sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Do Inferno ao Paraíso: como vivem hoje Huru e Ting Ting resgatados de matadouro da China?


Esses dois gatinhos estavam juntos num matadouro chinês em 2015 quando foram salvos graças a uma ação muito delicada e rápida da HSI- Humane Society International. O Dr. Peter J. Li, integrante da equipe, contou como aconteceu o dramático resgate. Pouco antes, a foto acima, de Huru se agarrando as grades do matadouro, já tinha rodado e comovido o mundo.


“A decisão de uma fração de segundo que tive que tomar um dia em um imundo matadouro Yulin encharcado de sangue em 2015, vai me assombrar pelo resto da minha vida. Tive a oportunidade de salvar dois cães e dois gatos de serem assassinados, mas parecia uma escolha impossível. Então vi o gato branco e preto esfarrapado escalando a parede da gaiola. A cada passo, ele miava mais alto, como se estivesse implorando comigo para tirá-lo de lá”.

Dr Peter Li após salvar Huru e Ting Ting

Ao observar o matadouro, o Dr. Li também notou a presença de um gato amarelo que parecia seguir Huru. Calculou que podiam ser companheiros ou talvez tivessem vindo do mesmo lugar. Por isso resolveu salvar ambos:

“Huru escapou da morte prevista para o dia seguinte. Ele tinha um cheiro horrível e estava visivelmente desidratado. Não havia nada em seus olhos além de tristeza. A coleira ainda ao redor de seu pescoço era prova de que ele vinha de um lar amoroso ou tinha sido um gato de rua cuidado por amantes de gatos da vizinhança. Eu estava exultante por ter conseguido colocá-los para fora, mas com o coração partido para com os outros que tiveram de ficar”.


ONDE HURU VIVE? Vejam o vídeo atual dele (2023):


Eu conversei com a adotante de Huru, Jane Sawtell-Fearm, que contou como o gatinho está hoje, vivendo ao lado de seus irmãos felinos no Reino Unido: 

"Huru está bem, graças a Deus, já que não é mais jovem - às vezes ele é muito animado! Ele ainda é muito próximo de Basil (que teve que remover a perna devido a um sarcoma), mas também tem um novo amigo, Chaaim, que adotamos da Soi Dog Foundation, na Tailândia".


"Chaaim não foi resgatado do comércio de carne até onde eu sei, mas estava com as patas traseiras quebradas. Parece que foi um ato deliberado de crueldade. Chaaim e Huru são amigos firmes agora", continua.


Nessa foto em sua rede social Jane comenta:

"Huru aproveitando o sol na árvore. Como sempre, em certa época do ano, meus pensamentos se voltam para Yulin, na China, e para os pobres cães e gatos que sofrerão tanto durante semanas. Penso na família chinesa de Huru, que nunca deve ter sabido o que aconteceu com ele (ele estava usando uma coleira quando foi resgatado por Peter J. Li do matadouro)". 


Embora o festival de carne de cachorro e gato persista na China,  a HSI acredita que cada vez mais os comerciantes e população local rejeitam o evento:

“Eu visitei muitos matadouros de cães e gatos na China em minha função na Humane Society International, que visa proteger animais do mundo inteiro de sofrimentos, já que milhões de cães e gatos são mortos anualmente em todo o país para o comércio de carne. São na sua maioria roubados de suas casas e ainda usam coleiras quando são amontoados em caminhões e transportados durante dias sem comida ou água para o matadouro. Quando chegam ao destino, muitos já morreram de asfixia ou desidratação. Eles são os sortudos. O que aguarda os sobreviventes é de partir o coração”.

E o que houve com Ting Ting, resgatado com Huru?


O destino de  Ting Ting se firmou do outro lado do oceano, nos Estados Unidos. "Eles podem ter sido roubados da mesma casa. É lindo saber que está feliz em seu lar adotivo. Gostaria que eles pudessem se encontrar novamente, mas talvez não seja possível agora que estão em continentes diferentes", diz o Dr Li.



