quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CURSO JORNALISMO + ASSESSORIA DE IMPRENSA: OS DOIS LADOS DA MOEDA




Na Livraria Martins Fontes da Av Paulista, dia  21 de Novembro, das 10h30 às 12h30, com certificado - ÚLTIMO CURSO DO ANO

Inscrição até dia 20 pelo email jornalistafatima@r7.com
Taxa de participação: R$ 50 que pode ser paga na hora

Fátima ChuEcco, formada pela Metodista em Jornalismo Impresso, Rádio e TV, e que já esteve dos dois lados da moeda em 22 anos de carreira, isto é, trabalhando na mídia e também em assessoria de imprensa, explica as vantagens e pontos delicados de cada função e, principalmente, em que pontos elas se fundem. Conteúdo:
Ingresso ou retorno ao mercado de trabalho: Bater na porta funciona? Como não depender exclusivamente de vagas anunciadas. Técnicas de abordagem para conseguir emprego no lugar onde se deseja trabalhar em qualquer fase da carreira. Cases de sucesso
Repórter e assessor de imprensa: mais semelhanças que diferenças. Como manter a essência jornalística em assessorias de imprensa. Um detalhe que faz uma grande diferença.
Ferramentas em AI: Releases, press kit, fotos e relacionamento com clientes e jornalistas. Como fazer tudo fluir da maneira mais assertiva possível. Cases de sucesso
Nem frila nem autônomo - quando vale a pena ser dono do próprio nariz e ter home office. Dicas para lidar com o mercado e clientes.
Jornalismo Solidário – Como ajudar os outros ou defender uma causa podem valorizar a carreira, proporcionar um bem-estar impagável e ainda abrir portas para trabalhos remunerados. Cases de sucesso.

Carreira de Fátima ChuEcco:
Começou em jornalismo corporativo (Eletropaulo e Itaú) quando ainda era estudante e depois passou por jornais de bairro seguindo para a grande mídia. Foi editora do programa de TV SBT Repórter, editora do Caderno de Empregos e repórter de Cidades do Diário de SP, colunista social e repórter de moda, gastronomia, decoração e cultura do Correio Popular de Campinas e repórter especial do jornal A Notícia de SC onde manteve colunas sobre Meio Ambiente e Moda. Em assessoria de imprensa trabalhou durante seis anos para o Consulado da Austrália e atuou com a Embaixada da Suécia, além de jobs para multinacionais como Kraft Foods e LG. Foi assessora de imprensa do Sebrae e da Aon, maior corretora de seguros do mundo. Em toda a sua trajetória sempre escreveu sobre bichos (sua paixão), tema que até hoje desenvolve na revista Meu Pet e portal Anda (agência de notícias focada em animais). Tem dois livros publicados, MI-AU BOOK Um Livro Pet-Solidário (2009) e MI-AU BOOK & CIA (2010), além de contos publicados em duas coletâneas. Atualmente escreve também para as revistas Moema&Campo Belo, Perdizes, Higienópolis, Vila Nova Conceição e Jardins Life Style. Ministra cursos de jornalismo e AI dentro de agências de comunicação.

LOCAL: Av Paulista, 509, estação Brigadeiro do Metrô - auditório, andar superior
Site: www.martinsfontespaulista.com.br  

                                             Livraria Martins Fontes da Av Paulista

DEITE E ROLE NA LITERATURA ANIMAL




Se tem uma coisa que diverte quem ama animais é a leitura de livros cujos protagonistas são os bichos. Não é por acaso que as livrarias estão cheias deles, alguns viram best sellers e depois migram para o cinema, como Marley. Aqui seguem algumas dicas de obras que emocionam, fazem rir e ajudam a conscientizar crianças, jovens e adultos para a necessidade de se proteger e respeitar os animais. Aliás, boas sugestões para professores de ensino fundamental e pessoas que têm filhos ou sobrinhos pequenos. Não são lançamentos, mas são boas referências de leitura para quem adora histórias sobre bichos ou contadas por eles.  Histórias reais ou fictícias com doses de humor e ternura... uma delícia para levar na praia, no parque, para relaxar em casa. Veja a seguir algumas dicas desse encantador mundo da leitura com personagens pra lá de carismáticos, divertidos e que podem nos ensinar muitas coisas bacanas. Na foto de abertura dessa matéria Scott aprecia o MI-AU BOOK & Cia.

