Problema psicológico, ferramenta de terapia ou apenas uma brincadeira inofensiva, porém provocativa na fase adulta? As três coisas! E vou explicar cada uma. No calor da coletividade indignada com as mães de bebês reborn, muitas vezes deixamos de procurar entender a situação. É mais fácil mandar adotar uma criança ou um animal de estimação, sendo que as pessoas envolvidas com bebês reborn, muitas vezes sequer têm perfil para serem mães de verdade ou tutoras de animais.
Mas há casos em que tratar bebê reborn como de verdade pode ser sinal de uma compensação emocional, principalmente em mulheres que perderam seus bebês na vida real. Isso requer ajuda psicólogica ao invés de críticas ferozes.
No filme "A Grande Ilusão", de 2013 (foto acima), que pode ser acessado pela internet ou no Prime Video, a atriz Jessica Biel ( que também atua na série "A Melhor Irmã") faz o papel de uma mulher que cuida de um bebê reborn como gente. O filme, com direção e roteiro de outra mulher, Francesca Gregorini, tem um conteúdo sério, bem trabalhado e nos mostra a visão médico-psiquiátrica sobre as mães de bebês reborn. Inclusive, o desfecho do filme sugere uma solução para o problema bem interessante. Veja o trailer:
Psicólogos e psiquiatras têm afirmado que brincar de boneca na fase adulta não tem nada de mal. Configura um passatempo como qualquer outro se a pessoa está ciente que se trata de fato de uma boneca. É só quando a fronteira entre a ilusão e a realidade se quebra que surge uma patologia a ser tratada ao invés de duramente reprimida pela sociedade ou família.
Só a título de curiosidade, vale lembrar que entre as chimpanzés que perdem seus filhotes (espécie mais próxima da humana), não é incomum a mãe carregar o bebê morto nos braços por semanas e até meses. No ano passado a chimpanzé Natalia, de um zoo espanhol, carregou o filhote morto por três meses num processo de luto. Os administradores do zoo evitaram retirar o bebê a força compreendendo que aquilo fazia parte da natureza da espécie. Leia mais sobre esse caso AQUI - Chimpanzé se recusa a soltar filhote que morreu - 23/05/2024 - Bichos - F5
Alzheimer e bebês reborn
Além do mostrado acima, algumas pesquisas indicam que um bebê reborn pode tornar mais leve a vida de algumas pessoas com Alzheimer em estágio mais avançado. Pacientes se mantiveram por mais tempo ligados à realidade quando foram presenteados com bebês reborn. A boneca representava algo do qual podiam cuidar, se entreter e que lhes dava vontade de viver. Leia mais sobre isso AQUI - Entre o lúdico e a realidade: o que está por trás da polêmica dos bebês reborn?
Então não podemos condenar as pessoas sem saber o que existe por detrás de suas atitudes. Será alguém que se desligou da realidade e necessita de atenção médica? Ou será alguém que apenas está brincando de "casinha" na vida adulta? Vários apresentadores de TV possuem um boneco falante com quem dividem as cenas e, naqueles momentos diante das câmeras, eles ganham vida, não ganham?!
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