domingo, 9 de novembro de 2025

Indígenas dentro e fora da tela no lançamento de "Abequar". Ouça as músicas!


Podemos dizer que o longa-metragem "Abequar" tem dupla inclusão: inclui os indígenas no tema central, mas também os inclui no elenco. E ainda inclui membros de uma mesma família em alguns dos personagens.  O roteiro assinado por Jaya Vitali e Bia Haddad conta a história de um garoto nascido numa aldeia indígena, mas que acaba se tornando adulto na cidade grande numa enxurrada de conflitos de valores.

Abequar garoto é interpretado por Kwaray Djexaka, Abequar jovem e adulto  por Abrão Mayoruna (ator profissional) e Abequar avô por Djagwá Kara'i Tukumbó. Todos  presentes no lançamento do filme ocorrido em 8 de novembro no Cinemark do Shopping Cidade SP.

A meiguice de Kwaray transborda e Abrão dá um show de interpretação. Jaya Vitalli não somente dirige todo o drama como também é sua a trilha sonora, diga-se de passagem, fantástica. A música de abertura, também chamada "Abequar" (homem que voa em tupi-guarani), é belíssima. Ouçam:

E tem ainda a bela letra  da música "Sempre Junto" sobre amizade que diz: "que a gente se sente pequeno como um quebra-cabeças confuso e todo espalhado, à beira de um abismo pronto para ser empurrado, e quando você menos espera aparece alguém do seu lado". Quem nunca se sentiu assim?!


O começo do filme é forte: as cenas mostram o que o regime militar, entre 1964 e 1985, fez aos indígenas, e que pouca gente sabe. O Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) estima que mais de 8 mil indígenas foram mortos ou desapareceram. Além de massacres houve remoções forçadas, torturas e prisões. Isso porque o regime entendia que os indígenas eram um empecilho ao progresso do país.

Embora o filme não se aprofunde no tema relacionado à perseguição aos indígenas, faz um registro importante logo nas primeiras cenas e depois segue para o universo de um menino tentando sobreviver numa metrópole que destoa por completo do mundo junto à floresta onde ele adquiriu os saberes de seu povo.

A família de Kwaray prestigiou o evento e contou que o filme também foi exibido na aldeia. Bacana isso, não? Tímidos e discretos, silenciosamente se reuniram fora da sala de exibição ao término do filme e onde gentilmente posaram para essa bela foto em família e junto do ator Abrão. Imagens de Cleimar Fernandes @cleimarfotografia.

Texto: Fátima ChuEcco - jornalista e assessora de imprensa ambientalista e da causa animal, escritora, fundadora da @BuscaCats e da editora www.miaubookecia.com



sábado, 8 de novembro de 2025

Cães de Rua: animação imperdível que já ganhou 16 prêmios. Assistam!!!


A animação sul-coreana  "Cães de Rua", que originalmente se chama "Underdog" (que pode ser traduzido com um cão azarado, sem chances de vencer) é genial e está disponível em plataformas como a Prime Video, entre outras da internet. Quem ama cães vai me agradecer eternamente por essa dica de longa-metragem com belíssimo colorido e maravilhosa mensagem, com direção e produção de Oh Sung-Yun e Chun Baek Lee.

Destaco abaixo o início do desenho que mostra uma cena clássica de abandono de cães (1 minuto de vídeo):


O filme mostra que na Coreia, o abandono de cães por seus tutores ocorre de forma idêntica ao que acontece no Brasil e pelos mesmos motivos: cresceu demais, ficou doente, velho etc.  


"Cães de Rua" retrata um grupo de cães abandonados e que se unem em busca da sobrevivência numa cidade em destroços. É realmente um filme lindo!!!

Separei mais um pedacinho para vocês degustarem:


O enredo fala deliciosamente do poder da amizade, enquanto os cães enfrentam verdadeiros perrengues ao serem perseguidos por um humano que tem uma "fazenda de cachorro". Reparem na foto abaixo retirada do filme:


Não é à toa que essa animação de 2019 já tenha recebido 16 prêmios em festivais de cinema como na França, Austrália e em países asiáticos.


