segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Obras de arte da natureza prontas para adoção e em belíssimas fotos


Nina, Pitty, Vaquinha e Bonny nasceram no apartamento do fotógrafo Michael Hans. A mãe já tinha sido acolhida e em seguida vieram os filhotes. A especialidade de Hans é retrato e fotoarte sensual, mas ele faz muitas imagens lindas dos gatos que cruzam seu caminho e alguns das redondezas onde mora, em São José do Rio Preto, no Interior de SP.

Quanto aos quatro gatinhos que agora estão com dois meses, o fotógrafo está doando e o contato é seu facebook que pode ser acessado clicando AQUI

"Eles já comem ração, usam caixa de areia e reagem ao nome. O Vaquinha já vem quando não está brincando com as irmãs. Todos sem parasitas ou outro problema de saúde. Estão na fase de mudança de cor dos olhos. Sapatos são vitimas preferidas deles e os chinelos eles arrastram um, só um, para algum outro lugar, tipo para baixo do sofá. Devem ficar rindo quando ando pela casa procurando rsrs", conta.

Aliás, outras fotos belíssimas de animais de Hans já fizeram parte da matéria "Os gatos são muito expressivos e até Darwin notou isso" nesse blog. Acesse AQUI para ver.

No facebook Hans também conta as peripécias do quarteto por meio de fotos. Confira algumas:






Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista e escritora, consultora da @BuscaCats 😻e fundadora da Editora www.miaubookecia 🐶🐱



sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Curso Auxiliar Veterinário pode ser bem interessante para protetores de animais


Quem tem um bichinho sabe como custa caro manter sua saúde em dia. Mas quem tem vários animais resgatados muitas vezes entra em desespero porque nem sempre é possível recorrer a um hospital veterinário público. Além disso, alguns procedimentos mais simples como curativos e medição da temperatura poderiam ser realizados pelo próprio tutor, isto é, se ele estivesse treinado para isso.

Por isso, um curso de Auxiliar Veterinário pode ser uma opção bem interessante para que o protetor de animais ou tutor de vários cães e gatos possa ter uma renda e, ao mesmo tempo, dar uma assistência emergencial ou atendimento médico mais rotineiro para seus bichinhos.

Na Doctors Clínica a parte prática do curso é realizada com os pacientes "reais" do próprio consultório ou com os bichinhos dos alunos que estiverem necessitados de atendimento médico.

Tem uma turma começando no dia 19 de setembro com inscrições até o dia 10, com duração de 6 meses. Mais informações abaixo:





Foto de abertura: Pixabay Free

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

A Amizade é Tudo na série "The Last Kingdom" da Netflix. Ou será que o Destino é Tudo?!



Eu me encantei com a série "The Last Kingdom", da Netflix, apesar de não gostar de filmes muito violentos. Todos sabem: filme sobre Vikings é sempre um festival de cabeças rolando porque na Era Viking os homens praticamente viviam para matar e morrer. Cortar pescoços era hábito tanto de pagãos quanto de cristãos.

Mas nessa série baseada nas "Crônicas Saxônicas" de Bernard Cornwell, que conta a vida do guerreiro Uhtred Ragnarsson, nascido em lar saxão/cristão, mas criado entre pagãos, o que mais me chamou a atenção e fez assistir cinco temporadas foi a AMIZADE entre os personagens. Eles se protegem mutuamente de uma forma tão intensa (e linda de ver) que é impossível a gente não se envolver emocionalmente.

Friendship is everything: Uhtred, Finan and Sihtric

O último capítulo, curiosamente, foi extraído para um formato de longa-metragem chamado "The Last Kingdom - Seven Kings Must Die"  (O Último Reino - Sete Reis Devem Morrer) permitindo que mesmo quem não acompanhou a série assistisse. E foi isso que aconteceu comigo.

Vi primeiro, por curiosidade, o longa-metragem assim que entrou como lançamento na Netflix em julho passado. E fiquei tão apaixonada pelo Uhtred (como certamente milhões de pessoas ficaram) que resolvi assistir a série. Devorei cada capítulo fechando os olhos nas cenas mais bárbaras.


