terça-feira, 8 de julho de 2025

Cães de Rua: animação imperdível que já ganhou 16 prêmios. Assistam!!!


A animação sul-coreana  "Cães de Rua", que originalmente se chama "Underdog" (que pode ser traduzido com um cão azarado, sem chances de vencer) é genial e está disponível em plataformas como a Prime Video, entre outras da internet. Quem ama cães vai me agradecer eternamente por essa dica de longa-metragem com belíssimo colorido e maravilhosa mensagem, com direção e produção de Oh Sung-Yun e Chun Baek Lee.

Destaco abaixo o início do desenho que mostra uma cena clássica de abandono de cães (1 minuto de vídeo):


O filme mostra que na Coreia, o abandono de cães por seus tutores ocorre de forma idêntica ao que acontece no Brasil e pelos mesmos motivos: cresceu demais, ficou doente, velho etc.  


"Cães de Rua" retrata um grupo de cães abandonados e que se unem em busca da sobrevivência numa cidade em destroços. É realmente um filme lindo!!!

Separei mais um pedacinho para vocês degustarem:


O enredo fala deliciosamente do poder da amizade, enquanto os cães enfrentam verdadeiros perrengues ao serem perseguidos por um humano que tem uma "fazenda de cachorro". Reparem na foto abaixo retirada do filme:


Não é à toa que essa animação de 2019 já tenha recebido 16 prêmios em festivais de cinema como na França, Austrália e em países asiáticos.


Em entrevista ao jornal Korea JoongAng Daily, o diretor e escritor da animação, Oh Sung-Yun explicou o que o motivou a investir nesse tema:

"Instantaneamente me atingiu quando vi uma cena chocante em "Animal Farm" [da SBS]. Em um episódio, vi um Shih Tzu doente cujo olho estava esmagado e cujo cabelo estava todo bagunçado. A pobre coisinha foi mantida em um abrigo para cães e parecia um monstro. Quando meus olhos encontraram os olhos do cachorro, eu instintivamente soube que essa era uma história que eu poderia contar por meio de animação. Isso não é comum para um diretor de cinema, especialmente diretores de animação, já que muitos preferem evitar temas incômodos e tentar inventar algo brilhante e animado"


A animação levou seis anos para ficar pronta e, devido ao sucesso, com ingressos de cinema esgotados rapidamente em alguns países na época do lançamento, os diretores planejam uma continuação. É um filme em 2D para pessoas de todas as idades, com lindas paisagens e mensagens de proteção animal muito bem trabalhadas.


Coreia do Sul come cachorro?

Vale lembrar que a Coreia do Sul está entre os países que consomem carne de cachorro. Uma lei assinada pelo governo em 2024, e que tornou a ser divulgada esse ano em alguns jornais do Brasil, proíbe a criação de cachorros,  a matança dos animais e a venda de sua carne para fins de consumo, mas quem vive disso na Coreia tem até 2027 para abandonar essa atividade.

São milhares de cães e centenas deles mortos diariamente em locais onde ficam engaiolados em meio a sujeira e seus próprios excrementos, muitas vezes com o focinho amarrado  ou amontoados em uma única cela em cenários de extremo horror e dor.  

Claro que todo animal sente que vai morrer e sofre todo tipo de abuso. Claro que o maior desejo de toda criatura que vive é viver. Mas quanto mais espécies puderem ser libertadas desse martírio melhor. Tomara que os 2% da população coreana que ainda sustenta o mercado de carne de cachorro mude de paladar.

Texto e pesquisa: Fátima ChuEcco, jornalista especializada em pets, gatóloga e escritora


Encomende um fotolivro do amor da sua vida! www.miaubook.com



segunda-feira, 7 de julho de 2025

Lindíssimo filme sobre Louis Wain, artista que amava e pintava gatos


Quem tem paixão por gatos vai amar o filme "A vida eletrizante de Louis Wain", em cartaz no Prime Vídeo. Wain viveu entre 1860 e 1939 numa Inglaterra que, naquela época, escolhia preferencialmente os cães como animais de estimação. No entanto, suas pinturas humanizando os bichanos, em situações cotidianas vividas pelas pessoas, correram o mundo e abriram espaço para que os gatos tomassem seu merecido lugar em lares quentinhos.