Em entrevista ao jornal Korea JoongAng Daily, o diretor e escritor da animação, Oh Sung-Yun explicou o que o motivou a investir nesse tema:

"Instantaneamente me atingiu quando vi uma cena chocante em "Animal Farm" [da SBS]. Em um episódio, vi um Shih Tzu doente cujo olho estava esmagado e cujo cabelo estava todo bagunçado. A pobre coisinha foi mantida em um abrigo para cães e parecia um monstro. Quando meus olhos encontraram os olhos do cachorro, eu instintivamente soube que essa era uma história que eu poderia contar por meio de animação. Isso não é comum para um diretor de cinema, especialmente diretores de animação, já que muitos preferem evitar temas incômodos e tentar inventar algo brilhante e animado"


A animação levou seis anos para ficar pronta e, devido ao sucesso, com ingressos de cinema esgotados rapidamente em alguns países na época do lançamento, os diretores planejam uma continuação. É um filme em 2D para pessoas de todas as idades, com lindas paisagens e mensagens de proteção animal muito bem trabalhadas.


Coreia do Sul come cachorro?

Vale lembrar que a Coreia do Sul está entre os países que consomem carne de cachorro. Uma lei assinada pelo governo em 2024, e que tornou a ser divulgada esse ano em alguns jornais do Brasil, proíbe a criação de cachorros,  a matança dos animais e a venda de sua carne para fins de consumo, mas quem vive disso na Coreia tem até 2027 para abandonar essa atividade.

São milhares de cães e centenas deles mortos diariamente em locais onde ficam engaiolados em meio a sujeira e seus próprios excrementos, muitas vezes com o focinho amarrado  ou amontoados em uma única cela em cenários de extremo horror e dor.  

Claro que todo animal sente que vai morrer e sofre todo tipo de abuso. Claro que o maior desejo de toda criatura que vive é viver. Mas quanto mais espécies puderem ser libertadas desse martírio melhor. Tomara que os 2% da população coreana que ainda sustenta o mercado de carne de cachorro mude de paladar.

Texto e pesquisa: Fátima ChuEcco, jornalista e assessora de imprensa ambientalista e da causa animal, escritora, consultora da @BuscaCats (única empresa especializada em gatos perdidos) e fundadora da editora www.miaubookecia.com (fotolivros de animais e crianças)


Encomende um fotolivro do amor da sua vida! www.miaubook.com




quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Gratuito: I Simpósio de Desastres em Massa Envolvendo Animais


O Brasil é um país que mais se envolve nos resgates de animais em tragédias naturais ou provocadas pelo homem. Movidos pelo instinto e com poucas ferramentas, protetores de animais, veterinários e pessoas em geral se embrenham em enchentes, incêndios e deslizamentos de terra para salvar animais ilhados, acorrentados, presos em escombros ou sobre casas inundadas.

Para dar uma orientação mais técnica nesses casos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) criou o I Simpósio de Desastres em Massa Envolvendo Animais, que ocorrerá no dia 13 de novembro, com inscrições abertas pelo Sympla. Pode ser presencial e online.

A especialidade em desastres, ainda em consolidação no Brasil, busca integrar o médico veterinário às equipes de resposta, planejamento e reconstrução pós-desastre, garantindo o bem-estar animal e a segurança da saúde pública.

O simpósio reunirá especialistas, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas que atuam na linha de frente dos desastres, proporcionando um espaço de troca de experiências, atualização científica e discussão de protocolos interinstitucionais.

A realização deste evento pelo CFMV simboliza um passo importante na consolidação de políticas públicas e diretrizes técnicas que envolvem o resgate, a triagem, o atendimento e a destinação adequada dos animais vítimas de desastres em massa.

