terça-feira, 6 de novembro de 2012

ENTERROS JORNALÍSTICOS - SIMULTÂNEOS





Semana pesada para o meio jornalístico.  Primeiro enterraram o JT - um jornal que sempre falou de bichos e, aliás, creio que foi o primeiro a levantar essa bandeira, especialmente por meio da jornalista Marici Capitelli, com quem tive o prazer de trabalhar no Diário de SP. Logo na sequência foi o enterro do Diário do Povo de Campinas (SP) com cuja equipe tb convivi enquanto atuava no Correio Popular da mesma cidade. E agora a Record News demite 40 jornalistas e encerra alguns programas de entrevistas.

No ano passado já houve alguns cortes drásticos, de jornalistas antigos, em redações da Folha, Estadão e outros veículos. E tb já se comentava um provável final do JT que, ao meu ver, era um dos jornais mais gostosos de se ler. Seu visual era diferenciado, mais leve e atraente. Era ainda um canal de comunicação impressa que dava bastante espaço para a causa animal. Ainda este ano criou até uma série de reportagens sobre proteção animal. Ou seja, JT sempre foi a vanguarda nesse assunto.

O jornalismo no Brasil vive um momento novo, de um lado trágico e de outro renovador. Na parte triste está o fato de não ser mais obrigatório o diploma para exercício da profissão, o que desvaloriza a categoria e pode dificultar a implantação de pisos salariais e direitos trabalhistas referentes aos riscos da profissão. A parte boa desse momento fica por conta do crescimento do interesse da população por jornais, especialmente vistos  pela internet e TV. Aliás, A Record está toda focada em produzir mais matérias jornalísticas... em dar notícias em tempo real. E esse comportamento provavelmente deve se firmar nas demais emissoras.

Mesmo assim, sobra jornalista com fechamento ou redução de tantas redações. As equipes são cada vez menores e muitos dos profissionais passaram a atuar em suas casas como frilas. Nas agências de comunicação, um reduto novo e atraente para muitos jornalistas, as vagas se concentram especialmente em jornalistas de menor experiência – até por uma questão de custos. Profissionais de trajetória mais consistente, que já passaram por muitas redações e possuem larga experiência andam sem rumo. Toda a extensa estrada que ficou para trás desparece na paisagem e um novo caminho se forma num cenário bastante imprevisível.

Fátima ChuEcco www.fatimachuecco.com

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