Bom filme baseado em história real é "Seberg" sobre a vida e ativismo da atriz Jean Seberg, interpretada maravilhosamente por Kristen Stewart. Está entre os lançamentos de junho na Netflix e conta o envolvimento de Seberg com o Movimento Panteras Negras dos EUA.
O roteiro é bom, os atores ótimos e o figurino de Seberg, mergulhado na moda do final dos anos 60, é bárbaro. Aliás, Kristen está realmente linda no look de cabelos curtos e loiros. A casa dela também é um show à parte. Além disso, o filme retrata um momento histórico bem importante contra o racismo em terras americanas.
É um dos melhores lançamentos da Netflix nos últimos tempos e aguça nossa curiosidade para saber mais sobre uma atriz que morreu jovem em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas. Seberg teve sua primeira aparição no cinema, aos 18 anos, no filme "Santa Joana" em que era a própria Joana D`Arc. E ficou famosa com o filme Acossado (foto)
Esse é um daqueles filmes em que, ao final, muita gente agradece por ter assistido. Embora seja uma produção da Disney e isso nos leve automaticamente a pensar que se trata de um roteiro infantil e absolutamente fantasioso, o filme "O Único Ivan" é na verdade uma crítica bem contundente ao confinamento e exploração de animais selvagens.
Por isso não espere ver um bando de animais felizes em trabalhar num circo. Os personagens demonstram tristeza e desejam a liberdade que lhes foi roubada. Eles até planejam uma fuga.
Talvez por isso deva ser um filme importante para as crianças e adolescentes assistirem... porque mostra o lado oposto ao glamour que o picadeiro tenta passar. E como é na infância que muitos dos nossos conceitos se formam, quem sabe as novas gerações aprendam a tratar os animais com mais respeito assistindo a vida do gorila Ivan.
Além disso, o filme tem uma menina como personagem que entende Ivan e na qual outras crianças podem se inspirar.
Angelinea Jolie é uma das produtoras e o ator Sam Rockwell interpreta com perfeição o gorila que existiu de verdade, passou 27 anos como atração de um shopping center nos EUA e morreu aos 50 num zoo onde finalmente pôde contar com área verde e outros de sua espécie (conforme retrata foto na abertura deste artigo).
Todos os animais do filme são fruto da mais avançada computação gráfica. Nota mil para todos os personagens e performances técnicas!
E uma curiosidade: são três graciosos finais. Assim como já foi padrão nos filmes da Marvel o filme continuar mais um pouco depois dos letreiros, em "Ivan" isso também acontece.
Então preste atenção: depois dos primeiros letreiros vem mais um final. Daí novos letreiros e, de repente, um terceiro finalzinho lindo!
Outro ponto interessante do filme: no final mostra fotos e vídeos reais do Ivan junto com o resumo de sua história - um recurso raro em filmes da Disney.
Veja o trailer:
Ivan é um espetáculo de expressões faciais
Em 2020, o ator que interpreta Ivan disse em uma entrevista:
“É um ótimo roteiro e uma ótima história. Thea Sharrock é uma diretora incrível porque ela vem do teatro. Tivemos uma conversa no início, onde falamos que era uma história profunda. Não é apenas para crianças. Não é apenas uma brincadeira. Há muita potência emocional nisso. ”
E acrescentou: “Eu amo todos aqueles filmes do Planeta dos Macacos e Livro da Selva e sou obcecado por King Kong desde que era pequeno. Sempre que vou ao zoológico, vou direto aos gorilas. Quando consegui esse emprego e fui conhecer Thea, fui ao zoológico de Londres. Portanto, gorilas têm sido um tema em toda a minha vida. Eu amo sua qualidade estóica. Eu amo que eles são solitários e há algo muito trágico sobre eles para mim. Quando esse trabalho surgiu, fiquei animado para interpretar Ivan. Ele está tendo uma chance no filme de se tornar um herói".
Primeiro Ivan foi arrancado da sua família na República Democrática do Congo e entregue a um casal que o criou até os cinco anos de idade junto com o filho humano.
Ivan sentava na mesa, dormia na cama com seus pais adotivos e até frequentava o balanço de um parquinho infantil, mas ao se tornar mais forte e começar a quebrar tudo na casa, como reflexo de seu desenvolvimento, foi lançado numa jaula de um centro comercial nos EUA para virar atração principal.
No shopping ofereciam a ele cigarros e hambúrgueres (lembrando que gorilas são vegetarianos por natureza). Ele também podia assistir uma TV em preto e branco.
Os gorilas são 98% parecidos com os humanos. Eles são geneticamente mais parecidos com humanos do que com chimpanzés. É por isso que Ivan, da espécie “gorila da planície”, podia pintar e desenhar com lápis de cera - aliás, a única forma que ele tinha para expressar sua tristeza.
Tudo era motivo para atrair clientes e, de fato, Ivan logo ganhou milhares de fãs que o assistiam por meio de vidros que cercavam sua jaula.
