quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
SÉRIE SEM VOLTA É GENIAL E ELETRIZANTE
Muita emoção na série exibida na Record às 22h30 e que termina na próxima sexta, dia 20. O roteiro é fascinante, forte, envolvente. O elenco é excelente. O cenário de te tirar o fôlego. É uma série cinematográfica - não é à toa que obteve patrocínio da Ancine. Cada um dos personagens está perfeito. A história é muito, mas muito interessante. Tudo de máximo profissionalismo. Mas ainda existe um preconceito com relação à Record e muita gente deixa de assistir um trabalho de excelente nível como esse apenas porque passa na emissora evangélica.
Percebi isso ao comentar com alumas pessoas minha empolgação com a série. Mas a maioria não quis nem saber. Logo encerrou o papo dizendo que não assiste novela da Record. Ainda que exista bastante gente intolerante à religião evangélica, que culpa têm os atores, diretores e roteiristas? E essas pessoas criticam sem nem sequer assistirem um capítulo. Puro preconceito.
Não sou evangélica, mas de uns tempos para cá me dei a oportunidade de experimentar produções da Record e me encantei. É um show de talento, cenários, figurino, beleza... e com temas que até então a gente não via na TV. A série Sem Volta que, aliás, também tem excelente sonoplastia, é uma espécie de reality show na selva recheado de emoções fortes. A gente vive o desespero pela sobrevivência junto com os atores.... e se questiona: como agiríamos no mesmo lugar deles?
O personagem Solis, que de matador se torna salvador da pátria, é um espetáculo de interpretação. Sua ambiguidade e transformação durante a dura experiência com o grupo de montanhistas é um elemento fascinante na trama. Mas confesso que algumas cenas, fora do Pico da Agulha onde os personagens se perdem, me causaram desconforto. Em particular a do bebezinho recebendo uma mamadeira com cocaína. Aquilo doeu na alma. Inimaginável alguém fazer uma coisa dessas com um bebê. E acho que deveriam ter mostrado algum tipo de salvamento da criança. Foi muito angustiante ver o bebê diante dos pais mortos e com uma mamadeira de coca. Essa é a única cena que eu ão gostei de ver. Mas no geral, que roteiro brilhante. Essa série merece um prêmio!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
FIM DOS TESTES DE ANIMAIS PARA COSMÉTICOS
É sobre isso que trata a matéria especial da revista Vegetarianos de Janeiro. Mostra que a sociedade e muitos pesquisadores já entendem que, além das razões óbvias e éticas, o modelo animal é menos seguro e eficiente que os métodos substitutivos. Aliás... o correto, para quem deseja a abolição animal, é usar o termo substitutivo e não alternativo. O método substitutivo não usa animais e nem ingredientes de origem animal em nenhuma etapa da experimentação... não refina nem reduz o numero de animais... simplesmente não usa animais.
Na mesma matéria fala-se da Lei 15.316, do deputado estadual Feliciano Filho, que proíbe em SP os testes em animais na indústria de cosméticos e produtos de limpeza. Um avanço que já está sendo copiado em outros Estados. A vivissecção é, sem sombra de dúvida, uma das piores atrocidades contra os animais. É um sofrimento contínuo, longo... uma insensatez.
Mas se vários países já entenderam isso e estão impedindo tanto a produção com uso de animais quanto a compra de produtos testados em animais, ainda falta atualizar dois outros importantes eixos: abolir o uso de animais no ensino (o que já é perfeitamente possível graças a inúmeros novos métodos muito mais eficientes para o aprendizado) e na pesquisa científica (onde ainda resistem muitos pesquisadores adeptos da Velha Ciência, tradicionais e com pouca disposição para mudanças que só viriam a beneficiar os humanos).
Vejam a matéria:
O EGITO FOI UM INFERNO PARA OS GATOS
Segundo matéria da revista SuperInteressante, existe um engano ao pensarmos que o Antigo Egito foi um paraíso para os gatos, onde eram admirados e protegidos. A reportagem explica que eles eram sim admirados, mas criados para serem oferecidos aos deuses e isso chegou ao ponto de ser feito em escala industrial. Em um só templo foram encontradas 300 mil múmias felinas. Fazer múmia de gato era mais barato que fazer gato de bronze como oferenda aos deuses. Por isso, os gatos eram criados em espaços confinados e até filhotes viravam múmias. Grande parte das oferendas eram dirigidas à Deusa Bastet que tinha a cabeça de um gato. Essa matéria mostra que não existia nenhum glamour na vida do gato no Antigo Egito. Claro que muitos deles foram amados e protegidos, enfeitados com ouro e tinham uma vida de rei. Mas a grande maioria foi sacrificada para agradar a deuses. Abaixo trecho da matéria, realmente superinteressante, que fala disso.
