terça-feira, 15 de novembro de 2016

O QUE VOCÊ PENSA SOBRE USO DE COBAIAS NO ENSINO?


Esse é o Perninha - ex-cobaia da Universidade Federal de Viçosa (MG). Em 2015 ele passou dois meses em dolorosos experimentos que incluíam o rompimento dos ligamentos do joelho. Perninha era um cão sem teto, mas saudável. Após a tortura a que foi submetido junto com outros 13 cães, teve a liberdade decretada por ação judicial - um fato inédito no Brasil. Nunca antes um juiz havia decretado a soltura de cobaias em pleno processo de experimentação. Todos os companheiros de "cela" de Perninha e ele próprio tiveram sequelas e terão que tomar remédios o resto da vida. Perninha veio para SP e vive no abrigo da ONG Cão Sem Dono. É o único, das 14 cobaias, que não foi adotado. Ele manca um pouquinho, mas também sorri agradecido pela chance que lhe foi dada. O tratamento para o problema ao qual Perninha foi induzido poderia muito bem ser testado em animais que realmente tivessem a doença e precisassem de ajuda. Muitos cães morrem porque seus tutores não podem pagar tratamentos, no entanto, volumosas verbas ainda são destinadas para experimentos como esses.  Você concorda com isso?

A vivissecção no ensino é tema da Audiência Pública do dia 22 de novembro, às 18h, na Assembleia Legislativa de SP (Alesp), promovida pelo deputado estadual Feliciano Filho. O evento tem início com a exibição do documentário “Cobaia – Os Porões da Ciência”, de Marcos Spallini e que conta com a participação do biólogo Sérgio Greif, conhecido defensor dos métodos substitutivos. Presença de Perninha (foto).

A vida das cobaias se resume a um sofrimento que pode durar dias, semanas, meses e até anos. É uma das piores atrocidades do ser humano contra outros animais. No entanto, esse tipo de exploração, ao menos no ensino, tem chance de terminar já que são muitas as ferramentas que substituem animais vivos com eficiência, tornando o aprendizado ético e muito mais rico sob vários aspectos em faculdades de medicina, medicina veterinária, biologia, psicologia, odontologia e ciências farmacêuticas.

“A utilização animal vem sendo cada vez mais questionada no meio acadêmico e pela população em geral, seja por questões éticas ou científicas. Há uma crescente tendência da sociedade em trazer os animais para uma esfera moral, reconhecendo-os como sujeitos de direito. As mais importantes universidades do mundo têm abandonado o uso de animais”, comenta Feliciano Filho.

O deputado pretende, por meio do Projeto de Lei Nº 706 de 2012, que a utilização de animais no ensino se restrinja apenas a estudos observacionais em campo, exames clínicos que auxiliem o diagnóstico do paciente e animais que estejam de fato necessitando da intervenção de um profissional para restabelecimento de sua saúde. O PL regulamenta ainda a utilização de material biológico e cadáveres adquiridos eticamente.

O evento contará com a presença do juiz federal Anderson Furlan (que participou recentemente da audiência pública sobre a vaquejada), Júlia Matera, professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP (premiada em concurso internacional sobre métodos substitutivos ao uso de animais no ensino) e Odete Miranda, professora da Faculdade de Medicina do ABC, onde desde 2007 não se utiliza mais animais nas aulas, dentre outros convidados (vide programação).



Brasil já utiliza métodos substitutivos
A professora Odete Miranda orquestrou um minucioso processo para abolir o uso de animais na Faculdade de Medicina do ABC: “Numa ocasião um cachorrinho era arrastado para dentro da sala de aula gritando de desespero e traumatizando os alunos. Naquele dia decidi fazer algo a respeito”. Depois de várias etapas de convencimento envolvendo alunos, docentes e a direção da escola, além de montar um dossiê de métodos substitutivos com mais de 300 páginas, a professora conseguiu, em 2007, por fim ao uso de animais na faculdade.

A nefrologista Sabrina Polycarpo se formou na Faculdade do ABC: “Os animais foram abolidos no meu último ano de faculdade, então eu infelizmente peguei muitas aulas com animais. Sempre achei 100% desnecessário e cruel e me lembro, principalmente, com muita dor, das aulas com cachorros. Eu ficava a aula toda atrás do responsável pela anestesia preocupada com o animal sentir dor. Nunca fiz qualquer procedimento em nenhum, sempre me recusei. Graças a Deus isso acabou. A professora Odete sempre foi conhecida pelo ativismo contra essas práticas”, conta.

