob o argumento de que, sendo muito parecidos conosco também seriam os melhores modelos para se explorar como cobaias.

Mas nesse artigo quero concentrar o foco nos expressivos gatos com uma pequena amostra do fabuloso trabalho do fotógrafo Michael Hans cuja página no facebook pode ser acessada AQUI e cujas imagens ilustram também o texto acima







Fotos: Michael Hans
Pesquisa e Texto: Fátima ChuEcco Jornalista/Escritora apaixonada por gatos e por todos os animais...e sempre em busca de gente sensível e talentosa
Acesse meu site para fotolivros www.miaubookecia.com


Serviço especializado em gatos perdidos:





Bebê Reborn: doença, terapia ou brincadeira provocativa? Entenda antes de condenar!


Problema psicológico, ferramenta de terapia ou apenas uma brincadeira inofensiva, porém provocativa na fase adulta? As três coisas! E vou explicar cada uma. No calor da coletividade indignada com as mães de bebês reborn, muitas vezes deixamos de procurar entender a situação. É mais fácil mandar adotar uma criança ou um animal de estimação, sendo que as pessoas envolvidas com bebês reborn, muitas vezes sequer têm perfil para serem mães de verdade ou tutoras de animais.

Mas há casos em que tratar bebê reborn como de verdade pode ser sinal de uma compensação emocional, principalmente em mulheres que perderam seus bebês na vida real. Isso requer ajuda psicólogica ao invés de críticas ferozes.


No filme "A Grande Ilusão", de 2013 (foto acima), que pode ser acessado pela internet ou no Prime Video, a atriz Jessica Biel ( que também atua na série "A Melhor Irmã") faz o papel de uma mulher que cuida de um bebê reborn como gente. O filme, com direção e roteiro de outra mulher, Francesca Gregorini, tem um conteúdo sério, bem trabalhado e nos mostra a visão médico-psiquiátrica sobre as mães de bebês reborn. Inclusive, o desfecho do filme sugere uma solução para o problema bem interessante. Veja o trailer: 

Psicólogos e psiquiatras têm afirmado que brincar de boneca na fase adulta não tem nada de mal. Configura um passatempo como qualquer outro se a pessoa está ciente que se trata de fato de uma boneca. É só quando a fronteira entre a ilusão e a realidade se quebra que surge uma patologia a ser tratada ao invés de duramente reprimida pela sociedade ou família.

Só a título de curiosidade, vale lembrar que entre as chimpanzés que perdem seus filhotes (espécie mais próxima da humana), não é incomum a mãe carregar o bebê morto nos braços por semanas e até meses. No ano passado a chimpanzé Natalia, de um zoo espanhol, carregou o filhote morto por três meses num processo de luto. Os administradores do zoo evitaram retirar o bebê a força compreendendo que aquilo fazia parte da natureza da espécie. Leia mais sobre esse caso AQUI - Chimpanzé se recusa a soltar filhote que morreu - 23/05/2024 - Bichos - F5

Alzheimer e bebês reborn

Além do mostrado acima, algumas pesquisas indicam que um bebê reborn pode tornar mais leve a vida de algumas pessoas com Alzheimer em estágio mais avançado. Pacientes se mantiveram por mais tempo ligados à realidade quando foram presenteados com bebês reborn. A boneca representava algo do qual podiam cuidar, se entreter e que lhes dava vontade de viver. Leia mais sobre isso AQUI  - Entre o lúdico e a realidade: o que está por trás da polêmica dos bebês reborn?

Então não podemos condenar as pessoas sem saber o que existe por detrás de suas atitudes. Será alguém que se desligou da realidade e necessita de atenção médica? Ou será alguém que apenas está brincando de "casinha" na vida adulta? Vários apresentadores de TV possuem um boneco falante com quem dividem as cenas e, naqueles momentos diante das câmeras, eles ganham vida, não ganham?!

Fátima ChuEcco, jornalista, escritora e que tem vários bichinhos de pelúcia, sendo que vários deles já ganharam vida em seus livros

“Penso, Logo, Mio e Existo” - Descartando Descartes


                       
"Penso, Logo, Mio e Existo" é uma adaptação bem-humorada que fiz da frase do francês René Descartes “Cogito, ergo sum” e que ficou mundialmente famosa como “Penso, logo existo”. Descartes afirmava que apenas os seres humanos podiam pensar, então procurei  "atualizar" a clássica frase dizendo que os gatos também pensam (e obviamente outros animais), ao contrário do que o filósofo pregou e que foi aceito por grande parte da sociedade e de pesquisadores de seu tempo.

