Imagine duas tribos numa remota parte do planeta disputando a mesma floresta com estratégias de guerra o que inclui "patrulha" de fronteiras e ataques "surpresa". Imagine que essas tribos têm guerreiros e também guerreiras... que possuem líderes há anos no poder e jovens que quando chegam na puberdade dizem adeus a sua comunidade porque precisam formar família em outras tribos, afinal, relacionamento com parentes poderia originar problemas de saúde nos bebês.
Imagine ainda cenas de raiva, solidariedade, carinho mútuo, companheirismo e até traição.
Ok. Agora imagine que tudo isso acima não se refere a tribos de humanos, mas de chimpanzés numa região chamada Ngogo na Uganda (África) e que fazem da série "Chimp Empire" ou Império dos Chimpanzés da Netflixum dos melhores documentários da atualidade.
Dirigida por James Reed, o mesmo de "Professor Polvo" (que foi um sucesso!), vale muito a pena assistir cada um dos quatro capítulos.
E atenção: é tudo REAL! Cada uma das situações aconteceu nos últimos anos diante de dezenas de câmeras instaladas no reduto dos chimpanzés. Claro que com centenas de horas de filmagem há necessidade de se editar o material e narrar os acontecimentos em sua ordem cronológica, mas todas as brigas, amizades e guerras são reais e muito, muito parecidas com o que os humanos fazem.
Reparem nas expressões faciais tão nítidas, tão humanas. Existe toda uma complexa comunicação sonora... conversas em voz baixa ou discussões aos berros.
Reparem nos gestos, nos olhares e nas atitudes "pensadas" para se conseguir o que deseja seja comida, sexo, proteção, aliados ou poder.
Algumas das cenas que mais chamam a atenção são as "patrulhas". O líder convoca seus guerreiros e eles partem em fila indiana para vigiar e defender seu território. Pegue uma cena de filmes da Era Viking e compare: é simplesmente igual! Os chimpanzés se embrenham na floresta, em silêncio, com os olhos atentos, camuflados e esperam o momento certo de agir.
E as cenas de ternura entre mães e filhos são impagáveis!
Tem chimpanzé que deixa o grupo só para cuidar de outro que fora banido, que está doente ou ferido.
Nessa série você poderá ver de perto todo um sistema social e político que nada tem a ver com instinto e sim com vida em grupo altamente complexa.
Por isso que eu sempre disse e continuo dizendo que macacos são pessoas, especialmente os grandes primatas como chimpanzés, gorilas e orangotangos.
Esse é um daqueles filmes em que, ao final, muita gente agradece por ter assistido. Embora seja uma produção da Disney e isso nos leve automaticamente a pensar que se trata de um roteiro infantil e absolutamente fantasioso, o filme "O Único Ivan" é na verdade uma crítica bem contundente ao confinamento e exploração de animais selvagens.
Por isso não espere ver um bando de animais felizes em trabalhar num circo. Os personagens demonstram tristeza e desejam a liberdade que lhes foi roubada. Eles até planejam uma fuga.
Talvez por isso deva ser um filme importante para as crianças e adolescentes assistirem... porque mostra o lado oposto ao glamour que o picadeiro tenta passar. E como é na infância que muitos dos nossos conceitos se formam, quem sabe as novas gerações aprendam a tratar os animais com mais respeito assistindo a vida do gorila Ivan.
Além disso, o filme tem uma menina como personagem que entende Ivan e na qual outras crianças podem se inspirar.
Angelinea Jolie é uma das produtoras e o ator Sam Rockwell interpreta com perfeição o gorila que existiu de verdade, passou 27 anos como atração de um shopping center nos EUA e morreu aos 50 num zoo onde finalmente pôde contar com área verde e outros de sua espécie (conforme retrata foto na abertura deste artigo).
Todos os animais do filme são fruto da mais avançada computação gráfica. Nota mil para todos os personagens e performances técnicas!
E uma curiosidade: são três graciosos finais. Assim como já foi padrão nos filmes da Marvel o filme continuar mais um pouco depois dos letreiros, em "Ivan" isso também acontece.