Depois de ver as cinco temporadas, revi o capítulo final que teve então um sabor muito mais especial porque daí já sabia quem era quem na trama. Fiquei muito feliz que Uhtred (Alexander Dreymon) e seus dois mais fiéis amigos Finan ou O Irlandês ( Mark Rowley) e Sihtric (Arnas Fedaravicius) chegaram juntos as cenas finais. 


Friendship is everything: Finan, Uhtred and Sihtric

E a última cena do último capítulo (Seven Kings Must Die) foi simplesmente MARAVILHOSA porque pude entender, vendo o filme pela segunda vez, o que se passou com Uhtred e o que significava a cena derradeira.

Uhtred passa por muitas conquistas e perdas. Ele inicia cada capítulo dizendo a frase na qual ele mais acredita: Fate is Everything ou "O Destino é Tudo!". Isso porque, muitas vezes, por mais que ele se esforce as coisas não saem como ele deseja. Noutras ocasiões a solução cai em suas mãos inesperadamente.

Mas todo o roteiro da série, mesmo que não tenha sido intenção do autor ou do diretor, reforça que na verdade "A Amizade é Tudo"  "Friendship is everything" e ela molda muito do nosso destino.

Uhtred e a religiosa Hild (Eva Birthistle)


Friendship is everything: Uhtred and Beocca (Ian Hart)

Tinha Gatos na Era Viking?


Pintura de Chris Nolan

Sim!!! É o que revelou uma pesquisa de 2016 do Instituto francês Jacques Morod  ao encontrar vários esqueletos de gatos em vilas vikings e também em portos usados  pelos guerreiros da época. Os gatos certamente protegiam as colheitas dos ratos, possivelmente eram levados em navios maiores para proteger suplementos, mas também deviam habitar as tendas dos vikings. Gatos peludos talvez virassem casacos peludos.


Por ser um estudo relativamente recente não vamos ver gatinhos circulando pelos cenários dos filmes que tratam dos vikings. Vamos ver cavalos, porcos, javalis, carneiros, cabras, galinhas e muito raramente um cachorro ou outro. Gato nunca.

Porém, uma das deusas mais apreciadas pelos vikings foi a Freija (Freya) que usava carruagem puxada por dois gatos grandes. Era a deusa da fertilidade, da cura e recomendava que as noivas acariciassem um gato para ter sorte no casamento. 


Ou seja, tinha gato vivendo entre os vikings. Tomara que os próximos filmes retratem isso!

Eu exploro melhor esse assunto na matéria "Se hoje você tem um gato amado em casa... agradeças aos vikings" acessando AQUI

Alexandre Dreymon e gatinha do set de filmagem

Alexandre Dreymon, que interpreta Uhtred, tem em seu instagram um post/video de uma gatinha que apareceu no set de filmagem. 

Vejam o post clicando AQUI e o que ele diz sobre a gatinha logo abaixo:

 “CC é a mascote do nosso set. Ela era uma vagabunda mas agora ela faz parte da família TLK (The Last Kingdom). Ela gosta de dormir... abraçar... abraçar enquanto ela dorme... e dormir sendo abraçada. Ela finge estar apaixonada por mim, mas sério, qualquer colo serve. Se você assistir a 5ª temporada com cuidado, poderá vê-la desmaiada em algum lugar no final de uma cena".

Alexander Uhtred, PLEASE... ✋✋✋

Where can we, the gateiras of Brazil, see this kitten? Which season five chapter? Was she adopted?

Onde nós, gateiras do Brasil, podemos ver essa gatinha? Qual capítulo da quinta temporada? Ela foi adotada?

Fotos: Divulgação

Texto e Pesquisa: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista e escritora, consultora da @buscacats e fundadora da Editora www.miaubookecia.com





domingo, 6 de agosto de 2023

Animação Gatos no Museu se baseia em gatos reais do Museu de Hermitage na Rússia


Estreia dia 10 nos cinemas a animação "Os Gatos no Museu" que é diversão garantida tanto para crianças quanto para adultos destacando-se as "gateiras". Com um roteiro muito bem feito e entrelaçado na história real do Museu de Hermitage na Rússia, o filme encanta do começo ao fim.