A professora Júlia Matera também se sentia incomodada com o uso de animais vivos na USP, afinal, eram mais de 300 por ano recolhidos do CCZ. Ela pesquisou métodos modernos e esse ano ficou em primeiro lugar no concurso “Métodos substitutivos ao uso prejudicial de animais no ensino humanitário da Medicina Veterinária e Zootecnia na América Latina” promovido pela World Animal Protection. Hoje a USP utiliza cadáveres cedidos pelo seu Hospital Veterinário. Todos os alunos passaram a realizar os procedimentos e, inclusive, repeti-los. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 90% das faculdades de Medicina não utilizam mais animais em experimentos, entre elas, instituições conceituadas, como Harvard, Stanford e Yale. Na Grã-Bretanha e Alemanha 100% as faculdades de medicina não utilizam mais animais em experimentos. Segundo o Comitê Médico para a Medicina Veterinária Responsável (com sede em Whashington), das 187 faculdades existentes nos EUA e Canadá, apenas quatro ainda utilizam animais vivos.

“A utilização de animais vivos tem o potencial de dessensibilizar o estudante, podendo fazê-lo perder o senso de reverência e respeito à vida. Já a utilização de métodos substitutivos condiz com a formação de profissionais mais sensíveis e humanitários”, afirma Feliciano.

Salvar ou tirar vidas?
A Lei Federal 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), em seu artigo 32, parágrafo 1º, estabelece que é crime a realização de procedimentos dolorosos ou cruéis em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. Por sua vez, o Concea – Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal diz que havendo métodos alternativos ao uso de animais vivos, as instituições de ensino devem adotar ferramentas mais modernas.

Métodos substitutivos existem e estão cada vez mais sofisticados.  Os simuladores bovinos avançados, por exemplo, têm complexo sistema de órgãos internos que permitem a prática de apalpação cólica e parto. São muitos os simuladores caninos que permitem o treinamento de inúmeros procedimentos como suturas, injeção venosa, cirurgias, raio X, entubação, estabilização espinhal, técnicas de bandagem, ressuscitação boca-focinho, acesso jugular e vascular. Outros simuladores, como o de felinos e de ratos, são igualmente realistas. Além disso, existem softwares de alta qualidade que utilizam inteligência artificial e métodos in vitro.

Programação
18h
Exibição do documentário Cobaia – Os Porões da Ciência
19h
Audiência Pública “Uso de animais vivos no ensino: Ainda é Necessário?”
Página do facebook https://www.facebook.com/events/1128698350549651/
Convidados:
Anderson Furlan – juiz federal (Maringá –PR)
Carlos Alberto Muller - Presidente da Comissão de Especialidades Emergentes do CFMV Conselho Federal de Medicina Veterinária
FAJ – Faculdade de Jaguariúna  - Professor Flavio Pacetta, Diretor de Campus da Faculdade Jaguariúna
Júlia Matera – professora da  Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP
Odete Miranda – professora da Faculdade de Medicina do ABC
Paula Andrea de Santis Bastos –  professora da FMU e membro da Nuvet – Núcleo de Medicina Veterinária e Espiritualidade
Aurea Cruz Garçon – Coordenadora do Nucleo Cultura de Células  Instituto Adolfo lutz
Luciana Knopp – biomédica e professora da Faculdade Federal de Salvador
Maru – veterinária da Natureza em Forma
Neimar Roncati – diretor Faculdade de Veterinária Anhembi Morumbi
Paulo Anselmo – veterinário e diretor do Depto de Proteção Animal de Campinas
Adriana Leite (dermatologista) e Fernanda Bayeux (advogada), da Cosm-éticos
Local:
Auditório Paulo Kobayashi
Alesp - Av Pedro Alvares Cabral, 201, Parque Ibirapuera
Fone  (11) 3886-6000








Calendário ajuda cães do CCZ de SP

                                                      Angel do CCZ
 
Com apenas 5 reais é possível comprar o calendário "Adote um amigo" do Projeto Melhor Amigo, formado por voluntárias do CCZ de SP. O calendário contém fotos dos cães que estão há anos esperando adoção, assinadas por Simone Ferrarese. As ilustrações, que deram graça as fotos colocando patins e outros acessórios nos cachorros, são de Caio Tabuso. É um calendário de mesa que mostra a importância desse Projeto na vida desses animais e que, junto com o Projeto Cãominhada, oferece um pouco de qualidade de vida para cães que passam dia e noite em baias. Aos domingos, salvo os dias de chuva, qualquer pessoa pode dar um pouco de carinho e levar os cães do CCZ para passear. Mas o que eles precisam mesmo é de um lar para chamar de seu. Assim, o calendário funciona também como uma pequena vitrine dos candidatos a uma família humana. Compre, dê de presente, coloque na mesa do escritório e ajude esses animais carentes de quase tudo, mas especialmente de carinho. Para mais informações acesse a página do calendário no facebook https://www.facebook.com/melhoramigosp.ccz/






segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Pele – cada um tem a sua! E é bom que continue assim!