📅 Data: 13 de novembro
🔗 Inscrições: disponíveis no Sympla
🎯 Público-alvo: Médicos Veterinários, estudantes e profissionais da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, ONGs e órgãos ambientais.

Texto: Fátima ChuEcco - jornalista e assessora de impresa ambientalista e da causa animal, escritora, fundadora da @BuscaCats e da editora www.miaubookecia.com

Foto: Gerada por AI

Drama: em cada 3 animais em abrigos, apenas um é adotado


Todos nós sabemos de casos bem tristes em que cães e gatos passam a vida inteira em algum abrigo. Alguns envelhecem e morrem sem sentir o conforto de um sofá ao lado de um tutor amoroso.

Um levantamento feito pela MVABrigos Brasil demonstrou que apenas um cão ou gato é adotado a cada três que estão vivendo em abrigos. O Relatório Semestral, realizado entre janeiro e junho de 2025, apontou que 5.325 cães e gatos foram acolhidos em abrigos e lares temporários em todo o país — um aumento de 91,7% em relação ao semestre anterior.

Além da problemática dos abrigos estarem lotados e sobrevivendo com doações muitas vezes pequenas demais para tantas boquinhas, a pesquisa acendeu um alerta: as entradas superaram as saídas em 3.640 animais.

Esses dados foram coletados num universo de 265 abrigos, o que não abrange todo o cenário nacional, mas oferece uma boa noção do drama vivido pelos protetores de animais.

Cada dado representa uma vida — e uma oportunidade de mudança. Nosso foco é fortalecer a formação e o incentivo ao registro de dados. Só com informações confiáveis podemos construir políticas públicas eficazes”, explica Lucas Galdioli, médico-veterinário e fundador da iniciativa.

Principais números até o 1º semestre de 2025:

- 265 abrigos e lares temporários participantes
- 2.929 cães acolhidos
- 2.396 gatos acolhidos
- 1.685 saídas (adoções, óbitos e eutanásias)
- +91,7% de aumento nas entradas
- 1 saída para cada 3,16 entradas

O MVAbrigos Brasil busca aplicar a epidemiologia ao abandono animal, promovendo a transparência, a ciência e a empatia na gestão dos abrigos.

Leia o relatório completo em: http://www.mvabrigosbrasil.com.br ou através do link em nossa bio.

Siga e compartilhe: @‌mvabrigosbrasil

Texto: Fátima ChuEcco - jornalista e assessora de impresa ambientalista e da causa animal, escritora, fundadora da @BuscaCats e da editora www.miaubookecia.com

Foto: Pixabay Free

domingo, 2 de novembro de 2025

"Abequar" tem elenco e plateia indígenas. Exibição única dia 8 no Cinemark SP

Como seria se um garoto indígena, de repente, passasse a viver por entre as ruas de uma capital como SP? É assim que se revela "Abequar" ( homem que voa em tupi-guarani) - o novo filme de Jaya Vitali, com exibição única no próximo dia 8 de novembro (sábado), às 11h, no Cinemark do Shopping Cidade São Paulo, na Avenida Paulista, com venda de ingressos somente antecipada.

 A produção do filme, conhecida como "proto independente", contou com baixo orçamento, mas muita vontade de contar essa história em que o menino Abequar deixa sua aldeia  e vai parar na cidade grande ao entrar clandestinamente num avião usado por traficantes. 

Segundo o diretor do filme, a jornada do pequeno herói indígena é recuperar seu território interno, lutar contra seus demônios e se conectar com seu povo em sonhos e visões para sobreviver na selva dos homens brancos. 


Filmado em parte na Aldeia Guarani do Rio Silveira, entre Bertioga e São Sebastião, no litoral norte de SP, o longa terá na plateia 13 indígenas dessa tribo que, pela primeira vez, terão acesso a uma tela de  cinema. Também virão indígenas de outras localidades como de Manaus.

Além disso, os protagonistas são também indígenas: Abequar criança é interpretado por Kwaray Djexaka, Abequar jovem e adulto  por Abrão Mayoruna e Abequar avô por Djagwá Kara'i Tukumbó. Todos guaranis.

