Semana pesada
para o meio jornalístico. Primeiro
enterraram o JT - um jornal que sempre falou de bichos e, aliás, creio que foi
o primeiro a levantar essa bandeira, especialmente por meio da jornalista
Marici Capitelli, com quem tive o prazer de trabalhar no Diário de SP. Logo na
sequência foi o enterro do Diário do Povo de Campinas (SP) com cuja equipe tb
convivi enquanto atuava no Correio Popular da mesma cidade. E agora a
Record News demite 40 jornalistas e encerra alguns programas de entrevistas.
No ano
passado já houve alguns cortes drásticos, de jornalistas antigos, em redações
da Folha, Estadão e outros veículos. E tb já se comentava um provável final do
JT que, ao meu ver, era um dos jornais mais gostosos de se ler. Seu visual era diferenciado, mais leve e atraente. Era ainda um canal de comunicação
impressa que dava bastante espaço para a causa animal. Ainda este ano criou até
uma série de reportagens sobre proteção animal. Ou seja, JT sempre foi a
vanguarda nesse assunto.
O
jornalismo no Brasil vive um momento novo, de um lado trágico e de outro
renovador. Na parte triste está o fato de não ser mais obrigatório o diploma
para exercício da profissão, o que desvaloriza a categoria e pode dificultar a
implantação de pisos salariais e direitos trabalhistas referentes aos riscos da
profissão. A parte boa desse momento fica por conta do crescimento do interesse
da população por jornais, especialmente vistos pela internet e TV. Aliás, A Record está toda
focada em produzir mais matérias jornalísticas... em dar notícias em tempo
real. E esse comportamento provavelmente deve se firmar nas demais emissoras.
Mesmo
assim, sobra jornalista com fechamento ou redução de tantas redações. As
equipes são cada vez menores e muitos dos profissionais passaram a atuar em
suas casas como frilas. Nas agências de comunicação, um reduto novo e atraente
para muitos jornalistas, as vagas se concentram especialmente em jornalistas de
menor experiência – até por uma questão de custos. Profissionais de trajetória
mais consistente, que já passaram por muitas redações e possuem larga experiência
andam sem rumo. Toda a extensa estrada que ficou para trás desparece na
paisagem e um novo caminho se forma num cenário bastante imprevisível.
Fátima
ChuEcco www.fatimachuecco.com
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