Em pleno século XXI, o homem ainda lembra um pouco aquele do “tempo das cavernas” quando a pele dos animais era a única coisa que ele podia usar para se proteger do frio. O tempo passou, o ser humano evoluiu, mas muita gente estacionou no passado e continua pagando fortunas por um casaco de peles. Aliás, um casaco feito com pele de chinchila pode exigir a morte de 50 a 200 desses animais e das formas mais brutais. E uma triste notícia: os maiores produtores são a Argentina e o Brasil.
Felizmente, pelo menos no Estado de SP, a Lei Nº15.566 de 2014, do deputado estadual Feliciano Filho, proíbe criação ou manutenção de qualquer animal doméstico, domesticado, nativo, exótico, silvestre ou ornamental com a finalidade exclusiva de extração de peles. Em SP havia uma fábrica de horrores até a sanção dessa Lei.

“Foi com muita emoção que assisti essa vitória. Agora, esta é uma atividade ilegal, passível de denúncia, fiscalização e as devidas punições legais. Desde vinha trabalhando muito para realizar mais este sonho”, revela o deputado. Segundo ele, a  Lei Nº15.566 salvará milhares de vidas: “São animais que vivem em cubículos muito pequenos, mal podendo se mexer, para depois serem mortos de forma cruel para satisfazer a vaidade humana. Isto é inadmissível. Só nós, protetores que amamos os animais, sentimos e sofremos por saber o quanto eles sofrem”, comenta.
Sofrimento é mesmo a palavra-chave da extração de peles. Num famoso dedicado aos produtores de peles de chinchila para fins de vestimenta diz: “O abate pode ser feito por asfixia química, eletrocussão ou desnucamento, devendo-se sempre ter o máximo cuidado na hora da execução para não afetar o pêlo do animal. O método mais comum é o por desnucamento, bastante rápido. Consiste em segurar o animal pela cauda e cabeça e mantendo-o estendido deslocar a cabeça para trás.”

Ocorre que muitos animais continuam vivos após o desnucamento e têm suas peles arrancadas nessa dolorosa condição.  Que SP sirva de inspiração para o resto do país onde a chinchila continua vítima desse cruel comércio.

Testes em animais – um longo sofrimento


 A vivissecção é uma das piores explorações dos animais pelo ser humano. Isso porque o sofrimento é contínuo podendo durar dias, semanas e meses. Queimaduras e cortes são frequentes. Os testes nos olhos e na pele são os mais comuns para testar cosméticos e produtos de limpeza, mas isso, felizmente, foi proibido em SP com a Lei Nº 15.316/14 do deputado estadual Feliciano Filho.

O biólogo Sérgio Greif, autor da obra “Alternativas ao Uso de Animais Vivos na Educação – Pela Ciência Responsável”, é declaradamente contrário à experimentação animal. Ele afirma que é possível evitar a prática: “A corrente que eu defendo é que, no passado, em toda a história, a gente jamais precisou testar em animais. Antes de indagar se é possível banir esses testes, é necessário questionar se em algum momento foi provado que o modelo animal é adequado para o ser humano”.



E complementa: “Não significa que vamos partir do nada. Já temos métodos substitutivos para as pesquisas mais importantes como de toxidade aguda e crônica, sub-crônica, testes de fototoxidade e de ecotoxidade”. Greif diz que para os testes de irritação ocular, por exemplo, há uma centena de metodologias que não utilizam animais e que outro recurso que pode ser utilizado em testes toxicológicos é a simulação computacional.
Uma das descobertas mais geniais dos últimos tempos é a córnea artificial desenvolvida por pesquisadores japoneses no National Institute of Agrobiological Societies. Trata-se de uma membrana de colágeno ultrafina que permite o cultivo de células que, por sua vez, recriam a córnea humana. Essa córnea mostrou-se mais eficiente que os olhos dos animais para detectar produtos tóxicos. Os resultados são mais específicos e próximos ao que aconteceria ao olho humano submetido as mesmas substâncias. E o melhor: a metodologia pode ser aplicada com células de qualquer parte do corpo, da pele aos órgãos internos, aposentando de vez os testes em animais que, inclusive, são bem mais caros que os testes in vitro.

Comissão Permanente Antivivissecção
Criada em 2012 pelo deputado Feliciano Filho, a Comissão, primeira do país, busca defender os animais que são utilizados como cobaias e sofrem com torturas e crueldades inimagináveis, uma vez que são submetidos a testes ainda vivos, prática comum em universidades, pesquisas científicas e indústrias farmacêuticas. “Essa comissão é um fórum permanente de discussão dessa grave questão, mas também um espaço de ação. Não estamos apenas discutindo, mas agindo para que essa prática horrenda e arcaica seja abolida,” diz Feliciano que é coordenador da Comissão.