O filme acompanha toda a vida desse grande artista, seus altos e baixos na carreira e, claro, sua  inspiração que teve início com Peter - um gatinho frajola adotado por Wain e a esposa quando ainda era um filhote. Os gatos de suas ilustrações são recheados de expressões faciais das mais diversas:

Eles fumam, bebem...


Jogam carta...


Vão à escola...


 Fazem tudo que nós, humanos, fazemos. 


Interessante também como ele desenvolveu vários estilos de traços e de pintura. Ora as ilustrações psicodélicas, ora com traços caricatos, ora meigas... é fantástico! E conseguia desenhar com as duas mãos ao mesmo tempo. 


Wain, inclusive, foi convidado para ser presidente do primeiro Clube do Gato de Londres e ganhou uma legião de fãs, além de elevar os gatos a um patamar só adquirido na época do Antigo Egito. Com seus desenhos ricos em detalhes Wain ajudou o gato a ser de novo um membro das famílias humanas.

Prefiro não contar mais nada do filme e abrir espaço para seu trabalho admirável. Vejam por exemplo a preciosidade da primeira foto logo abaixo. Um cachorrinho entra equivocadamente numa sala de aula de gatos.





Texto: Fátima ChuEcco, jornalista, escritora, gatóloga e gatoróloga, consultora da @buscacats (especializada em gatos perdidos)









Animação com Gatinho Preto fala de abandono e adoção. Assistam!


A animação "Cat in the bag" tem apenas poucos minutos, mas consegue nesse curto tempo abordar duas situações bem importantes que a maioria de nós já viu ou viveu: o abandono de gatos dentro de sacos, muitas vezes até jogados em lixos e a sorte que alguns têm se serem salvos e resgatados.


Quem assina esse belo trabalho feito com massinha de modelas é o diretor Nils Skapãns, da Letônia, falecido em 2021. Não vou contar o final, mas garanto que é um lindo e gracioso desfecho. Uma animação para crianças e adultos. Amei!

Tem no Prime Video e certamente vocês também conseguem encontrar na Internet.

Separei dois trechinhos:




Texto: Fátima ChuEcco, jornalista ambientalista e da causa animal, escritora e gatóloga



sábado, 5 de julho de 2025

Os gatos são muito expressivos e até Darwin notou isso


"Os gatos usam muito a voz como meio de expressão e emitem, sob várias circunstâncias e emoções, pelo menos seis ou sete sons diferentes. Um dos mais curiosos é o ronronar de satisfação produzido tanto durante a inspiração quanto a expiração. O puma, a chita e a jaguatirica também ronronam"


O trecho acima é do livro "A expressão das emoções no homem e nos animais", escrito por Charles Darwin em 1872 ou quase 150 anos atrás.

Ele demonstra, pelo método de observação, desenhos, fotografias e relatos de colaboradores, que os animais têm emoções como alegria, medo, raiva e ciúme, manifestadas por meio das expressões faciais e corporais, além de sons e uma comunicação própria.  


Darwin defende que algumas de nossas expressões são herdadas de antepassados primitivos, comum tanto aos homens quanto aos outros animais. Diz ainda que muitas de nossas expressões são inatas e não aprendidas já que se repetem em pessoas das mais variadas culturas.

"Um exemplo clássico é ainda hoje o homem mostrar seus dentes caninos quando está enfurecido, da mesma forma que o fazem macacos, cães  e outros bichos, apesar de não se servir disso para brigar"

Vejam isso:

"Ações de todos os tipos, acompanhando regularmente algum estado de espírito, são de pronto reconhecidas como expressivas. Podem consistir de movimento de qualquer parte do corpo, como o abano da cauda de um cão, o encolhimento dos ombros de um homem, o eriçamento de pelos de um gato, a exsudação de suor, o estado da circulação capilar, a respiração forçada e o uso de sons vocais ou produzidos por algum instrumento. Até os insetos exprimem raiva, terror, ciúme e amor com sua estridulação".




