sexta-feira, 16 de maio de 2025

Rei Leon...cio: depois do abandono, casa gatificada e muitas fãs


Essa história é realmente inspiradora. O gatinho Leôncio, ex-miador de rua, hoje leva vida de rei, inclusive com súditos que estão a postos para lhe servir petiscos, brinquedos e  fazer cafunés. Três anos atrás ele vivia com uma família problemática, que não o alimentava direito e que, quando se mudou de casa, largou ele para trás.  Então Leôncio tratou de ir entrando aqui e ali pelas ruas na tentativa de sobreviver sozinho até parar no estacionamento da loja Mafecom - Madeiras e Ferragens, em Santo André (SP). 


"Apareceu na garagem bem arisco. Aceitava a comida que colocávamos para ele, mas não nos deixava chegar perto. Depois de três meses minha mãe teve a ideia de tentar escová-lo. Só então ele se rendeu.  Por incrível que pareça, ele não só permitiu a escovação, como passou a aceitar carinho", conta Vitória Mafecom. 


Ela explica que a família sempre teve muito amor pelos animais e que desde a primeira vez que viram Leôncio sentiram que a história não iria acabar ali.

"Só não levamos o Leôncio pra casa porque minha cachorra não aceita e chega a passar mal. Já até tentamos, mas ele também não gostou e ficou miando sem parar. Foi só soltá-lo no estacionamento de novo que ele ficou calmo. É o lugar que ele escolheu para morar", diz.

E que moradia! Digna de prêmio de design de interiores. A casa do Rei Leon...cio tem quarto com camas macias, comedoria, banheiro privativo, sala de estar, sala de jogos e galeria de fotos.



Sem falar que, além de espaçosa, gatificada e toda personalizada, é também segura, com cercas para impedir que Leôncio vá para a rua. Inclusive, a "casa" acaba de ganhar mais um compartimento. O novo espaço fica na laje e foi todo envidraçado para permitir que Leôncio tome sol ou descanse na sombra, mas com uma vista privilegiada de outros gatos sondando os telhados: 

"Minha mãe apelidou o novo espaço de Le Jardin. Meu pai, que gosta de decoração, é que desde o início teve a ideia de deixar a casa do Leôncio bonita e acolhedora. E o artista Clóvis retratou o Leôncio na parede".


O "Le Jardin" foi também pensado porque recentemente Leôncio sofreu ataques de cães dentro do estacionamento. As cercas estouraram e ele conseguiu escapar, mas ficou dias desaparecido. De alguma forma ficou preso dentro de uma caixa d`agua de casa vizinha à loja. A moradora ouviu um miado e era Leôncio pedindo ajuda. Salvo por um triz. Assim, o"Le Jardin" é uma forma de deixar Leôncio curtir um pouco o sol nas alturas, mas sem ir pra rua.




"Ele é nosso bebezinho. É o amor das nossas vidas. Quando os cães o atacaram só Deus sabe como ficamos desesperados atrás dele. A gente ama animais de uma forma surreal".

Vitória conta ainda que a fama de Leôncio foi consequência da postagem de uma fã no TikTok. Ela filmou a criativa casa do bichano e a postagem bombou. A partir de então foi necessário que Leôncio tivesse sua própria conta no Instagram @leonciomafecom porque, inclusive, a gente vê que ele ama posar para fotos e tem vídeos lindos! Já pensou se toda loja ou comércio criasse um espaço acolhedor desses para um mascote felino ou canino? É uma ideia adorável!


Vejam o vídeo do "Le Jardin":


Texto: Fátima ChuEcco, jornalista, escritora, gatóloga e gatoróloga, consultora da @buscacats (especializada na busca de gatos perdidos)
Fotos: cedidas pela Mafecom










segunda-feira, 5 de maio de 2025

Lindíssimo filme sobre Louis Wain, artista que amava e pintava gatos


Quem tem paixão por gatos vai amar o filme "A vida eletrizante de Louis Wain", em cartaz no Prime Vídeo. Wain viveu entre 1860 e 1939 numa Inglaterra que, naquela época, escolhia preferencialmente os cães como animais de estimação. No entanto, suas pinturas humanizando os bichanos, em situações cotidianas vividas pelas pessoas, correram o mundo e abriram espaço para que os gatos tomassem seu merecido lugar em lares quentinhos.


