quarta-feira, 15 de abril de 2020

Isolamento não é uma medida política, mas médico-científica



O que adianta liberar todo mundo para o trabalho fora de casa se boa parte dessas pessoas vai contrair o corona e ganhar dinheiro apenas para pagar o caixão? Gente morta não produz nem compra... gente morta não movimenta a economia do país. Quem gostaria de ir parar num hospital de campanha? Quem gostaria de, num leito de hospital, ter que assistir um médico decidindo a quem destinará um único respirador? Em SP os leitos de UTI já estão lotados ou quase lotados. O Hospital São Paulo está fazendo apelo público para doação de máscaras - alguma vez na vida vcs viram uma situação hospitalar assim dramática? Médicos e enfermeiros morrendo ou sendo afastados. 

E esse caos ainda pode piorar a exemplo do que temos visto em Nova York, Itália e Espanha porque SP também é um epicentro da covid-19. Você consegue se colocar no lugar dessas pessoas sendo internadas em hospitais lotados ou daquelas perdendo seus entes queridos sem sequer ter a chance de se despedir? Faça esse exercício e pense no seguinte: quanto mais a gente se isolar e usar máscara quando tiver de sair de casa, mais estaremos protegendo a nós mesmos e aos outros. Todos têm o "direito de ir e vir", mas nosso direito termina quando começa o direito do outro e o direito do outro, acima de tudo, é viver. 

Foto Engin Akyurt/Pixabay
Texto Fátima ChuEcco

terça-feira, 14 de abril de 2020

Entenda por que as máscaras são tão essenciais durante as pandemias


Durante a letal Gripe Espanhola até os cães e gatos usaram máscara. Veja por que você precisa usar!

         
                                            Foto Christo Anestev/Pixabay

Além de ficar em casa o máximo que puder, sempre use máscara ao sair. Cientificamente está provado que 2 pessoas próximas sem máscara oferecem altíssimo risco de contaminação. Quando uma delas está de máscara o risco é alto, mas quando as 2 estão de máscara o risco é baixo. Não existe risco zero, mas se todo muito usar máscara o risco será bem menor. Você se protege e protege os outros. 

Claro que outras medidas não podem ser descartadas como a lavagem frequente das mãos com sabão ou álcool gel e, principalmente, sempre retirar a máscara pelos elásticos, jogar imediatamente fora as descartáveis e colocar para lavar as de pano. E mesmo as descartáveis não se deve misturar com lixo comum. Colocar num saquinho plástico e depois no lixo do banheiro, por exemplo.

A questão da máscara é tão forte e tão urgente que conseguiu até a proeza de unir três bancos concorrentes numa mesma campanha. O Movimento #HeroisUsamMascaras conta com um belíssimo vídeo que reúne imagens gravadas pelas próprias pessoas com seus celulares. São pessoas comuns de todas as idades com uma variedade imensa de máscaras caseiras, algumas personalizadas... muito emocionante o vídeo. Veja Abaixo:


Eu tenho usado máscara para ir ao mercado ou farmácia, mas  muitas pessoas ainda não se deram conta da responsabilidade que exercem sobre a vida do outro. Em dois locais que entrei tinha pessoas espirrando e tossindo sem máscaras, incluindo clientes e funcionários. Ou seja, embora muitas pessoas façam a sua parte usando máscara, se os outros também não adotam a mesma medida, a proteção fica ameaçada.
E é uma coisa tão simples de fazer!!!

Por isso acho totalmente correto alguns países e cidades obrigarem o uso de máscara em locais públicos. Alguns obrigam o uso de luvas também. A Argentina decretou a obrigatoriedade de máscara a partir do dia 15 de abril. São Paulo é o epicentro da covid-19 no Brasil. As pessoas precisam sair as ruas com proteção. 

                                                 Foto Orna Wachman/Pixabay

Existem milhões de assintomáticos (de todas as idades) que sem máscara podem contaminar outras pessoas que, infelizmente, talvez sejam bem mais vulneráveis. Proteger a saúde coletiva é um dever de todos. 