Ele está assim agora:






Pesquisa, entrevista e textos: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista e escritora, consultora da @buscacats e fundadora da editora www.miaubookecia.com







quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Por que muitos animais perdidos microchipados nunca voltam para casa no Brasil?


Se você pensa que microchipar seu cachorro ou gato garantirá que ele volte para você no caso dele se perder ... atenção ✋... leia essa matéria. O microchip aumenta "um pouco" as chances do tutor ser localizado, mas para realmente ser eficiente teria que existir um banco unificado de dados - o que não ocorre no Brasil.

Assim, caso um animal doméstico perdido nas ruas seja resgatado e levado a um veterinário que possui leitor de microchip, apenas será conseguido o número do microchip dele. Só isso. Depois será necessário descobrir onde aquele microchip foi cadastrado: pode ter sido no centro de zoonoses da cidade ou em qualquer um dos inúmeros bancos de dados espalhados pelo país.

Muita gente até procura em diversos bancos e não encontra, o que torna o microchip daquele animal totalmente inútil para que ele retorne a sua família. 

Muitos já devem ter ouvido falar de casos em que o cachorro ou gato conseguiu voltar para casa "anos" depois de perdido por meio do microchip. Mas repare onde ocorrem esses casos: são em países onde existe banco unificado de dados.

A Associação Americana de Médicos Veterinários (AVMA), por exemplo,  fez um estudo com mais de 7.700 animais de abrigos dos EUA e constatou que 52% dos que tinham microchip, com dados atualizados no banco unificado daquele país, voltaram para casa.

Gigi e Ronny

A artista plástica Karina Polycarpo, brasileira que mora na África do Sul, é tutora dos dois cachorrinhos, Ronny e Gigi, que ilustram essa matéria. Ambos microchipados num sistema nacional de dados. 

Vejam a experiência que ela teve com um cachorro perdido:

"São poucos cães que vemos nas ruas porque aqui é obrigado a microchipar. Então, quando a gente vê um cão meio desnorteado sozinho já sabemos que deve estar perdido.  Levei um cachorro perdido no meu bairro numa clínica próxima. A veterinária verificou o microchip e já teve acesso aos dados dos tutores. A própria clínica entrou em contato e deixou o animal aguardando por sua família numa sala. Eu nem precisei ficar com ele até seus tutores buscarem".

Atualmente, no Brasil, alguns convênios de saúde pet exigem microchipagem em sua rede credenciada, mas se o animal se perder, os dados dos tutores só poderão ser acessados se ele for levado numa dessas clínicas. Caso contrário será necessário pesquisar em vários bancos de dados até achar o cadastro.


Você pode mudar essa situação

Pensando na ineficiência da microchipagem no Brasil, o Sindimvet - Sindicato dos Médicos Veterinários de SP, com apoio do CRMV - Conselho Regional de Médicos Veterinários de SP e do Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio de Janeiro, está pedindo aos tutores e amantes de animais que apoiem, por meio de votação online, a "ideia legislativa" de um banco de dados "nacional" que reúna os microchips de todos os animais do país.

"Se houver um apoio generalizado da população em favor de um banco de dados unificado, os legisladores podem se sentir inclinados a atender essa demanda. É importante envolver a sociedade civil, organizações de proteção animal e os próprios cidadãos na discussão desse assunto e mostrar o apoio público à proposta", diz Robson Léporo, presidente do Sindimvet e da instituição Santa Causa da Misericórdia Animal.

"Os benefícios do sistema de banco de dados unificado incluem: rastreamento e identificação mais eficientes de animais perdidos ou roubados, facilidade de localizar os tutores legítimos, promoção da posse responsável, melhoria da segurança pública reduzindo o comércio ilegal de animais e ajudando a combater maus-tratos, planejamento mais eficiente de recursos e serviços relacionados a animais de estimação, dentre outros", explica Léporo.


