Imaginem como seria nadar por quase 10 km num mar extremamente frio a fim de se salvar da morte. Foi exatamente o que fez um boizinho na madrugada do dia 14 de junho (uma das mais frias do ano) depois de pular do navio Aldelta, que estava atracado no Porto de São Sebastião (litoral norte de SP), durante a operação para carregamento de 5 mil animais rumo a algum país do Oriente Médio.
A vontade de viver fez com que esse boizinho sobrevivesse até as 7 horas da manhã em plena água gelada, quando foi avistado por uma pequena embarcação. Foi laçado e levado em segurança para a Praia das Cigarras, mas o que poderia ser uma esperança de liberdade logo se transformou num novo pesadelo.
A defesa civil foi acionada e a Cia DOCAS, que administra o Porto, enviou um caminhão guincho que içou o boizinho (já com todas as patas amarradas) como se fosse um saco de batatas. A DOCAS noticiou que o boi seria examinado pelos veterinários presentes no Porto e, se estivesse bem, seria novamente embarcado… para a morte.
Rodrigo Polacow, morador e ambientalista de São Sebastião, conseguiu fotografar o resgate e também filmar o içamento do animal. Ele conta que o boi aparentava estar bastante exausto, mas não tinha ferimentos, inclusive, chegou a ficar em pé na beira da areia, mas logo tombou de cansaço. Tanto sacrifício para, como diz o ditado, “morrer na praia”… ou quase isso.
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