Dia desses uma moça me contou que conversou com um gato comunitário a fim de encontrar sua gatinha que estava desaparecida há alguns dias. Parece estranho? Coisa de gente louca? Não tire conclusões ainda. Primeiro leia o relato dela e o meu próprio que, aliás, até foi registrado em livro.
Aline, de SP, entrou em desespero quando sua gata Laura (foto) desapareceu. Ela mora num condomínio e a gatinha costumava ficar num pequeno jardim na frente da casa, mas nunca saía para longe. Um dia ela sumiu.
Depois de três dias de buscas, Aline cruzou no condomínio com um gato conhecido dos moradores e que vivia solto. "Eu pedi para ele me trazer a Laura de volta. Conversei com ele e pedi sua ajuda. E ele ficou prestando atenção no que eu dizia", conta.
Algumas horas depois, no fim do dia, Laura estava de volta. Aline tem certeza que o gatinho comunitário deu uma "força". Ela soube desse método de busca por meio de uma reportagem.
Quando minha gata se perdeu eu não fazia ideia desse tipo de coisa feita por Aline. Coloquei em prática outras dicas que, inclusive, estão no grupo que administro no facebook chamado "Gatos perdidos e encontrados em SP" e também no fotolivro "Encontrando Rebecca Selvagem - Uma busca intensa e cheia de fé".
Na capa do grupo do face tem um gato amarelo, o Ginger. É uma homenagem ao gato que acho que também ajudou minha gatinha a voltar para casa depois de 37 dias perdida. Nunca conversei com ele, mas Ginger vivia numa rua onde havia uma colônia de gatos e onde algumas pessoas achavam ter visto minha gata.
Ginger não fazia parte da colônia...nunca foi aceito pelo grupo, mas vivia nas proximidades porque podia aproveitar os restos da comida trazida pelas protetoras. Ele era muito assustado, não permitia aproximação.
Então eu ia todas as noites procurar minha gata nesse local, deixar comida e um pratinho exclusivo para o Ginger que eu colocava numa casa abandonada onde o via entrar com frequência. Pela minha lógica, se a Rebecca estivesse naquela rua, certamente se uniria ao Ginger e não ao grupo já que ela era muito selvagem e arisca.
Duas noites antes de recuperar a Rebecca, esse gato esteve na frente do meu prédio. Uma rua bem movimentada, com tráfego de ônibus, separava minha casa da rua da colônia. Os gatos de lá não vinham pro meu lado.
Por isso achei muito estranha a visita do Ginger. E ele me olhou bem nos olhos por uns instantes. E não fugiu, como era seu costume.
Apenas ficou parado me olhando. Então entrei correndo para pegar comida para ele, pois, imaginei que era isso que tinha vindo buscar. Mas quando saí ele já não estava mais lá... e nem na minha rua... olhei tudo e não o vi mais.
GINGER enquanto vivia na rua
No dia seguinte, meus vizinhos viram a Rebecca no quintal dos fundos do meu prédio. Ela saiu correndo quando percebeu que a tinham visto. Coloquei comida no quintal e na manhã seguinte o pratinho estava vazio, mas nada da Rebecca.
Eu sabia que ela não iria voltar miando e pedindo para entrar. Não era o perfil dela.
O jeito foi armar uma gatoeira no quintal na qual ela entrou na noite seguinte.
Estava pele e osso, sem forças até para miar... mas estava de volta!!!
Penso que Ginger teve participação nisso. O que vcs acham?
Tenho a impressão que ele conduziu Rebecca de volta para casa e depois foi embora. Ele nunca mais apareceu na minha porta. Mas eu continuei levando comida para ele por um tempo até que foi resgatado por uma ONG.
Foi levado para uma espécie de hotelzinho onde ficou limpinho, tinha espaço, caminha macia e, pela primeira vez, se relacionou com outros gatos. Infelizmente sua alegria durou pouco. Ele contraiu ou já tinha alguma doença gerada devido a tantos anos na rua e morreu.
Eu ia visitá-lo, mas não deu tempo. Ele durou só uns poucos meses na ONG e, aliás, lá é que ganhou o nome de Ginger.
GINGER
Sou tão grata a ele... e lamento não ter dito isso pessoalmente quando ele foi resgatado.
Não pedi ajuda do Ginger, não conversei com ele como Aline fez com um gato do condomínio, mas Ginger, certamente, sabia o que, ou melhor, "quem" eu estava procurando. Os gatos são extremamente telepatas.
Então... depois de ler esse artigo, se você passou a acreditar que os gatos na rua podem ajudar a encontrar gatos perdidos, converse com eles.
Outras 12 dicas que testei na busca pela minha gata e que sei que também contribuíram para reencontrá-la estão no album de fotos do grupo do face. Acesse AQUI.
O fotolivro "Encontrando Rebecca Selvagem - Uma busca intensa e cheia de fé" está à venda no site www.miaubookecia.com
E eu também ofereço consultoria individualizada ajudando a traçar uma estratégia de busca. Levo em consideração a personalidade do gato e o perfil da vizinhança para ajudar o tutor a procurar nos locais mais prováveis. Esse atendimento individualizado tem apenas uma ajuda de custo e pode ser contratado pelo whats app 11 94682-6104.
Fátima ChuEcco - Jornalista/Escritora www.miaubookecia.com