Ao contrário do que se pensa, o amor, quando dividido, só aumenta (será?)
Um homem, quatro esposas e 28 filhos - essa é a família exposta no
livro de Brady Udall, que promete chocar, emocionar, divertir e
livro de Brady Udall, que promete chocar, emocionar, divertir e
fazer a sociedade refletir sobre uma história baseada em fatos reais
A poligamia é o tema do
novo livro do americano Brady Udall. O assunto ainda é tabu e também crime em muitos países do Ocidente como o Brasil.
A obra, intitulada O Polígamo Solitário, da Editora Nossa
Cultura, é baseada em uma pesquisa que o autor fez para um
artigo publicado na revista Esquire e reforça o debate sobre a formação de novas famílias que fogem ao padrão do “pai-mãe-filhos”,
tão enaltecido por várias religiões,
como a católica. Para escrever a
história de um americano com suas quatro esposas e 28 filhos, Udall passou um
bom tempo vivendo entre polígamos. “Uma
das famílias que conheci morava em uma casa bem equipada no
subúrbio de Salt Lake. Mantinham um padrão moderno de regalias americanas.
O marido era administrador, uma das mulheres era advogada, uma tinha PhD, outra
era dona de uma loja de comidas saudáveis e a quarta dona-de-casa. Tinham 30
crianças. O que descobri
foi que eram pessoas normais, mas que viviam uma forma de vida muito anormal.
O que eu realmente queria entender era como eles conseguiam viver dessa forma:
os sacrifícios e compromissos para manter esse estilo de vida”, conta o autor.
Tal como a família de Salt Lake, no
romance, o personagem principal, Golden Richards, é um empresário com também
quatro esposas e quase 30 filhos. Como insinua o título, O Polígamo
Solitário, Golden, apesar de estar rodeado de muitas pessoas, sente-se
muito só. Por outro lado, existe humor na trajetória dos Richards, o que faz
com que haja um equilíbrio na narração entre as tristezas e alegrias familiares. O Polígamo Solitário
teve boa aceitação nos Estados Unidos, tornando-se um best-seller do New York
Times. Antes da publicação deste, Brady Udall lançou “Letting the Hounds”
e “The Miracle Life of Edgar Mint”, um sucesso internacional.
Texto: assessoria de imprensa da editora
Texto: assessoria de imprensa da editora
Opinião da jornalista:
Na minha visão particular não há nada de errado em uma
pessoa ter vários parceiros ao longo da vida, firmando com eles casamento ou
convivência sob o mesmo teto e filhos. O amor, muitas vezes, acaba e, quando
não acaba, pode acontecer de um dos dois ter novos interesses na vida e,
portanto, desejo de viver com uma pessoa de perfil diferente. Sem falar que, às
vezes, as pessoas casam ou vão morar juntas achando que se amam e descobrem
nessa convivência íntima e diária que não era bem esse o sentimento que uma
nutria pela outra. Por todas essas razões, acho perfeitamente normal e até
justo as pessoas terem vários parceiros ao longo da vida, uns relacionamentos
mais longos, outros mais curtos.
Mas não acho saudável que essas relações ocorram
simultaneamente. Um relacionamento de cada vez, com toda sua magia, graça,
paixão, companheirismo... ainda que não dure pra sempre, ao meu ver, é muito mais
saudável para todos os envolvidos, ou seja, para o casal e filhos. Mas não
estou na cabeça e no coração dessas mulheres que dividem uma mesma casa e um
mesmo marido. Elas estão nesses relacionamentos por livre e espontânea vontade,
portanto, há algo de vantajoso, benéfico... deve valer a pena pra elas. Pode
haver uma competição por atenção, recursos financeiros, diversão... mas pode
ser que também gere amizade, companheirismo.
Americano chegou a ter harém com 13 mulheres
Em todo caso, não há como negar que a poligamia é
megamachista. Só se ouve falar de homem polígamo. As religiões que defendem a
poligamia também ditam que o homem tenha várias mulheres e não o contrário. Além
disso, em pleno século XXI, a poligamia me parece pré-histórica demais. O homem
das cavernas já vivia assim e é exatamente assim que vivem chimpanzés e gorilas
até hoje. O líder protege, sustenta e tb “desfruta” de várias fêmeas do grupo. Mas no caso deles
existe uma latente necessidade de preservação da espécie, de dissipar o gene do
primata mais forte a fim de preservar o próprio grupo. É outro cenário, outra
circunstância.
Por isso, a poligamia me parece retrógrada e cravada num
tempo em que as necessidades humanas eram outras. Além do mais, ter 30 filhos me pareec uma necessidade obsessiva de reprodução. Aos meus olhos me parece mais contemporâneo, gostoso e
saudável manter um relacionamento de cada vez, dedicando a ele todo amor pelo
tempo que for possível. Mas como eu disse acima, não posso saber o que se passa
no coração das mulheres dos polígamos. Talvez esse livro nos fale um pouco
sobre isso.
Fátima ChuEcco
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