Então preste atenção: depois dos primeiros letreiros vem mais um final. Daí novos letreiros e, de repente, um terceiro finalzinho lindo!
Outro ponto interessante do filme: no final mostra fotos e vídeos reais do Ivan junto com o resumo de sua história - um recurso raro em filmes da Disney.
Veja o trailer:
Ivan é um espetáculo de expressões faciais
Em 2020, o ator que interpreta Ivan disse em uma entrevista:
“É um ótimo roteiro e uma ótima história. Thea Sharrock é uma diretora incrível porque ela vem do teatro. Tivemos uma conversa no início, onde falamos que era uma história profunda. Não é apenas para crianças. Não é apenas uma brincadeira. Há muita potência emocional nisso. ”
E acrescentou: “Eu amo todos aqueles filmes do Planeta dos Macacos e Livro da Selva e sou obcecado por King Kong desde que era pequeno. Sempre que vou ao zoológico, vou direto aos gorilas. Quando consegui esse emprego e fui conhecer Thea, fui ao zoológico de Londres. Portanto, gorilas têm sido um tema em toda a minha vida. Eu amo sua qualidade estóica. Eu amo que eles são solitários e há algo muito trágico sobre eles para mim. Quando esse trabalho surgiu, fiquei animado para interpretar Ivan. Ele está tendo uma chance no filme de se tornar um herói".
Primeiro Ivan foi arrancado da sua família na República Democrática do Congo e entregue a um casal que o criou até os cinco anos de idade junto com o filho humano.
Ivan sentava na mesa, dormia na cama com seus pais adotivos e até frequentava o balanço de um parquinho infantil, mas ao se tornar mais forte e começar a quebrar tudo na casa, como reflexo de seu desenvolvimento, foi lançado numa jaula de um centro comercial nos EUA para virar atração principal.
No shopping ofereciam a ele cigarros e hambúrgueres (lembrando que gorilas são vegetarianos por natureza). Ele também podia assistir uma TV em preto e branco.
Os gorilas são 98% parecidos com os humanos. Eles são geneticamente mais parecidos com humanos do que com chimpanzés. É por isso que Ivan, da espécie “gorila da planície”, podia pintar e desenhar com lápis de cera - aliás, a única forma que ele tinha para expressar sua tristeza.
Tudo era motivo para atrair clientes e, de fato, Ivan logo ganhou milhares de fãs que o assistiam por meio de vidros que cercavam sua jaula.
Ivan não tomava sol e jamais respirava ar puro. Numa ocasião lhe deram um tapete verde supondo que assim ele se sentiria mais próximo da selva.
Em 1991, o National Geographic Explorer lançou o documentário "The Urban Gorilla" narrado por Glenn Close e que motivou manifestações pedindo a libertação de Ivan.
Recomendo assistir o vídeo abaixo (The Urban Gorilla) que mostra Ivan no ambiente frio onde foi obrigado a ficar por 27 anos, abandonado pela família que o fez se sentir por algum tempo amado.
Ele terminou seus dias no Zoo Atlanta, na Geórgia, onde passou 18 anos (de 1994 a 2012) e morreu devido a um tumor no peito. Embora se tratasse de um zoo, o ambiente era imensamente melhor que o shopping porque Ivan vivia solto numa minifloresta com outros gorilas.
Veja vídeos de Ivan no zoo:
Ivan era um "dorso prateado" que, no mundo dos
gorilas, significa ser um líder natural que geralmente chefia um grupo e tem
muitas fêmeas. No entanto, mesmo estando com outros de sua espécie por 18 anos,
Ivan não teve filhos.
Uma das fotos mais marcantes da invasão da Ucrânia referentes a animais é essa de Vadim Ghirda e que faz parte de uma galeria de fotos da matéria do G1 "Animais de estimação em meio à Guerra da Ucrânia" e que pode ser ser acessada AQUI
Nos últimos dias ficamos sabendo de vários ucranianos que fugiram com seus animais e outros que não deixaram o país por causa deles, como o dono de um CatCafé cheio de gatos resgatados e protetores de animais que até morreram tentando levar alimento a abrigos.