No enredo, Vincent é um gatinho laranja e de olhos azuis que, ainda quando filhote, foi parar numa ilha deserta onde conseguiu um único amigo: um rato fanático por roer obras de arte. Quando o castelo onde vivem desaba, os dois são involuntariamente levados para São Petersburgo, exatamente para os porões do Hermitage. 


Lá eles se deparam com um grupo de gatos que são guardiões do Museu. A  missão deles, claro, é caçar ratos protegendo os quadros de roedores. Assim, Vincente precisa se tornar um guardião e, ao mesmo tempo, proteger seu amigo rato. Imaginaram a confusão?!

Vejam o trailer:


Os gatos do Hermitage EXISTEM!

Quem tiver curiosidade de saber sobre os felinos do Museu russo pode encontrar muitas páginas no Google sobre eles com fotos e vídeos. Uma que recomendo é a da Russia Beyond que pode ser acessada AQUI. Mas aqui já faço um resumo. 


A primeira "madrinha" dos gatos do Hermitage  foi a Imperatriz Isabel Petrovna que em 1745 pediu a soltura de 30 gatos em seu palácio para proteger galerias de arte dos ratos. Substâncias químicas já tinham sido usadas contra os ratos sem sucesso, mas os gatos funcionaram bem.

Mais tarde veio a Segunda Guerra detonando o Hermitage e seus porões que se encheram de ratos famintos. Os gatos, no período de guerra, não duraram muito morrendo de fome ou sendo comidos pelas pessoas que também lutavam pela sobrevivência.


A partir de 1943 várias cidades russas começaram a enviar gatos para a região do Hermitage e fala-se, inclusive, de um trem com 5 mil gatos que desembarcou os felinos em Leningrado. Boa parte dos ratos foi caçada e outra se refugiou para nunca mais pisar no Museu.


Os descendentes desses gatos continuam no Museu de Hermitagem até hoje os visitantes fazem questão de fazer selfies com eles. Tem um video bem interessante que mostra os porões onde os gatos dormem ou restabelecem a saúde e também tem cenas dos gatos que perambulam por dentro do Museu para o deleite dos turistas.

Veja m o vídeo dos gatos que moram no Museu de Hermitage:


Texto e pesquisa: Fátima Chu🌎Ecco jornalista e escritora, consultora da @buscacats 😻e fundadora da editora www.miaubookecia.com  🐶🐱


sábado, 5 de agosto de 2023

Guardiões da Galáxia 3 : obra-prima dos direitos dos animais. Excelente!

Valeu a pena viver só para assistir "Guardiões da Galáxia 3" que acaba de chegar à Disney Plus (streaming). Quem ama e defende os animais vai concordar comigo. A PETA chamou o filme de "obra-prima dos direitos animais". De fato, tem um momento do filme que dá vontade de levantar do sofá e aplaudir de pé (revelo que cena é essa no final do texto porque é spoiler).

O filme é bom do começo ao fim embalado por uma trilha sonora perfeita. Até hoje, na minha opinião, o melhor filme da Marvel tinha sido "Pantera Negra" por conta da história, figurino... enfim, tudo! Mas os Guardiões 3 é imbatível!

Resgata o passado do personagem Rocket: um guaxinim (racoon em inglês) que foi cobaia de laboratório desde filhote junto com outros animais. Quem acompanha os filmes da Marvel sabe que Rocket pilota a nave tripulada pelos Guardiões (personagens de várias espécies com superpoderes).

A emocionante história do Rocket é exemplo do que os humanos conseguem fazer de pior com outros animais. Sabemos que eles são escravizados e torturados de diversas formas pelo homem, mas a vivissecção, que é o uso deles em experiências médicas, cosméticas e científicas, é a mais longa e cruel forma de exploração porque estende o sofrimento por meses e até anos. 

E grande parte das cobaias são filhotes.

Rocket sobreviveu a esse inferno e agora conta com a ajuda de seus amigos para salvar outras criaturas inocentes exploradas para se criar a Contra-Terra: um mundo onde seres híbridos de humanos com animais poderiam desenvolver uma sociedade pacífica.

Vejam o trailer:

O diretor James Gunn mencionou em entrevistas que era seu desejo fazer um filme com uma mensagem em defesa dos animais e olha... nos Guardiões 3 ele acertou a mão. 

