Primeiro ele foi resgatado das ruas com problemas neurológicos, provavelmente causados por envenenamento. Perdeu o senso de direção. Foi colocada uma casinha para ele entre os gatos residentes do Parque Independência (SP) onde estava recebendo tratamento, mas dois dias depois... cadê o Vitório?
A médica psiquiatra Ana Lúcia Takata Pontes estava saindo de seu prédio quando avistou um gatinho andando em círculos na rua. Notou que havia algum problema com ele e que havia grande chance dele ser atropelado, então o resgatou.
Vitório ficou internado para ser hidratado e fazer diversos exames. A suspeita de problema neurológico era evidente, mas de resto o gatinho estava bem. Ana já tem dois gatos e me contatou para saber como poderia descobrir se o gatinho (até aquele momento sem nome) era de alguém do bairro do Ipiranga.
E foi nesse instante que algo incrível ocorreu. Ao enviar a postagem do gato para várias protetoras, uma delas, a Leninha, da ONG "Gatos do Ipiranga", achou que podia ser um gatinho recém-resgatado e que havia sumido do Parque. Ela foi até o hospital onde Vitório estava e bingo! Era ele mesmo!
Ainda não. Digamos que foi sim "premiado" pelo destino, mas o grande prêmio ainda estava por vir.
É que ao Vitório só restaria retornar ao Parque já que não havia nenhum adotante para ele em vista. Mas a médica resolveu oferecer um "lar temporário".
Calma que ainda não acabou!
O comportamento de Vitório com Ana foi de gratidão total:
"Ele colocava o rosto dele no meu e literalmente me abraçava. Estava muito agradecido".
O receio da médica, no entanto, era os outros dois gatos, Spencer de 11 anos e Julieta de 7 anos, rejeitarem o "hóspede". Afinal, a gente sabe que quando gato não gosta significa que não gosta mesmo e dá "arranca rabo" na certa.
"Deixei Vitório separado dos outros gatos por quatro dias nos quais ele melhorou muito. Foi engordando e adquirindo mais equilíbrio. Mas ele não queria ficar isolado, então o soltei na casa e me surpreendi. Com Spencer ele se deu bem e com a Julieta ainda está em fase de adaptação, ou seja, ainda rola um `fuuuu` de vez em quando, mas nada grave", conta Ana.
Diante desse cenário tranquilo, sabem o que aconteceu? Vitório ganhou um lar definitivo. E agora sim dá para dizer que ele ganhou na loteria depois de dois resgates.
E tem se recuperado cada vez mais:
"Vitório faz acupuntura uma vez por semana. Não havia muita esperança dele subir nos móveis devido ao seu problema neurológico, mas ele já faz isso. Não pula alto, mas sobe em tudo e brinca. Notei também que agora ele só anda em círculos quando está um pouco preocupado ou agitado na presença de uma visita estranha, por exemplo".
Fabuloso o que o remédio chamado Amor faz.😻💑
"Sou apaixonada por ele. É muito carinhoso e me segue em todo lugar. Até tropeço nele porque ele corre atrás de mim e me atravessa. Acho que tem medo que eu vá embora. Meu marido está supergrude no Vitório também".
Vale a pena ver Vitório brincando:
EM TEMPO:
AJUDE a ONG Gatos do Ipiranga que foi quem primeiramente ajudou Vitório. Faça doação de ração, medicamentos ou em dinheiro. É um importante e sério trabalho. Conheça melhor acessando o instagram @gatosdoipiranga
O Vitório agradece!
Texto: Jornalista e Escritora Fátima ChuEcco que presta consultoria sobre gatos perdidose desenvolve fotolivros com animais e crianças.
Site www.miaubookecia.com
Blog http://buscacats.blogspot.com
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