Reparem na expressão do cachorrinho na foto de Marko Djurica em matéria do G1
Isso, sem falar é claro, da gravíssima situação de 27 bebês que estão num bunker aos cuidados de apenas duas enfermeiras e um teatro usado como abrigo que tem 1200 civis presos no subsolo após uma explosão de bomba. Como irão sobreviver sem comida e água?
Toda essa gente não pode ser resgatada porque as áreas continuam sendo bombardeadas pelos russos. Repito: pelos russos... porque os pequenos grupos que Putin acusa como responsáveis por matar civis sequer têm armamentos para tamanha destruição que está sendo feita na Ucrânia.
Foto de Yara Nardi na matéria do G1. De cortar o coração!
O que a gente vê hoje é na verdade o que sobrou da Mariupol e de Kiev. Só tem destroços, corpos apodrecendo nas calçadas, gente e animais desesperados. E vai piorar até não sobrar nada nem ninguém.
É crime de guerra atacar civis. Existem acordos internacionais para evitar que as guerras virem genocídios. Guerra se faz nas fronteiras e as batalhas precisam ser entre militares.
Mas nada disso está acontecendo.
Foto de Visar Kryeziv da matéria do G1. O olhar de medo pode ser notado tb nos animais
Foto de Aleksandra Szmigiel mostra o esforço em não deixar ninguém para trás. Publicada na matéria do G1 citada acima
E depois disso?
Tem uma cena enigmática no clássico "O Planeta dos Macacos" (versão original) que talvez tenha "antecipado" esse momento. Vc achou que era apenas coisa de filme futurístico? Tomara que seja.
Texto: Jornalista e Escritora Fátima ChuEcco que não entende como o mundo de hoje permite que esse tipo de atrocidade ainda ocorra
Na foto está a chimpanzé Mônica do Projeto GAP de Sorocaba (SP). Nome de gente e hábito genuinamente humano de ver revistas. Ela não pode ler, mas se interessa e, além disso, vai saber o que se passa na cabeça dela aos ver as fotos de tantas pessoas naquelas páginas. Talvez tente entender o que se passa nas fotos.
Quando somos crianças e ainda não sabemos ler, também imaginamos o que são e o que dizem os personagens de um livro. Eu mesma, quando pequena, me sentava ao lado de uma pilha de gibis e criava os diálogos entre os personagens já que ainda não podia ler o que diziam.
Nessa outra foto abaixo é Yasmin, também do GAP, que se esforça para entender as fotos. Tudo bem que a revista está de ponta cabeça, mas o que importa? Nossa imaginação e de nossos "primos" é bem fértil!
Para começo de conversa um esclarecimento: chimpanzés, gorilas, orangotangos e bonobos não são "macacos" e sim "grandes primatas", como os humanos. Então são cinco grandes primatas sendo quatro não humanos (ou apes em inglês) e um humano (nós). Popularmente todos os primatas (grandes ou pequenos) são chamados de macacos (ou monkeys em inglês), mas somente os primatas que possuem rabo (cauda) é que são macacos de verdade como os saguis, micos, bugios, macaco-prego etc.
Eu explico essa diferença detalhadamente numa matéria que fiz para o Projeto GAP e que pode ser lida AQUI
O GAP é um movimento internacional cujo objetivo é lutar pela garantia dos direitos básicos à vida, liberdade e não-tortura dos grandes primatas não humanos que, como dito acima, são os chimpanzés, gorilas, orangotangos e bonobos.