Para entender a necessidade da máscara basta voltarmos no tempo... exatos 100 anos atrás. Na pandemia da gripe espanhola que matou 50 milhões de pessoas, até os cães e gatos usavam máscara revelando o quanto muita gente se preocupava até mesmo com seus “entes” queridos de quatro patas.


                                          Foto histórica de 1919 - Domínio público

Fotos da época registraram famílias inteiras protegendo com máscaras também seus animais domésticos. O tradicional “retrato da família” não deixou de ser feito, mas ganhou elementos novos: as máscaras, para todos os membros, incluindo cães e gatos. 

E até mesmo durante os cuidados veterinários, como se pode ver em outra foto, os animais usavam máscaras contra a temida gripe.

                                               Foto histórica de 1919 - Domínio público

VALE LEMBRAR: que nessa pandemia da covid-19 não precisamos usar máscaras nos animais, apenas higienizar as patinhas dos cães que precisam ser levados à rua para fazer suas necessidades. Isso porque, ao contrário da época da gripe espanhola, já sabemos que cães e gatos não transmitem a covid-19 segundo a Organização Mundial de Saúde e associações internacionais de veterinários.

A gripe espanhola matou um quarto da população mundial da época entre 1918 e 1919.
Embora a letal doença tenha sido batizada de “gripe espanhola”, na verdade nem se sabe onde ela começou. Alguns estudiosos dizem que foi no norte da China e transportada para a Europa por trabalhadores chineses – numa situação muito semelhante da covid-19. Outros dizem que o chamado “paciente zero” era de uma base militar britânica na França e há quem diga que a origem foi no Kansas (EUA), onde alguns dos primeiros casos foram registrados no início de 1918.

                                              Foto histórica de 1919 - Domínio público

A gripe recebeu a “nacionalidade” espanhola porque o governo da Espanha foi o mais transparente, divulgando rapidamente que a pandemia assolava o país, enquanto outras nações fizeram tudo que foi possível para omitir mortes e expansão da doença. Mas a verdade é que a gripe alcançou até pontos remotos da Terra como regiões cobertas de neve. O dado oficial é de 50 milhões de mortos, mas há fontes que citam 100 milhões.

INCRÍVEL COINCIDÊNCIA... OU NÃO SE TRATA DE COINCIDÊNCIA?

O filme "Contágio", de 2011, curiosamente mostra uma pandemia muito semelhante à covid-19 e que também teve início na China. Inclusive no filme se fala muito da questão do contágio rápido por meio das mucosas da boca e nariz.  Logo  no início do trailer (abaixo) a médica comenta sobre isso. Para quem achar interessante, o filme pode ser encontrado no youtube. Tem ótimos atores também.  Eu, particularmente, achei um retrato muito próximo da pandemia de agora mas já imaginado 10 an os atrás. Vale a pena ver ao menos o trailer:



Texto e pesquisa: Fátima ChuEcco

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Zé do Caixão comemorou 50 anos de carreira no meu desfile dos 100 Anos do Museu do Ipiranga



Tchau Zé... e obrigada por ter abrilhantado o desfile dos 100 Anos do Museu do Ipiranga

Eu nasci no Ipiranga, mesmo bairro onde Zé do Caixão passou boa parte de sua vida. Aliás, ele tinha um escritório na Rua Silva Bueno onde fui procurá-lo para que participasse de um desfile que eu havia criado para comemorar os 100 Anos do Museu do Ipiranga, no Parque Independência, onde D. Pedro proclamou a Independência do Brasil.

Embora o Zé do Caixão tivesse uma trajetória de glória como diretor de um cinema “único” de terror que ele mesmo criou, naquela época em que o procurei as coisas não estavam bem para ele.  Faltava trabalho e entusiasmo. Ele aceitou o convite mesmo não havendo qualquer remuneração. Eu não tinha verba e tudo que consegui foi por meio de permuta.


Eu tinha acabado de voltar de Campinas (Interior de SP) onde havia trabalhado como colunista social e depois me aventurado em desfiles de moda. Por lá fiz dois, um com looks para o Natal e Ano Novo, e outro inspirado em estrelas do cinema. Chegando em SP percebi a feliz coincidência: o Museu do Ipiranga estava fazendo 100 anos e Zé do Caixão 50 anos de carreira.