O filme acompanha toda a vida desse grande artista, seus altos e baixos na carreira e, claro, sua  inspiração que teve início com Peter - um gatinho frajola adotado por Wain e a esposa quando ainda era um filhote. Os gatos de suas ilustrações são recheados de expressões faciais das mais diversas:

Eles fumam, bebem...


Jogam carta...


Vão à escola...


 Fazem tudo que nós, humanos, fazemos. 


Interessante também como ele desenvolveu vários estilos de traços e de pintura. Ora as ilustrações psicodélicas, ora com traços caricatos, ora meigas... é fantástico! E conseguia desenhar com as duas mãos ao mesmo tempo. 


Wain, inclusive, foi convidado para ser presidente do primeiro Clube do Gato de Londres e ganhou uma legião de fãs, além de elevar os gatos a um patamar só adquirido na época do Antigo Egito. Com seus desenhos ricos em detalhes Wain ajudou o gato a ser de novo um membro das famílias humanas.

Prefiro não contar mais nada do filme e abrir espaço para seu trabalho admirável. Vejam por exemplo a preciosidade da primeira foto logo abaixo. Um cachorrinho entra equivocadamente numa sala de aula de gatos.





Texto: Fátima ChuEcco, jornalista, escritora, gatóloga e gatoróloga, consultora da @buscacats (especializada em gatos perdidos)









domingo, 4 de maio de 2025

Chocante morte de gatos do Museu do Ipiranga mobiliza comunidade. Participe!


Se você ama gatos e os animais em geral participe da "Caminhada por Justiça pelos Gatos do Ipiranga" que acontece na próxima quinta-feira, dia 8 de maio, às 7h, com início no portão da Rua Xavier de Almeida do Parque Independência. Saiba mais detalhes e como ajudar os felinos do parque acessando o instagram @gatosdoipiranga

A caminhada é uma forma dos protetores de animais e da comunidade exigirem respostas para o recente e brutal assassinato de quatro gatos. Uma gata ainda está desaparecida. 

Não foi envenenamento, pois, pombas e diversos pássaros que comem restos de comida dos gatos também apareceriam mortos. Além disso, nos corpos havia sinais de violência.

O grupo Gatos do Ipiranga, que cuida dos gatos residentes do parque, pagou por uma necropsia que pode dizer o que causou a morte de Maria da Glória, Boquinha (no parque há 15 anos), Fosther e de mais um gatinho que ainda nem tinha recebido um nome. 

Esse tipo de investigação é bem importante porque quando animais começam a ser mortos em parques e cemitérios (onde também costumam se formar colônias felinas), toda a comunidade corre risco já que os crimes podem ter sido cometidos por um serial killer, capaz de matar pessoas. Já está cientificamente provado que os psicopatas que sequestram e matam crianças e/ou adultos normalmente também matam pequenos animais de forma violenta.

Casos assim exigem providências de autoridades para segurança dos animais e da própria comunidade local.


Diante de várias investigações já feitas em outros locais ao longo dos anos, já se sabe que massacre de gatos em parques, cemitérios e lugares públicos geralmente decorrem de:

1) Funcionários internos ou terceirizados que têm acesso ao local antes de ser aberto ao público ou após seu fechamento. São pessoas que conseguem cometer a crueldade em horários que o local se encontra vazio e em pontos que eles sabem que não possuem câmera. Podem ser motivados por vingança relacionada ao ambiente de trabalho ou serem psicopatas

2) Frequentadores que maldosamente atiçam seus cães contra os gatos. Podem ser moradores locais ou viciados que passam a noite com seus cães nesses locais. Aliás, uma medida importante a ser tomada no Pq Independência é impedir que os cães andem soltos pelas trilhas. Já existe um cachorródromo e outros espaços onde os cães podem ficar soltos

3) Frequentadores com forte indício de serem matadores em série. Eles procuram cometer os crimes nas primeiras horas da manhã ou perto do fechamento dos portões. Geralmente também são violentos em casa e podem migrar do assassinato de animais para assassinato de pessoas

PERIGO para Todos: Em qualquer uma dessas hipóteses mora um perigo que não atinge apenas os gatos, mas toda a comunidade. Esse mesmo criminoso é capaz de fazer mal a crianças, mulheres e outras pessoas que tenha condições de imobilizar, sequestrar e machucar. Quantas crianças e pessoas não somem sem deixar rastro todos os dias? Pois muitas delas vão parar nas mãos de psicopatas que costumeiramente assassinam animais por puro prazer de ver o outro sofrer.