Darwin fala da expressão canina:

"Alguns cães demonstram um estado de espírito de prazer e excitação, associado à afeição, de uma maneira bastante peculiar: mostrando os dentes, como num sorriso".


E  destaca, é claro, chimpanzés e orangotangos que, notoriamente, são os mais expressivos dentre todos os seres vivos, assim como os humanos.

"Se fazemos cócegas num chimpanzé jovem - e as axilas são particularmente sensíveis às cócegas como nas nossas crianças - um som mais nítido de carcarejo ou risada é produzido", comenta no mesmo livro.

"Macacos também tremem de medo e, às vezes, soltam suas excreções. Pude ver um macaco quase desmaiar de tanto terror quando capturado. A expressão de um macaco quando provocado ou afagado por seu tratador é quase tão expressiva quanto a dos humanos".


Darwin morreu em 1882 aos 72 anos e seu legado ainda hoje divide opiniões. Uns acham que seu longo e complexo estudo do comportamento animal tinha a intenção de provar que os animais sentem e sofrem como nós e, portanto, não poderiam ser explorados pelo homem como objetos inanimados.

Outros acreditam que os estudos de Darwin serviram para endossar os horrores que a medicina e a ciência já faziam com os animais desde aquela época sob o argumento de que, sendo muito parecidos conosco também seriam os melhores modelos para se explorar como cobaias.

Mas nesse artigo quero concentrar o foco nos expressivos gatos com uma pequena amostra do fabuloso trabalho do fotógrafo Michael Hans cuja página no facebook pode ser acessada AQUI e cujas imagens ilustram também o texto acima







Fotos: Michael Hans
Pesquisa e Texto: Fátima ChuEcco Jornalista/Escritora apaixonada por gatos e por todos os animais...e sempre em busca de gente sensível e talentosa
Acesse meu site para fotolivros www.miaubookecia.com


Serviço especializado em gatos perdidos:





Macacos são pessoas

Eles não têm patas, mas mãos e pés muito semelhantes aos nossos. Expressões faciais, olhares e sentimentos idênticos aos nossos. Eles riem e gargalham. Aprendem a linguagem dos sinais. Sabem usar o computador. Folheiam revistas, adoram gibis, se reconhecem em fotos e no espelho. São capazes de aprender muitas coisas que fazemos. São nossos ancestrais, embora exista controvérsias  sobre isso. De qualquer forma  sabemos (e já foi documentado) que vários macacos podem ser mais solidários que muitos humanos. O que mais falta para os macacos também serem considerados pessoas? 


Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Editora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e consultora da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈
Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e & Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter foi editora e produtora do programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾

segunda-feira, 30 de junho de 2025

ANIMAL PENSA. MINHA GATA PENSA. É TÃO ÓBVIO!


Esse artigo é um dos mais lidos e elogiados do meu blog. Por isso estou republicando. Com tanta ignorância humana causando a morte de animais em massa, além das torturas diversas a que são expostos, achei que convém destacar esse texto novamente. E se vc concordar com ele, por favor, compartilhe.
Persiste uma mania de dizer que animal é irracional, ou seja, que não pensa.
Se tem uma coisa que me custa a crer é como uma gigantesca população de humanos em pleno século XXI, incluindo vários protetores de animais, ainda justifica atos de cães, gatos e outros animais como puramente instintivos e/ou irracionais. Até um dos slogans mais conhecidos prega: não importa se eles pensam, importa que eles sentem... como se uma coisa estivesse completamente desconectada da outra.

Mas onde e como nascem os sentimentos e emoções? Nascem da apuração racional de uma situação, ou seja, a raíz das emoções é o pensamento... emoção é a resposta da interpretação daquilo que se vê e experimenta.

Podemos excetuar o instinto materno que é naturalmente mais instintivo em qualquer espécie incluindo entre os humanos, mas a grande maioria de ações executadas pelos animais tem sim muito de racional. A mente deles registra fatos, têm memórias boas e ruins, e isso tudo vai gerando emoções e sentimentos diversos como amor, medo, saudade e raiva.