Frente Parlamentar de Defesa e Direito dos Animais

Funciona na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) desde 2007 quando foi criada pelo deputado. O objetivo é assegurar as políticas públicas em prol dos animais, evitando maus-tratos e a extinção de algumas espécies. “Se adotarmos as medidas adequadas no cuidado com os bichos, instituindo programas de controle populacional por meio de esterilização cirúrgica e idetificação, por exemplo, conseguiremos reduzir gastos públicos, além de prezar pela saúde de milhares de animais que não podem se defender, não têm voz e nem a quem recorrer”, explica o deputado.


Além do caráter prático, a frente visa promover, no âmbito legislativo, a divulgação de estudos e pesquisas, bem como a discussão das leis protetoras dos animais e dos sistemas de garantia de direitos. Outro ponto importante é a aproximação a grupos e organizações atuantes pela causa.

Nota Fiscal Animal ajuda 73 ONGs



Conheça Ongs que criaram logísticas de arrecadação
Com a alta taxa de desemprego, as ONGs perderam muitas contribuições em dinheiro. Uma das alternativas para enfrentar a crise é fazer uso da Lei 14.728/12, do deputado estadual Feliciano Filho (http://felicianofilho.com.br/leis/lei-no-14-728-de-28032012-nota-fiscal-animal-altera-a-lei-n-12-685-de-2007-que-dispoe-sobre-a-criacao-do-programa-de-estimulo-a-cidadania-fiscal-do-estado/) , que inclui as entidades paulistas de defesa e proteção animal nos benefícios do Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal do Estado de São Paulo. Atualmente, 73 ONGs já são beneficiadas por essa Lei.
É exatamente o que faz a ONG Alpa – Associação Limeirense de Proteção aos Animais, de Limeira (Interior de SP), que tem 102 cães e gatos com idade média de oito anos: “Estamos há dois anos cadastrados no Programa da Nota Fiscal Paulista. Após aprovação pela Secretaria da Receita Federal, iniciamos a campanha ´Doe sua Nota Fiscal Paulista para a Alpa´ e com muito carinho temos recebido o apoio da população”, comenta Cassiana Fagoti, presidenta da ONG. 



A estratégia da Alpa foi mobilizar um grupo de voluntários que, diariamente, cadastram essas notas, após coletarem em mais de 10 pontos distribuídos pela cidade. “Assim, a cada semestre recebemos a restituição e participamos semanalmente de sorteios. O valor arrecadado a cada seis meses por meio desse benefício tem garantido a ração e medicamentos aos nossos tutelados, todos idosos, por 60 dias. Agradecemos ao deputado Feliciano pela iniciativa dessa lei que tem beneficiado inúmeros animais. Sem sua dedicação nada disso seria possível”.



Uma dica é fazer, como a Alpa, um apelo no site ou blog, ou mesmo facebook, sobre a coleta das Notas Fiscais, pois, muita gente joga fora sem a mínima noção de quanto elas podem ajudar as ONGs de proteção animal. A Alpa tem vários animais com câncer, cegueira e vítimas de amputações. Gasta uma tonelada de ração por mês. Para conhecer melhor o trabalho da Alpa e saber como ajudar via Notas Fiscais ou de outras formas acesse www.alpa.org.br

A macacada agradece



O Projeto Mucky, de Itu (Interior de SP), é outra ONG que descobriu na Nota Fiscal Animal uma forma de conseguir pagar parte das despesas para manter mais de 200 primatas da fauna brasileira como saguis e bugios, vítimas de maus-tratos, acidentes urbanos, queimadas ou tráfico. “Estamos usando essa ferramenta há um ano e oito meses. Foi uma iniciativa muito importante do deputado Feliciano Filho porque as entidades de proteção animal possuem grande dificuldade de captação de renda, portanto, esse benefício vindo das notas fiscais é essencial para a manutenção dos animais e da estrutura da entidade”, explica Lívia Bótar, fundadora do Mucky.



Lívia explica que, embora seja muito interessante utilizar esse meio de captação de renda, a ONG deve criar uma logística de arrecadação para poder, de fato, se beneficiar com as notas fiscais. “Nós, por exemplo, fazemos um intenso trabalho junto aos comerciantes da região para colocarmos nossas urnas de arrecadação nos estabelecimentos e também precisamos mobilizar voluntários para digitalizar mais de dez mil notas que em geral arrecadamos. As ONGs precisam criar essa logística de captação e força-tarefa para digitalização das notas”.