Aventura escrita a muitas patas
A tradutora, professora de Inglês e protetora de animais Sinara Foss sempre teve a casa cheia de cães e gatos. Ela observou bem a algazarra  do quarteto, que depois virou quinteto e hoje beira os dez animais na mesma casa, para escrever uma coleção de livros que deveriam ser indicados nas escolas, tal a quantidade de mensagens educativas neles contidas. Em “Divagações de Sissi”, por exemplo, a protagonista é uma cachorrinha que fala de veganismo e vetarianismno, aquecimento global e direitos dos animais. 


Sissi teve boa escola, afinal, Sinara conseguiu mobilizar milhares de pessoas para terminar com a carrocinha em sua cidade, Santo Antônio da Patrulha, no RS. Até 2010 os animais de rua ainda eram eutanasiados. “Fiz um texto em vários idiomas e disparei para dentro e fora do país pedindo para as pessoas enviarem emails ao prefeito exigindo o fim da carrocinha. Num só dia ele recebeu cerca de três mil emails de pessoas de diversos lugares. Isso motivou uma reunião entre a prefeitura, Ministério Público e CCZ onde ficou decretado o fim da carrocinha”, conta.


Em outros dois livros, a galera de peludos da Sinara, cinco gatos e três cachorros, descobre uma lareira que funciona como um portal do tempo e do espaço. Em “Sissi e sua turma no futuro” eles embarcam para um mundo 40 anos à frente onde a destruição do planeta leva a doenças, morte dos animais, falta de água e de comida. É claro que a turminha volta correndo para o tempo atual com medo de ficar presa naquela caos. Mas como explicar aos humanos que será esse o futuro próximo se a devastação do planeta não for contida? Em “Sissi na África” a viagem é no espaço e a trupe cai na maior favela do mundo. A missão agora é salvar um garoto da miséria. Será que essa turminha do barulho consegue? No livro “Memórias de um cachorro velho” muita gente vai se emocionar e torcer pelo cachorro Xôlo. Todos os títulos podem ser comprados direto com a autora pelo site www.sinarafoss.com
 
Trajetória de luta pelos bichos
Outra protetora de animais, Maria da Graça Dutra , que criou e implantou a Coordenadoria Municipal de Bem-Estar Animal em Florianópolis (SC), conta suas memórias em “O cavalo do padeiro”.  São vários episódios reais vividos dentro e fora do Brasil. Aliás, a primeira história é justamente a que dá nome ao livro e que fez a autora enveredar pelo ativismo animal. Ela viveu vários anos na Europa e na Espanha trabalhou na Fundación Altarriba – Amigos de lós Animales. Os relatos mostram como uma protetora pode ser criativa em sua missão de salvas bichos.  “Aprendi a colocar a inteligência a serviço da compaixão, aprendi a ver as soluções e não os impedimentos e aprendi, principalmente, que mesmo não podendo salvar todos ainda poderia salvar muitos animais”, diz. 


Em Barcelona, por exemplo, enquanto ensaiava flamenco, notou um grupo de gatos curiosos que assistiam as aulas.  Tudo corria bem com algumas pessoas alimentando-os até que houve uma determinação de tirá-los de lá. Com a ajuda da Fundación Altarriba  Maria da Graça se empenhou na castração e doação de centenas de gatos e ainda ficou com alguns. Só que, com o sumiço dos gatos, vieram os artos e tomaram conta da academia e roupas de espetáculo. Conclusão: chamaram os gatos de volta! O livro da ativista pode ser comprado pelo site www.obrafloripa.org
 
