No dia 27 estreia nos cinemas esse genial filme que nos conduz
a um futuro sombrio e frio, muito frio. É uma obra de arte e, na minha opinião,
só perde para o último Mad Max (Estrada da Fúria) que é também um espetáculo de
filme – o melhor do ano em produção e conteúdo. Em O Expresso do Amanhã um
grupo de sobreviventes é obrigado a permanecer dentro de um trem dividido em
alas para os pobres e para os ricos. A Terra sofreu com o aquecimento global e
uma técnica para salvar o planeta deu errado fazendo gerar uma nova era
glacial.
Amontoados há anos sem sequer tomar banho e sobrevivendo com
tabletes de uma pasta que nem sabem do que é feita, os residentes dos últimos
vagões decidem que é hora de “tomar” a locomotiva e a aventura cheia de ação
preenche duas horas de filme que passam num piscar de olhos. O trem não para.
Ele é muito longo e atravessa as geleiras em velocidade extraordinária. Do lado
de fora tudo congela. Só há vida nos vagões. Mas que vida é essa? Não tente
adivinhar. Só mesmo da metade do filme em diante é que você vai descobrir as
diversas realidades aprisionadas num único trem. Vida miserável? Vida
sustentável? A cada vagão uma novidade.
O filme dirigido pelo sul-coreano Joon-ho Bong é uma
produção que reúne Coreia do Sul, França, EUA e República Tcheca. Joon-ho
ganhou fama e fãs com os filmes “Memórias de um assassino” e “O Hospedeiro”. Sem dúvida, em O Expresso ele se mostra um
diretor bem mais maduro e talentoso. Destaque para a atriz Tilda Swinton que está ótima,
creio que em seu melhor papel até hoje, mas irreconhecível. Tentem reparar nos
detalhes, nos tons e se preparem para as cenas finais e, em especial, para a
última cena – fabulosa!