Ivan não tomava sol e jamais respirava ar puro. Numa ocasião lhe deram um tapete verde supondo que assim ele se sentiria mais próximo da selva.
Em 1991, o National Geographic Explorer lançou o documentário "The Urban Gorilla" narrado por Glenn Close e que motivou manifestações pedindo a libertação de Ivan.
Recomendo assistir o vídeo abaixo (The Urban Gorilla) que mostra Ivan no ambiente frio onde foi obrigado a ficar por 27 anos, abandonado pela família que o fez se sentir por algum tempo amado.
Ele terminou seus dias no Zoo Atlanta, na Geórgia, onde passou 18 anos (de 1994 a 2012) e morreu devido a um tumor no peito. Embora se tratasse de um zoo, o ambiente era imensamente melhor que o shopping porque Ivan vivia solto numa minifloresta com outros gorilas.
Veja vídeos de Ivan no zoo:
Ivan era um "dorso prateado" que, no mundo dos
gorilas, significa ser um líder natural que geralmente chefia um grupo e tem
muitas fêmeas. No entanto, mesmo estando com outros de sua espécie por 18 anos,
Ivan não teve filhos.
Talvez você já tenha ouvido falar ou visto da TV o "homem-gato de Aleppo" (Alaa Aljaleel) que assim ficou conhecido por resgatar gatos em meio as cidades bombardeadas na Síria. Mas talvez não saiba que o trabalho desse "herói" não só continua como aumenta a cada dia. E a trajetória dele foi e continua sendo dura: por diversas vezes perdeu abrigos que comandava devido a bombardeios e tb teve suas instalações roubadas perdendo tudo de mais precioso: computadores e equipamentos médicos.
Veja a história contada no site do Santuário do Ernesto ou "Ernesto`s Paradise":
O santuário de gatos Ernesto foi formado em 2015 quando Alessandra Abidin, na Itália, estendeu a mão para um homem que ela tinha visto no noticiário, que havia ficado em Aleppo devastado pela guerra para alimentar gatos abandonados.
Alaa Aljaleel era eletricista, motorista de ambulância e socorrista. Aleppo estava no meio de uma guerra civil com bombardeios diários. Muitas pessoas deixaram a cidade e seus animais de estimação.
Com a colaboração de apoiadores foi formada uma página no Facebook e um pequeno terreno foi alugado que ficou conhecido como Santuário do Ernesto, em homenagem a um querido gato.
Alaa continuou com seu trabalho de ambulância nas zonas de guerra oferecendo aos gatos comida e tratamento básico de primeiros socorros. No auge da guerra, o abrigo alimentava cerca de 100 gatos, alguns cães e ajudava a população local. Um playground foi construído para as crianças. À medida que a guerra aumentava, o grupo continuou a doar e ajudar as crianças e residentes locais com água e alimentos.
Vejam isso que tragédia: bombardeios e assalto
Em novembro de 2016, o santuário foi bombardeado e muitos gatos mortos. As tropas lutavam nas ruas. Alaa juntou o máximo de gatos que pôde e mudou-se para o que considerou uma área mais segura. Poucos dias depois, bombas de cloro foram lançadas nesta área e quase todos os gatos foram mortos novamente.
A população de Aleppo foi forçada a deixar suas casas e evacuada à força para a fronteira. Alaa e seu gato Ernesto entre eles.
Um imóvel foi alugado com doação de dinheiro. As portas foram abertas para gatos feridos e outro playground foi aberto para as crianças.
O santuário sempre chamou a atenção da mídia e a localização divulgada em uma matéria. Pouco depois houve o assalto. A clínica veterinária foi destruída e foram levados laptops, máquinas e remédios.
Em abril de 2019 nova mudança de local e um novo nome "Ernesto`s Paradise" com espaçoi suficiente para os mais de 170 gatos .Um terreno também foi alugado e se tornou o lar de Bibers, o cavalo, Dodo, o burro, vários cães, coelhos, galinhas, raposas e pássaros. Mas essa área também foi tomada pela guerra e outras realocações foram necessárias.
Ainda em 2019, o "Ernesto" abriu uma clínica veterinária gratuita na cidade oferecendo também vacinação e esterilização.
De lá para cá, Alaa já precisou desocupar de novo o santuário quando a guerra tomou conta da área. Ele se mudou e continua com seu trabalho usando terapia com animais de estimação para ajudar crianças em traumas e resgatando gatos.
"A equipe do Ernesto`s Paradise agora emprega 13 pessoas, mas permanece em uma zona de guerra e bombardeios e combates ainda acontecem, mas continuamos em nossa missão de melhorar a vida das vítimas esquecidas da guerra, os animais da Síria. Dependemos totalmente de doações", diz Alaa.
Para conhecer e apoiar esse trabalho tão único e importante acesse o site AQUI
O Facebook do Ernesto Paradise tem muitos videos lindos com os gatinhos e outros animais. Basta acessar AQUI ou o Instagram @TheAleppoCatMen