Lembro direitinho que faltava apenas um mês para o aniversário do Museu. Um mês. Eu não tinha nem telefone e precisei usar do meu amigo e vizinho. Morava com meu pai que era então um recém-viúvo. E desde que vislumbrei a possibilidade de uma comemoração conjunta do Museu com o Zé, não parei mais de pensar nisso.

Então convidei oito estilistas ainda em início de carreira, mas já com alguma fama, como Heitor Werneck e Lourenzo Merlino, para desenvolverem looks inspirados na história do Brasil. Tudo sem qualquer colaboração em dinheiro, nem minha, nem deles. No Museu pedi para falar com a diretoria. Na época era uma japonesinha que adorou a iniciativa, mas ficou temerosa porque simplesmente nunca tinha sido feito um desfile de moda dentro do Museu, apenas na parte externa... e eu queria lá dentro, com as modelos descendo a bela escada daquele patrimônio histórico.



Tinha pressa e pedi uma resposta breve. Minha proposta foi aceita e então contatei a atriz e diretora Carla Camurati que havia dirigido o filme “Carlota Joaquina – Princesa do Brasil”. Pedi o figurino e ela, gentilmente, do próprio bolso, me enviou pelo correio. Os trajes abriram o desfile que contou com a cobertura de toda a imprensa televisiva e escrita. Todos os telejornais mostraram o desfile e encerraram suas edições com imagens do evento, especialmente da Xica da Silva e Marquesa de Santos que foram as que mais fizeram sucesso.

A Marquesa usou um belo vestido rodado estampado com o rosto de D. Pedro I. Na época, por outra feliz coincidência, uma estilista que estava fazendo as réplicas de vestidos de noiva da época da realeza portuguesa me procurou interessada em participar. Foi lindo! Inesquecível! Os vestidos eram deslumbrantes!


Também convidei algumas grifes: Dudalina, Madame X e Ellus. Tudo sem gastar um tostão. Procurei a Coca-Cola para ver se podiam ceder copos de água aos convidados e também deu certo. Ganhei a iluminação, o som e até as cadeiras para os convidados. Tudo em permuta. 

Coloquei todos esses colaboradores num convite bem amador, bem simples, que eu mesma fiz. Na portaria recebendo os cerca de 500 convidados ficou meu amigo Edinho, que também emprestou a casa e o telefone. Teve ajuda de todo lado e foi um sucesso!





O Zé do Caixão fez interferências triunfais, entre um e outro desfile de moda, ao lado de uma de suas filhas

Meu amigo DJ Tonny, que ficou famoso pela Baladas Anos 80, se encarregou do som e para o Zé do Caixão caprichou numa trilha gótica. A iluminação contou com apoio do então Turco Loko – bem conhecido no Ipiranga e no cenário político de SP. Eu assinei toda a direção do evento e também fiz sozinha toda a divulgação para a mídia.

          Revista VEJA

Foi um belo sonho transformado em realidade e que, sem dúvida, foi muito abrilhantado com as performances do Zé do Caixão. Depois do evento, inclusive, ele voltou à cena artística. Se não me engano teve um programa na MTV e outro na Record. Começou a ser chamado de novo para eventos e projetos artísticos. E eu adorei saber que o desfile no Museu o ajudou na ressuscitação de seu personagem tão único.

Bastidores

Mas teve algumas coisas de bastidores que vale recordar também. Antes de fechar com o Museu e com os convidados, eu expus minha ideia durante um almoço na casa da minha irmã Rose. Eu queria testar, digamos, a opinião pública e ter uma ideia se era muito delírio fazer o tal desfile de 100 anos do Museu faltando só um mês para a data comemorativa.... e sem verba.

“A ideia é boa” – lembro direitinho do meu cunhado Dante largando o garfo, olhando nos meus olhos e dizendo “A ideia é boa”. Engraçado como tem coisas que nos marcam, né? A frase dele me marcou... talvez porque eu estivesse muito necessitada de alguém acenando positivamente para o meu projeto. Mas ele certamente não se lembra disso.