Sim... eles podem odiar. Muita gente insiste em dizer que os animais só são capazes de atos violentos por instinto de sobrevivência (em busca de comida, disputa de fêmeas etc) e que se atacam alguém aparentemente sem motivo é porque foram induzidos de alguma forma a esse comportamento. Não é verdade. 

Os animais têm PERSONALIDADE. Eles têm ÍNDOLE como nós. Essa personalidade se forma da mesma forma que a nossa, ou seja, a partir de experiências individuais (felizes ou traumáticas) e com a interpretação que eles vão tendo a respeito de tudo que está ao redor deles.

Então nem todos os cães, gatos e outros animais são “bonzinhos". Alguns são solidários, outros egoístas. Uns são calmos, outros agitados. Uns são amorosos, outros mais agressivos. E nada disso tem a ver com a “raça”, mas com a personalidade de cada um deles construída a partir do que cada um experimentou na vida e, especialmente, como interpretou ou absorveu essa experiência. Assim, é completamente errado dizer, por exemplo, que gato persa é manhoso e tigrado é mais arisco. 

Deixa um gatinho persa crescer na rua e um vira-lata, que prefiro tratar como “mestiço”, ser criado cheio de mimos. Cada um deles responderá de acordo com o ambiente em que vive. A personalidade de cada um deles será formada com essas experiências e a interpretação que fará delas independente da quantidade de pelos ou se tem olhos azuis.


E a personalidade é uma coisa tão evidente que basta observar uma colônia felina por uns dias ou uma casa cheia de gatos que qualquer pessoa poderá perceber diferenças gritantes entre todos os membros. Haverá gato mais tímido, outros mais confiantes, gato manso e gato mais arisco, gato mais sonoro (falante) e outros que quase não miam, gato que brinca a vida toda e outros que são pouco interessados em brincadeiras, uns comilões e outros de apetite mais moderado.

Gatos num mesmo ambiente e enfrentando as mesmas condições de vida podem desenvolver comportamentos completamente diferentes. 

E por que isso acontece?

Se fosse apenas instinto e se fossem irracionais teriam comportamento padrão... só que não.
Nós somos iguais a eles nesse campo. Dois irmãos podem crescer juntos num palácio. Um pode se tornar um príncipe e outro um carrasco. Dois irmãos podem crescer juntos num cortiço bem pobre e violento. Um pode seguir o caminho da marginalidade e outro se tornar um advogado. 

Isso sem falar em características próprias. Embora cresçam num mesmíssimo ambiente, algumas crianças serão mais risonhas, outras mais sérias, outras mais tímidas e algumas mais atiradas... isso porque cada uma fará sua própria interpretação do meio e reagirá de forma muito individual apesar de viver em coletividade.


Isso acontece com cães e gatos e outros animais. Isso acontece até com passarinhos que, à primeira vista, podem parecer padronizados. Eu mesma assisti à criação de vários filhotes de pardais no quintal da minha casa e pude ver que eles também têm personalidades distintas desde cedo.  Quase sempre um dos filhotes é maior, come mais e até pisa no outro para receber mais alimento dos pais. Esse acaba aprendendo a voar mais rápido e se manda com a família, deixando o filhotinho mais mirrado para trás. 

Mas vi filhote grande, que já sabia voar, se recusar a deixar o irmãozinho. Ele ficou perto dele por vários dias para garantir que os pais continuassem alimentando os dois. Somente quando o menorzinho também adquiriu forças para voar é que o irmão maior deixou o chão em definitivo. 

E já testemunhei o contrário. Irmão maior agressivo com o menor, que pegava toda a comida oferecida pelos pais e voou assim que pôde. O irmãozinho ficou largado... os pais o abandonaram... e levei-o para os biólogos do Ibirapuera, mas já era tarde... estava muito desidratado e desnutrido.