O filme é muito BOM messsmo. Inclusive também tem uma cadelinha adorável!

Vejam o que a PETA disse ao jornal Independent 

“Através do Rocket, James Gunn colocou um rosto, um nome e uma personalidade nos milhões de animais que passaram por laboratórios enquanto conversavam”, disse a vice-presidente sênior da Peta, Lisa Lange, em comunicado divulgado em 8 de maio.

“Peta está comemorando este como o melhor filme de direitos dos animais do ano por ajudar o público a ver os animais como indivíduos e sugerir que só porque podemos fazer experiências com eles não significa que devemos ”.

À propósito: nos letreiros finais do filme a Humane Society International atesta que nenhum animal foi submetido a maus-tratos nas gravações... bom... mesmo porque, a maioria é computação gráfica como o próprio Rocket.

E atenção: quem não está acostumado aos filmes da Marvel corre o risco de não ver cenas bem interessantes após os letreiros finais. Normalmente os filmes dessa franquia têm duas inserções de cenas entre os letreiros. Em Guardiões da Galáxia 3, as 2 inserções finais são muito legais.

 A gente fica FELIZ com esse filme.

Veja cenas e bastidores do filme no instagram do diretor James Gunn acessando AQUI

Mas que cena é essa que dá vontade de aplaudir de pé?

SPOILER✋✋✋

Quase no final do filme quando todas as cobaias são libertadas incluindo crianças e filhotes, a cena é genial... realmente fantástica... dá vontade de rir e chorar ao mesmo tempo.

Texto: Fátima ChuEcco, jornalista e escritora que sonha com um mundo sem cobaias

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Do Inferno ao Paraíso: como vivem hoje Huru e Ting Ting resgatados de matadouro da China?


Esses dois gatinhos estavam juntos num matadouro chinês em 2015 quando foram salvos graças a uma ação muito delicada e rápida da HSI- Humane Society International. O Dr. Peter J. Li, integrante da equipe, contou como aconteceu o dramático resgate. Pouco antes, a foto acima, de Huru se agarrando as grades do matadouro, já tinha rodado e comovido o mundo.


“A decisão de uma fração de segundo que tive que tomar um dia em um imundo matadouro Yulin encharcado de sangue em 2015, vai me assombrar pelo resto da minha vida. Tive a oportunidade de salvar dois cães e dois gatos de serem assassinados, mas parecia uma escolha impossível. Então vi o gato branco e preto esfarrapado escalando a parede da gaiola. A cada passo, ele miava mais alto, como se estivesse implorando comigo para tirá-lo de lá”.

Dr Peter Li após salvar Huru e Ting Ting

Ao observar o matadouro, o Dr. Li também notou a presença de um gato amarelo que parecia seguir Huru. Calculou que podiam ser companheiros ou talvez tivessem vindo do mesmo lugar. Por isso resolveu salvar ambos:

“Huru escapou da morte prevista para o dia seguinte. Ele tinha um cheiro horrível e estava visivelmente desidratado. Não havia nada em seus olhos além de tristeza. A coleira ainda ao redor de seu pescoço era prova de que ele vinha de um lar amoroso ou tinha sido um gato de rua cuidado por amantes de gatos da vizinhança. Eu estava exultante por ter conseguido colocá-los para fora, mas com o coração partido para com os outros que tiveram de ficar”.


ONDE HURU VIVE? Vejam o vídeo atual dele (2023):


Eu conversei com a adotante de Huru, Jane Sawtell-Fearm, que contou como o gatinho está hoje, vivendo ao lado de seus irmãos felinos no Reino Unido: 

"Huru está bem, graças a Deus, já que não é mais jovem - às vezes ele é muito animado! Ele ainda é muito próximo de Basil (que teve que remover a perna devido a um sarcoma), mas também tem um novo amigo, Chaaim, que adotamos da Soi Dog Foundation, na Tailândia".


"Chaaim não foi resgatado do comércio de carne até onde eu sei, mas estava com as patas traseiras quebradas. Parece que foi um ato deliberado de crueldade. Chaaim e Huru são amigos firmes agora", continua.


