terça-feira, 22 de julho de 2014

Instituto Supereco e “Visão Costeira” – Conhecendo para Proteger


 
Nada melhor que estudar o lugar onde se vive tendo uma visão mais ampla e recheada de informações sobre a história da ocupação humana, os empreendimentos instalados na região, os rios, a vegetação e as condições atuais do meio ambiente. Melhor ainda se for uma visão do mar para a terra! Pois 23 participantes do curso de Biomapas, promovido pelo Instituto Supereco (como parte integrante do Projeto Tecendo as Águas), tiveram recentemente uma aula a céu aberto na escuna do Projeto Visão Costeira da prefeitura de São Sebastião.

 
Com cerca de três horas de duração, a atividade prática contou com a presença do secretário de Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito do Rego, que foi narrando a história, a geografia e a urbanização de cada trecho da costa de São Sebastião, de uma forma bem descontraída e acrescida das lendas que permeiam algumas praias. O Pontal da Cruz (foto abaixo), por exemplo, tem uma linda história de amor sem final feliz (uma moça tenta salvar o namorado de um afogamento, mas os dois são engolidos pelas águas e mais tarde encontrados abraçados sobre a pedra que recebeu uma cruz). Também "dizem" que um trecho da Praia Deserta deixou de ser frequentado por um tempo devido a uma suposta assombração que podia aparecer até mesmo durante o dia.



Hipólito disse que mais de 1300 alunos da rede pública já participaram das navegações do Projeto Visão Costeira. Vejam que exemplo! Ele acredita que passar informações relevantes sobre a região a partir de uma visão do mar para a costa, ajuda a entender melhor os aspectos naturais e urbanos, além de motivar a conservação: “A vegetação litorânea Jundú, por exemplo, voltou recentemente a algumas praias graças a um trabalho que estamos fazendo de manejo da espécie. A maioria pensa que é só mato, mas na verdade é uma vegetação nativa e muito importante para o ecossistema. Vamos reconquistar uma vegetação que desapareceu desde a década de 50”.
 

Vale lembrar que o Jundú é protegido por lei. É uma vegetação fundamental para a fixação da areia e ajuda a combater a erosão costeira, além de servir como abrigo e fonte de alimento para a fauna nativa.  A ação do manejo conta com o apoio da Seadre (Secretaria das Administrações Regionais) e do Viveiro Municipal.   

“O curso de Biomapas provoca uma reflexão e desperta o olhar das pessoas para seu território buscando identificar não só os problemas, mas também as potencialidades. O curso motiva os participantes a buscar soluções individuais e coletivas. E a navegação pela costa ajuda a reconhecer o desenho da bacia hidrográfica, local onde estão inseridas as casas dessas pessoas”, disse a educadora ambiental do Supereco Gleice Máira Fernandes.
 
 
A partir deste módulo, o curso prossegue com mais atividades de campo para que os participantes comecem a confeccionar os biomapas. Serão explorados os seguintes aspectos: uso da água da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, vegetação e ocupação do solo, saneamento ambiental e saúde, turismo e infraestrutura pública. “Vamos fazer caminhadas pelo território da Bacia observando a situação da água, das casas, esgoto, vegetação e tudo o que for preciso para moldar os biomapas”, conclui a educadora. O Projeto Tecendo as Águas é realizado em parceria com o Instituto Educa Brasil e tem patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental. Conheça o trabalho do Supereco acessando www.supereco.org.br

Fotos: todas minhas

 

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