Ele cita alguns países:"O Reino Unido possui um sistema chamado Petlog, que é o maior banco de dados de animais de estimação do país. Facilita a identificação e o retorno de animais perdidos aos seus proprietários, além de ajudar no controle de doenças e na promoção da posse responsável.  Na Austrália, o National Pet Register também é um banco de dados nacional. A Suécia possui o banco de dados centralizado chamado DjurID".

AJUDE o Brasil a ter um banco de dados nacional apoiando a ideia legislativa no portal e-Cidadania AQUI 

Mas atenção: antes é preciso se cadastrar no site. É simples e rápido. 

Nem todo animal na rua é animal abandonado

São 30 milhões de animais nas ruas do Brasil segundo estatística da OMS – Organização Mundial de Saúde, sendo aproximadamente 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos. Mas nem todos nasceram nas ruas.  Na verdade, boa parte deles foi abandonada ou se perdeu e nunca mais foi encontrada pelos tutores.

Outro levantamento, do Instituto Pet Brasil (IPB), aponta que 3,9 milhões de animais do país vivem em condição de vulnerabilidade (ACV). Isso quer dizer que estão sob o cuidado de famílias abaixo da linha da pobreza ou vivem soltos nas ruas, mas são atendidos de alguma forma por protetores e ONGs. E entre esses também estão cães e gatos que um dia se perderam de suas famílias.

As colônias de gatos, por exemplo, muito comuns, especialmente em parques, praças e terrenos baldios, geralmente também abrigam felinos que não conseguiram encontrar o caminho de volta para casa. 

Muitos cães e gatos mantidos em abrigos municipais e de ONGs, às vezes durante longos anos, na verdade se perderam e nunca mais foram achados pelos tutores. Por isso, a microchipagem pode ser vista também como um ato de amor, que visa maior segurança do animal e aumenta muito as chances de um feliz reencontro caso o bichinho se perca, DESDE que tenhamos um banco de dados unificado.

SUGESTÃO 🐶🐱: 

No site www.abrachip.com.br vc pode cadastrar GRATUITAMENTE o microchip de seu cachorro ou gato, de qualquer lugar do país, e colocar dados dele, fotos e seus contatos. Já tem mais de 700 mil cadastros. É uma opção enquanto não temos um banco nacional onde todas as prefeituras e clínicas particulares cadastrem os animais.

Entenda como funciona a microchipagem

Consiste na implantação de um dispositivo eletrônico subcutâneo do tamanho de um grão de arroz no dorso do animal. O método utiliza um aplicador especial e é indolor. O microchip não precisa de nenhum tipo de recarga e nem ser substituído de tempos em tempos (dura toda a vida), não tem restrição por idade ou condição de saúde, e não provoca alergias ou desconforto.

A microchipagem gera um número que o tutor, em seguida, cadastra em bancos de dados da sua preferência, com informações sobre o animal como idade, registro de vacinas, histórico de doenças e medicações. 

Pesquisa e texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista, escritora, consultora da @buscacats e fundadora da editora @miaubookecia



 

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Dudu (que odeia gatos) e Pin. Amizade improvável? Inspire-se nessa história.


Quando cães e gatos crescem juntos na mesma casa ou quando um deles é filhote e os demais animais da casa são adultos, normalmente a convivência pacífica brota em pouco tempo. Mas e quando o cachorro é do tipo que não pode sequer ver um gato pela janela que já fica louco de raiva?

O Dudu era assim: extremamente mimado como muitos "filhos únicos". Portanto, bem improvável que aceitasse dividir seu reino com uma gata adulta. O destino, porém, pode fazer até mesmo um cãozinho temperamental mudar de ideia.

A Pin foi socorrida do meio de uma avenida no litoral de SP.  Seu lastimável estado indicava que ela tinha poucas chances de vida. Parecia um tapetinho de pelo sujo e estendido no asfalto.