Também me marcou um sonho que minha outra irmã, a Vera, teve e do qual acredito que ela também não se lembra. Pouco tempo antes do desfile, quando eu já estava a pleno vapor na produção, ela sonhou com minha mãe falecida. Junto com outras pessoas (que não me lembro se era o restante da família ou desconhecidos) ela girava em torno do Museu, flutuava ao redor do Museu. Eles formavam uma roda abraçando o Museu. Era uma espécie de sinal de proteção. E realmente tudo que precisei para realizar o desfile eu consegui em pouquíssimo tempo.

Meu amigo Edinho, que foi meu grande companheiro nessa empreitada, já faleceu, mas também me marcou muito ele contando que a tal japonesinha que era diretora do Museu passou o evento todo segurando os quadros nas paredes com medo de caírem ou roubarem. Ele contou isso umas mil vezes rindo da situação... rindo dela correndo pra lá e pra cá tentando proteger os quadros, já que deu muito mais gente do que o previsto e era a primeira vez de um evento desse tipo lá dentro. E ele também descreveu meu pai, que foi todo “arrumadinho” e parecia orgulhoso. Meu pai morreu no ano seguinte.


Enfim... foi tudo perfeito, feito com muito amor e uma coragem que não sei se ainda tenho. Mas dentro de mim nunca morrerá uma gratidão imensa a todos que ajudaram esse sonho virar realidade.



Fátima ChuEcco em 19/02/2020 - em gratidão ao Zé do Caixão falecido nesta data aos 83 anos

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

MOLDURA DE PLANTAS. TEM DECORAÇÃO MAIS BONITA?

Ornamentar casas com plantas é apostar numa decoração "viva" e que encanta.






MISTURA DE ESTAMPAS. QUEM AMA LEVANTA A MÃO!

Editorial de moda da revista Elle de uns anos atrás... mas pra mim, sempre atual... amo mistura de estampas. É um look transgressor... mistura clássico com contemporâneo, cores que a maioria das pessoas jamais ousaria usar juntas, várias texturas e tecidos... uma moda com "um quê" de Arte.



quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

AFASTE-SE DE PESSOAS TÓXICAS

Perdoar é preciso. Faz parte da evolução. É bem difícil, mas preciso. No entanto, quando se trata de pessoas tóxicas, perdoar só não basta... é preciso também distanciamento. Uma coisa é alguém te fazer mal sem querer ou mesmo por querer e se arrepender ou ainda errar com você mas ser uma pessoa com qualidades, algumas até melhores que as suas. Outra coisa é uma pessoa ser tóxica que é o mesmo que ser maldosa, vingativa e falsa. Ou então aquela pessoa que só reclama, que só fala de si mesma e não te ouve nem pretende ouvir.
Tem que compreender o momento dessa pessoa e perdoar, mas não precisa continuar convivendo de perto porque a toxidade se espalha fácil. Ninguém é obrigado a ingerir veneno. Mas e quando não tem jeito de criar uma distância? Quando se trata de um vizinho ou de um colega de trabalho? Nesses casos a distância deve ser mental... olhar para a pessoa como se vivesse noutro mundo bem diferente do dela (o que aliás é meio verdade) e desejar que ela mude para melhor porque de veneno esse mundo já tá  cheio.


QUERO VER VOCÊ NÃO SE ARREPENDER...

O Natal já passou, mas um dos jingles mais famosos dessa época do ano tem refrão que vale para o ano inteiro e combina com essa foto da Revista Cláudia de agosto/2017, O jingle é de 1975 e assinado pelo compositor Passarinho.:

Quero ver você não chorar, não olhar pra trás nem se arrepender do que faz...


QUANDO UM VESTIDO SÓ PRECISA SER UM VESTIDO

Vamos falar de moda? Nem curto nem comprido... nem espalhafatoso nem simples demais... um vestido que é belo apenas sendo um vestido... como esse da foto. Aqui cabe o ditado "quando menos é mais".


terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O EGO pode corroer um coração bom - Uma experiência pessoal no jornalismo




Esse texto integra o E-Book que reunirá minhas experiências na área jornalística e que podem ser úteis para quem está no começo ou decorrer de qualquer carreira.

