O humano do futuro será mais alto,
mais magro, com braços e dedos mais longos, sem pelos, pouquíssimo cabelo, boca
e dentes menores e não terá os dentes do siso e nem os incisivos laterais. SÓ QUE ESSE HUMANO JÁ ESTÁ EM CONSTRUÇÃO E VIVENDO ENTRE NÓS. Sua memória não será muito boa, mas em
compensação terá habilidade para antever alguns acontecimentos (por
meio de sonhos ou intuição). Muitos de nós já carregam uma ou mais janelas
evolutivas que podem também ser chamadas de mutação. Eu, por exemplo, não tive
os dentes do siso e, segundo minha dentista, só tive dois incisivos laterais (o
normal é quatro), sendo que um deles é um microdente.
Mas é bom esclarecer desde já que as
mutações não tornam ninguém “melhor” como pessoa. A natureza escolhe aleatoriamente
indivíduos que receberão diversas mutações para ir aprimorando ou adequando a
espécie a novas situações e estilo de vida. Se numa mesma família, pais, filhos
e netos começam a nascer com uma mesma mutação, aí sim podemos supor que se
trata de uma continuidade evolutiva passada geneticamente e que pode estar
gerando indivíduos mais bem preparados para o futuro e talvez melhores tb como pessoas.
É preciso esclarecer ainda que quando,
por exemplo, cito “ausência dos sisos” (tb conhecidos como dentes do juízo), me
refiro a pessoas que não têm esses dentes nem mesmo inclusos, ou seja, que
permaneceram dentro da gengiva sem força para nascer. Se a pessoa arrancou esses
dentes, também não pode dizer que não os teve. Inexistência dos sisos é o não
desenvolvimento desses dentes. Nossos ancestrais tinham os dentes do siso,
também chamados terceiros molares, para facilitar a mastigação. No tempo das
cavernas os alimentos eram muito mais duros e difíceis de serem mastigados.
Hoje em dia, com alimentos mais moles e pastosos, os sisos perderam sua função,
assim como os incisivos laterais, e a tendência é que deixem de nascer daqui
pra frente. Essa tendência é chamada de evolução genética.
A odontologista, Márcia Notaro,
de SP, explica: “Com relação aos incisivos, é como se a natureza começasse a entender
que não há necessidade de quatro dentes superiores para segurar e cortar os
alimentos. Só os incisivos centrais são suficientes”. Ela diz também que,
embora a ausência de todos os sisos ainda seja rara, a ausência dos incisivos
superiores e a formação de microdentes ao lado de incisivos centrais já é
bastante comum. E essa anomalia nos dá aquele aspecto meio “vampiresco” que
todo mundo corre no dentista pra consertar. Isso porque os incisivos laterais
ficam pontudinhos.
Além disso, podemos esperar que os nossos
dentes fiquem menores. Ao longo da evolução do homem, tem havido uma tendência
geral para dentes pequenos. Evidências mostram que nos últimos 100.000 anos,
nossos dentes reduziram pela metade em tamanho. Nossos maxilares também
encolheram. A tendência deve continuar, especialmente porque nossa comida é
cada vez mais facilmente digerível (trecho retirado do portal Nova Ciência).
Quatro dedos em cada pé
Antes dos humanos andarem eretos,
nossos dedos eram usados para a luta, assim como nossas mãos. Conforme
dependemos menos da escalada e mais de ficar de pé, nossos pés têm lentamente
se reduziram ao seu tamanho atual. A evolução agora caminha para livrar-nos do
nosso quinto dedo do pé, o menor. Em comparação com os dedos maiores que servem
para nos dar equilíbrio e andar, os pequenos não servem de nada, e podemos
sobreviver muito bem sem eles. Devido a isso, e por causa dos problemas que
surgem a partir de sua existência desnecessária – como serem frequentemente
esmagados em sapatos - podemos esperar que os humanos se tornem uma criatura de
quatro dedos (portal Nova Ciência).
Braços e dedos longos – sim, igualzinho o Et
Alguns
pesquisadores acreditam que devido ao fato de estarmos sempre teclando e
digitando em função das novas tecnologias, os nossos dedos irão se desenvolver
para reduzir a necessidade de chegar mais longe e as terminações nervosas
também tendem a crescer devido ao uso frequente de dispositivos eletrônicos
como os iPhones, que necessitam de coordenação mão/ olho. Os pediatras dizem
que já se notam os dedos mais compridos em crianças que nasceram nos últimos
tempos, comparativamente aos nossos antepassados.
Memória fraca e pouco cabelo
Para que memorizar coisas se as podemos achar facilmente na Internet? O
antropólogo Chris Stringer, do natural History Museum, em Londres, explica que
o nosso cérebro encolheu ao longo dos tempos porque não memorizamos tanto como
os nossos antepassados já que os computadores e a internet nos permitem
pesquisar tudo em segundos. Sem o devido exercício, a memória tende a se
enfraquecer. E os pelos, que nossa espécie já perdeu muito, continuarão a
sumir... em todas as partes do corpo, inclusive no alto da cabeça. Fazer o quê?
Nem homem nem mulher
Outra tendência é que os gêneros masculino e feminino fiquem cada vez mais próximos. A tal androgenia, que David Bowie já trabalhava desde os primórdios de sua carreira, pode se tornar uma aparência natural - humanos que lembram ao mesmo tempo homens e mulheres. Híbridos dos dois sexos. Um bom exemplo disso é o vocalista Bill Kaulitz da banda Tokio Hotel.
ANTECIPANDO O FUTURO
Muitas
pessoas já conseguem antever fatos de suas vidas ou da vida de pessoas próximas.
Algumas conseguem antever grandes catátrofes, acidentes, fatos marcantes. Elas
sonham com esses acontecimentos de forma muito nítida ou então conseguem “pressentir”
algum perigo ou situação dramática com dias ou horas de antecedência... até
menos minutos antes. Essas premonições não chegam a ser diárias e em grande
volume, mas ocorrem com frequência. Alguns pesquisadores chamam isso de “mutação”,
bem parecida com outras citadas acima, porém, em nível mental e não apenas “físico”
com mudanças no corpo humano. Antever fatos, especialmente ligados a situações
de perigo, seria um aprimoramento da espécie no sentido de desenvolver um
sistema mais sofisticado de auto-defesa.
Texto: Fátima Chuecco fascinada com o tema de janelas evolutivas
Obs.:
Para compor esse artigo usei pequenos trechos de diversas pesquisas localizadas
na Internet