"Era uma manhã chuvosa de sábado e saímos da academia mortos de fome. Resolvemos voltar pela avenida da praia, que não era usual. De repente vimos na nossa frente um grande caminhão diminuir a velocidade e desviar de um pequeno obstáculo. Esse obstáculo era uma gatinha extremamente magra e debilitada que não conseguia se levantar e sair da pista", conta a jornalista Soraia Chuqui.

"Saímos do carro embaixo de chuva forte e levamos um certo tempo até conseguir segurá-la nos braços. Prontamente fomos ao veterinário e foram constatados inúmeros problemas de saúde como anemia, desidratação e forte infecção. Achávamos  que era um gatinho macho e na hora da internação era necessário um nome na ficha. Como chovia muito, pensei rápido em Pingo (de chuva). Depois soubemos que se tratava de gatinha e, como Pinga poderia soar mal, ficou somente Pin", continua.

Foram meses de remédios orais, injetáveis e oculares, além de inúmeros exames. Pin foi melhorando devagar graças à dedicação de Soraia e seu marido Sérgio. 


"Nosso cachorro Dudu, também resgatado e adotado, à princípio não gostou nem um pouco da família aumentar. A adaptação foi sendo feita aos poucos sob nossa supervisão. Depois de cerca de dois meses eles já conviviam no mesmo espaço. Hoje fazem companhia um para o outro. Mas, como todos irmãos, sempre tem uma pequena desavença -  iniciada claro, por Dudu, que morre de ciúmes da gente". 


Faz um um ano e oito meses que Pin chegou pelas mãos do destino na casa do casal Chuqui. Ela pesava 1,5 kg e hoje tem 4 quilos a mais e está feliz mesmo tendo um problema respiratório crônico que necessita atenção diária com inalação e limpeza nasal com soro. Os quatro viajam juntos para todos os lugares formando uma verdadeira família.

No início, havia muito receio de que Dudu atacasse Pin, o que poderia ser fatal para uma gatinha tão fragilizada. Ele realmente ficou nervoso com a presença dela, mas alguns gatos sabem conquistar seu lugar no mundo. Pin foi espalhando seu cheiro em tudo que Dudu tocava e onde ele dormia. 


Claro que houve todo um cuidado de evitar contato muito próximo até que Dudu demonstrasse "aceitação"... ou seria melhor dizer "conformismo"?

Já a palavra que mais define Pin é "determinação" porque ela de fato decidiu que iria conquistar o coração do casal humano e até do cão bravo. Agora Dudu e Pin andam de carro juntos, dormem juntos...


Eles observam a rua do portão juntos, comem juntos... opa... isso não... daí já é pedir demais, né Dudu?


Lição que Fica

Vejo muita gente desistindo de ficar com algum gatinho que resgatou da rua por conta de ter cachorro ou gatos em casa. Tem gente que nem tenta uma convivência aos poucos.

Claro que nem toda situação é propícia para integrar um animal novo em casa. Cão bravo e de porte grande, caso deteste gato, vai precisar de um trabalho intenso de aceitação. Os gatos da casa também podem se revoltar com o novo gato, mas tudo pode ser resolvido com calma, paciência e ajuda de profissionais da área comportamental se for necessário.


Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista, escritora, consultora da @buscacats e fundadora da editora @miaubookecia





sábado, 29 de julho de 2023

Dia do Vira-Lata é comemorado em 31 de Julho. E esses aqui merecem uma homenagem!


Bebê e Happy circulam todos os dias pelo bairro do Ipiranga, em SP, na carroça do Seu Paraná. São dóceis e aceitam de bom grado a carona depois de boas caminhadas com o tutor que recolhe material usado para vender ou reciclar.

"Paraná dos Cachorrinhos", aliás, já é famoso na região. Ele mora numa comunidade e comenta que a vida que já não era fácil, anda mais difícil. "Estou conseguindo pouca doação de material e estão pagando menos ainda. Às vezes ganho só 5 reais por coisas como essas", diz ele apontando para a carroça que tem colchões velhos, pneu e alguns materiais plásticos.