O Projeto GAP Brasil começou suas atividades em 2000 e atualmente conta com quatro santuários que abrigam em sua maioria animais resgatados de maus-tratos e condições inadequadas de vida em circos, espetáculos e zoológicos. Atualmente o GAP Brasil acolhe 250 animais sendo 49 chimpanzés. Os demais são felinos, ursos, aves e pequenos animais. Acesse o site AQUI, o Facebook AQUI e o Instagram AQUI
“Um chimpanzé não é um pet e também não pode ser usado como mero objeto de diversão ou cobaia. Ele pensa, sente, se afeiçoa, odeia, sofre, aprende e, inclusive, transmite seu aprendizado. Enfim, é como nós. A única diferença é que não fala, porém se comunica por gestos, sons e expressões faciais. Precisamos garantir seus direitos à vida e à liberdade”, explica Dr. Pedro Ynterian, fundador do Projeto GAP Brasil, ex-Presidente Internacional e atual Secretário Geral do Projeto GAP Internacional e proprietário do Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba.
Quando a foto substitui palavras
Essa belíssima foto de Tim Flach revela o quanto os chimpanzés lembram humanos. Mas será que apenas "lembram"? OU de fato são pessoas? Será que não há uma resistência dos humanos em os admitirem como iguais?
Os primatas não possuem patas, mas mãos e pés. Eles sorriem e riem... até gargalham. Possuem inúmeros sons para se comunicar, igualzinho que o homem fazia para se comunicar no tempo das cavernas. Existe um claro sentido de moral e também sentimento de luto.
Eles fazem ferramentas com galhos, pedras e folhas. Possuem complexas estruturas sociais, aprendem a se comunicar por meio da linguagem dos sinais e a utilizar o computador com o raciocínio equivalente ao de uma criança de sete ou oito anos. Podem se reconhecer no espelho, assim como outros animais ou pessoas por meio de fotos.
O que está faltando para os grandes primatas serem reconhecidos como "gente"?
Leia outras matérias bem interessantes sobre os grandes primatas nos links abaixo:
Conheça o verdadeiro Gorila Ivan que inspirou uma das mais novas produções da Disney acessando AQUI
Sobre a gorila Koko (já falecida, mas que foi criada como uma menininha humana e aprendeu a linguagem dos sinais) Acesse AQUI e veja matéria que tem, inclusive, um depoimento que colhi da pesquisadora que cuidou de Koko
Uma reflexão sobre a trilogia do Planeta dos Macacos (que para mim é uma das maiores produções cinematográficas) - Acesse AQUI
Deixar de comer animais é só
um passo da evolução.
Deixar de comer vida
(inclusive a vegetal) é o passo seguinte.
Mas a humanidade está nesse
ponto?
Vejo com frequência grupos
que amam animais trocando ofensas... uns porque defendem cães e gatos e outros (geralmente
vegans) porque não admitem que se defenda animais domésticos e não os de
consumo.
Mas... veganismo é o caminho,
não o destino.
Tudo depende de um processo
evolutivo que passa pelos campos biológico, cultural e emocional do ser humano... e isso
leva muitos anos. Tempo suficiente pra nenhum de nós estar mais aqui. E no caso
do planeta Terra há ainda um agravante nesse processo: humanos e outros animais
estão em estágios evolutivos muito diferentes, o que contribui drasticamente
paraa escravidão, o abuso e crueldades,
sendo que os mais fortes dominam os mais fracos.
E os próprios humanos tb se
encontram em estágios evolutivos diferentes.
Então... o processo fica mais
longo e penoso porque mesmo aquele que planta sementes do bem, da igualdade,
desperdiça muita energia lutando contra os que estão num estágio mais atrasado
que pode ser entendido como “menos ético”.
Porque amamos uns e comemos outros?
Existe uma razão clara para
que a grande maioria das pessoas que ama cães e gatos, coma galinha, vacas,
porcos e uma infinidade de bichos.
CONVIVÊNCIA.
E é no convívio próximo com
outras espécies (e me refiro ao convívio dentro de casa) que são gerados
afetividade, compaixão, amizade, companheirismo, proteção mútua e uma série de
outros bons sentimentos. E somado a isso tem ainda o avanço da comunicação
entre espécies distintas. Todo mundo que vive com cães e gatos aprende, pelos
sons que eles emitem, o que querem, o que os incomoda, o que os faz feliz etc.
Mesma coisa no sentido inverso: eles tb passam a entender muitas de nossas
palavras, intenções, expressões, gestos etc.