GATOS EXÍMIOS CAÇADORES
A mesma matéria fala também sobre a destreza dos gatos em relação à caça. Bem... em se tratando do atual gato urbano, inserindo em casas desde pequenos, não dá pra dizer o mesmo. Os que vivem nas ruas, por uma questão de sobrevivência, até podem ser mais caçadores, mas os que vivem nos sofás dificilmente caçam alguma coisa sem ser grão de ração. Alguns deles até tentam pegar um mosquito ali, uma baratinha acolá... mas a chance de sucesso é pequena. Muitos gatos criados em casas com humanos sequer se interessam em caçar moscas. Outros não ligam para pombas ou passarinhos.
Caçar ou não caçar depende, hoje em dia, de índole muito mais que de instinto. Como nós, todos os animais evoluíram e o comportamento deles deixou de ser padrão há muito tempo.
Uns são exímios caçadores, mas outros totalmente desinteressados em caçar. Uns são mais arredios e outros supercomunicativos. Tem os tímidos e os supersociáveis. Tem gato que mia muito como forma de se expressar e outros que quase nunca miam. Isso porque são personalidades diferentes mesmo em se tratando de gatos da mesma raça e até mesmo criados sob o mesmo teto e condições. Cada um é de um jeito. Isso é fato. E quem tem gatos sabe disso.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Histórias Inspiradoras: SALVOS DA CEIA DE NATAL
Nessa semana que antecede o Natal
alguns porquinhos ganharam uma segunda chance e a oportunidade de uma vida
livre. Uma denúncia feita ao deputado estadual
Feliciano Filho levou ao resgate, com a ajuda da polícia ambiental, de dois
porquinhos na área urbana de SP. Os animais já estão num lugar seguro.
“No domingo pela
manhã recebi uma denúncia gravíssima com imagens de um porco sendo morto com
requintes de crueldade! Após várias marretadas na cabeça, ele ainda se mexia
quando começaram a cortá-lo!!! Os seus gritos eram ensurdecedores!!! Doía na
alma ouvir um ser gritar de dor e desespero, pedindo socorro!!! Além de tamanha
crueldade, ainda fizeram tudo isto na frente de uma criança!”, conta o deputado.
Na quinta-feira mais uma
denúncia. Dessa vez a ONG Canto da Terra, de Santana (SP), também entrou em
contato com Feliciano Filho para salvar 15 porcos, incluindo uma mãe e seus
quatro filhotes, que estavam em uma casa aguardando o momento do abate. “Com
apoio do deputado e do CCZ de Guarulhos, os animais foram salvos a poucas horas
de serem mortos. Acreditamos na
transformação destas vidas. Vamos neste Natal celebrar a vida. Um momento de
prazer pelo paladar da carne na mesa são duas vidas perdidas. A primeira é a
vida de quem é comido e a segunda é de quem come. O primeiro vira cadáver e o
segundo vive sem compaixão”, declarou em seu facebook Magno Grilenzoni do Canto da Terra.
A gerente técnica do CCZ de
Guarulhos, Lúcia Matias Ley, enviou uma viatura ao abatedouro clandestino e,
depois do resgate, achou melhor manter os porquinhos no estabelecimento por
alguns dias, antes de serem levados para uma ONG no Interior paulista: “Os
porcos precisam de uma alimentação e instalação adequadas, então tratamos de criar
esse ambiente para que se restabeleçam e fiquem aptos para viajar. Receberão os primeiros cuidados como
desverminação, pulverização para parasitas e microchip”.
Feliciano Filho comemorou os dois
resgates: “É por isso que há mais de 17 anos só
participo de ceia de Natal e Ano Novo se for Vegetariana!”
