quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Os gatos são muito expressivos e até Darwin notou isso


"Os gatos usam muito a voz como meio de expressão e emitem, sob várias circunstâncias e emoções, pelo menos seis ou sete sons diferentes. Um dos mais curiosos é o ronronar de satisfação produzido tanto durante a inspiração quanto a expiração. O puma, a chita e a jaguatirica também ronronam"


O trecho acima é do livro "A expressão das emoções no homem e nos animais", escrito por Charles Darwin em 1872 ou quase 150 anos atrás.

Ele demonstra, pelo método de observação, desenhos, fotografias e relatos de colaboradores, que os animais têm emoções como alegria, medo, raiva e ciúme, manifestadas por meio das expressões faciais e corporais, além de sons e uma comunicação própria.  


Darwin defende que algumas de nossas expressões são herdadas de antepassados primitivos, comum tanto aos homens quanto aos outros animais. Diz ainda que muitas de nossas expressões são inatas e não aprendidas já que se repetem em pessoas das mais variadas culturas.

"Um exemplo clássico é ainda hoje o homem mostrar seus dentes caninos quando está enfurecido, da mesma forma que o fazem macacos, cães  e outros bichos, apesar de não se servir disso para brigar"

Vejam isso:

"Ações de todos os tipos, acompanhando regularmente algum estado de espírito, são de pronto reconhecidas como expressivas. Podem consistir de movimento de qualquer parte do corpo, como o abano da cauda de um cão, o encolhimento dos ombros de um homem, o eriçamento de pelos de um gato, a exsudação de suor, o estado da circulação capilar, a respiração forçada e o uso de sons vocais ou produzidos por algum instrumento. Até os insetos exprimem raiva, terror, ciúme e amor com sua estridulação".




Darwin fala da expressão canina:

"Alguns cães demonstram um estado de espírito de prazer e excitação, associado à afeição, de uma maneira bastante peculiar: mostrando os dentes, como num sorriso".


E  destaca, é claro, chimpanzés e orangotangos que, notoriamente, são os mais expressivos dentre todos os seres vivos, assim como os humanos.

"Se fazemos cócegas num chimpanzé jovem - e as axilas são particularmente sensíveis às cócegas como nas nossas crianças - um som mais nítido de carcarejo ou risada é produzido", comenta no mesmo livro.

"Macacos também tremem de medo e, às vezes, soltam suas excreções. Pude ver um macaco quase desmaiar de tanto terror quando capturado. A expressão de um macaco quando provocado ou afagado por seu tratador é quase tão expressiva quanto a dos humanos".


Darwin morreu em 1882 aos 72 anos e seu legado ainda hoje divide opiniões. Uns acham que seu longo e complexo estudo do comportamento animal tinha a intenção de provar que os animais sentem e sofrem como nós e, portanto, não poderiam ser explorados pelo homem como objetos inanimados.

Outros acreditam que os estudos de Darwin serviram para endossar os horrores que a medicina e a ciência já faziam com os animais desde aquela época sob o argumento de que, sendo muito parecidos conosco também seriam os melhores modelos para se explorar como cobaias.

Mas nesse artigo quero concentrar o foco nos expressivos gatos com uma pequena amostra do fabuloso trabalho do fotógrafo Michael Hans cuja página no facebook pode ser acessada AQUI e cujas imagens ilustram também o texto acima







Fotos: Michael Hans
Pesquisa e Texto: Fátima ChuEcco Jornalista/Escritora apaixonada por gatos e por todos os animais...e sempre em busca de gente sensível e talentosa
Acesse meu site www.miaubookecia.com



3 comentários:

  1. Nossa, que máximo! Uma percepção bem a frente de seu tempo! E pensar que ainda hoje, existem tantas pessoas que são capazes de maltratar nossos animaizinhos! Eles são parte pulsante da natureza ,assim como nós.

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  2. Realmente é mto interessante ver como Darwin percebeu essa característica que todos nós temos, mas por outro lado, é muito triste ver como tem tanta gente que ainda não reconhece os sentimentos nos animais.

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