E vejam que fato curioso e inédito: o elenco de protagonistas é familiar! Quem interpreta o pai e o avô do garoto são na vida real pai e avô dele.

Entre os principais atores estão também Emerson Natividade, Vicky Araújo, Edmundo Astur e  Elias Khadira. 


"Lá em 2017 Refletindo sobre como podemos ainda conviver com a fome e a guerra ainda nestes tempos mergulhei na obra do históriador Yurval Harari para tentar entender os caminhos da humanidade. Em crise existencial gostaria de entrar em um foguete e ir para outro planeta e observar  tudo de outra forma. Imediatamente me caiu a ficha que existe uma experiência humana capaz de se fazer similar que seria: uma criança aldeiada chegando em uma megalópole como SP de sopetão. E assim nasce Abequar",comenta o diretor.


Jaya Vitali, entre outras coisas, levou para o filme sua sensibilidade como músico. Gravou mais de 20 álbuns e circulou com seu trabalho autoral no Brasil e em alguns outros países. Fruto da sua relação com videoclipes de sua própria banda e a paixão pelo audiovisual, Jaya dirigiu documentários, curta-metragem e videoarte. Abequar é sua estreia como diretor de longa-metragem de ficção.


Antes de concorrer a festivais de cinema, Abequar terá apenas uma sessão especial  no Cinemark do Shopping Cidade São Paulo (Av. Paulista, 1230). Os ingressos precisam ser comprados antecipadamente na Mabidix, pelo telefone (11) 93052-1557. 

"Abequar" - Ficha técnica:

Produção Executiva - Fronteiras Invisíveis Filmes

Direção, Roteiro e Música - Jaya Vitali

Roteiro e Assistente de Direção - Bia Haddad

Direção de Fotografia - Luiz Trezeta e Ary Júnior

Edição - Rudah Silva

Som direto - Nina Oliveira

Luz, Maquinista e Produção - Claudio Castro e Amanda Bueno

Direção de Arte e produção - Fernanda Lauer, Andressa Carvalho e Juan Bastos

Câmera extra - João Paulo Lima

AI, 3D e VFX - Rodrigo Sotero

Núcleo Manaus

Produção - Magno Fre'sil e Gabriel Nakua Mayoruna

Fotografia - Willians Ferry


Texto: Fátima ChuEcco - jornalista e assessora de imprensa ambientalista e da causa animal, escritora, fundadora da @BuscaCats e da editora www.miaubookecia.com



sábado, 1 de novembro de 2025

Encantadores Calendários da Cão Sem Fome para ajudar protetores carentes

 


Como a gente sabe que "uma pata lava a outra", abra seu coração! A ONG Cão Sem Fome preparou lindos produtos, de excelente qualidade, para a entrada de 2026: Calendários de parede e de mesa, e um Planner em capa dura de "primeira classe". Tudo delicadamente ilustrado com os cães auxiliados pela ONG, graciosamente fotografados por Andrea Torrento e Carla Durante. Produtos com acabamento extremamente profissional, fofos, úteis e acima de tudo pet-solidários! Vai dar vontade de comprar tudo!!!

O calendário de parede traz os cãezinhos enfeitados com algumas datas comemorativas e o de mesa tem breve histórico dos bichinhos.



No Planner, além de bastante espaço para as anotações diárias, tem também histórico de doze apaixonantes cachorrinhos:


DÊ de presente ou compre para si mesmo!

Como adquirir os calendários e planner: pelo site www.caosemfome.com.br onde tem os preços e combos de compra, com frete já incluso ou clique AQUI para ir direto para o site

"A Cão Sem Fome tem 15 anos e o objetivo é ajudar cães tutelados por protetores de animais carentes que deles cuidam em suas próprias casas e com recursos próprios. A ONG chama esses locais de `quintais` e oferece suporte para a saúde, alimentação e principalmente para a adoção dos animais. A atuação é na Grande São Paulo", explica Glaucia Lombardi, fundadora da ONG.