O próximo passo da ONG Canto da
Terra (https://www.facebook.com/ongcantodaterra/?fref=ts)
é castrar os porcos – uma ação que contará com ajuda de veterinários
voluntários. Porém, a ONG pede ajuda para medicamentos e outros itens como: 15
fios nylon 0, 15 agulhas verdes, 15 agulhas rosas, - 15 pacotes grandes de gaze
estéril, 15 pacotes com 50 unidades de campo operatório, 15 bisturis estéril
número 22 ou 24, 5 litros de água oxigenada, 5 litros de álcool 70 e 5 litros
de iodo. Ajuda financeira pode ser feita pela Vakinha emergencial https://www.vakinha.com.br/vaquinha/transporte-dos-porquinhos-para-o-santuario
Dica de Leitura:
Não deixem de alugar o filme “A
Menina e o Porquinho”. Belíssima história para crianças e adultos que fala da
amizade entre uma garotinha e os animais da fazenda. O porquinho do filme é uma
criatura encantadora que fica amigo até mesmo da Dona Aranha do paiol. Um filme
adorável!
Nota da autora:
Foi justamente um Peru de Natal
que me motivou a deixar de comer carne por meio do livro “Cândido Urbano – O urubu
que queria ser gente”. Logo no começo da obra, o urubu Cândido se despede de
seu amigo Peru, pois, é época de Natal e ele será abatido paras as festas. O
livro mostra também o Peru se despedindo de sua família. Muito triste e
tocante. É um livro bem antigo e que li na adolescência. Valeu a pena!
Fátima ChuEcco
domingo, 11 de dezembro de 2016
O LEÃO BARTÔ E SEUS AMIGOS PRECISAM URGENTE DE UMA CASA NOVA. AJUDEM!
Bartô cresceu no Rancho. Foto: Biga Pessoa
Uma segunda campanha para construir as
moradias animais: A partir de R$ 10 o contribuinte ganha homenagem em placas a
serem colocadas no recinto dos grandes felinos, das aves e de outros animais
abrigados pelo Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos. E o colaborador ainda
pode escolher entre ter seu nome ou de outra pessoa e até mesmo de seu bichinho
eternizado na placa de agradecimento
O Santuário Ecológico Ranchos dos Gnomos, localizado em
Cotia (SP) e que atualmente abriga cerca de 200 animais entre selvagens,
silvestres, exóticos e domésticos, vítimas de tráfico, circo, queimadas,
desmatamentos, rinhas e abandono, já tem uma nova sede em Joanópolis (Interior
de SP) comprada com a arrecadação de uma campanha realizada em 2015. Embora a
campanha de financiamento coletivo tenha sido, até hoje, a maior em toda a
América Latina em número de colaboradores (15 mil), a arrecadação de R$ 1 milhão
não foi suficiente para também construir o recinto dos animais. O plano era
vender a sede antiga, mas isso ainda não foi possível e os animais continuam em
Cotia.
O propósito da primeira campanha era adquirir um terreno em
Gonçalves (MG), mas a negociação não deu certo. No entanto, parece que, por
outro lado, deu muito mais certo conseguir outro local. Uma incrível vibração positiva,
formada por todos aqueles que ajudaram e torceram pelo Rancho, fez com que o
casal vegano Marcos e Silvia Pompeu conseguisse um outro terreno que tem 172
mil metros quadrados e fica próximo à Serra da Mantiqueira. É um lugar
maravilhoso, com muito verde, bem afastado da cidade e repleto de animais
nativos, inclusive raros, como lobo guará e onça.
Bugio do Rancho. Foto: Biga Pessoa
Outra vantagem do lugar é que já tem estruturas construídas
para humanos. São várias casas de diversos tamanhos e, inclusive, com móveis
deixados pelos antigos donos, que podem abrigar os fundadores do Rancho, funcionários,
um centro veterinário e um espaço de quarentena para animais novos ou em tratamento.
As despesas, daqui para a frente, serão com o transporte e construção da
moradia dos animais. Porém, o Rancho só pode concretizar o sonho da nova sede
com mais uma ajuda de pessoas de todo o Brasil. Trata-se de uma nova e “corajosa
cruzada” que busca envolver um grande número de amantes de animais na campanha dirigida
pela empresa Kickante pelo link https://www.kickante.com.br/campanhas/santuario-animal-construindo-nosso-recinto
Recompensa
para toda a vida!