Descartes (1596 a 1650) chegou a essa conclusão argumentando sobre a capacidade de ter dúvidas. Para ele, as dúvidas eram a maior prova da existência do pensamento. Logo, se os seres humanos eram os únicos que tinham dúvidas e podiam pensar é porque existiam e o restante das criaturas vivas eram apenas máquinas que respiravam. 
Em sua visão os animais não tinham alma, não podiam pensar nem sentir dor e, portanto, não era errado usá-los como cobaias. Infelizmente, mais de 300 anos depois, esse argumento ainda sustenta milhares de experimentos dolorosos com cobaias  https://www.significados.com.br/penso-logo-existo/

Hoje a própria Ciência admite (e seria um fiasco não admitir) que os animais são "sencientes", ou seja, sentem dor física e psicológica, ficam alegres, tristes, com raiva, medo e que expressam inúmeros sentimentos e emoções de forma gestual, facial e por meio de uma linguagem própria. Mas essa mesma Ciência, no entanto, não acredita que isso seja motivo suficiente para abandonar o uso de cobaias. 

Admitir que os animais pensam é também ainda um tabu fora da sociedade científica! Muitos protetores e amantes de animais ainda se sentem desconfortáveis em admitir que os animais pensam ainda que numa escala diferente da nossa, mas de acordo com suas necessidades e o ambiente em que vivem. É um exercício mental quase tão difícil quanto aquele, tempos atrás, de imaginar que a Terra era redonda e não plana. Ainda há muita resistência nesse campo. Mas convido para uma reflexão:
Onde nasce o sentimento? Da onde brotam as emoções?
Não seria do pensamento? 
É impossível desconectar sentimento de pensamento, pois, sentimento é o resultado de um pensamento que formulamos sobre situações e experiências que assistimos ou que vivemos. Um depende do outro. Um não existe sem o outro.

FOTOLIVRO
“Penso, Logo, Mio e Existo” - Como diriam os gatos se pudessem miar na nossa língua 

Seu gatinho que pensa, mia e, portanto, existe e tem alma, pode ser o protagonista de um Fotolivro de luxo que fala um pouco da "filosofia felina". Seu bichano pode ilustrar a capa e páginas internas.  Parte da renda vai para ONGs de Proteção Animal. 
Veja como participar do Fotolivro "Penso, Logo Mio e  Existo" acessando o site 
 www.miaubookecia.com    

    Dianna assistindo desenho na TV - do Fotolivro "Penso, Logo, Mio e Existo"

Descartando Descartes

Mais de 100 anos depois, outro filósofo francês, François Marie Arouet, conhecido como Voltaire, dedicou uma parte de seu “Dicionário Filosófico” (1764) para rebater os argumentos de Descartes http://animaiseoespiritismo.blogspot.com/2011/04/carta-de-voltaire-descartes.html:

"Que ingenuidade, que pobreza de espírito, dizer que os animais são máquinas privadas de conhecimento e sentimento, que procedem sempre da mesma maneira, que nada aprendem, nada aperfeiçoam! 
Será porque falo que julgas que tenho sentimento, memória, ideias? Pois bem, calo-me. Vês-me entrar em casa aflito, procurar um papel com inquietude, abrir a escrivaninha, onde me lembro tê-lo guardado, encontrá-lo, lê-lo com alegria. Percebes que experimentei os sentimentos de aflição e prazer, que tenho memória e conhecimento...
Vê com os mesmos olhos esse cão que perdeu o amo e procura-o por toda parte com ganidos dolorosos, entra em casa agitado, inquieto, desce e sobe e vai de aposento em aposento e enfim encontra no gabinete o ente amado, a quem manifesta sua alegria pela ternura dos ladridos, com saltos e carícias. 
Bárbaros agarram esse cão, que tão prodigiosamente vence o homem em amizade, pregam-no em cima de uma mesa e dissecam-no vivo para mostrarem-te suas veias mesentéricas. 
Descobres nele todos os mesmos órgãos de sentimentos de que te gabas. Responde-me maquinista, teria a natureza entrosado nesse animal todos os órgãos do sentimento sem objetivo algum? Terá nervos para ser insensível? Não inquines à natureza tão impertinente contradição."

