Um papagaio tem as asas cortadas e é jogado do alto de um
prédio como uma forma de se averiguar se ele realmente não pode voar e escapar.
Fica aleijado e é abandonado pelo tutor numa clínica de Minas Gerais. Condenado
a nunca mais andar ou voar para o resto da vida recebe uma segunda chance ao
ser adotado. Está há 14 anos aos cuidados de uma protetora. Essa é só uma das
comoventes histórias narradas no documentário “Salve-os quem puder”, dirigido
por Shirley Fraguas e Rosana Maria de Melo.
Embora o filme seja de 2006 permanece extremamente atual e
mostra como se deu o ingresso na causa animal de diversos protetores hoje bem
conhecidos, como Fátima Torres e Franklin Oliveira. Alguns já eram protetores desde a infância, outros abraçaram a causa devido a episódios que os fizeram enxergar nos animais seres emocionais e carentes de proteção. Ao longo de quase 30
minutos, são contadas histórias de adoções e superações realmente incríveis de
cães e gatos. Frodo é um poodle que teve as costas queimadas e ficou nas ruas
muito tempo onde aprendeu a temer os humanos. Resgatado em condições
lastimáveis, ele aos poucos reaprende a confiar em humanos e mostra seu lado
amável e companheiro.
No decorrer do documentário algumas questões importantes são
abordadas como a adoção de animais no lugar de crianças carentes e abandonadas.
“As pessoas podem e devem cuidar de diversos segmentos carentes”, diz uma das protetoras
entrevistadas assinalando que a solidariedade não pode ser dirigida apenas as
pessoas e sim a qualquer ser vivente que necessita de ajuda. São necessárias
ações para ajudar crianças, idosos, doentes, pessoas em extrema condição de
pobreza e também animais. Uma ação não anula a outra e a verdadeira
solidariedade não deve ter fronteiras. O documentário pode ser visto na íntegra
em