Talvez algumas
pessoas se identifiquem. Fiquei observando um caroço de abacate que plantei num
vaso porque, mesmo dentro da fruta, ele já estava cheio de longas raízes e
arrebentando de vontade de viver. Mas vendo ele agora... é só um galhinho
fraco, quase nas últimas no vaso. Nem parece o mesmo caroço.
Ao lado
dele, outros caroços de abacate, que não pareciam ter o mesmo vigor que ele e
foram plantados na mesma época, já estão com várias folhas brilhantes e
saudáveis.
O que se pode pensar disso? Sorte? Destino? Acaso? Carma?
Será que esse caroço foi
alguém que, numa vida passada, pisou na bola com tanta gente que, mesmo com
tanto entusiasmo e força de vontade, foi impedido de crescer?
O caroço me
fez lembrar do meu QI que é 112. Bem menor que o de grandes cientistas que geralmente têm QI em torno de 140, mas acima
da média do Brasil (em torno de 87/89) e de países como Japão e EUA (97).
Parece bom né?
Mas uma vez,
um rapaz uns 18 anos mais novo que eu, com QI na média, com emprego fixo há dez
anos e que tinha um salário cinco vezes maior que o meu, me perguntou:
“Pra que
serve um QI elevado?”
É uma
pergunta interessante e que eu nunca soube responder. Vivendo em meio a tantos
altos e baixos essa pergunta vive
martelando na minha cabeça.
Vamos voltar
para o caroço que estava prestes a ir pro lixo, mas alguém se sensibilizou com
sua explícita vontade de viver e, digamos assim, o “salvou”. O caroço teve
sorte... demonstrou um esforço enorme em sobreviver... ganhou um vaso com terra
num lugar agradável do quintal... mas nada disso foi suficiente para ele “vencer”.
É como se esse caroço tivesse um QI elevado, sorte e ainda ajuda dos outros para crescer – no caso eu, que o coloquei num lugar adequado para seu desenvolvimento.
Então
por que não vingou?
Parece que
muitas vezes não importa o trabalho, a força de vontade, a coragem, as
condições favoráveis e o esforço para vencer. Nada disso é suficiente e nem mesmo a fé, porque onde tem força de vontade e esforço tem fé. As folhas simplesmente não brotam
e o frágil galhinho seca. Então pergunto: Carma ou Acaso?
Fátima ChuEcco jornlista/escritora
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