sexta-feira, 29 de março de 2019

Cadelinha Chi Chi partiu. Era sobrevivente de restaurante coreano e teve todas as patas amputadas



Chi Chi morreu em fevereiro deste ano no Arizona (EUA), junto de sua família humana, depois de ter sido resgatada, em 2016, de restaurante coreano onde, durante vários dias, foi mantida pendurada de cabeça para baixo com as patas fortemente amarradas. A cadelinha ficou famosa e foi notícia em inúmeros jornais e programas de TV como exemplo de superação, pois, mesmo tendo que amputar as quatro patas, adaptou-se as próteses, várias delas projetadas pelos veterinários Ron e Rosemary Goldstein que acompanharam a cadelinha por toda sua vida. 

Chi Chi tinha energia de sobra: corria, brincava e exalava entusiasmo. Era extremamente sociável com pessoas e outros animais. Amava de paixão bichinhos de pelúcia. Chi Chi fez campanhas contra o consumo de carne de cachorro e sua página no facebook, recheada de fotos e vídeos, tem mais de 60 mil seguidores 

Em março de 2018 foi detectado um câncer nasal agressivo em Chi Chi. O tratamento com radiação lhe proporcionou mais 11 meses de vida, mas também causou sequelas irreversíveis. Seu tutor, Richard Howell, tem publicado toda a emocionante trajetória de Chi Chi no facebook da cadelinha: Ainda é incrível para mim como ela foi feliz e brincalhona apesar do que já tinha passado. Ela é uma lembrança especial de determinação. Chi Chi nunca permitiu que o que aconteceu com ela afetasse sua capacidade de amar todos os dias e amar em abundância. Ela continua a ser uma inspiração mesmo que não esteja mais conosco”.



Chi Chi em coreano significa "amar", mas amor foi tudo o que essa cadelinha não teve na Coreia do Sul numa região famosa por comer cachorros. “Ela era apenas um filhote espancado durante dias para ter sua carne amaciada. As amarras eram tão fortes que a carne começou a apodrecer ao redor dos ossos” - o relato é de Shannon Keith, fundadora da Arme - Animal Rescue Media & Education, entidade protetora de animais dos EUA que conseguiu salvar Chi Chi que, obviamente, só recebeu esse nome depois de ser libertada do inferno.

Quando o açougueiro percebeu a infecção nas pernas de Chi Chi a jogou no lixo dentro de um saco plástico. Foi quando Juyun Yu a encontrou e levou-a para a Arme. O veterinário percebeu que a única forma de conseguir salvar a cachorrinha era amputando as quatro patas. Chi Chi reagiu bem à cirurgia, encantou a todos no hospital veterinário da Coreia do Sul e sua história emocionou a família de Richard Howell, do outro lado do mundo, em Phoenix (Arizona), que resolveu adotá-la.



“Chi Chi foi um presente especial de Deus. Nós nunca imaginamos o impacto que ela teria em nossas vidas, pois, só queríamos dar a ela a melhor vida possível. Mas Deus tinha um plano diferente. Ela foi verdadeiramente uma bênção e um privilégio para nós compartilhá-la com o mundo. Só Deus poderia pegar um cachorro que era lixo de alguém e torná-lo um tesouro mundial, usando sua extraordinária história para impactar positivamente as pessoas de maneira notável”, comenta.

                                     Richard Howell com Chi Chi no colo

No Brasil Chi Chi também deixou sua doce marca registrada no livro “Ághata Borralheira & Amigos tocando corações”. Na obra ela aparece como personagem da história “Ághata no País das Maravilhas” como uma cadelinha exemplo de superação sempre “sorrindo” e animada para fazer amizades, exatamente como ela foi na vida real. A protagonista Ághata Borralheira também morreu ano passado. Ao receber o livro seu tutor fez uma foto e enviou ao Brasil.



A alegria estampada no rosto de Chi Chi é visível até para quem não convive com cachorros. Para muitos, ela só sobreviveu de forma milagrosa a fim de servir de inspiração e símbolo contra a cruel matança de cães e gatos para consumo que ainda persiste em muitos países. Em seu facebook as pessoas choram sua ausência há dias, afinal, Chi Chi foi mesmo uma criatura extraordinária.

Campanhas para salvar cães e gatos de restaurantes

Atualmente está sendo feita uma campanha por meio de outdoors e cartazes em transporte público pedindo o fim do consumo de cachorros e gatos na China e Coreia do Sul e que dizem, por exemplo, “Cães são família, não comida” 


No site change.org uma petição brasileira pedindo o fim do Festival de Yulin, na China, onde são assassinados cerca de 15 mil cães e 10 mil gatos anualmente, já tem quase 2 milhões de assinaturas e segue na meta de alcançar 3 milhões 


No facebook páginas também denunciam os abusos contra animais em países asiáticos: 

TEXTO: Fátima ChEcco, jornalista profissional MTB 21.012 - texto protegido por direitos autorais pode ser compartilhado/divulgado à vontade porque isso é LEGAL. Mas não pode ser comercializado/patrocinado em portais na íntegra ou em partes por ser ILEGAL.

2 comentários:

  1. Eles tem uma tradição de espancar sempre para amaciar a carne e fameb. Matam de forma cuel. Espancando até a morte e não com uma faca no peecoco. Os demais animais assistem todos os dias. Não sei como descrever essa crueldade mas mesmo que seja proibido isso acontecerá ainda no mercado negro .infelizmente

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