Relembrando alguns casos como esse que acompanhei e escrevi a respeito, me ocorrem situações que vale mencionar:

Foto de artista de Piracicaba: Gatos Cemitério da Saudade

Em 2015 os gatos do Cemitério da Saudade, de Piracicaba, no interior de SP, sofreram terríveis ataques. Morreram cerca de 40. A união entre a administração do parque, prefeitura e protetores dos gatos resultou numa investigação complexa, no afastamento de alguns funcionários suspeitos e na instalação de câmeras, entre outros procedimentos que conferiram maior segurança aos gatos e a todos os usuários do cemitério.

Veja matéria completa "Gatos de Cemitérios: Amados e Bem Cuidados" que escrevi para a Agência de Notícias de Direitos Animais clicando AQUI

Em 2016 o massacre foi no Cemitério da Quarta Parada com mais de 20 gatos assassinados brutalmente e tendo suas vísceras arrancadas. Nesse caso apurou-se que os gatos eram usados em rituais específicos de alguns países. Uma empresa terceirizada pelo cemitério e que contratava imigrantes praticantes desse ritual foi notificada e a matança finalmente teve fim. Mesmo assim, um dos gatos mais antigos e queridos foi vítima.

Veja a matéria completa "ONG faz protesto contra matança de gatos em cemitério" na revista Veja clicando AQUI

Na Itália os gatos fazem parte dos principais pontos turísticos

Gato com corte na orelha indicando castração em Roma

Para quem torce o nariz para os gatos que residem no Parque da Independência ou em qualquer outro parque, vale avisar que na Itália os gatos comunitários são protegidos por lei e eles vivem há decadas (talvez séculos) em locais como o Coliseu e a Escadaria Espanhola, no Largo Di Torre Argentina e nas ruínas do Teatro Pompeu. Calcula-se que em Roma, Sicília e Veneza existam 5 mil colônias de gatos cuidados em monumentos e parques públicos. 

Nesses locais as prefeituras ajudam os protetores. Ficou muito famosa uma gata chamada Nerina que viveu por 10 anos no Coliseu e foi fotografada por milhares de turistas que se encantaram por ela. 

Na Itália os protetores de gatos recebem até um nome específico: são os "gattares".


Na França são os cemitérios os principais redutos escolhidos pelos gatos e por lá também são cuidados e respeitados. No cemitério de Montmarte, em Paris, vivem cerca de 50 gatos com total liberdade de deitarem sobre os túmulos de artistas e celebridades europeias. Inúmeros ensaios fotográficos já foram feitos com esses felinos.

Os gatos do Museu do Ipiranga já fizeram parte de uma das matérias mais lidas deste blog

O cuidado especial com os gatinhos que foram abandonados no Museu ou se perderam e acabaram ficando por lá, foi tema de uma matéria que fiz anos atrás e que repercutiu positivamente servindo de exemplo para a administração de outros parques de São Paulo.

Acesse a matéria "Gatos de Roma e do Museu do Ipiranga: Castrar e Cuidar é a Melhor Estratégia" clicando AQUI 

Fátima ChuEcco, jornalista especializada em pets, consultora sobre gatos perdidos pela @buscacats, fundadora da MI-Au Book Editora, gatóloga e gatoróloga mantém esse blog. Número de acessos segundo Google: 1 milhão e 69 mil. Vide trajetória ao lado direito do blog.

Fotos: Da plataforma Pixabay






Rei Leon...cio: depois do abandono, casa gatificada e muitas fãs

Essa história é realmente inspiradora. O gatinho Leôncio, ex-miador de rua, hoje leva vida de rei, inclusive com súditos que estão a postos ...