Aprenda a fazer uma Urna Viva

A coleta de NFs das urnas é feita pelo pessoal do Mucky semanalmente. “Chamamos de urna viva porque os voluntários mantêm esse hábito de esvaziá-las, ver se estão bem expostas, íntegras etc. O segredo do sucesso está nessas ações de criar postos de arrecadação e cuidar desses locais. Uma vez organizado esse processo vale muito a pena contar com essa verba”, comenta Lívia. Ela diz também que é possível conseguir com que alguns comerciantes guardem as notas jogadas fora dentro dos estabelecimentos: “Nem todos têm essa disposição, mas não custa tentar mostrando o quanto essa arrecadação é importante para manter a entidade”.



O Mucky tem cerca de 80 urnas em comércios de Itu e cidades vizinhas. São urnas decoradas para chamar a atenção dos clientes. O Projeto salva primatas há 31 anos e tem atualmente 103 viveiros onde os animais recebem tratamento médico e se adaptam à vida em cativeiro quando não podem mais retornar ao habitat natural. A sagui Açucena, por exemplo,  (vide foto), foi encontrada eletrocutada e o bugio Angico (foto) , devido a um acidente, perdeu uma perna. Para conhecer melhor o trabalho do Projeto Mucky  e descobrir como ajudar com notas fiscais ou de outras formas acesse www.projetomucky.org.br .

Como se cadastrar

As ONGs interessadas nos benefícios das notas fiscais precisam preencher os formulários do CEE – Cadastro Estadual de Entidades para criar o Certificado de Regularidade Cadastral de Entidades (CRCE). É um autocadastramento que exige uma série de documentos comprobatórios das atividades da ONG. Há também vistorias prévias para confirmar as informações fornecidas pelas entidades. O cadastro deve ser feito no site www.cadastrodeentidades.sp.gov.br onde também consta o Manual da Entidade que é bem importante ser lido com atenção.


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Um cão e muitos tutores

                                                       Nega viveu 16 anos na Alesp
Você sabia que animais comunitários têm direitos?
A Lei Feliciano Filho (Nº 12.916 de 2008) que deu fim as chamadas “carrocinhas” e passou a proibir a matança indiscriminada de animais, também estabelece a proteção do “cão comunitário”, ou seja, aquele animal que vive na rua, mas é assistido por vários moradores ou comerciantes locais. Esse animal deve ser castrado, vacinado e identificado pelos  CCZ e canis municipais, e devolvido ao seu local de origem – uma grande solução para evitar a procriação desenfreada e, ao mesmo tempo, evitar a superlotação de abrigos e do próprio CCZ.
Nega, também conhecida como Nina, é um belo exemplo de cão comunitário, pois, viveu 15 anos na Alesp – Assembléia Legislativa de SP, vindo a falecer este ano. Ela entrou na Alesp para dar à luz a 11 filhotes. Num primeiro momento foi acolhida pelos PMs e em especial pelo Cabo PM Kiyoharu: “Ela foi ficando e se apegando aos PMs, inclusive, acompanhava a ronda noturna se comportando exatamente como um cão policial sem nunca ter sido treinada para isso. Ficava em posição de ataque, mas nada fazia se não recebia um comando”, conta.
                                             Nega tinha várias roupinhas
Certa ocasião chamaram a “carrocinha” para capturá-la e todos sabiam que, naquela época, anterior à Lei Feliciano, sua morte seria certa e dolorosa. Então várias pessoas interviram a favor da cachorrinha que acabou conquistando definitivamente seu espaço na Alesp, com direito à cama, banho, comida e veterinário.
“Ela pegava duas salsichas diariamente numa kombi que vendia lanches e entregava uma delas na boca de outro cachorrinho que passou a frequentar a Alesp, o Neguinho. Era emocionante ver a amizade dos dois”, conta Feliciano.
Segundo Vitória Frugoli, primeira-secretária da Aspal – Associação dos Servidores Aposentados e Pensionistas da Alesp, Neguinho, também conhecido por Tico, era de um carroceiro que o amarrava numa grade e batia nele com pau. “Então os PMs da Alesp avisaram que tirariam o cachorro dele se aquela crueldade continuasse, e assim foi. No entanto, Tico nunca permitiu nossa aproximação ou qualquer agrado. Ele era bastante traumatizado”, conta.
Vitória também cuidava da Nega e fazia suas roupinhas, incluindo capa de chuva para as rondas noturnas: “Ela era muito inteligente. Tomava elevador sozinha e descia exatamente no andar dos PMs. Ficava esperando o elevador abrir, entrava e descia no andar correto”, conta emocionada com a perda da companheirinha de tantos anos.
Negão virou segurança de condomínio
                                               Negão é conhecido do condomínio
A jornalista Juliana Menezes, de SP, cuida do Negão, um simpático vira-lata de 16 anos. “Moro em um condomínio no bairro de Santana com 10 prédios e o Negão vive nos fundos. Ele chegou na construção com os pedreiros e tinha uma outra cachorrinha, a Neguinha, que foi doada para um amigo meu de faculdade, pois, era muito brava e atacava alguns moradores. Já o Negão é tranquilo, adora crianças, os moradores, e passeia comigo sempre na praça próxima ao prédio”, relata.
Segundo a jornalista, Negão é um cão grande, com 30 kg, mas muito calmo e bem conhecido no bairro: “Estamos tratando dele há 9 anos. Seu tamanho impressiona, mas é muito manso. Para se ter uma ideia, ele divide a ração com uma pombinha que é amiga dele. Ele só não gosta de outros cães. Se algum cachorro de rua se aproxima do condomínio ele ataca para defender a casa dele. É como um cão comunitário que faz a segurança do prédio”.  Negão recebe ração e cuidados veterinários rateados entre Juliana e outros dois vizinhos.