 E se você fosse uma formiga?
Já parou para pensar nisso? Pois David Safier pensou e ganhou muito dinheiro, pois, seu livro “Maldito Karma” fez e continua fazendo sucesso. Desde as primeiras páginas ele arranca gargalhadas. Imagine uma apresentadora de TV que tem “um dia daqueles” multiplicado por cinco. Briga com o marido, abandona a filha no dia do aniversário da menina, passa um vexame na entrega de um prêmio, sofre um acidente inimaginável e acorda como formiga. E bem na frente dela, Buda, também reencarnado como formiga, só para explicar que ela deveria estar contente. Mas por que fui nascer formiga? – pergunta ela. Afinal, a protagonista puxou um tapetinho aqui e outro ali, mas não foi nenhum Hitler. Buda então diz que pessoas como o ditador alemão reencarnam como bactérias intestinais. Nossa! Melhor se conformar e aprender a viver com seis patinhas e antenas, não é mesmo? 


Leitura especial para as gateiras
Alguns livros são praticamente obrigatórios nas prateleiras das gateiras. Em “Cleo” (de Helen Brown), a gatinha negra e sapeca vai sacudir uma família inteira. Com seu jeitinho meigo e brincalhão vai curar feridas profundas, sustentar a todos em momentos difíceis e provocar um redemoinho repleto de amor em uma casa que poderia estar fadada à tragédia e à tristeza. Outra lição de vida está na obra “A odisseia de Homero”, onde um gatinho cego mostra que pode tudo e mais um pouco, e que só os fracos reclamam da vida. A história é verídica e contada por Gwen Cooper que deu uma guinada na vida graças à companhia desse felino cheio de entusiasmo que ela aprendeu a amar.


O best seller felino do momento é “Um gato de rua chamado Bob”, do ex-artista de rua James Bowen. Ele já lançou também “O mundo segundo Bob” ainda não vendido no Brasil. A história desses dois já é tão conhecida que poupa apresentações, mas para quem ainda não leu o livro, trata-se de uma amizade instantânea e profunda entre James e Bob nas ruas de Londres. Esse gatinho ganhou tanto cachecol e petisco que poderia abrir uma loja, mas ficou rico apenas sendo um fiel e amoroso companheiro de um humano que não tinha mais esperança de vencer, de ser alguém, de ser feliz.  Bob também estava sem beira nem eira. Um ajudou o outro. James comenta no livro que eles se apegaram de tal forma que só podem ter sido amigos em outra vida.



Cãolebridades e Celebrigatos do Bem no MI-AU BOOK & Cia
A segunda edição do primeiro livro pet-solidário, o MI-AU BOOK, reune fotos de mais de 100 cães e gatos nas mais inusitadas, meigas e divertidas situações. São bichinhos de todo o Brasil e alguns do Exterior como da Austrália, Estados Unidos e Japão. Cada bichinho é acompanhado por um profile que "entrega" seus mais inconfessáveis pensamentos. Nas páginas centrais do livro estão bichinhos de mais de dez ONGs de proteção animal de diversas partes do país. Aliás, na capa, todos os bichinhos são de ONGs. Tem ainda participação da MUSA da Causa Animal, Brigitte Bardot (numa carta que ela escreveu do próprio punho para o livro), do escritor australiano Bradley Trevor Greive (autor do best seller Um Dia Daqueles) e dos "fortões" da proteção animal americana, o grupo Rescue Ink de Nova Iorque. Uma leitura leve e alegre, repleta de fotos coloridas bem bacanas. Um bom presente pet-solidário para quem AMA bichos. Venda pelo email jornalistafatima@r7.com (R$ 25, incluso correio).
 