A convivência estabelece uma
relação em que o outro deixa de ser inimigo, perigo e muito menos comida.É por isso que animais selvagens criados com
humanos nãos os atacam (salvo situações de extremo estresse – mas isso tb
ocorre entre humanos, ou seja, vemos o tempo todo filhos matando pais, crimes
passionais, psicopatias de alto nível e um desfiladeiro de violência de caráter
humano).
Então creio que a frase “Porque
amamos uns e comemos outros?” tem a seguinte resposta: porque não convivemos de
forma próxima com todas as espécies. Defendemos com mais facilidade os animais
que vivem conosco sob o mesmo teto. E isso vale pra todos os bichos: inimigos
naturais viram amigos, assim, gatos podem conviver com pássaros, cães com
gatos... olha... até cobras com ratos se forem
criados juntos.
Alimento artificial
Veja bem: convivência é a
resposta, não a solução. O ideal seria aprendermos a respeitar todo tipo de
vida, independente da convivência, incluindo a vegetal, pois, já há pesquisas
que mostram que as plantas tem sim um princípio de inteligência e emoções, mas
se vc diz isso pra um vegan ele dá risada... aliás, a mesma risada irônica que um
apreciador de carne dá quando vc diz que animal pensa, sente dor e tem
sentimentos.
Lá na frente, num futuro que
poucos podem imaginar, a alimentação será totalmente diferente da de hoje,
provavelmente obtida de forma artificial.
Enquanto esse dia não chega,
vale a pena comemorar cada pequena evolução. ASSIM:
Ótimo que não comam cães e gatos
em boa parte do mundo. Ótimo que seja proibido caçar tartarugas e onças
pintadas. Ótimo que não matem mais animais em muitos CCZs. Ótimo que estão protegendo elefantes e
ursos. Ótimo que tem gente lutando pelos macacos. Ótimo que tem cada vez mais
opções sem carne nas prateleiras. Tudo isso faz parte de um processo. Cada
avanço tem que ser valorizado e não criticado porque não engloba vaca, boi,
galinha e porco. A gente chega lá.
Qualquer hora deixarão de
comer coelhos. Depois galinhas, mais adiante bois. Uma hora não permitirão
vivissecção... e assim por diante. Ninguém vai conseguir acabar com o consumo de carne criticando os avanços que
se teve até hoje. Cada animal, seja doméstico, selvagem ou silvestre que vai
ganhando respeito (e leis de proteção) contribui para a libertação dos animais
usados para o consumo humano. Uma coisa vai puxando a outra.
Caminho, não destino
Acho ótimas as campanhas que
procuram motivar o vegetarianismo ou o veganismo... mas repito, esse é só um
caminho, não o destino.
A maioria dos vegans e dos
protetores de animais vegetarianos, alimentam seus cães e gatos com ração de
carne. Se vc vê um animal esfomeado na rua, pele e osso, não vai dar pra ele um
maço de alface.
Portanto, ninguém tem como se
declarar “limpo” do consumo de carne.
A Terra está num estágio em
que vida se alimenta de vida, portanto, ainda é bem "involuída". Isso está diminuindo e é bem provável que um dia
acabe. Mas por enquanto é sim importante uns defenderem cães e gatos, outros
bois e galinhas, outros coelhinhos,outros golfinhos e baleias, outroscobras e lagartos, outros ratinhos de laboratório... porque todas essas lutam convergem para um mesmo destino, só que por
diferentes caminhos.