terça-feira, 27 de setembro de 2016

Participe da Semana de Conscientização dos Direitos dos Animais de SP



De 28 de setembro a 4 de outubro comemora-se a Semana de Conscientização dos Direitos dos Animais, que passou a fazer parte do Calendário Oficial de Eventos do Estado de SP com a Lei 15.431 de 2014, do deputado estadual Feliciano Filho. O período antecede o Dia Internacional dos Animais (4 de outubro) e tem como objetivo estimular a reflexão sobre como são tratados os animais domésticos, silvestres, selvagens e também os destinados ao consumo.

“A forma como tratamos os animais é um retrato do nosso grau de civilidade. Os animais tem sido objeto de abuso de uma humanidade que tem conhecimento demais e sensibilidade de menos. Os animais são seres sencientes que merecem que seus sentimentos como amor, medo e angústia sejam respeitados”, comenta Feliciano Filho que, recentemente, teve aprovada sua lei que cria a DEPA – Delegacia Eletrônica de Proteção Animal.
A Semana de Conscientização dos Direitos dos Animais é uma excelente oportunidade para educadores aplicarem o tema em sala de aula ou em atividades fora da escola. E uma ótima oportunidade também para ações em prol dos animais de todas as espécies e que vivem em situações de abuso, exploração comercial, maus-tratos, abandono, tráfico, servindo como cobaias ou para entretenimento, suportando todo tipo de sofrimento físico e emocional.



Feliciano ressalta a necessidade de repensar o papel dos animais na sociedade: “Durante essa semana é indicado refletirmos sobre a vida dos bois, porcos e frangos abatidos diariamente nos frigoríficos. A situação precária dos animais de rua e falta de políticas efetivas para melhorar esse cenário. Podendo citar ainda a exploração animal no mercado da moda, da ciência, dos circos, dos rodeios e das vaquejadas e dos sacrifícios ritualísticos”.
Participe!


Qualquer pessoa pode participar da Semana de Conscientização dos Direitos dos Animais publicando no facebook e outras redes sociais uma foto de seu cachorro ou gato com a hashtag #semanadireitosanimais . Em poucas linhas pode contar a história de um resgate, de uma experiência fascinante que teve com algum animal ou falar sobre a felicidade que é ter um animal como seu companheiro.
Pode ainda publicar, com a mesma hashtag, algum caso inspirador ou que tenha tido grande repercussão e emocionado muitas pessoas ou, pelo contrário, episódio ou situação impactante que force as pessoas a uma reflexão. Pode ser foto, vídeo e, inclusive, pinturas ou desenhos. O importante é contribuir. É fazer o registro de uma vivência, de uma alegria ou de algo que lhe toca o coração profundamente com relação aos animais.


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

COMO SE PROTEGER DOS PSICOPATAS DA SERINGA



Pegar ônibus e metrô lotados não é algo que se possa evitar. Quem trabalha fora passa por isso todos os dias e precisa tomar muito cuidado para não ser mais uma vítima dos psicopatas da seringa. Segundo relatos, há mais de um psicopata já que até agora foram pelo menos três retratos-falados de homens com características bem distintas. Um deles, que é morador de rua e viciado em drogas, foi preso, mas será que ele é mesmo um dos autores dos ataques?

Embora existam 3 mil câmeras em todo o sistema do metrô, nenhuma delas foi capaz de captar um movimento suspeito. Os ataques já ocorreram nas estações Sé, Paraíso, Pinheiros e Tucuruvi, em vagões e escadas rolantes. Evitar dar as costas para as pessoas é a única maneira de receber uma agulhada, porém, isso é impossível em horário de pico com vagões lotados. Já na escada rolante uma maneira de evitar o ataque é subir virada de frente ou de lado para as pessoas atrás de você. A Avenida Paulista é outro ponto de ataque e é preciso observar todos que passam perto e, com frequência, observar se ninguém está seguindo você.

