Sexta-feira 13: Bruno ensina crianças a vencer o preconceito e espalhar amor

Bruno, com seus olhos arregalados e pelagem preta encharcada, foi resgatado em um momento de desespero. Assustado, com água até o pescoço, ele foi encontrado em uma sexta-feira chuvosa nas ruas de Indaiatuba-SP. Embora sua história não tenha ligação direta com a superstição da sexta-feira 13, seu destino o colocou como símbolo de uma luta importante. Hoje, Bruno é a estrela de um projeto audiovisual infantil que busca quebrar preconceitos e promover o respeito às diferenças, especialmente entre as crianças. 

Historicamente, a sexta-feira 13 carrega uma carga mística e de superstição, com suas origens remontando à Idade Média. Nessa época, gatos pretos foram injustamente associados à má sorte e à bruxaria, principalmente devido aos seus hábitos noturnos e sua pelagem escura. Em um período de caça às bruxas, até o papa Inocêncio VIII, no século XV, incluiu gatos pretos na lista de perseguidos pela Inquisição, o que levou a séculos de violência e discriminação contra esses animais.

Ainda hoje, esses mitos antigos continuam a impactar o destino de muitos gatos pretos. De acordo com uma pesquisa do Grupo Petlove com ONGs de proteção animal, 21% dos pets disponíveis para adoção são gatos de pelagem preta. E, tristemente, mais de 20% dos felinos resgatados de maus-tratos ou abandono são também pretos. Esse preconceito, que persiste de forma velada, faz com que esses animais sejam os menos adotados em abrigos de animais.

E é exatamente essa realidade que "Os 6 Gatinhos", o projeto www.os6gatinhos.com.br no qual Bruno é um dos personagens principais, tenta mudar. Voltado para crianças de 0 a 6 anos, o projeto usa animações e músicas cativantes para ensinar lições de empatia, inclusão e respeito às diferenças. Bruno, com sua pelagem preta, simboliza a superação desse preconceito irracional, mostrando que todos, independentemente de sua aparência, merecem amor e cuidado.

Com sua jornada de superação, Bruno se tornou embaixador de uma causa maior: a luta contra o preconceito e a superstição. Sua história agora é compartilhada com as crianças, ajudando a formar uma nova geração que respeite e celebre as diferenças. Professores e educadores têm usado Bruno e seus amigos felinos para ensinar sobre inclusão, mostrando que, assim como os humanos, cada animal tem seu valor, independente da cor ou aparência.

Nesta sexta-feira 13, ao invés de temer antigos mitos, que tal abrir seu coração e considerar a adoção de um gatinho preto como Bruno? Ao lado dele, você estará ajudando a combater séculos de preconceito e ensinando às crianças que o amor, a empatia e o respeito não têm cor.

Texto e fotos: Jornalista Flávia Girardi