Inclusive, a Cão Sem Fome tem um email específico para quem deseja adotar: csf.adocao@gmail.com e os interessados devem descrever o perfil do animal desejado.


Outras formas de ajudar:

Tem também o apadrinhamento financeiro onde se pode colaborar mensalmente com um valor fixo ou doações em dinheiro pontuais pelo PIX caosemfome@gmail.com

 O site é www.caosemfome.com.br que vale muito a pena visitar. Instagram @caosemfome e facebook @ProjetoCaoSemFome

A ONG aceita doação de: roupas e objetos de decoração para bazares, produtos de limpeza, itens de cesta básica, ração e medicamentos veterinários. E precisa de voluntários para eventos de adoção, festas, bazares ou serviços prestados à distância. Mais informações pelo email caosemfome@gmail.com

Vale destacar duas cachorrinhas que ainda aguardam adoção. A Fiona (foto acima) é uma meninona de 8 meses. Sua tutora ficou doente, não teve mais como cuidar dela  e a deixou num pet shop da onde foi tirada pela Cão Sem Fome.


Já a Laila, de um aninho, foi resgatada de maus-tratos e teve o rabo parcialmente decepado. Já foi adotada uma vez, mas devolvida com a alegação de que é muito brincalhona. Desde quando isso é defeito!?

Então, agora é hora de ter um belo calendário na mesa de trabalho, pendurado em casa e também um planner de primeira linha como esse aqui apresentado. Gente... amei tudo!!!

Texto: Fátima ChuEcco - jornalista e assessora de imprensa ambientalista e da causa animal, escritora, fundadora da @BuscaCats e da editora www.miaubookecia.com



Prêmio Papagaio - O Oscar da Causa Animal


Sem tapete vermelho, mas com as cores do Brasil estampadas na figura de uma das aves mais icônicas do país, o 1º Prêmio Papagaio de Comunicação Animal aconteceu  no último dia 28 de outubro, no Teatro Gazeta, numa apresentação de palco, shows e coquetel vegano "impecáveis"!

Não ganhei a bela estatueta do Papagaio, mas estive entre os três primeiros colocados na categoria "Defesa dos animais em testes, pesquisa e ensino" com uma reportagem sobre a beagle Grace, que viveu os horrores de um laboratório de pesquisa nos EUA quando ainda era apenas uma filhote indefesa. Sobreviveu, foi adotada e segue como protagonista de campanhas contra o uso de cobaias em pesquisa e testes.

Você pode conferir essa minha matéria clicando AQUI ou Fatima ChuEcco: Grace conheceu o Inferno num laboratório ainda filhote. Mas foi salva!


Tenho também uma outra matéria sobre esse assunto. Acesse clicando AQUI ou Fatima ChuEcco: Como os animais são usados no ensino e pesquisa? Ajude a acabar com isso!!!

Nessa primeira edição foram 247 trabalhos inscritos de todo o Brasil e, estar entre os finalistas, me proporcionou a alegria de receber uma carta do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (idealizador do Prêmio) que diz o seguinte:

"O seu trabalho destacou-se pela profundidade, relevância, excelência técnica e o compromisso com os animais".

Para mim esse reconhecimento já é um prêmio. Defendo e escrevo sobre animais desde os 12 anos de idade. Aos 15 anos já fazia parte do primeiro grupo em defesa das baleias do país. Meu trabalho de conclusão da faculdade de Jornalismo foi justamente um jornal ecológico chamado "Preserv-Ação". Em todos os veículos de imprensa pelos quais passei sempre escrevi matérias defendendo os animais. Então amei esse Prêmio que valoriza pessoas que, como eu, se dedicam a esse tema.

A premiação teve homenagem à Rita Lee, presença do Roberto de Carvalho e Luisa Mel (que foi uma pioneira levando a causa animal para a TV brasileira e permanece na causa)

Shows e dois apresentadores fantásticos: o vice-presidente do Fórum Animal, Taylison Santos e o jornalista Celso Zucatelli.