Quando trabalhei no SBT Repórter, na época em que a jornalista Marília Gabriela apresentava o programa, tive uma lição de vida, que nunca mais esqueci. Entrei como produtora, mas dois meses depois, o diretor, muito satisfeito com meu desempenho e, especialmente com meus textos, me promoveu a editora.

Era uma função absolutamente nova para mim, pois nunca havia trabalhado em TV e muito menos editando. Eu era nova e fiquei envaidecida, afinal, além de uma posição mais elevada, teria o dobro de salário. Essa promoção foi também acompanhada de elogios do diretor do programa que dizia na frente da equipe e, até da Marília Gabriela, que eu era muito talentosa e inteligente.

Mas o “EGO” pode se tornar um grande inimigo de quem está no início ou no decorrer da carreira. O ego corrói um CORAÇÃO BOM. Então o ego cresceu em mim naquela circunstância e, ao invés de enxergar a maravilhosa oportunidade que estava tendo de crescer ao lado de profissionais mais experientes, caí na besteira de achar que era autossuficiente, que já sabia muito e nada ou pouco tinha a aprender.

Foto S Hermann & F. Richter/Pixabay

Assim, de peito estufado, entrei nas ilhas de edição muito entusiasmada com meu novo posto de trabalho. Mas não entrei sozinha. Um editor bem antigo do SBT, que devia ter pouco mais de 50 anos de idade, me acompanhava dando instruções sobre os melhores momentos de corte, fusão e outras ações técnicas a serem executadas nos vídeos.

Eu o ouvia, mas só de vez em quando. Na maior parte do tempo retrucava tudo que ele me dizia e teimava que meu jeito de fazer estava mais correto, que ficaria melhor. Isso criou um desgaste. O editor deve ter se cansado de ouvir uma novata na área achar que já sabia tudo e podia decidir sobre tudo. Então ele relatou meu comportamento inadequado ao diretor.

E agora vem a melhor parte – que facilmente poderia ter sido a pior parte se eu finalmente não abrisse meus olhos e meus ouvidos.

Foto Pixabay

O diretor me chamou na sala dele para dizer que eu devia respeitar o editor veterano por três motivos: pelo conhecimento dele, pela experiência dele e, se essas duas razões não me parecessem suficientes, que eu deveria respeitar os seus cabelos brancos. E não foi um “conselho”. A questão era: eu caía “na real” e enxergava meu papel ou... caía fora do programa.

Felizmente, meu coração que começava a ser corroído pelo ego, absorveu letra por letra daquele “puxão de orelha”.

Fui capaz de me fazer a seguinte pergunta: quem era eu na fila do pão? – como se costuma dizer.

Bem...era “apenas” uma jornalista em início de carreira e sem qualquer experiência em TV – podia até ser talentosa – mas uma aprendiz que devia estar muito agradecida pela grande chance de ter como mestre um editor experiente e, diga-se de passagem, bem “paciente” comigo.

Foto Free-stock/Pixabay


Aquele novo cargo era na verdade uma “escola” de altíssimo nível para mim e não um tablado para eu sapatear que estava certa o tempo todo.

Além disso, como disse o editor, tinha a questão do respeito aos mais velhos e experientes.

Nesse dia eu tive dois e não “um” motivo para agradecer. O primeiro foi essa grande oportunidade de me tornar editora do programa e, o segundo motivo foi reconhecer meu erro de uma maneira totalmente serena e resignada: “ele” era editor e eu ainda apenas alguém tentando ser.

Hoje, pela minha idade e trajetória profissional, estou na posição do editor veterano e, de vez em quando, me deparo com aprendizes com o mesmo “ar” insolente com o qual quase coloquei tudo a perder lá no passado.

Deve ser natural da idade ou da falta de experiência - ou ainda por vezes da falta de competência – afrontar quem sabe mais que a gente e que está disposto a nos ajudar a subir mais um degrau na escada do conhecimento.

Foto Free-photos/Pixabay

Claro que até os mais experientes erram - já que ninguém é perfeito -  e eles também aprendem, já que morremos aprendendo coisas novas, mas ainda assim não é um simples hiato que separa um ancião de um calouro. É um travessão gigante que merece ser respeitado. Sorte daquele que enxerga isso e consegue tirar o máximo proveito de quem tem muito a ensinar.

Fátima ChuEcco