                                          Acima e abaixo Bud com o MI-AU BOOK & CIA










sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DIA 26, SEMINÁRIO GRATUITO MITOS E VERDADES SOBRE OS GATOS - OS DIREITOS E A PROTEÇÃO DOS GATOS


Um excelente evento para apreciar e colocar no currículo de quem ama gatos ou defende a causa animal. Com entrega de certificado. É amanhã, dia 26, às 10h, na sede da OAB de SP (Praça da Sé, 385, 1º andar). Palestra de Nina Rosa, do advogado Ricardo Ligiera (que está à frente dos trabalhos em defesa dos beagles do Royal), veterinária Estela Pazos (especializada em felinos), historiadora Tatiana Sales (ONG Miados e Latidos) e advogada Paula Ventura (ativista da causa animal). Presença também do gatinho Moleke (foto), que foi resgatado das ruas pela ativista Fátima Pessoa (Love`s Cat). O evento é promovido pela Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB SP. Para participar é necessária a doação de uma lata ou pacote de leite integral. Mais informações www.oabsp.org.br Veja grade dos expositores:


Expositores
NINA ROSA JACOB
Ativista em Defesa dos Direitos dos Animais; Fundadora e Presidente do Instituto Nina Rosa – Projetos por Amor à Vida, Organização Independente, que desde 2000, Dedica-se à Valorização da Vida Animal, por Meio da Educação Humanitária; Defende a Educação e a Coragem de Fazer o Bem como Ferramentas para a Formação de uma Sociedade mais Justa e Pacífica; Idealizadora e Produtora de Vídeos em Defesa dos Animais; Editora de Livros.


DRA. ESTELA PAZOS
Médica Veterinária Pós-Graduada em Medicina Felina; Atende exclusivamente Felinos; Trabalha com Treinamento e Comportamento Felino; É Acupunturista de Felinos e Trabalha com Laserterapia e Laseracupuntura para gatos; Atua com Atendimento e Consultoria em Medicina Biomolecular Exclusiva para Gatos; É Membro da ABFEL – Academia Brasileira de Clínicos de Felinos.


TATIANA SALES
Historiadora e Presidente da ONG Confraria dos Miados e Latidos.


DRA. PAULA VENTURA BIGATTO
Advogada, Ativista da Causa Animal; Membro de Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB SP.


DR. WILSON RICARDO LIGIERA
Advogado; Doutor e Mestre em Direito Civil pela Faculdade de Direito e Especialista em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Mestre em Direito pela Universidade Paulista; Professor de Direito Civil da Universidade Nove de Julho – UNINOVE; Autor e Coordenador de Livros Jurídicos; Presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal, Palestrante, Coordenador do Núcleo de Aprimoramento Jurídico e Integração Cultural do Departamento de Cultura e Eventos da OAB SP.


Inscrições / Informações
Mediante a doação de uma lata ou pacote de leite integral em pó – 400g,
no ato da inscrição.
Praça da Sé, 385 – Térreo – Atendimento ou pelo site: www.oabsp.org.br


Promoção
Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB SP


Apoio
Departamento de Cultura e Eventos da OAB SP
Diretor: Dr. Umberto Luiz Borges D’Urso


***Serão conferidos certificados de participação — retirar em até 90 dias***
*** Vagas limitadas ***


Dr. Marcos da Costa
Presidente da OAB SP


Data / Horário: 26 de outubro (sábado) – 10 horas


Local: Salão Nobre da OAB SP
Praça da Sé, 385 – 1° andar

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MISSÃO BEAGLE - TESTES TRADICIONAIS E ALTERNATIVOS, LEIS E COBERTURA DA IMPRENSA




Que o governo autoriza testes em animais todo mundo já sabe. A questão é: ainda são necessários em pleno século 21? São justos? São éticos? Não estaria na hora da Ciência dar um passo à frente ao invés de dois para trás? Muitos dos cães retirados do Royal tinham ferimentos na boca, mutilação na língua, tumores induzidos, tremores e falta de coordenação motora. Mesmo fora do Instituto, vários babam e são tremendamente assustados – o oposto de um tipo de cão que é dócil e muito sociável. Com isso é possível imaginar o que passaram. Com essas provas “vivas” fica fácil identificar quem são os terroristas. Certamente quem causa tamanho sofrimento a seres que não podem se defender. Nesse sentido as melhores reportagens até agora foram feitas pelo Domingo Espetacular e Pânico na TV e podem ser vistas nos links abaixo. Luciana Giminez dedicou um Superpop inteirinho ao tema (assista abaixo).  A melhor frase foi do Datena na Band: “É legal, mas não é justo”:


http://noticias.r7.com/videos/reportagem-da-semana-saiba-onde-estao-os-caes-resgatados-do-instituto-royal/idmedia/526478590cf2ff59fc4c4016.html

http://www.redetv.com.br/Video.aspx?39%2C9%2C368141%2Centretenimento%2Csuperpop%2Csuperpop-discute-o-uso-de-animais-em-pesquisas-1




