terça-feira, 27 de agosto de 2024

Dia do Voluntariado: uma ajuda de mão dupla


Em 28 de Agosto comemora-se o Dia Nacional do Voluntariado. Todo mundo já escutou o ditado popular “quem trabalha de graça é relógio”. Mas a verdade é que trabalho voluntário gera respeito pelo profissional e isso geralmente abre portas no mercado de trabalho, além de um retorno pessoal impagável. Todo mundo tem uma paixão que traz desde a infância ou que adquiriu em algum momento da vida. Algo que está adormecido ou esquecido e esperando uma “oportunidade” de ser colocado em prática. Pois vale a pena investir nessa paixão, ainda que seja de forma não remunerada.

Você pode usar sua profissão ou qualquer coisa que saiba e goste de fazer para ajudar ONGs, causas sociais e/ou ambientais com as quais se identifique ou que tenham relação com suas paixões mais íntimas. Isso será mais um ingrediente para abrilhantar sua carreira e fazer os selecionadores prestarem mais atenção em sua trajetória profissional.  Você ganhará respeito dos colegas de trabalho e uma imensurável sensação de “cumprir com um belo propósito de vida”, além de possibilidades de trabalho remunerado.

Como muita gente ainda torce o nariz para o exercício voluntário, muitas vezes alegando que isso provoca desvalorização profissional e que se deve cobrar pelo menos “alguma coisa” mesmo para quem está em grandes dificuldades, resolvi destacar uma experiência em minha própria carreira para provar como o voluntariado pode dar bons frutos, inclusive, frutos inesperados.

Vale lembrar que estou falando do trabalho voluntário genuíno, cuja intenção é de fato ajudar o próximo, pois, quando se pratica voluntariado visando benefícios próprios e algum tipo de retorno a situação é diferente e, embora também possa gerar frutos, quase sempre não são frutos duradouros porque a ajuda prestada não foi “verdadeira”, não partiu do coração. No caso de "troca" de benefícios encare a atividade como "parceria" - o que pode ser bastante válido para ambos os lados também.

 CASE 1



Em 2007 fiquei muito afetada com a notícia do massacre de uma família inteira de gorilas-das-montanhas na República Democrática do Congo (África). Como jornalista ambientalista, o fato me abalou bastante e resolvi contribuir espalhando os motivos e consequências de tamanha crueldade, além de mostrar como ajudar as pessoas que tentavam salvar os demais gorilas daquele país.

Fiz um trabalho de assessoria de imprensa confeccionando releases sobre o ocorrido e divulgando meios de ajudar a ONG Gorillas CD. Mandei para toda a imprensa e vários veículos no Brasil acataram a pauta usando fotos que consegui com os guardas florestais que mantinham contato direto com esses gorilas. Também abri uma seção no portal ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais para falar com mais frequência dos gorilas e de sua frágil situação.

Então a ONU instituiu 2009 como o Ano Internacional do Gorila com várias ações voltadas para a preservação da espécie. Eu solicitei autorização para criar um hotsite sobre o assunto e a ONU não só atendeu minha solicitação como também destacou meu trabalho em seu boletim dando o link para o meu site. Fiquei muito contente, mas a melhor notícia viria a seguir.



Por conta desse meu esforço em contar aos brasileiros sobre o perigo da extinção dos gorilas-das-montanhas, o Projeto Mucky, uma ONG com 30 anos de estrada que resgata saguis e bugios (macacos naturais do Brasil), me convidou para coordenar uma trilogia literária em comemoração aos seus 25 anos de atuação, completados em 2010. Tive então a oportunidade de trabalhar em três livros dando ideias, inserindo material e sendo remunerada por esse trabalho já que a ONG conseguiu um patrocinador para essa ação.

 CASE 2

Cerca de um ano depois, um novo fruto. Uma entidade chamada Humaniversidade, ligada à ONU, me contratou como assessora de imprensa levando em consideração meu trabalho que já tinha sido reconhecido e divulgado pelo Pnuma/ONU. 

CASE 3

Outro fruto viria em 2014, quando novamente fui contratada por uma ONG, o Instituto Supereco, para ser assessora de imprensa do Projeto Tecendo as Águas, patrocinado pela Petrobrás e pela Chevrolet, sendo novamente remunerada e atuando em um trabalho muito agradável com várias ações no litoral norte de SP para proteger os recursos hídricos.


Nunca imaginei que ajudar os gorilas-das-montanhas resultaria nesses trabalhos remunerados. Abracei a causa de coração, cedendo meu trabalho como jornalista e os frutos foram surgindo de forma inesperada, inclusive, junto a ONGs que acabaram por enriquecer ainda mais a minha carreira.

Foto de abertura: ImaArtist/Pixabay Free

Texto: 

Fátima Chu🌎Ecco, jornalista especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Fundadora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e  da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). Ministra a palestra "O Poder Curativo dos Gatos", em breve em formato de livro e faz numerologia associada ao Tarô dos Gatos e dos Cachorros. 😸😻😺🐕🐈

Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞
Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter editou e produziu o programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾

Site www.miaubookecia.com



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