Todo ser que carrega uma personalidade “pensa”, raciocina, porque a personalidade (da onde advém o comportamento) nasce da “apuração pessoal” do que acontece ao nosso redor.



Exemplo da minha gata. Claro que ela pensava e muito!
Às vezes durmo tarde e acordo tarde, passando da hora que costumeiramente coloco comida fresca nos potinhos das minhas gatas. Às vezes, nessas ocasiões, estou também com a porta do quarto fechada para não ter o sono interrompido por elas logo cedo. Mas a Ághata descobriu como me fazer levantar da cama. Ela ficava puxando a porta do armário debaixo da pia da cozinha que é daquele tipo que volta sozinha graças a um sistema de mola. Então ela puxava a porta com a patinha e soltava...

repetidas vezes. O som é algo assim “pum... pum... pum”, como marteladas numa parede. Ela fazia isso até eu levantar e só fazia quando passava muito da hora de acordar. Isso não é instinto. Ela “descobriu” e "aprendeu" uma forma de me perturbar. Ela “pensou” sobre alguma forma de emitir ruído capaz de me fazer sair da cama. Quando você descobre algo e aprende com aquilo... isso é raciocínio. O que a gente herda da natureza e gerações passadas é instinto, mas o que a gente aprende é fruto de raciocínio.



Outro exemplo nítido. Não só de raciocínio, mas de comunicação. Uma barata voadora entrou em casa e eu me tranquei no quarto porque tenho verdadeiro pânico de barata. Antes disso pude ver que a barata tinha ido para a área de serviço. A porta do meu quarto está sem fechadura. O buraco me permite ver uma parte da área de serviço (que é comprida). E por esse buraco vi a Ághata brincando com a barata, jogando-a para cima e correndo atrás dela. 

A barata fugia para a parte da área que eu não podia ver pelo buraco da porta, mas a Ághata fazia questão de trazê-la para meu campo de visão e ainda olhava para mim e miava. Ela olhava diretamente para mim. Conseguia ver meus olhos no buraco da porta ou simplesmente sabia que eu estava ali espiando.

Isso durou um tempo. A barata fugia e a Ághata trazia-a de volta para meu campo de visão até que o bichinho virou de barriga para cima e quando isso acontece, “todo gato que se preza abandona o inimigo ferido, pois, é covardia atacar algo naquele estado”. Brincadeira. Tem gato que come barata mesmo estando bem alimentado e tem gato que brinca e larga. Nesse caso, a barata foi deixada na parte que eu podia vê-la e a Ághata fez isso propositalmente... entendem? 

Ela podia ter agarrado essa barata mais para o fundo da área e a matado lá mesmo sem que eu visse nada, mas ela queria que eu visse. Ela olhava para mim para ter certeza que eu estava assistindo tudo. A ação dela foi intencional e claramente “pensada”.



Exemplos como esse e até bem mais complexos não faltam, mas ainda ouço a frase: animal não pensa, é irracional, se atacam alguém é por culpa do ser humano e se são bonzinhos é porque são “puros”. 

Mas tem animal bom e animal ruim 

Exemplo de egoísmo: Já ajudei dois cães que viviam num minúsculo quintal. O menor não conseguia comer porque o maior não deixava e avançava ferozmente nele. Eu precisava fazer manobras fantásticas para alimentar o menor. É culpa da fome? Talvez não. 

Exemplo de solidariedade: Já alimentei também outros dois cães que ficavam num quintal, um pit bull e um cãozinho menor... três vezes menor... e quando jogava ração pelo portão os dois comiam os grãos feito loucos, esfomeados, mas o pit não atacava o cão menor. Se o menorzinho chegava mais rápido na ração o pit corria para outro grão.

Todo animal tem sua própria personalidade por mais que tenha também ações de natureza instintiva. Uma coisa não anula a outra. Também somos assim: uma parte instinto e outra raciocínio. Uma parte boa e outra ruim. E somos predominantemente bons ou maus de acordo com nossa índole. E isso deriva de nossas interpretações a respeito de tudo que nos cercam. Com base nessas interpretações é que fazemos escolhas... e escolher é “pensar em como agir”. 