Mais de 400 pessoas prestigiaram o Prêmio, entre elas inúmeras pessoas que se dedicam aos animais como a Lívia Bótar do Projeto Mucky e Marco Ciampi da Arca Brasil. Aliás fica uma SUGESTÃO para o Fórum Animal , Sinergia Animal , Accor e Animal Equality para o próximo Prêmio Papagaio: premiação pelo "conjunto da obra", para pessoas que dedicaram a vida toda à causa animal.

O Prêmio Papagaio teve apoio da SVB - Sociedade Vegetariana Brasileira, UAI Tofu e Vida Veg

Abaixo Cynthia Amaro e Lívia Bótar:

Abaixo estou com a a jornalista Rita Martins e Cynthia Amaro:


No palco vencedores e finalistas do Prêmio Papagaio (tentando se organizar para a foto):



A quem interessar... vou contar rapidamente porque ingressei na causa animal:

Quando era criança meu pai levou a mim e uma amiguinha naqueles circos que ainda tinham elefantes e leões sendo torturados com chicotes. No show eu não percebi o sofrimento dos animais, mas fiquei tão empolgada que convenci minha amiguinha a escaparmos sozinhas de casa e irmos ver os animais de dia, nos bastidores, por trás das lonas.

Era bem perto de casa e fomos lá espionar os bichos. A cena do elefante com a pata acorrentada e balançando insistentemente o corpo de um lado para o outro, sem pode sair daquela posição, me impactou muito e então o circo perdeu toda a graça.

Ainda perto de casa tinha uma granja, daquelas que enfiavam a galinha viva numa espécie de torcedor de pescoço. Foi horrível testemunhar aquilo. E assisti a versão antiga do Touro Ferdinando, desenho em preto e branco. Nunca esqueci a cena dele deitado cheirando as flores.

Inclusive, quando tinha 13 anos, consegui publicar um texto criticando a caça as baleias num jornal do meu bairro. A felicidade durou pouco. Logo abaixo do meu texto, tinha uma crítica de colunista do próprio jornal dizendo que era absurdo se preocupar com baleias com tanta criança passando fome. Aquilo podia ter me derrubado, mas me fortaleceu e segui em frente.

Fátima ChuEcco - jornalista e assessora de imprensa ambientalista e da causa animal, escritora, fundadora da @BuscaCats e da editora www.miaubookecia.com

FOTOS - Cleimar Fernandes @cleimarfotografia





























quinta-feira, 30 de outubro de 2025

“Penso, Logo, Mio e Existo” - Descartando Descartes


                       
"Penso, Logo, Mio e Existo" é uma adaptação bem-humorada que fiz da frase do francês René Descartes Cogito, ergo sum e que ficou mundialmente famosa como Penso, logo existo”. Descartes afirmava que apenas os seres humanos podiam pensar, então procurei  "atualizar" a clássica frase dizendo que os gatos também pensam (e obviamente outros animais), ao contrário do que o filósofo pregou e que foi aceito por grande parte da sociedade e de pesquisadores de seu tempo.

Descartes (1596 a 1650) chegou a essa conclusão argumentando sobre a capacidade de ter dúvidas. Para ele, as dúvidas eram a maior prova da existência do pensamento. Logo, se os seres humanos eram os únicos que tinham dúvidas e podiam pensar é porque existiam e o restante das criaturas vivas eram apenas máquinas que respiravam. 
Em sua visão os animais não tinham alma, não podiam pensar nem sentir dor e, portanto, não era errado usá-los como cobaias. Infelizmente, mais de 300 anos depois, esse argumento ainda sustenta milhares de experimentos dolorosos com cobaias  https://www.significados.com.br/penso-logo-existo/

Hoje a própria Ciência admite (e seria um fiasco não admitir) que os animais são "sencientes", ou seja, sentem dor física e psicológica, ficam alegres, tristes, com raiva, medo e que expressam inúmeros sentimentos e emoções de forma gestual, facial e por meio de uma linguagem própria. Mas essa mesma Ciência, no entanto, não acredita que isso seja motivo suficiente para abandonar o uso de cobaias. 