Happy é filho de Bebê e representa o típico vira-lata caramelo brasileiro. Bebê já tem 10 anos e está mancando devido a um ataque que sofreu de outro cão da comunidade. 

Seu Paraná explica que seus cães são da paz e recentemente até "adotaram" uma gatinha - ele mostra no celular a foto dela todo orgulhoso. Mas tem cachorro bravo no pedaço e Bebê infelizmente foi vítima.


Pergunto se ele tem ajuda de alguma veterinária. Diz que já teve mais, porém hoje em dia anda com pouco apoio... tem que pagar se quiser ser atendido e, no momento, ele não pode. Acrescenta que Happy também não está bem: "Ele tem tosse noturna e vou tentar um remédio caseiro que me passaram".


Ele também procura no celular foto de um outro cão que ele anda alimentando: "Esse aqui ó, pretinho, tô dando comida pra ele porque o dono dele foi preso. Então ele fica na rua esperando alguma comida. Não briga com meus cães".

Bebê, Happy e Paraná dormem juntos. Dividem as dificuldades do dia a dia e também as alegrias.

A vida de Paraná é igual a de tantos outros moradores de rua que têm como únicos, mas fiéis companheiros, os cães conhecidos como "vira-latas" e que muitas vezes, apesar da fome e do frio, se recusam a ir para abrigos porque são impedidos de levar os amigos peludos.

O apelido vira-lata, para nomear cães sem raça definida (SRD), nasceu na época em que as pessoas ainda colocavam seus lixos em latas espalhadas pelas calçadas que, claro, eram reviradas pelos cães e gatos de rua. As latas sumiram, mas muitos animais continuam revirando os lixos como única alternativa de sobrevivência.

NÃO DEIXE DE VER:

E por falar em Vira-Lata, confira também o Projeto "Amigos (Im) Perfeitos" do fotógrafo Carlos Filipe que além de lindo, tem ajudado animais com deficiências físicas residentes de abrigos portugueses a serem "vistos", adotados e amados. Uma boa ideia para se aplicar também no Brasil.

Acesse a matéria recheada de fotos e vídeos nesse blog acessando AQUI

Texto e fotos: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista e escritora, consultora da @buscacats  🐱e fundadora da editora www.miaubookecia.com  🐶🐱

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Fotógrafo Carlos Filipe cria projeto para incentivar a adoção de animais (Im) perfeitos. Genial!

Antecipando o Dia Nacional do Vira-Lata, comemorado em 31 de julho no Brasil, apresento o trabalho do fotógrafo português Carlos Filipe Assunção que, com seu olhar sensível e ao mesmo tempo técnico, tem ajudado vários animais deficientes físicos ou que sofreram lesões devido a maus-tratos, a serem "vistos" e amados. 

Aliás, o termo "vira-lata" não existe em Portugal. Lá eles chamam animais sem raça definida de "rafeiro".


Carlos Filipe trabalha com books de animais domésticos produzindo encantadoras fotos em estúdio e reservou um espaço na sua vida para ajudar voluntariamente, por meio da sua profissão, animais "especiais", muitas vezes com passados arrepiantes, e que dificilmente são adotados em abrigos de ONGs como a Adap - Associação de Defesa dos Animais de Portimão , Pata Ativa , Cadela Carlota , Rescue Algarve - ARA e Pata Faro , dentre outras (todas de Portugal).


O projeto "Amigos (Im) Perfeitos", criado por ele antes da pandemia e que em agosto será tema de exposição em Tavira (Portugal), tem o objetivo de conquistar o coração de pessoas que possam adotar cães e gatos em condições que necessitam de muita dedicação e cuidados.