Todos os animais também fazem escolhas, até as mais simples, como o lugar onde dormir. E eles sentem frio, fome e medo (como diz o slogan para justificar a necessidade de respeitar seu direito de viver)... ok... isso já é o suficiente para serem respeitados... mas negar ou não enxergar que pensam é absurdo em pleno século XXI.

Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista, escritora, consultora da @buscacats 😻e fundadora da editora @miaumagazine 🐶🐱








Animação de gatinho preto que ganhou o Oscar é obra-prima. Veja trailer e fotos!


Flow, que ganhou o Oscar de Melhor Animação neste domingo, é uma obra de arte... acreditem! O filme reforça valores como amizade e solidariedade e deveria ser exibido em todas as escolas do planeta para motivar as crianças a cultivarem tais sentimentos. Veja belíssimo trailer ao final deste texto!

Não é um desenho infantil. Ele abrange todas as idades e especialmente quem AMA gatos e todos os animais. E o mais sensacional é que o personagem principal é justamente um gatinho preto de olhos amarelos - o tipo de felino que mais encalha nos abrigos, que mais sofre rejeição e preconceito.


Foi a primeira vez que a Letônia ganhou um Oscar e, claro, está em festa. Flow venceu também o Globo de Ouro e outros 50 prêmios espalhados pelo mundo. O simpático gatinho ganhou uma estatueta bem no centro de Riga, capital da Letônia, que em abril se muda para a prefeitura da cidade.

Em entrevista a diversos jornais, o diretor Gints Zilbalodis, que compareceu ao Oscar usando terno com gatinhos bordados, agradeceu aos seus próprios cães e gatos, pelos prêmios. E comentou que na Letônia, a animação arrecadou na bilheteria mais que filmes premiados mundialmente como Avatar e Titanic.

Vale lembrar que a Letônia é um país cuja população gosta bastante de gatos. Inclusive, existe uma conhecida "Casa do Gato" que tem no topo do telhado exatamente um gatinho preto. "Dizem" que o escultor caiu do telhado e morreu ao tentar mudar a posição do gatinho no alto do edifício por imposição de comerciantes do outro lado da rua. História a confirmar.


Mas voltando ao filme, reforço que é uma obra-prima. Sem diálogos nem legendas, os animais conseguem transmitir tudo que pensam e sentem por meio de expressões faciais e corporais. 

Flow tem ainda uma importante mensagem ambientalista: o cenário é nosso planeta se extinguindo com desastres naturais como grandes dilúvios afundando as maiores cidades. O gatinho sobrevive, consegue se movimentar com um pequeno barco e vai fazendo amizade com um cachorro, uma capivara, um lêmure e uma garça.


De tudo que se mostra na animação, o que fica mais marcante é a AMIZADE entre espécies. São vários detalhes cuidadosamente pensados que enriquecem o comportamento de cada bichinho. Enfim, lindo lindo!!!

A técnica de animação é outra surpresa agradável porque foge das animações tradicionais. É uma técnica com texturas e sombreados que não vemos nas animações em geral.


Outro detalhe bem curioso é que a casa onde Flow morava (e que afunda na inundação) era de um artista que se inspirava em gatos e cães para fazer grandes estátuas, algumas monumentais num local montanhoso. Esse local é fantástico!

Aliás, depois de ver Flow, quem ama gatos vai ter vontade de conhecer ou morar na Letônia.

Faltou falar de um grande peixe, talvez mais parecido com um dragão marinho, que acompanha a pequena Arca de Flow - outro personagem saído de uma imaginação iluminada!

Eu amo animações com bichos e de tudo que já assisti na vida, aponto Flow como uma das mais inteligentes e sensíveis... eu diria completa e perfeita. Não percam!


Fátima ChuEcco - jornalista, escritora e amante fervorosa de gatos😻

 






Cães de Rua: animação imperdível que já ganhou 16 prêmios. Assistam!!!

A animação sul-coreana  "Cães de Rua" , que originalmente se chama "Underdog" (que pode ser traduzido com um cão azarado...