O biólogo Sérgio
Greif, autor da obra “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação – Pela
Ciência Responsável”, é declaradamente contrário à experimentação animal. Ele
afirma que é possível evitar a prática: “A corrente que eu defendo é que, no
passado, em toda a história, a gente jamais precisou testar em animais. Antes
de indagar se é possível banir esses testes, é necessário questionar se em algum
momento foi provado que o modelo animal é adequado para o ser humano”.
E complementa: “Não significa que vamos
partir do nada. Já temos métodos substitutivos para as pesquisas mais
importantes como de toxidade aguda e crônica, sub-crônica, testes de fototoxidade
e de ecotoxidade”. Greif diz que para os
testes de irritação ocular, por exemplo, há uma centena de metodologias que não
utilizam animais e que outro recurso que pode ser utilizado em testes
toxicológicos é a simulação computacional.
Uma das descobertas
mais geniais dos últimos tempos é a córnea artificial desenvolvida por
pesquisadores japoneses no National Institute of Agrobiological Societies.
Trata-se de uma membrana de colágeno ultrafina que permite o cultivo de células
que, por sua vez, recriam a córnea humana. Essa córnea mostrou-se mais
eficiente que os olhos dos animais para detectar produtos tóxicos. Os
resultados são mais específicos e próximos ao que aconteceria ao olho humano
submetido as mesmas substâncias. E o melhor: a metodologia pode ser aplicada
com células de qualquer parte do corpo, da pele aos órgãos internos,
aposentando de vez os testes em animais que, inclusive, são bem mais caros que
os testes in vitro.
Comissão Permanente Antivivissecção
Criada em 2012 pelo deputado Feliciano Filho, a
Comissão, primeira do país, busca defender os animais que são utilizados como cobaias e sofrem com
torturas e crueldades inimagináveis, uma vez que são submetidos a testes ainda
vivos, prática comum em universidades, pesquisas científicas e indústrias
farmacêuticas. “Essa
comissão é um fórum permanente de discussão dessa grave questão, mas também um
espaço de ação. Não estamos apenas discutindo, mas agindo para que essa prática
horrenda e arcaica seja abolida,” diz Feliciano que é
coordenador da Comissão.
Frente Parlamentar de Defesa e Direito dos
Animais
Funciona
na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) desde 2007 quando foi
criada pelo deputado. O objetivo é assegurar as políticas
públicas em prol dos animais, evitando maus-tratos e a extinção de algumas
espécies. “Se adotarmos as medidas adequadas no cuidado com os bichos,
instituindo programas de controle populacional por meio de esterilização
cirúrgica e idetificação, por exemplo, conseguiremos reduzir gastos públicos,
além de prezar pela saúde de milhares de animais que não podem se defender, não
têm voz e nem a quem recorrer”, explica o deputado.
Além do caráter
prático, a frente visa promover, no âmbito legislativo, a divulgação de estudos
e pesquisas, bem como a discussão das leis protetoras dos animais e dos sistemas
de garantia de direitos. Outro ponto importante é a aproximação a grupos e
organizações atuantes pela causa.