Dessa vez a recompensa é uma homenagem nas placas que
ficarão dispostas na entrada dos recintos de animais selvagens (há 18 grandes
felinos), silvestres, exóticos e domésticos, além de um especial para os idosos.
O nome do contribuinte será perpetuado nesse magnífico espaço dedicado a salvar
e preservar vidas. E isso a partir de uma participação mínima de R$ 10. Na nova
sede haverá também um platô com belíssima vista para a Serra da Mantiqueira com
as placas em homenagem aos contribuintes da primeira campanha.
Os primeiros inquilinos
Falar de Rancho dos Gnomos
é falar de incríveis surpresas. Duas delas já tem nome: Loba e João Pequeno
(vide fotos). Loba, que passava fome junto com o antigo tutor, foi “convidada”
a se mudar para o Rancho. E claro que ela topou! Basta olhar para Loba para
perceber o quanto ela está maravilhada com a nova vida e cercada de amor que
nunca tinha recebido antes.
Loba - uma segunda chance no Rancho
O caso de João Pequeno é
fantástico. Ele surgiu na estrada e
começou a correr atrás da camionete que Marcos dirigia. Marcos e Silvia notaram
pelo espelho retrovisor o esforço do cachorrinho em alcançá-los e pararam o
carro no acostamento. O cãozinho então, sem nenhum receio ou cerimônia, pulou
no colo de Marcos assim que ele abriu a porta. “Foi como se ele já nos
conhecesse ou soubesse que podíamos cuidar dele”, conta Silvia.
João Pequeno parece mesmo
ser “íntimo” do Rancho dos Gnomos. Rapidamente se adaptou ao lugar, recebe
sorridente todos os visitantes e acompanha Marcos e Silvia em suas tarefas pela
nova sede. Parece que conhece o casal há anos (ou de outra vida). Virou uma
espécie de “hostness” (encarregado da recepção e guia local). E vale frisar:
ele realmente sorri.
Marcos Pompeu e o sorridente João Pequeno
Nova
sede, novos cursos
Assim que a nova sede
estiver concluída, com todos os animais devidamente alojados em suas moradias,
projetadas para lhes dar qualidade de vida, o Rancho retomará sua grade de
cursos e o Programa de Ecovoluntariado. Os cursos terão temas como direitos
animais, alimentação vegana e permacultura, entre outros. O Ecovoluntariado
estará aberto para todos que quiserem
vivenciar o dia a dia de um santuário, trabalhando nas tarefas
cotidianas e ajudando a cuidar dos animais supervisionados pelos tratadores
locais.
Trajetória
do Rancho
O Rancho dos Gnomos atua há 25 anos no resgate e manutenção
de animais das mais variadas espécies, incluindo leões que passaram a vida toda
em jaulas de circo. Bartô (vide foto) é o
grande felino veterano do Santuário fundado pelo casal de veganos Silvia e
Marcos Pompeu, em 1991. Em 1996, Bartô foi apreendido na casa de um fotógrafo
que tinha comprado o leão ainda bebê de um circo para tirar fotos junto de
crianças. Para protelar seu crescimento, a alimentação de Bartô consistia de
apenas um copo de leite por dia, o que culminou em grave raquitismo.
Leoas fotografadas por Biga Pessoa no Rancho
São
tantas as histórias do Rancho que não caberiam num livro. Em cada cantinho bate
um coração agradecido
Em 2003 chegaram ao Rancho, por meio da Polícia Militar
Ambiental, duas leoas, Agna e Kiara. Elas foram abandonadas dentro de uma gaiola
totalmente lacrada por solda e jogada no meio de um matagal na cidade de
Jundiaí-SP. Hoje elas vivem com Baguá e Timbo (filhos de um casal de leões
oriundos do Bwana Park do Rio – fechado quando constatada a situação trágica em
que viviam os animais, morrendo de fome e de doenças). As leoas Biná e Hera foram vítimas de maus-tratos em
circos com garras amputadas e queimaduras pelo corpo. Biná teve
dente serrado e, decorrente disso, uma grave infecção na boca. Por pouco as
duas não morreram.