Admitir que os animais pensam é também ainda um tabu fora da sociedade científica! Muitos protetores e amantes de animais ainda se sentem desconfortáveis em admitir que os animais pensam ainda que numa escala diferente da nossa, mas de acordo com suas necessidades e o ambiente em que vivem. É um exercício mental quase tão difícil quanto aquele, tempos atrás, de imaginar que a Terra era redonda e não plana. Ainda há muita resistência nesse campo. Mas convido para uma reflexão:
Onde nasce o sentimento? Da onde brotam as emoções?
Não seria do pensamento? 
É impossível desconectar sentimento de pensamento, pois, sentimento é o resultado de um pensamento que formulamos sobre situações e experiências que assistimos ou que vivemos. Um depende do outro. Um não existe sem o outro.

FOTOLIVRO
“Penso, Logo, Mio e Existo” - Como diriam os gatos se pudessem miar na nossa língua 

Seu gatinho que pensa, mia e, portanto, existe e tem alma, pode ser o protagonista de um Fotolivro de luxo que fala um pouco da "filosofia felina". Seu bichano pode ilustrar a capa e páginas internas.  Parte da renda vai para ONGs de Proteção Animal. 
Veja como participar do Fotolivro "Penso, Logo Mio e  Existo" acessando o site 
 www.miaubookecia.com    

    Dianna assistindo desenho na TV - do Fotolivro "Penso, Logo, Mio e Existo"

Descartando Descartes

Mais de 100 anos depois, outro filósofo francês, François Marie Arouet, conhecido como Voltaire, dedicou uma parte de seu “Dicionário Filosófico” (1764) para rebater os argumentos de Descartes http://animaiseoespiritismo.blogspot.com/2011/04/carta-de-voltaire-descartes.html:

"Que ingenuidade, que pobreza de espírito, dizer que os animais são máquinas privadas de conhecimento e sentimento, que procedem sempre da mesma maneira, que nada aprendem, nada aperfeiçoam! 
Será porque falo que julgas que tenho sentimento, memória, ideias? Pois bem, calo-me. Vês-me entrar em casa aflito, procurar um papel com inquietude, abrir a escrivaninha, onde me lembro tê-lo guardado, encontrá-lo, lê-lo com alegria. Percebes que experimentei os sentimentos de aflição e prazer, que tenho memória e conhecimento...
Vê com os mesmos olhos esse cão que perdeu o amo e procura-o por toda parte com ganidos dolorosos, entra em casa agitado, inquieto, desce e sobe e vai de aposento em aposento e enfim encontra no gabinete o ente amado, a quem manifesta sua alegria pela ternura dos ladridos, com saltos e carícias. 
Bárbaros agarram esse cão, que tão prodigiosamente vence o homem em amizade, pregam-no em cima de uma mesa e dissecam-no vivo para mostrarem-te suas veias mesentéricas. 
Descobres nele todos os mesmos órgãos de sentimentos de que te gabas. Responde-me maquinista, teria a natureza entrosado nesse animal todos os órgãos do sentimento sem objetivo algum? Terá nervos para ser insensível? Não inquines à natureza tão impertinente contradição."

                                Rebecca Selvagem lendo jornal - Do Fotolivro "Penso, Logo, Mio e Existo"

Foi de fato um discurso muito convincente e comprovável. Teve lá seus adeptos naquela época e tem até hoje, mas já era tarde. A sociedade científica já tinha se dado o direito de “fazer qualquer animal sofrer”. Paralelo a isso, a sociedade em geral também já tinha assimilado a ideia de que só o ser humano é capaz de pensar e isso perpetuou a escravidão e a tortura de qualquer outra criatura viva. 
Já era tarde para Descartar os argumentos de Descartes.
“Animais têm suas faculdades organizadas como nós, recebem a vida como nós e a geram da mesma maneira. Eles iniciam o movimento da mesma forma e comunicam-no. Eles têm sentidos, sensações, ideias e memórias. Animais não são totalmente sem razão. Eles possuem uma proporcional acuidade de sentidos” - Lettres de Memmius à Cicéron  (Cartas de Gaius Memmius a Cícero) em 1772.