Nessa foto em sua rede social Jane comenta:

"Huru aproveitando o sol na árvore. Como sempre, em certa época do ano, meus pensamentos se voltam para Yulin, na China, e para os pobres cães e gatos que sofrerão tanto durante semanas. Penso na família chinesa de Huru, que nunca deve ter sabido o que aconteceu com ele (ele estava usando uma coleira quando foi resgatado por Peter J. Li do matadouro)". 


Embora o festival de carne de cachorro e gato persista na China,  a HSI acredita que cada vez mais os comerciantes e população local rejeitam o evento:

“Eu visitei muitos matadouros de cães e gatos na China em minha função na Humane Society International, que visa proteger animais do mundo inteiro de sofrimentos, já que milhões de cães e gatos são mortos anualmente em todo o país para o comércio de carne. São na sua maioria roubados de suas casas e ainda usam coleiras quando são amontoados em caminhões e transportados durante dias sem comida ou água para o matadouro. Quando chegam ao destino, muitos já morreram de asfixia ou desidratação. Eles são os sortudos. O que aguarda os sobreviventes é de partir o coração”.

E o que houve com Ting Ting, resgatado com Huru?


O destino de  Ting Ting se firmou do outro lado do oceano, nos Estados Unidos. "Eles podem ter sido roubados da mesma casa. É lindo saber que está feliz em seu lar adotivo. Gostaria que eles pudessem se encontrar novamente, mas talvez não seja possível agora que estão em continentes diferentes", diz o Dr Li.



Ele está assim agora:






Pesquisa, entrevista e textos: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista e escritora, consultora da @buscacats e fundadora da editora www.miaubookecia.com







quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Por que muitos animais perdidos microchipados nunca voltam para casa no Brasil?


Se você pensa que microchipar seu cachorro ou gato garantirá que ele volte para você no caso dele se perder ... atenção ✋... leia essa matéria. O microchip aumenta "um pouco" as chances do tutor ser localizado, mas para realmente ser eficiente teria que existir um banco unificado de dados - o que não ocorre no Brasil.

Assim, caso um animal doméstico perdido nas ruas seja resgatado e levado a um veterinário que possui leitor de microchip, apenas será conseguido o número do microchip dele. Só isso. Depois será necessário descobrir onde aquele microchip foi cadastrado: pode ter sido no centro de zoonoses da cidade ou em qualquer um dos inúmeros bancos de dados espalhados pelo país.

Muita gente até procura em diversos bancos e não encontra, o que torna o microchip daquele animal totalmente inútil para que ele retorne a sua família. 

Muitos já devem ter ouvido falar de casos em que o cachorro ou gato conseguiu voltar para casa "anos" depois de perdido por meio do microchip. Mas repare onde ocorrem esses casos: são em países onde existe banco unificado de dados.

A Associação Americana de Médicos Veterinários (AVMA), por exemplo,  fez um estudo com mais de 7.700 animais de abrigos dos EUA e constatou que 52% dos que tinham microchip, com dados atualizados no banco unificado daquele país, voltaram para casa.

Gigi e Ronny

A artista plástica Karina Polycarpo, brasileira que mora na África do Sul, é tutora dos dois cachorrinhos, Ronny e Gigi, que ilustram essa matéria. Ambos microchipados num sistema nacional de dados. 

Vejam a experiência que ela teve com um cachorro perdido:

"São poucos cães que vemos nas ruas porque aqui é obrigado a microchipar. Então, quando a gente vê um cão meio desnorteado sozinho já sabemos que deve estar perdido.  Levei um cachorro perdido no meu bairro numa clínica próxima. A veterinária verificou o microchip e já teve acesso aos dados dos tutores. A própria clínica entrou em contato e deixou o animal aguardando por sua família numa sala. Eu nem precisei ficar com ele até seus tutores buscarem".

Atualmente, no Brasil, alguns convênios de saúde pet exigem microchipagem em sua rede credenciada, mas se o animal se perder, os dados dos tutores só poderão ser acessados se ele for levado numa dessas clínicas. Caso contrário será necessário pesquisar em vários bancos de dados até achar o cadastro.