Cerca
de 10 mil animais já passaram pelo Rancho
O Santuário tem ainda onças-pardas, bugios, macacos-prego,
preguiças, veados catingueiro, emas, lontra, quati e cães, gatos, araras,
papagaios, gansos, burrinho, galinha d'angola... (Ufa! De perder o fôlego!). Uma
infinidade de espécies. Uma verdadeira Arca de Noé com animais que enfrentaram
um dilúvio, só que de maus-tratos. E sobreviveram... graças à pequena, mas
dedicada equipe do Rancho entre funcionários e voluntários.
O Santuário oferece suporte 24 horas por dia aos órgãos
oficiais brasileiros como o IBAMA, Polícia Militar Ambiental, Polícia Federal,
Defesa Civil e Secretarias do Meio Ambiente no acolhimento desses animais.
Realiza ainda um completo programa de educação ambiental pelo qual já passaram
cerca de 25 mil crianças e jovens da rede de ensino. Recentemente, depois de
recuperados pelo Rancho, 128 aves foram libertadas no Mato Grosso do Sul.
Silvia e Marcos com Dashan
Imensamente gratos!
“Sabemos que
será uma nova grande empreitada, mas temos que retirar os animais da antiga sede
com urgência. Esse lugar, em meio a natureza, fará uma diferença enorme na vida
desses animais que já sofreram tanto. Estamos imensamente gratos por todos
aqueles que colaboraram na primeira campanha e contando com a generosidade de
todos novamente”, explica Marcos.
“O Rancho
do Gnomos é o maior presente que recebi de Deus e sou eternamente grata por
esta oportunidade que me permite caminhar ao lado desses seres incríveis e que
chamo de irmãos. Ao longo desses anos conheci o verdadeiro significado da palavra
Amor. A primeira campanha provou que juntos somos mais fortes. Agora estamos
atravessando uma nova etapa e precisando que os corações se abram novamente”,
declara Silvia.
DETALHE na Nova Sede do Rancho
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
NOVIDADE!!!DENUNCIE MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS ATÉ PELO CELULAR
Cinthya Pimentel com Nina
Hoje a causa animal teve em SP um grande avanço. Coisa de primeiro mundo! A partir de agora, pelo link www.ssp.sp.gov.br/depa já se pode denunciar maus-tratos a animais até pelo celular. É a DEPA – Delegacia Eletrônica de Proteção Animal que passa a funcionar dentro da Secretaria de Segurança Pública graças à Lei 16.303/16, de autoria do deputado estadual Feliciano Filho, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em setembro. As denúncias serão examinadas e direcionadas para as delegacias das regiões das ocorrências e o denunciante recebe, em até 10 dias, retorno sobre o andamento do caso.
“A denúncia pode conter fotos, vídeos e testemunhos. A DEPA só não atenderá casos urgentes, em que o animal corre eminente risco de vida, pois, nessas ocasiões, deve-se acionar a polícia militar. A DEPA contempla maus-tratos em geral, animais acorrentados sem comida ou água e que apanham, abandonados ou presos em imóveis, tráfico de animais silvestres, criadouros e abatedouros clandestinos, dentre outras ocorrências”, diz o deputado Feliciano Filho.
Segundo levantamento feito pelo Estadão, foram registrados 4,4 mil boletins de maus-tratos a animais de janeiro a julho desse ano em delegacias de todo o Estado. Desse total, apenas 426 casos foram denunciados na grande SP (9,6%), sendo os demais 3.974 em cidades do Interior e Litoral.
Marlene Menezes com Cat
“É uma média de apenas um ou dois casos denunciados por dia na Capital, apesar do grande volume de ocorrências de maus-tratos, muitas delas publicadas nas redes sociais. Isso acontece porque grande parte das pessoas não tem condições de ir a uma delegacia ou não quer ir para evitar constrangimento. Com a DEPA o número de denúncias aumentará e muitas vidas serão salvas”, comenta o deputado.
Da mesma opinião é a advogada Cinthya Pimentel, da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB de SP: “A maior relevância da DEPA é possibilitar que um número muito maior de pessoas denuncie, inclusive, gente que não atua na causa animal. Até agora, quem se disponha a ir até uma delegacia fazer denúncia de maus-tratos era, geralmente, protetores ou ativistas mas, mesmo esses, por conta da morosidade e também porque esses casos nem sempre são tratados com a devida importância nas delegacias, acabavam desistindo da denúncia. Com a DEPA é possível ampliar o público de denunciantes pela facilidade de se usar a internet e recursos de um celular”.