A inspiração do projeto veio do cãozinho Boris que Carlos Filipe adotou ainda quando filhote. Tudo correu bem até a fase adulta, quando Boris desenvolveu uma doença que desencadeia muitas reações alérgicas e exige tratamento diário. Foi então que o fotógrafo percebeu que, como ele próprio fez, precisava motivar outras pessoas a darem qualidade de vida a animais de abrigos em condições de saúde mais complicadas.


 Em entrevista, ele me escreveu:

"A minha vida neste momento divide-se entre o meu estudio fotografico para animais de estimação e percorrer abrigos a fotografar animais para ajudar na sua adopção. Devo tudo isso ao meu cão Boris porque, quando o adotei, me mostrou todo este mundo. Interessei-me pelos animais diferentes porque são os que ficam sempre no final na hora de escolher. Por medo, insegurança... não sei... e gosto de mostrar a sua beleza para que ganhem novas familias e as pessoas vejam que existe beleza até na imperfeição".

"Os animais mudam nossas vidas e já nem lembro mais de minha vida antes de adotar o Boris. Apesar de suas imperfeições, para mim ele é o cão mais perfeito do mundo", comenta.

Conheçam Carlos Filipe e o cão Boris nesse engraçado vídeo em que o fotógrafo fala de sua próxima exposição na Biblioteca Municipal de Tavira. A atuação do Boris no vídeo é genial:

O fotógrafo também faz vídeos com adotantes desses "amigos (im) perfeitos" e garanto que vocês irão se emocionar com a história do Leão que passou 10 anos acorrentado e ainda teve seus olhos atingidos por ácido. Felizmente seu sofrimento foi interrompido pelo movimento "Quebra a Corrente" cujo trabalho pode ser conhecido no instagram https://www.instagram.com/quebraacorrente

Leão conseguiu um magnífico lar onde, apesar de sua idade mais avançada, portou-se como uma criança, alegre e brincalhona, colocando em prática toda a infância  de carinho que ele merecia ter tido, mas não teve.

Vejam o vídeo muito lindo do Leão:



Veja mais:
Conheça mais do projeto "Amigos (Im) Perfeitos" acessando o facebook https://www.facebook.com/amigosimperfeitos  e o canal do YouTube https://www.youtube.com/@carlosfilipefotograf . O trabalho completo de Carlos Filipe você acessa em www.cfilipe.pt e tem o instagram https://www.instagram.com/carlosfilipefotografia/



Pesquisa e Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista e escritora, consultora da @buscacats 😸 e fundadora da editora www.miaubookecia.com 🐶🐱

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Receita de macarrão de farinha de arroz e feijão preto para quem tá evitando farinha de trigo


Você é do tipo louca (o) por pizza, macarrão e pão? Bem... eu sou... ou era.... até tomar um baita puxão de orelha do meu próprio organismo. Essa receita criei para mim mesma, mas cai como uma luva para quem está precisando cortar o consumo de farinha de trigo por questões de saúde ou é vegano. 

Receita simples, saborosa e barata. Garanto que até quem não sabe cozinhar consegue fazer.

E VEGANA porque não tem leite nem ovos no macarrão.

Usei o macarrão feito de farinha de arroz e farinha de feijão preto (que eu nem sabia que existia!), zero glúten, da Marca Urbano (lá de Santa Catarina). Ele é marrom escuro, mas depois de cozido fica cinza, o que já dá um tom inusitado na comida.

Fiz um molho com tomates frescos, espinafre cozido e tempero pronto em pó de cheiro verde, salsinha e cebolinha. Fiz na panela elétrica com azeite. Não costumo colocar sal nas comidas, mas quem quiser pode colocar.

Em seguida cobri o macarrão com esse molho e levei ao microondas.

Nossa! Eu realmente me surpreendi porque não sei cozinhar quase nada. Ficou ótimo ótimo ótimo... 3 vezes ótimo. E saudável!!!😊🌿🍅


Ingredientes: Macarrão Urbano de Farinha de Arroz e Feijão, Tempero em Pó "Meu Segredo" da Maggi (Cheiro Verde, Cebolinha e Salsinha), 1 maço de espinafre cozido, 5 tomates frescos picados e azeite.