Quanto custa a vivissecção

O Royal recebeu R$ 5.249.498,52 de convênios com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para “criação, manejo e fornecimento” de roedores e cães para a ciência. Por que essa fortuna doada pelo governo não é investida em métodos novos que dispensam o uso de animais? Para sensibilizar a população e até colocá-la contra os ativistas da causa animal, o Royal diz que havia no local pesquisas importantes  que vinham sendo feitas há dez anos, inclusive, no combate ao câncer. Isso significa que centenas, talvez milhares de animais, foram torturados e mortos para dez anos depois não termos absolutamente nenhuma cura porque essa, só fica comprovada mesmo, depois que a droga passa a ser testada em humanos.

Conforme muitos dos pesquisadores da Nova Ciência, a medicina se atrasa na busca de curas de doenças testando em animais diferentes do homem. Organismos diferentes reagem de forma diferente a medicamentos e tratamentos. A própria condição em que os animais são mantidos nos laboratórios afeta consideravelmente os resultados de uma pesquisa uma vez que o medo, a angústia e a depressão liberam substâncias no organismo das cobaias que comprometem a ação das drogas. O mais triste é ouvir o diretor do Royal dizer que “ainda estamos muito longe de deixar de usar cobaias”. Como assim? Estão investindo em métodos alternativos para poderem afirmarem tal coisa?

 

Como são os testes em beagles

Em geral, os testes com beagles são de toxidade oral, irritação aguda ocular, irritação aguda dérmica e toxicidade reprodutiva (nesse caso é avaliada quanto a substância afeta a capacidade do indivíduo em se reproduzir, seja atrofiando seus órgãos genitais, dificultando a produção de gametas ou diminuindo a libido). Os efeitos são devastadores e incluem náuseas, convulsões, diarreias, dificuldade respiratória, entre outros.

“Os beagles são dóceis, mas esse não é o principal motivo para serem usados. Cães SRD possuem muita variabilidade genética que não é adequada para testes de toxicologia. Animais com perfil genético semelhante proporcionam dados mais agrupados. Mas isso só mostra que esses resultados são resposta para esse perfil genético. Considerando que não somos beagles não há muita utilidade neles”, comenta o biólogo Sérgio Greif, autor da obra “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação – Pela Ciência Responsável”.

Greif diz que para os testes de irritação ocular, por exemplo, há uma centena de metodologias que não utilizam animais: “A maioria delas envolve o uso de células animais isoladas in vitro e sistemas organotípicos, mas até a germinação de uma espécie de leguminosa (Canavalia sp.) já se mostrou mais efetiva para prever o que aconteceria ao olho humano do que olhos de coelhos albinos ou de outros animais”.

Segundo o biólogo, outro recurso que pode ser utilizado em testes toxicológicos é a simulação computacional: “Com base na conformação fisica da molécula do tóxico é possivel se prever em quais sitios de ligação ela vai se ligar. Essas informações podem ser cruzadas com informações armazenadas em um banco de dados que, com base na estrutura da molécula, pode determinar que efeitos ela terá sobre o organismo”.


A luta pelos beagles continua

Será que o Brasil dará um destino digno para esses cães como foi feito na Itália, onde uma enorme ação popular libertou 2,5 mil beagles de um criadouro em 2012? Imprensa, sociedade e autoridades italianas entenderam e atenderam o apelo popular fechando o criadouro Green Hill que vendia cães para laboratórios de pesquisa.