Marlene Menezes Pereira, cuidadora de idosos de SP, está feliz com o fato de fazer denúncias de modo simples: “A DEPA será de grande ajuda aos nossos animaizinhos. Estou muito satisfeita com essa conquista. Já desisti de fazer denúncia por ter que ir a uma delegacia. Procuro ajudar como posso. Eu e uma amiga alimentamos alguns cães de rua e, se vejo algum animal em situação de risco, costumo me envolver sempre. Com a DEPA ficará bem mais fácil”.
Roberto Blatt leva cão do CCZ para passear
“O atendimento eletrônico é uma tendência moderna, irreversível e muito bem-vinda, nestes tempos onde falta tempo para tudo. Desburocratizar a vida dos cidadãos é essencial e a DEPA vem contribuir para isto ao mesmo tempo em que ajuda os animais. Muitas pessoas que poderiam desistir de prestar queixas ou de denunciar por temer burocracia e perda de tempo poderão agora contar com um instrumento ágil”, comenta o engenheiro Roberto Blatt.
“Acredito que a Depa será um grande avanço para ajudarmos animais em situação de perigo, maus-tratos e abusos por humanos! A agilidade com que poderão ser feitas as denúncias farão a diferença no resgate e ajuda para os animais!”, comenta a dona de casa Giuseppa Mendes, de SP.
“Vale ressaltar que a DEPA não apenas incentiva e facilita as denúncias de maus-tratos como também pode gerar um mapa da crueldade animal em SP, identificando tipos de crimes mais comuns, localidades com mais denúncias e perfil dos agressores”, complementa o deputado. Um trabalho assim já é feito nos EUA. Segundo estudos do FBI ao longo dos últimos 30 anos, os psicopatas começam torturando e matando animais. Assim, o mapeamento de crimes de maus-tratos ajuda a prevenir ações de assassinos em série naquele país.
Giuseppa Mendes
Dez Motivos que fazem da DEPA – Delegacia Eletrônica de Proteção Animal essencial para a causa animal:
1) Evita o constrangimento de ter de ir na delegacia – e muitas vezes não ser levado a sério – assim como cumpre o papel de uma delegacia especializada em crueldade animal;
2) Permite o mapeamento de crimes contra animais ajudando também a salvar pessoas já que, segundo estudos, quem tortura animais geralmente é violento com outras pessoas;
3) Agiliza as denúncias de maus-tratos conservando o denunciante em anonimato e, assim, protegendo-o contra represálias;
4) Contribui para o fechamento de restaurantes que comercializam carne de cachorro e gato (cujo consumo é proibido no Brasil) e de abatedouros clandestinos;
5) Ajuda a combater o tráfico de animais silvestres, lembrando que o Brasil é um dos países campeões n esse tipo e desmonta rinhas de cães, canários e galos;
6) Ajuda a fechar criadouros de cães que mantêm fêmeas tratadas como meros objetos, separadas dos filhotes e submetidas a consecutivas crias;
7) Ajuda a tirar da tortura animais mantidos em cordas, correntes ou expostos sob sol e chuva, sem alimento ou água;
8) Recebe vídeos e fotos do fato a ser investigado e devolve ao denunciante a resolução do caso após dez dias;
9) Pune locais onde animais abandonados e adotáveis estejam sendo eutanasiados uma vez que a Lei Feliciano Filho extinguiu esse método bárbaro de controle da população canina e felina;
10) Pune pet shops que mantêm bichos à venda em condições precárias ou, ainda, que utilizam meios dolorosos para conter animais durante o banho e tosa.
Fátima ChuEcco é jornalista ambientalista e ativista da causa animal
Uso de animais no ensino é desnecessário e ainda por cima é CRIME
Esta foi a conclusão da Audiência Pública realizada no dia 22 de novembro na Assembleia Legislativa de SP, com a presença de especialistas das áreas técnica e jurídica. Segundo os veterinários, médicos e juristas convidados, não há mais nada que justifique a continuidade do uso de cobaias no ensino, já que existem métodos substitutivos e, segundo a Lei 9.605, É CRIME fazer uso de cobaias havendo tais métodos disponíveis.