Nota final: Muita gente se sente especialmente evoluída porque deixou de comer carne. E ainda por cima ataca quem defende outros animais (domésticos ou selvagens) porque acha que ou se defende todos ou não se defende nenhum. É mais ou menos como chegar num ativista pelos direitos dos gays e dizer: "Por que vc não defende os idosos e as crianças? Não é tudo gente?". Lutas distintas convergem para um mesmo objetivo quando as pessoas se unem. Ativistas pelos animais, vegans ou não, deveriam ter em mente que cada animal que ganha respeito e direitos contribui para a libertação de outras espécies. Evolução é um processo e veganismo é só um dos caminhos, mas não o destino. O que meu artigo procura expor é que é excelente
que tem gente que luta pelos elefantes, outros pelos lobos, outros
pelas araras, outros pelas galinhas, outros pelos animais de
laboratório. O objetivo é unico (liberdade, ética etc), mas as lutas
precisam ser segmentadas e devem ser respeitadas, especialmente, pelos
ativistas q defendem os animais usados como comida. Digo isso pq é muito
comum ver protetores de cães e gatos sendo atacados pq não estão
defendendo vacas. E tem mais: conheço varios vegans que embora lutem
pela libertação animal, nada fazem pelo proximo... são pessoas egoistas,
q não ajudam ninguem. Evolução é todo um contexto e não só o fato de
deixar de comer carne... aliás, deixar de comer carne é a parte mais
fácil. Fátima Chuecco
Excelente e Belíssimo Filme! Quem perdeu O Planeta dos
Macacos – A Guerra no cinema pode ver no Now da Net. Megarecomendo. Assisti
ontem e adorei o filme sob vários aspectos: história, cenário, maquiagem,
atores, trilha sonora... tudo. Já tinha me impressionado com O Planeta dos
Macacos – A Origem e O Confronto e esse terceiro filme da série para o cinema tem ainda
mais elementos para elogiar.
O diretor tomou o cuidado de respeitar o Planeta dos Macacos
Original, na sua essência, e tratou de explicar melhor o que aconteceu com a
humanidade e como se deu a tomada do planeta pelos macacos. E fez isso de uma
forma muito inteligente. Lembram que na série antiga havia uma sociedade humana
sob a terra que tinha sido afetada por um vírus que não fazia mal aos
chimpanzés? Mas havia outros humanos, saudáveis, que eram caçados pelos
macacos. Na versão nova aparece uma explicação muito convincente.
Também existe um “link” com a série antiga introduzindo dois
personagens: Cornelius (que é um dos símios que defendem os humanos no filme
original) e Nova (a humana belíssima capturada junto com os astronautas). Só
que nessa versão eles ainda são muito jovens. Achei bárbara a ideia de lincar a
versão atual com a antiga por meio de personagens.
Tem ainda um novo personagem, o Bad Ape ou Macaco Mau, que
passou a vida num zoo. A interpretação é nota DEZ assim como a do líder CESAR que aperfeiçoou ainda mais as expressões faciais. Tem emoção do começo ao fim. Quem gosta
de primatas vai vibrar o tempo todo porque muitas são as reviravoltas. E vale
ressaltar o enredo. Perfeito! Rico em detalhes. Show de atores. Show de filme.
Não sei se a intenção é de fazer um quarto filme dando
continuidade à história ou se a introdução de Corneluis e Nova teve apenas o
objetivo de “homenagear” a séria antiga que, aliás, foi também muito
marcante. Assisti quando adolescente
na TV. E uma cena que jamais esqueci é a do astronauta (Charleston Heston) com
Nova num cavalo, se deparando com a estátua da Liberdade soterrada quase que por
completo. Não lembro nem o que comi ontem, mas lembro com perfeição da belíssima
cena e do rosto dos atores.
A Origem, O Confronto e A Guerra (os três filmes da nova
versão) têm também cenas memoráveis e uma sofisticação na comunicação dos símios
(por expressões, fala e linguagem de sinais) que merece um prêmio! Eu daria o Oscar!
E o mais incrível é que, embora seja uma ficção, nem é tão
ficção assim nos dias de hoje. Pra começo de conversa, vários chimpanzés,
gorilas e orangotangos já dominam a linguagem dos sinais. São expressivos,
emotivos, muito inteligentes e em plena evolução. Se vivessem conosco nas
cidades já estariam escrevendo e lendo (mesmo que apenas por sinais). Já
estariam fazendo música e outras formas de arte. Usar computador muitos deles já
sabem. Basta só um empurrãozinho e eles se tornam gente. Mas não preciso
esperar esse dia, pois, nunca tive dúvidas. Pra mim, macacos sempre foram e continuam sendo pessoas.