Dá pra acreditar? Teatro, dança, música, exposição... até jantar às
escuras (para testar outros sentidos)... tudo isso dentro de um casarão
antigo no bairro do Ipiranga (Rua Bom Pastor 709 - a mesma do Sesc
Ipiranga). Uma iniciativa cultural ADORÁVEL chamada "É Logo ali"! Vejam a
programação riquíssima:
No mês de junho, e
durante a reforma parcial da unidade, o Sesc Ipiranga abre as portas de um
casarão especialmente ambientado para receber uma série de intervenções e
performances ligadas a literatura, dança, artes visuais, artemídia, e teatro.
Em uma mescla de linguagens, a ocupação artística da antiga casa reúne
produções de artistas e coletivos nacionais e internacionais vinculados às mais
diversas formas de expressão.
O espaço
funcionará de quinta a sábado, das 15 às 22 horas, domingos e feriados das 12
às 19 horas, e fica a poucos metros do Sesc, justificando o nome do projeto.
Todos os cômodos da casa foram ocupados, ambientados e adequados para o uso,
preservando em detalhes a memória do local. A sala de estar foi transformada em
uma área de convivência, a junção de três salas dará lugar ao Salão de Visitas, um espaço para
experimentações e performances de teatro e dança. A cozinha também receberá
programações especiais. Mesas e cadeiras serão dispostas pelo jardim, que recebeu
uma instalação com pallets de madeira, tomando desde a fachada da casa até os
fundos, onde um galpão devidamente adaptado também será usado para apresentações
cênicas. As oficinas de artes acontecerão na antiga edícula, ao lado da
garagem, transformada em um espaço lúdico, onde se concentrará a programação
para crianças.
Duas Memórias
A CASA É NOSSO CANTO NO
MUNDO
Segundo
a coordenadora de programação do Sesc Ipiranga, Roberta Lobo, as atividades
buscam ressaltar a poética do espaço, defendida pelo filósofo e poeta francês Gaston
Bachelard, e trazer direta ou indiretamente o imaginário gerado pela
representação da “casa” enquanto local da intimidade, do aconchego, da memória
e do privado. “Na trama anônima das cidades, a ‘casa’ é verdadeiramente um
canto no mundo. O porão, os quartos, as passagens, os armários, as gavetas, os
cofres, as fendas desenham o íntimo dos seus habitantes, revelando sentimentos
e lembranças”, explica ele.
Grupo XIX de Teatro
A
casa disponibilizará ao público possibilidades variadas de contato com o
processo criativo, envolvendo-o em diversas narrativas – sejam elas contadas,
encenadas, performadas, vistas ou
sentidas – acerca dos simbolismos ligados à poética do espaço. Performers
caminharão pela casa, observando seus limites e suas arestas, intervindo nas diversas
camadas de memória e criando poéticas que se complementarão e dialogarão com os
seus espaços. Instalações imersivas alterarão a espacialidade física do local,
gerando um “não-lugar”. Dramaturgos abrirão seus processos de criação,
revelando alguns dos aspectos envolvidos na construção dos espetáculos. Atores
e escritores farão leituras de narrativas construídas a partir de imagens
oníricas e de memória, trazendo um pouco a poética de uma “casa”.
Eduardo Fukushima - Homem Torto
OCUPAÇÃO CASARÃO
O
projeto É LOGO ALI traz em seu primeiro
mês uma programação especial que apresentará diversas possibilidades de
ocupação artística, apresentando a casa como um grande laboratório de
experiências estéticas.
Entre
os espetáculos e performances de dança, destacam-se Estudos para lugar nenhum, de Vera Sala, Homem torto / Estudo #4, com Eduardo Fukushima, e Duas Memórias, dirigido por Alex Ratton
Sanchez.
Caibo-me
A
música estará representada inicialmente pela instalação Ambiente Ubíquo, do pesquisador e compositor brasileiro de música
contemporânea experimental Wilson Sukorski. Performances de artemídia também
terão espaço na casa com destaque para Caibo-me?,
com a artista plástica paulistana Mariana Piza e direção corporal de Letícia
Sekito, e Rente, de Mirella Brandi e
Muepetmo.
Os
espetáculos de teatro contam com Cenas
para usar luvas, do grupo 6dois da Escola de Arte Dramática da USP,
dirigido por Luiz Fernando Marques, Amor
de Improviso, da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, com direção de Marcelo
Lazzaratto, e o monólogo Chacal – Uma
História à Margem, interpretado pelo próprio poeta e dirigido por Alex
Cassal.
Lição de Coisas
O aclamado Grupo XIX de Teatro preparou, especialmente para a casa, a
intervenção Poéticas para o espaço, baseada
nos conceitos de Bachelard, que permeiam todo o projeto É Logo Ali. Além das apresentações, o público poderá descobrir como
é processo de criação teatral, compartilhado por dramaturgos, diretores e
atores na INCUBADORA, que recebe a
oficina Criação e confissão dramatúrgica,
com o diretor Pedro Granato e a atriz Paula Cohen. Ambos apresentam também o
ensaio aberto do espetáculo As lágrimas
quentes de amor que só meu secador sabe enxugar.
Em Busca de Poéticas
Perdidas abre a
programação de literatura, com narrativas inéditas de Andrea del Fuego, Carol
Bensimon, João Anzanello Carrascoza, Joca Reiners Terron, Ivana Arruda Leite e
Luiz Ruffato, escritas especialmente para o projeto e espalhadas pelos móveis,
cantos e cômodos da casa. A Cozinha da
Doidivana é outro destaque. Nela, a escritora e socióloga Ivana Arruda
Leite recebe um convidado para conversar sobre literatura enquanto cozinha. No
cardápio de junho, o escritor Rodrigo Lacerda. Já na vivência Jantar às Escuras, o público será
convidado a participar de uma experiência gastronômica que desperta os sentidos
e as novas formas de percepção.
Jantar às escuras
As
artes visuais estarão representadas pela exposição Lição de Coisas, de Nydia Negromonte, e as oficinas Ateliê livre de Mosaico, Toy Art Costurado
à Mão e Oficina de Ilustração
para crianças.
Entre
uma programação e outra, algumas visitas ilustres aparecerão pela casa, no
projeto intitulado ENCONTROS DEFINITIVOS.
Importantes pensadores, artistas e criadores das artes contemporâneas proporcionarão
um encontro inusitado com o público presente no casarão. Tendo como foco a
palavra, os nomes dessas personalidades não serão divulgados. Fora data e
horário, todo o restante é surpresa.
Para
roteiro:
É LOGO ALI. Rua Bom Pastor, 709, Ipiranga. A
partir de 06/06. Quinta a sábado, das 15h às 22h. Domingo e feriado, das 12h às
19h.
SESC IPIRANGA. Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga.
Telefone: (11) 3340-2000. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – De
terça a sexta das 12 às 21 horas, sábado das 10 às 21h30 e domingo e feriado
das 10 às 18 horas. Não há estacionamento. www.sescsp.org.br.