A cardiologista e professora Odete Miranda, da Faculdade de Medicina do ABC, por exemplo, conseguiu banir o uso de cobaias na faculdade em 2007. Ela formulou um dossiê com mais de 300 páginas com métodos alternativos, motivada pela reação de diversos alunos que não suportavam ver o sofrimento dos animais destinados para as aulas.“Eram cachorros muitas vezes arrastados do biotério até a sala de aula porque eles sabiam que iam morrer”, relatou ela na audiência.
A questão é nos colocarmos no lugar do outro. Imagine ser amarrado e levado contra sua vontade para uma sala de aula. Imagine alguém te pegar à força e fazer isso com você. Como aconteceu com o Perninha, cãozinho que foi cobaia por dois meses numa universidade de Minas Gerais e conseguiu ser liberado por ação judicial. Cortaram os ligamentos das perninhas dele, sofreu muito, mas conseguiu ser resgatado e agora aguarda adoção na ONG Cão Sem Dono.
Nós temos que mudar essa dolorosa situação. Muita gente não acreditava que seria possível o fim da carrocinha, da extração de peles, dos testes de cosméticos em animais, mas isso foi possível com a ajuda de todos. Agora temos mais esse desafio: libertar os animais da vivissecção no ensino. É uma tendência. Das 197 faculdades dos EUA e Canadá apenas quatro ainda usam cobaias.
Júlia Matera, professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, onde também não se usa mais animais, disse que usar e reutilizar animais no ensino é a mesma coisa que mantê-los num campo de concentração nazista. “Hoje ouço os alunos agradecerem por não terem que submeter um animal ao sofrimento. Os estudantes conseguem se concentrar melhor na aula e isso melhora o aprendizado”, contou.
A professora Júlia, inclusive, ganhou o primeiro lugar esse ano num Prêmio internacional destinado a métodos substitutivos ao uso de animais vivos. Ela deixou bem claro que os métodos substitutivos são humanitários, eficientes, respeitam a vida e, como podem ser repetidos diversas vezes, dentro e fora da sala de aula, facilitam o aprendizado.
A veterinária Paula Andrea de Santis Bastos, coordenadora da Comissão de Ética no Uso de Animais da FMU, disse que os alunos só treinam em animais que realmente precisam de auxílio veterinário.
O juiz federal Anderson Furlan assinalou que hoje podemos dizer que qualquer procedimento feito em cobaias na área do ensino já pode ser considerado crime, uma vez que existem métodos alternativos. “Não há escapatória para essa conclusão. Se tem método alternativo, quem usa cobaia comete um crime passível de pena. Além do mais, o uso de animais vivos no ensino não é requesito obrigatório para obtenção do diploma”.
Carlos Alberto Muller, presidente da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes da CFMV disse que o Conselho também se mostra favorável aos métodos substitutivos e que fiscaliza as centenas de biotérios do país, muitas vezes locais de extrema angústia para os animais.
É por isso que criei o Projeto de Lei 706/2012. Livrar os animais dessa tortura contínua e absolutamente desnecessária no ensino é nosso dever. É uma missão que temos para com os nossos irmãos animais. O PL 706propõe que a utilização de animais no ensino se restrinja apenas a estudos observacionais em campo, exames clínicos que auxiliem o diagnóstico do paciente e animais que estejam de fato necessitando da intervenção de um profissional para restabelecimento de sua saúde, além de regulamentar a utilização de material biológico e cadáveres adquiridos eticamente.
Ou seja, todos os médicos e veterinários foram unânimes em dizer que a experimentação no ensino já passou da hora de acabar em nosso país. Além de dessensibilizar os alunos ainda prejudica o aprendizado, pois, conforme dito na audiência, para adquirir confiança e destreza imprescindíveis para o exercício profissional, é preciso praticar alguns procedimentos no mínimo 20 vezes – o que é viável apenas num cadáver, pois, no animal vivo treina-se poucas vezes.
Para aqueles que discursaram no campo jurídico ficou muito claro que a criminalização é uma realidade uma vez que hoje temos métodos substitutivos para todas as práticas, inclusive, existem diretores de universidades respondendo processo criminal.
A sociedade não suporta mais tanta crueldade que é totalmente dispensável. Os tempos são outros. Vamos evoluir e lutar juntos por mais essa conquista!
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