Importante: para esconder a seringa os psicopatas costumam usar mangas longas que cobrem as mãos e deixam apenas os dedos para fora. Também podem manter as mãos em bolsos largos de jaquetas e blusões.

Algumas das vítimas se submeteram a drogas para evitar doenças mas, além de sofrer com os efeitos colaterais dos remédios, precisam aguardar seis meses para ter certeza que não foram contaminadas. Como os ataques tiveram início em junho, somente no final do ano a população saberá se as agulhas usadas estavam contaminadas. Uma maneira de pegar os criminosos seria colocar vários agentes infiltrados nas horas de pico para agirem no caso de um ataque. As câmeras não conseguem pegar ataques sutis dessa natureza.

Outros casos: a investigação deveria levar em conta outros casos que podem ter alguma relação com o de SP. Em março do ano passado, algumas mulheres foram atacadas com seringas em ônibus de João Pessoa, na Paraíba. Também no ano passado, na India, um psicopata atacava mulheres com uma agulha grossa própria de veterinários. Ele agia no transporte público.

Proteção: atenção redobrada em transporte lotado, observando as maõs e movimentos dos homens mais próximos. Nas escadas rolantes não dar as costas para as pessoas atrás de você e evitar ao máximo escadas muito lotadas. Se perceber um ataque, ainda que não seja com você, grite, peça socorro. Na rua nunca deixe estranhos se aproximarem muito, especialmente se estiverem com manga longa ou mãos nos bolsos. É terrível ter que tomar esses cuidados e não poder andar com tranquilidade, mas é a única forma de evitar o pior no momento.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Primeira Delegacia Eletrônica de Proteção Animal do Brasil



No dia 6 de setembro protetores, ativistas e simpatizantes da causa animal ganharam mais uma ferramenta de trabalho: a Lei 16.303/2016, de autoria do deputado estadual Feliciano Filho que cria a a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa). Agora as denúncias, recebidas diretamente pela Secretaria de Segurança Pública e distribuídas nas delegacias mais próximas das ocorrências, poderão ser feitas pela internet. Fotos, vídeos e relatos de testemunhas poderão ser anexados.

A campanha pela aprovação da DEPA contou com a criatividade dos amantes de animais. Foram inúmeros posts com cães e gatos em poses divertidas, meigas ou emotivas e as hastags #alckminsancionadepa e #querodepa. Algumas pessoas publicaram fotos de seus animais antes e depois de terem sido resgatados de maus-tratos. Teve gente que publicou até vídeo de seu animal para sensibilizar o governador. E deu certo!



 “Muitos de vocês me escreveram sobre o assunto e hoje posso dar a excelente notícia: acabo de sancionar a criação da DEPA – Delegacia Eletrônica de Proteção Animal, que vai atender ocorrências envolvendo animais. O acesso à DEPA será feito por meio de atalhos nos portais eletrônicos da Polícia Civil e da Polícia Militar de SP”, publicou o governador em sua página do facebook.
A assessoria de Alckmin deu a seguinte resposta padrão a quem, como eu, também escreveu para o email do governador: “Prezada Fátima, 
Em atenção ao seu e-mail, encaminhado ao Governador Geraldo Alckmin, é com satisfação que informamos que o Projeto de Lei n. 91/2016 foi por ele sancionado, tendo se convertido na Lei n. 16.303/2016, que cria a Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa). Moções de apoio como a sua legitimam ainda mais essa decisão, que representa mais um passo em defesa dos animais em São Paulo”.



O deputado agradeceu aos seus apoiadores postando em seu facebook: “Gostaria de agradecer a todos os nossos irmãos protetores, ativistas, entidades e amantes dos animais que participaram da campanha #AlckminSancionaDEPA e #QueroDEPA. A voz de vocês foi ouvida pelo governador e foi muito importante para a sanção do projeto! E agradeço também ao governador Alckmin que se sensibilizou, mais uma vez, com a problemática da proteção animal no Estado de SP”.A DEPA cumpre o papel do Estado de proteger nossos animaizinhos que não têm como se defender, não têm voz e nem a quem recorrer. Quem maltrata, fere ou mata um animal deve ser punido”.