Assim...
Descartes assinalou a dúvida como a maior prova da existência do pensamento, mas apenas em humanos. Voltaire, por sua vez, apontou que as memórias e os sentimentos estão presentes também nos demais animais. Outros cientistas e pesquisadores continuaram falando da inteligência dos animais.






"Penso, Logo, Mio e Existo" por Charles Darwin 

Charles Darwin, aliás, escreveu que os gatos são alguns dos animais mais expressivos. 

"Os gatos usam muito a voz como meio de expressão, e emitem, sob várias circunstâncias e emoções, pelo menos seis ou sete sons diferentes. Ações de todos os tipos, acompanhando regularmente algum estado de espírito, são de pronto reconhecidas como expressivas. Podem consistir de movimento de qualquer parte do corpo, como o abano da causa de um cão, o encolhimento dos ombros de um homem, o eriçamento de pelos, a exsudação de suor, o estado da circulação capilar, a respiração forçada e o uso de sons vocais ou produzidos por algum instrumento"

E acrescentou: "Até os insetos exprimem raiva, terror, ciúme e amor com sua estridulação" Charles Darwin, do livro "A expressão das emoções no homem e nos animaishttp://jornalistafatima.blogspot.com/2013/07/os-gatos-sao-alguns-dos-animais-mais.html

"Penso, Logo, Mio, Existo e... Tenho Alma"



Allan Kardec, considerado pai do Espiritismo, afirmou que os animais também têm alma, entre outras coisas, no "Livro dos Espíritos" publicado em 1857, ou seja, 200 anos após os argumentos de Descartes. Um pequeno trecho:  

"Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria? Sim, e que sobrevive ao corpo. Esse princípio é uma alma semelhante à do homem? É também uma alma, se o quiserdes: isso depende do sentido em que se tome a palavra; mas é inferior à do homem. Há, entre a alma dos animais e a do homem, tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus". 

Veja na íntegra o que diz o Livro dos Espíritos sobre os animais:

https://livrodosespiritos.wordpress.com/mundo-dos-espiritos/cap-11-os-tres-reinos/ii-os-animais-e-o-homem/

Mas era só o princípio. Inúmeros outros livros espíritas aprimoraram a questão da alma dos animais depois de Kardec como os escritos por Ernesto Bozzano e Marcel Benedeti que vale a pena consultar.


                                          Capa "modelo" do Fotolivro "Penso, Logo, Mio e Existo"

                                        Ághata Borralheira em uma das páginas do Fotolivro

Matéria de:
Fátima ChuEcco 
Jornalista ambientalista, atuante na causa animal, escritora e apaixonada por gatos
Autora dos livros:
MI-AU Book - Um livro pet-solidário
MI-AU Book & Cia
Ághata Borralheira & Amigos Tocando Corações
Encontrando Rebecca Selvagem - Uma busca intensa e cheia de fé
Penso, Logo, Mio e Existo


Artigo com Direitos Autorais: Fátima ChEcco, jornalista profissional MTB 21.012 - texto protegido por direitos autorais pode ser compartilhado/divulgado à vontade citando a autora porque isso é LEGAL. Mas não pode ser comercializado/patrocinado em portais na íntegra ou em partes sem citar a autoria por ser ILEGAL.







Indígenas dentro e fora da tela no lançamento de "Abequar". Ouça as músicas!

Podemos dizer que o longa-metragem "Abequar" tem dupla inclusão: inclui os indígenas no tema central, mas também os inclui no elen...