Ricardo Ligiera, presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB-SP, pede que todos aqueles que ficaram com cães sob a sua guarda que auxiliem na produção de provas dos crimes de maus-tratos ocorridos no instituto, o que justificou o resgate dos animais: “Encaminhem fotos, vídeos e documentos que comprovem os maus-tratos para a COMISSÃO DE PROTEÇÃO E DEFESA ANIMAL DA OAB – SP, para a instrução do Processo: Rua Anchieta, 35, 1.º andar, CEP 01016-900. É muito importante que os animais sejam levados ao veterinário e que seja solicitada a elaboração de laudos que comprovem os maus-tratos, o que inclui a realização de experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. Os laudos devem conter a descrição de ferimentos, amputações, mutilações, intoxicação, inoculação de substâncias agressivas, sequelas decorrentes das experiências e confinamento, e indução de tumores para pesquisas”.


A Lei Arouca está  louca?

A discussão em torno da manutenção da experimentação animal ganhou fôlego e também “pegou fogo” por conta da Lei 11.794 também conhecida como Lei Arouca sancionada em 2008. A partir de então, todos os centros de experimentação animal precisaram criar Comissões Éticas no Uso de Animais (Ceuas) para autorizar (ou não) os procedimentos. As comissões devem avaliar o grau de sofrimento dos animais e se os resultados esperados pela pesquisa justificam sua realização. Em cada Ceua deveria ter pelo menos um membro de ONG de Proteção Animal, mas ocorre que, para o protetor membro do Ceua, pode se tratar de uma luta solitária e em vão contra uma maioria de pesquisadores afirmando a necessidade de um determinado teste em animais.

Para muitos, a Lei Arouca tem um aspecto positivo que é o controle de abusos (excesso de animais utilizados e muitas vezes sem anestesia) e a proibição de testes para cosméticos, mas para um grande grupo a lei veio apenas legalizar ainda mais os testes e, quando muito, impor alguns procedimentos que visam o bem-estar da cobaia como se isso fosse possível num ambiente hostil, solitário, muitas vezes impedindo a mobilização do animal e em meio a aplicações de sustâncias tóxicas e letais.


Vale lembrar da vacina que não é vacina

Vale mencionar que a própria vacina contra a Aids que está sendo testada em macacos rhesus no Brasil sequer é uma vacina. As pessoas não ficarão imunes à Aids, apenas poderão tomar o coquetel ou outras drogas de combate à doença mais tarde. Em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, Edécio Cunha Neto (líder do grupo de pesquisa) explica que a vacina não vai evitar que a pessoa se contamine com o HIV, mas vai criar resposta imune prévia e, se um dia ela for contaminada, seu sistema imunológico já estará preparado para combater o vírus: “Na prática isso prolongaria o tempo para início do tratamento com o coquetel anti-HIV e reduziria drasticamente as chances dessa pessoa transmitir o vírus. Enquanto não existe uma vacina com anticorpos totalmente neutralizantes, essa seria a melhor solução”.

A primeira fase da pesquisa dura oito meses. Depois outros 24 macacos serão usados para testar várias fórmulas da vacina. O tempo esperado de conclusão está entre 24 e 48 meses para os quais são necessários investimentos de R$ 200 milhões. Só então a vacina será testada em humanos que não apresentam o vírus.


O possível fim dos testes em animais

Uma das descobertas mais geniais dos últimos tempos é a córnea artificial desenvolvida por pesquisadores japoneses no National Institute of Agrobiological Societies. Trata-se de uma membrana de colágeno ultrafina que permite o cultivo de células que, por sua vez, recriam a córnea humana. Essa córnea mostrou-se mais eficiente que os olhos dos animais para detectar produtos tóxicos. Os resultados são mais específicos e próximos ao que aconteceria ao olho humano submetido as mesmas substâncias. E o melhor: a metodologia pode ser aplicada com células de qualquer parte do corpo, da pele aos órgãos internos, aposentando de vez os testes em animais que, inclusive, são bem mais caros que os testes in vitro.

 Texto Fátima Chuecco