Segundo Feliciano Filho, após a implantação do sistema, qualquer pessoa poderá fazer, pela internet, denúncias de maus-tratos a animais, inclusive, postando fotos e vídeos, e incluindo testemunhas. “A denúncia poderá ser feita até mesmo com um telefone celular, direto do local dos fatos, mantendo seu sigilo, se preferir. Minha lei cria um canal direto às polícias do Estado, que fará a distribuição online das ocorrências diretamente às delegacias mais próximas. Ao receber a denúncia, a Secretaria de Segurança Pública terá então até 10 dias para entrar em contato com o denunciante informando o andamento da apuração”, explicou.


domingo, 4 de setembro de 2016

ANIMAIS ORFÃOS DA ATIVISTA MARLI DELUCCA PRECISAM DE ADOÇÃO

                                   Essa é a Nikita (cadela) com a Mumu

É com pesar que escrevo esse texto, pois, uma das maiores angústias de qualquer protetor ou pessoa que tem cães e gatos é partir e não saber o que será feito deles. É por isso, inclusive, que já escrevi matérias ressaltando a importância de se deixar um testamento mesmo sendo jovem ou gozando de perfeita saúde, afinal, ninguém sabe quando vai morrer e pode ser repentinamente. Uma forma de amenizar essa angústia é fazer um testamento dando orientações para pessoas próximas e que gostam de animais.

A ativista da causa animal Marli Delucca deixou cinco animais com até cinco anos de idade, segundo contam seus filhos. São quatro lindos gatos e uma cadelinha supersimpática. Todos mansos e encantadores, também estão castrados e vacinados. Estão morando todos juntos com os filhos da ativista desde sua morte, mas eles alegam que passam o dia todo fora trabalhando, voltam tarde da noite e não podem mais cuidar dos animais. Então foram colocados para adoção – vejam as fotos.

                                     Esse é o Tutu

O caso dos órfãos da Marli é apenas mais um entre vários que se repetem todos os dias. Algumas histórias são ainda mais trágicas, com os animais sendo colocados da porta para fora ou levados para longe, abandonados numa estrada... enfim... coisas horríveis acontecem com animais órfãos. Alguns já são velhinhos, carecem de cuidados médicos e, mesmo assim, são abandonados. Todos os dias, animais de pessoas mortas são descartados como móveis ou roupas velhas. Seus pertences sem valor são doados e às vezes simplesmente jogados fora junto com os animais. Mas casas e carros são geralmente preservados e disputados.

Alguns animais órfãos têm a sorte de serem acolhidos por parentes, amigos e às vezes até vizinhos do tutor. Outros não. Lembro da história de uma moça que adotou o cachorro de um senhor que morreu dentro de casa. Apenas quando o cheiro do corpo estava bem perceptível é que a polícia invadiu a casa e viu o cachorrinho ali, por dias sem comer ou beber, do lado do amigo. A família não se interessou pelo cão e seu destino fatalmente seria o abandono, mas a moça resolveu ficar com ele e não se arrependeu. Um ato de amor pelo cão e de consideração pelo vizinho.

                                          Essa é a Gaya

A situação é ainda infinitamente pior quando se trata de uma pessoa com muitos bichos. Quantas vezes não vemos nas redes sociais protetores desesperados para arranjar lar para 20, 30 animais devido à morte da tutora? Por isso é tão importante deixar um testamento. E não é preciso ter bens ou ser rico. Se a pessoa tem uma casa pode deixá-la para alguém que sabe que cuidará de seus animais. Se ela não tem imóvel pode, pelo menos, deixar orientações com algum amigo que também gosta de animais: uma carta assinalando idade e particularidades de cada bicho, qual toma remédio e outros cuidados específicos. Pode não ter imóvel ou carro, mas algum dinheiro no banco ou joias, computador, coisas que possam ser vendidas.  Fazer testamento pode parecer tétrico e desconfortável, mas é fundamental para garantir alguma segurança para os animais.

                                                  Essa é a Nina


No caso da Marli, para quem não a conheceu, posso atestar que foi uma grande guerreira da causa animal. Uma investigadora, uma lutadora. Por isso, quem está pensando em adotar um cachorro ou gato tem a chance de levar um pouco dessa garra e desse amor para casa ficando com um dos animais da Marli. Tenho certeza que a bela energia dela permanece em cada um deles. Interessados devem deixar comentário na própria página da Marli, pois, seus filhos estarão acompanhando e, inclusive, dependendo do bairro de SP, podem levar o animal até o adotante caso o mesmo não tenha carro. O facebook da Marli é https://www.facebook.com/mdproanimal?fref=ts  e do filho dela https://www.facebook.com/gilbertojsfilho?pnref=story Quem não puder adotar pelo menos compartilhe. E para conhecer melhor a trajetória dessa ativista de mão cheia, que batalhou incansavelmente contra o Aquário de SP por conta dos ursos polares, acesse o link http://www.anda.jor.br/09/11/2015/marli-delucca-sherlock-holmes-causa-animal

                                                   Essa é a Mumu

Desenho fala de reencarnações tendo um gatinho como protagonista

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