                                Rebecca Selvagem lendo jornal - Do Fotolivro "Penso, Logo, Mio e Existo"

Foi de fato um discurso muito convincente e comprovável. Teve lá seus adeptos naquela época e tem até hoje, mas já era tarde. A sociedade científica já tinha se dado o direito de “fazer qualquer animal sofrer”. Paralelo a isso, a sociedade em geral também já tinha assimilado a ideia de que só o ser humano é capaz de pensar e isso perpetuou a escravidão e a tortura de qualquer outra criatura viva. 
Já era tarde para Descartar os argumentos de Descartes.
“Animais têm suas faculdades organizadas como nós, recebem a vida como nós e a geram da mesma maneira. Eles iniciam o movimento da mesma forma e comunicam-no. Eles têm sentidos, sensações, ideias e memórias. Animais não são totalmente sem razão. Eles possuem uma proporcional acuidade de sentidos” - Lettres de Memmius à Cicéron  (Cartas de Gaius Memmius a Cícero) em 1772.

Assim...
Descartes assinalou a dúvida como a maior prova da existência do pensamento, mas apenas em humanos. Voltaire, por sua vez, apontou que as memórias e os sentimentos estão presentes também nos demais animais. Outros cientistas e pesquisadores continuaram falando da inteligência dos animais.



"Penso, Logo, Mio e Existo" por Charles Darwin 

Charles Darwin, aliás, escreveu que os gatos são alguns dos animais mais expressivos. 

"Os gatos usam muito a voz como meio de expressão, e emitem, sob várias circunstâncias e emoções, pelo menos seis ou sete sons diferentes. Ações de todos os tipos, acompanhando regularmente algum estado de espírito, são de pronto reconhecidas como expressivas. Podem consistir de movimento de qualquer parte do corpo, como o abano da causa de um cão, o encolhimento dos ombros de um homem, o eriçamento de pelos, a exsudação de suor, o estado da circulação capilar, a respiração forçada e o uso de sons vocais ou produzidos por algum instrumento"

E acrescentou: "Até os insetos exprimem raiva, terror, ciúme e amor com sua estridulação" Charles Darwin, do livro "A expressão das emoções no homem e nos animais" http://jornalistafatima.blogspot.com/2013/07/os-gatos-sao-alguns-dos-animais-mais.html

"Penso, Logo, Mio, Existo e... Tenho Alma"



Allan Kardec, considerado pai do Espiritismo, afirmou que os animais também têm alma, entre outras coisas, no "Livro dos Espíritos" publicado em 1857, ou seja, 200 anos após os argumentos de Descartes. Um pequeno trecho:  

"Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria? Sim, e que sobrevive ao corpo. Esse princípio é uma alma semelhante à do homem? É também uma alma, se o quiserdes: isso depende do sentido em que se tome a palavra; mas é inferior à do homem. Há, entre a alma dos animais e a do homem, tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus". 

Veja na íntegra o que diz o Livro dos Espíritos sobre os animais:

https://livrodosespiritos.wordpress.com/mundo-dos-espiritos/cap-11-os-tres-reinos/ii-os-animais-e-o-homem/

Mas era só o princípio. Inúmeros outros livros espíritas aprimoraram a questão da alma dos animais depois de Kardec como os escritos por Ernesto Bozzano e Marcel Benedeti que vale a pena consultar.

