Em 28 de Agosto comemora-se o Dia Nacional do Voluntariado. Todo mundo já escutou o ditado popular “quem trabalha de
graça é relógio”. Mas a verdade é que trabalho voluntário gera respeito pelo
profissional e isso geralmente abre portas no mercado de trabalho, além de um
retorno pessoal impagável. Todo mundo tem uma paixão que traz desde a infância
ou que adquiriu em algum momento da vida. Algo que está adormecido ou esquecido
e esperando uma “oportunidade” de ser colocado em prática. Pois vale a pena
investir nessa paixão, ainda que seja de forma não remunerada.
Você pode usar sua profissão ou qualquer coisa que saiba e
goste de fazer para ajudar ONGs, causas sociais e/ou ambientais com as quais se
identifique ou que tenham relação com suas paixões mais íntimas. Isso será mais
um ingrediente para abrilhantar sua carreira e fazer os selecionadores
prestarem mais atenção em sua trajetória profissional. Você ganhará respeito dos colegas de trabalho
e uma imensurável sensação de “cumprir com um belo propósito de vida”, além de
possibilidades de trabalho remunerado.
Como muita gente ainda torce o nariz para o exercício
voluntário, muitas vezes alegando que isso provoca desvalorização profissional
e que se deve cobrar pelo menos “alguma coisa” mesmo para quem está em grandes
dificuldades, resolvi destacar uma experiência em minha própria carreira para
provar como o voluntariado pode dar bons frutos, inclusive, frutos inesperados.
Vale lembrar que estou falando do trabalho voluntário
genuíno, cuja intenção é de fato ajudar o próximo, pois, quando se pratica
voluntariado visando benefícios próprios e algum tipo de retorno a situação é diferente
e, embora também possa gerar frutos, quase sempre não são frutos duradouros
porque a ajuda prestada não foi “verdadeira”, não partiu do coração. No caso de "troca" de benefícios encare a atividade como "parceria" - o que pode ser bastante válido para ambos os lados também.
CASE 1
Em 2007 fiquei muito afetada com a notícia do massacre de
uma família inteira de gorilas-das-montanhas na República Democrática do Congo
(África). Como jornalista ambientalista, o fato me abalou bastante e resolvi
contribuir espalhando os motivos e consequências de tamanha crueldade, além de
mostrar como ajudar as pessoas que tentavam salvar os demais gorilas daquele
país.
Fiz um trabalho de assessoria de imprensa confeccionando
releases sobre o ocorrido e divulgando meios de ajudar a ONG Gorillas CD.
Mandei para toda a imprensa e vários veículos no Brasil acataram a pauta usando
fotos que consegui com os guardas florestais que mantinham contato direto com
esses gorilas. Também abri uma seção no portal ANDA – Agência de Notícias de
Direitos Animais para falar com mais frequência dos gorilas e de sua frágil
situação.
Então a ONU instituiu 2009 como o Ano Internacional do
Gorila com várias ações voltadas para a preservação da espécie. Eu solicitei
autorização para criar um hotsite sobre o assunto e a ONU não só atendeu minha
solicitação como também destacou meu trabalho em seu boletim dando o link para
o meu site. Fiquei muito contente, mas a melhor notícia viria a seguir.
Por conta desse meu esforço em contar aos brasileiros sobre
o perigo da extinção dos gorilas-das-montanhas, o Projeto Mucky, uma ONG com 30
anos de estrada que resgata saguis e bugios (macacos naturais do Brasil), me
convidou para coordenar uma trilogia literária em comemoração aos seus 25 anos
de atuação, completados em 2010. Tive então a oportunidade de trabalhar em três
livros dando ideias, inserindo material e sendo remunerada por esse trabalho já
que a ONG conseguiu um patrocinador para essa ação.
CASE 2
Cerca de um ano depois, um novo fruto. Uma entidade chamada
Humaniversidade, ligada à ONU, me contratou como assessora de imprensa levando
em consideração meu trabalho que já tinha sido reconhecido e divulgado pelo
Pnuma/ONU.
CASE 3
Outro fruto viria em 2014, quando novamente fui contratada por uma
ONG, o Instituto Supereco, para ser assessora de imprensa do Projeto Tecendo as
Águas, patrocinado pela Petrobrás e pela Chevrolet, sendo novamente remunerada
e atuando em um trabalho muito agradável com várias ações no litoral norte de
SP para proteger os recursos hídricos.
Nunca imaginei que ajudar os gorilas-das-montanhas
resultaria nesses trabalhos remunerados. Abracei a causa de coração, cedendo
meu trabalho como jornalista e os frutos foram surgindo de forma inesperada,
inclusive, junto a ONGs que acabaram por enriquecer ainda mais a minha
carreira.
Foto de abertura: ImaArtist/Pixabay Free
Texto:
Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Fundadora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter editou e produziu o programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾
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