Outro dia assisti uma matéria na TV Aberta que me fez ver como
apesar dos atrasos na medicina, tem gente na vanguarda, abrindo caminho para novos
métodos e desatolando a mente de uma ciência arcaica. Fiquei sabendo, por
exemplo, que na faculdade de medicina veterinária da USP, não se usa mais
cobaias. A diretora do curso explicou que os alunos viviam sob intenso estresse
e desgaste ao ver os animais saudáveis sendo sacrificados o que, aliás,
contradiz a própria missão da profissão que é a de salvar vidas. Ela comentou
que esse estresse sumiu ao ser adotado novo método de ensino.
A USP utiliza cadáveres doados pelos donos dos animais tratados no hospital veterinário da faculdade. Eles podem ser usados muito mais vezes que um animal vivo que só dura até o dia do experimento. Foi comentado que era comum (e ainda é em algumas
faculdades) mostrar a reação de um animal submetido à estricnina. O bicho
ficava convulsionando na frente dos alunos apenas para provar que tinha sido
envenenado. Há séculos se sabe q a estricnina é venenosa e não tem a menor
lógica submeter vidas ao veneno para que os futuros médicos e veterinários
saibam disso.
Um dos professores menciona que um argumento usado pelos
médicos tradicionais é que os alunos precisam ver ao vivo sangue, veias, órgãos
internos, mas isso é feito no último ano e durante o estágio com situações
reais nos hospitais e pronto-socorros. Além disso, o curso da USP utiliza
modelos simuladores desde o primeiro ano, o que possibilita os alunos a
testarem reações e conhecerem perfeitamente o corpo por dentro desde cedo.
Filósofos falaram sobre a delicada questão de ensinar a salvar
vidas matando outras em vão... e digo em vão porque os testes não precisam usar
cobaias. Esse tempo já passou e a medicina só pode evoluir se investir
em novos métodos e conceitos. Ao meu ver, uma forma de conseguir bons veterinários
é no atendimento real de animais que precisam de ajuda. Se todas as faculdades
de veterinária criassem parcerias com hospitais públicos, muitos bichinhos
carentes poderiam ser salvos e os alunos teriam aula em ambiente real. Aliás, se as próprias faculdades mantivessem hospitais públicos, o aprendizado seria infinitamente mais rico, sem cobaias e ainda colocando em prática a missão de salvar vidas
Um dos entrevistados do programa conta que, quando era aluno
de veterinária, sequestrou um cachorro-cobaia da mesa de cirurgia e que aquilo
mexeu com o íntimo dos demais alunos e tb dos professores. Não foi um ato de
vandalismo – ele conta. Mas uma maneira de tentar chamar a atenção das pessoas
para o que estavam fazendo com animais indefesos e que não acrescentaria em
nada no aprendizado, muito pelo contrário, criava desconforto.
Qual é a sensação que mais tememos na vida? Acho que é a dor
física. Nem o frio, nem o calor são tão insuportáveis quanto a dor física de um
corte, de uma queimadura, de uma interferência qualquer na carne ou em um de
nossos órgãos. Se os animais sentem frio e calor, também sentem dor. Isso é
incontestável. Logo... o que as faculdades de medicina e veterinária fazem é
gerar “dor” (muitos dos testes são sem anestesia).... dor desnecessária e, portanto, cruel. E mesmo quando há uso de anestesia, essas cobaias sofrem cada instante de seu isolamento, pressentindo o pior e vivendo angústia e medo - outras emoções tb incontestáveis nos demais animais.
No processo evolutivo da medicina as cobaias foram, em determinada época, a única opção em que os pesquisadores podiam pensar. Mas estamos no século XXI e hoje há muitas outras opções. Basta abrir a mente e sair da areia movediça que mantém a vivissecção na ativa. O melhor é treinar salvando e há muitos animais doentes e feridos esperando serem salvos. Basta estabelecer um meio de tratar desses bichos. Os alunos podem exigir isso com a fortuna que pagam as faculdades. Isso sim seria um aprendizado eficiente e ético.
ONDE ENCONTRAR SIMULADORES/BONECOS PARA USO VETERINÁRIO: http://www.civiam.com.br/civiam/index.php/habilidades-skill-trainers/veterinaria/manequins-simuladores-veterinarios-avancados.html
No processo evolutivo da medicina as cobaias foram, em determinada época, a única opção em que os pesquisadores podiam pensar. Mas estamos no século XXI e hoje há muitas outras opções. Basta abrir a mente e sair da areia movediça que mantém a vivissecção na ativa. O melhor é treinar salvando e há muitos animais doentes e feridos esperando serem salvos. Basta estabelecer um meio de tratar desses bichos. Os alunos podem exigir isso com a fortuna que pagam as faculdades. Isso sim seria um aprendizado eficiente e ético.
ONDE ENCONTRAR SIMULADORES/BONECOS PARA USO VETERINÁRIO: http://www.civiam.com.br/civiam/index.php/habilidades-skill-trainers/veterinaria/manequins-simuladores-veterinarios-avancados.html
DICA DE LEITURA SOBRE O TEMA:
"O ÚLTIMO TESTE" de Ricardo Laurino - trata justamente da questão do uso de animais em faculdades e laboratórios com uma suposta solução narrada em meio a muita ação e suspense.
Muito bom o post!
ResponderExcluirExiste um livro que trata muito bem desse tema também, é maravilhoso, estou terminando de ler. Se chama Libertação Animal, do autor Peter Singer :)
Espero que isso realmente acabe!!!!
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