                                          Capa "modelo" do Fotolivro "Penso, Logo, Mio e Existo"

                                        Ághata Borralheira em uma das páginas do Fotolivro

Matéria de:
Fátima ChuEcco 
Jornalista ambientalista, atuante na causa animal, escritora e apaixonada por gatos
Autora dos livros:
MI-AU Book - Um livro pet-solidário
MI-AU Book & Cia
Ághata Borralheira & Amigos Tocando Corações
Encontrando Rebecca Selvagem - Uma busca intensa e cheia de fé
Penso, Logo, Mio e Existo


Artigo com Direitos Autorais: Fátima ChEcco, jornalista profissional MTB 21.012 - texto protegido por direitos autorais pode ser compartilhado/divulgado à vontade citando a autora porque isso é LEGAL. Mas não pode ser comercializado/patrocinado em portais na íntegra ou em partes sem citar a autoria por ser ILEGAL.







sexta-feira, 16 de maio de 2025

Rei Leon...cio: depois do abandono, casa gatificada e muitas fãs


Essa história é realmente inspiradora. O gatinho Leôncio, ex-miador de rua, hoje leva vida de rei, inclusive com súditos que estão a postos para lhe servir petiscos, brinquedos e  fazer cafunés. Três anos atrás ele vivia com uma família problemática, que não o alimentava direito e que, quando se mudou de casa, largou ele para trás.  Então Leôncio tratou de ir entrando aqui e ali pelas ruas na tentativa de sobreviver sozinho até parar no estacionamento da loja Mafecom - Madeiras e Ferragens, em Santo André (SP). 


"Apareceu na garagem bem arisco. Aceitava a comida que colocávamos para ele, mas não nos deixava chegar perto. Depois de três meses minha mãe teve a ideia de tentar escová-lo. Só então ele se rendeu.  Por incrível que pareça, ele não só permitiu a escovação, como passou a aceitar carinho", conta Vitória Mafecom. 


Ela explica que a família sempre teve muito amor pelos animais e que desde a primeira vez que viram Leôncio sentiram que a história não iria acabar ali.

"Só não levamos o Leôncio pra casa porque minha cachorra não aceita e chega a passar mal. Já até tentamos, mas ele também não gostou e ficou miando sem parar. Foi só soltá-lo no estacionamento de novo que ele ficou calmo. É o lugar que ele escolheu para morar", diz.

E que moradia! Digna de prêmio de design de interiores. A casa do Rei Leon...cio tem quarto com camas macias, comedoria, banheiro privativo, sala de estar, sala de jogos e galeria de fotos.



Sem falar que, além de espaçosa, gatificada e toda personalizada, é também segura, com cercas para impedir que Leôncio vá para a rua. Inclusive, a "casa" acaba de ganhar mais um compartimento. O novo espaço fica na laje e foi todo envidraçado para permitir que Leôncio tome sol ou descanse na sombra, mas com uma vista privilegiada de outros gatos sondando os telhados: 

"Minha mãe apelidou o novo espaço de Le Jardin. Meu pai, que gosta de decoração, é que desde o início teve a ideia de deixar a casa do Leôncio bonita e acolhedora. E o artista Clóvis retratou o Leôncio na parede".


O "Le Jardin" foi também pensado porque recentemente Leôncio sofreu ataques de cães dentro do estacionamento. As cercas estouraram e ele conseguiu escapar, mas ficou dias desaparecido. De alguma forma ficou preso dentro de uma caixa d`agua de casa vizinha à loja. A moradora ouviu um miado e era Leôncio pedindo ajuda. Salvo por um triz. Assim, o"Le Jardin" é uma forma de deixar Leôncio curtir um pouco o sol nas alturas, mas sem ir pra rua.




"Ele é nosso bebezinho. É o amor das nossas vidas. Quando os cães o atacaram só Deus sabe como ficamos desesperados atrás dele. A gente ama animais de uma forma surreal".

Vitória conta ainda que a fama de Leôncio foi consequência da postagem de uma fã no TikTok. Ela filmou a criativa casa do bichano e a postagem bombou. A partir de então foi necessário que Leôncio tivesse sua própria conta no Instagram @leonciomafecom porque, inclusive, a gente vê que ele ama posar para fotos e tem vídeos lindos! Já pensou se toda loja ou comércio criasse um espaço acolhedor desses para um mascote felino ou canino? É uma ideia adorável!


Vejam o vídeo do "Le Jardin":


Texto: Fátima ChuEcco, jornalista, escritora, gatóloga e gatoróloga, consultora da @buscacats (especializada na busca de gatos perdidos)
Fotos: cedidas pela Mafecom










Cães de Rua: animação imperdível que já ganhou 16 prêmios. Assistam!!!

A animação sul-coreana  "Cães de Rua" , que originalmente se chama "Underdog" (que pode ser traduzido com um cão azarado...