Quanto custa: o macarrão com 500 gramas custa em média R$ 7, o tempero R$ 3 (mas tem vários sachês), o maço de espinafre R$ 7 no começo da feira e R$ 3 no final, 1 kg de tomate na feira cerca de R$ 7 a R$ 9

Tem mais receita com esse macarrão no site da Urbano. Acesse AQUI

Texto: Fátima ChuEcco jornalista e escritora, consultora da @buscacats e fundadora da editora @miaubookecia

Sonhos compensatórios das nossas milhares de vidas paralelas


Quem consegue se lembrar de seus sonhos com vidas paralelas sabe que normalmente elas são mais suaves e felizes que a vida da qual temos plena consciência.

Se não temos um companheiro, lá está ele no sonho de uma vida paralela. Se não temos emprego, casa ou amigos, tudo isso aparece numa vida paralela na qual mergulhamos enquanto dormimos.

Podemos ter ainda nossa saúde tratada por procedimentos, cirurgias e remédios que não existem na vida que consideramos a "real" do momento presente. Já sonhou que foi operado? Ou com alguma estação de cura com águas medicinais?


Eventualmente surgem os pesadelos que são também outras vidas paralelas onde as coisas não acontecem como desejamos. Alguns deles acabam em tragédia e a gente acorda no exato momento em que leva um tiro, cai de um precipício, se afoga ou fica preso num incêndio. 

Isso pode ser o fim de uma das milhares de vidas que temos além dessa onde escrevo esse texto.

Mas na maioria dos sonhos nossas outras vidas são boas e satisfatórias nos dando o que nos falta nessa.


Outros animais, especialmente os mamíferos, também sonham, e quem sabe as aves, os répteis e até os insetos. Não temos prova disso, mas toda criatura que dorme talvez sonhe e tenha, como nós, acesso a suas vidas paralelas.

E isso leva a crer que é tudo fruto da Natureza compensando a parte "danificada" de uma de nossas vidas por outras em que as coisas funcionam bem ou melhor. 


Acesso as vidas paralelas mais felizes, por meio de uma ponte que se mostra durante o sono, pode ser uma forma de compensação comandada pela própria Natureza intrínseca em todos nós agindo de fora para dentro, de dentro para fora e em todas as direções.

Estamos anexados uns aos outros e todos nós  mergulhados numa grande massa corpórea e espiritual infinita. Não temos como sair para o alto ou para baixo, para um lado ou outro porque somos parte de uma única massa como um organismo gigante vivo do qual nenhum célula cai, foge ou morre de fato.

E do mesmo jeito que estamos conscientes dessa vida, nas demais vidas também estamos conscientes delas e, provavelmente, sonhando com essa.

É um mecanismo que não para, não termina. Uma ou mais vidas nossas se cessam, mas milhares de outras emaranhadas com as vidas de outras pessoas ou seres vivos continuam.

São vidas compartilhadas com pessoas conhecidas ou desconhecidas dessa, animais familiares e outros com aspecto que nunca vimos antes.

Algumas pessoas podem ver flores, animais e cores que não temos aqui.


Em alguns sonhos de vidas paralelas parecemos estar em épocas mais antigas ou num futuro com cidades totalmente diferentes das que conhecemos. Em alguns desses sonhos a Terra pode estar totalmente destruída ou num momento de renovação.


E nisso tudo está a mão da Natureza ou uma Força Motriz que está fora e dentro de nós, embalando cada coisa e ser ao nosso redor. Uma força que chamamos de Deus e que recebe outro nome dependendo da cultura e religião de cada povo.

Assim, nós não dormimos apenas para descansar o corpo. Dormimos para manter essa engrenagem ativa o tempo todo desde sempre e para todo o sempre.


Fotos gratuitas da Pixabay

Texto: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista, escritora, frequentadora assídua de suas vidas paralelas