Você pode mudar essa situação

Pensando na ineficiência da microchipagem no Brasil, o Sindimvet - Sindicato dos Médicos Veterinários de SP, com apoio do CRMV - Conselho Regional de Médicos Veterinários de SP e do Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio de Janeiro, está pedindo aos tutores e amantes de animais que apoiem, por meio de votação online, a "ideia legislativa" de um banco de dados "nacional" que reúna os microchips de todos os animais do país.

"Se houver um apoio generalizado da população em favor de um banco de dados unificado, os legisladores podem se sentir inclinados a atender essa demanda. É importante envolver a sociedade civil, organizações de proteção animal e os próprios cidadãos na discussão desse assunto e mostrar o apoio público à proposta", diz Robson Léporo, presidente do Sindimvet e da instituição Santa Causa da Misericórdia Animal.

"Os benefícios do sistema de banco de dados unificado incluem: rastreamento e identificação mais eficientes de animais perdidos ou roubados, facilidade de localizar os tutores legítimos, promoção da posse responsável, melhoria da segurança pública reduzindo o comércio ilegal de animais e ajudando a combater maus-tratos, planejamento mais eficiente de recursos e serviços relacionados a animais de estimação, dentre outros", explica Léporo.


Ele cita alguns países:"O Reino Unido possui um sistema chamado Petlog, que é o maior banco de dados de animais de estimação do país. Facilita a identificação e o retorno de animais perdidos aos seus proprietários, além de ajudar no controle de doenças e na promoção da posse responsável.  Na Austrália, o National Pet Register também é um banco de dados nacional. A Suécia possui o banco de dados centralizado chamado DjurID".

AJUDE o Brasil a ter um banco de dados nacional apoiando a ideia legislativa no portal e-Cidadania AQUI 

Mas atenção: antes é preciso se cadastrar no site. É simples e rápido. 

Nem todo animal na rua é animal abandonado

São 30 milhões de animais nas ruas do Brasil segundo estatística da OMS – Organização Mundial de Saúde, sendo aproximadamente 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Mas nem todos nasceram nas ruas.  Na verdade, boa parte deles foi abandonada ou se perdeu e nunca mais foi encontrada pelos tutores.

Outro levantamento, do Instituto Pet Brasil (IPB), aponta que 3,9 milhões de animais do país vivem em condição de vulnerabilidade (ACV). Isso quer dizer que estão sob o cuidado de famílias abaixo da linha da pobreza ou vivem soltos nas ruas, mas são atendidos de alguma forma por protetores e ONGs. E entre esses também estão cães e gatos que um dia se perderam de suas famílias.

As colônias de gatos, por exemplo, muito comuns, especialmente em parques, praças e terrenos baldios, geralmente também abrigam felinos que não conseguiram encontrar o caminho de volta para casa. 

Muitos cães e gatos mantidos em abrigos municipais e de ONGs, às vezes durante longos anos, na verdade se perderam e nunca mais foram achados pelos tutores. Por isso, a microchipagem pode ser vista também como um ato de amor, que visa maior segurança do animal e aumenta muito as chances de um feliz reencontro caso o bichinho se perca, DESDE que tenhamos um banco de dados unificado.

SUGESTÃO 🐶🐱: 

No site www.abrachip.com.br vc pode cadastrar GRATUITAMENTE o microchip de seu cachorro ou gato, de qualquer lugar do país, e colocar dados dele, fotos e seus contatos. Já tem mais de 700 mil cadastros. É uma opção enquanto não temos um banco nacional onde todas as prefeituras e clínicas particulares cadastrem os animais.

Entenda como funciona a microchipagem

Consiste na implantação de um dispositivo eletrônico subcutâneo do tamanho de um grão de arroz no dorso do animal. O método utiliza um aplicador especial e é indolor. O microchip não precisa de nenhum tipo de recarga e nem ser substituído de tempos em tempos (dura toda a vida), não tem restrição por idade ou condição de saúde, e não provoca alergias ou desconforto.

A microchipagem gera um número que o tutor, em seguida, cadastra em bancos de dados da sua preferência, com informações sobre o animal como idade, registro de vacinas, histórico de doenças e medicações. 

Pesquisa e texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista, escritora, consultora da @buscacats e fundadora da editora @miaubookecia