segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Como os animais são usados no ensino e pesquisa? Ajude a acabar com isso!!!


Vocês sabiam que professores e estudantes de veterinária recebem recursos dos Orgãos de pesquisa para adoecer cães saudáveis e jovens em busca de tratamentos?

Rapidamente vou relembrar o caso do cãozinho da foto e depois contar outros fatos que a gente nem imagina, mas precisa tomar conhecimento para mudar esse cenário horroroso!

Esse é o Perninha - ex-cobaia da Universidade Federal de Viçosa (MG). Em 2015 ele passou dois meses em dolorosos experimentos que incluíam o rompimento dos ligamentos do joelho. Perninha era um cão sem teto, mas saudável. Após a tortura a que foi submetido junto com outros 13 cães, teve a liberdade decretada por ação judicial - um fato inédito no Brasil. Nunca antes um juiz havia decretado a soltura de cobaias em pleno processo de experimentação. Todos os companheiros de "cela" de Perninha e ele próprio tiveram sequelas e precisaram tomar remédios pelo resto da vida. 

Mas existem outras modalidades de "treino" com animais de fazendas que incluem as práticas abaixo:

Vocês sabiam que milhões de pintinhos sofrem uma "debicagem" com lâmina quente (para bicarem menos) e que esse método é extremamente doloroso? Existe uma debicagem  com radiação infravemelha que é "menos" dolorosa, mas não tem sido adotada pela maioria das granjas.

Vocês sabiam que os porcos têm as caudas cortadas (para diminuir a mordedura por estresse) e também passam por castração sem anestesia? 

Os porcos têm ainda os dentes cortados ou arrancados - prática igualmente dolorosa que pode ser proibida a partir de 2030!!!!! O fim de uma crueldade absurda postergada para daqui a SEIS ANOS!!!! Isso se a proposta realmente se concretizar.

Vocês sabiam que alunos enfiam o braço inteiro na vagina de éguas e vacas para uma técnica de apalpação? Essas fêmeas, horrorizadas, são imobilizadas e "usadas" por vários alunos, um após o outro. Existem modelos sintéticos idênticos aos modelos vivos para essa prática se tornar ética e muito mais eficiente. Mas quantas universidades preferem o caminho ético?

Esses e outros horrores como aves entulhadas em gaiolas e celas de gestação para porcas foram discutidos no I Seminário de Proteção Animal no Ensino e Pesquisa, promovido pela equipe de Bioética do Fórum Animal, dia 14 de setembro no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Mackenzie em SP.

A estudante de Zootecnia da USP, Alana Mafra Perez, realizou uma pesquisa densa em fazendas que servem de aulas práticas para cursos de produção de alimentos de origem animal, e descobriu que, embora existam maneiras para amenizar o sofrimento dos animais que são literalmente "usados" para consumo humano, ainda são tímidas essas iniciativas. Ela mencionou as "camas sobrepostas" para porcas gestantes que seriam a melhor alternativa, mas ainda pouco utilizada.

A pesquisa de Ana foi transformada num Guia que ficará disponível no site do Fórum Animal.

Cão fake à esquerda substitui animal vivo

A professora Julia Matera (cuja luta resultou na eliminação de cobaias nos cursos de medicina e medicina veterinária da USP) explicou que nas aulas práticas são usados cadáveres de animais com técnica que os faz inclusive sangrar. Além disso, há muitas opções de métodos substitutivos como bonecos similares aos reais propiciando que sejam usados por todos os alunos por muito tempo e sem o "pesadelo" emocional de tirar a vida de um bichinho indefeso.

A própria Júlia afirma que não se tem um bom aproveitamento de aula prática com os alunos emocionalmente abalados, sem falar na quantidade de cães mortos que nos idos de 1988 chegavam a 300 por ano. Ela conseguiu ir reduzindo o número de cães (muitos entregues pela antiga Carrocinha que caçava animais de rua) até que a partir do ano 2.000 a USP passou a usar apenas cadáveres doados pelos próprios tutores.

Rapidamente vale pincelar que a professora Odete Miranda, da Faculdade de Medicina do ABC/SP, também conseguiu abolir o uso de animais vivos nas aulas. Alguns cães eram arrastados para a sala de cirurgia em pleno desespero (porque sabiam que iriam morrer). Era traumático demais para os alunos!

Vale lembrar que existe uma carta de objeção de consciência onde alunos podem se formar com direito a modelos substitutivos aos animais vivos.

Outro ponto do Seminário foi o uso de animais na pesquisa médica-farmacêutica onde sabemos que o cenário é ainda mais devastador porque o sofrimento das cobaias pode se arrastar por meses e anos. Desse debate participaram experts no assuntos e grandes ativistas como Rita Paixão e Paula Brugger

Paula reforçou que os animais são sencientes e conscientes tornando seu "uso" na pesquisa uma atrocidade e, ainda por cima, desnecessária, já que há outras formas comprovadas de se testar medicamentos e tratamentos.

Se tomarmos como base, por exemplo, teste de drogas contra ansiedade/agitação, como saber se o animalzinho está de fato mais calmo ou se ele apenas desistiu de reagir diante de tanto sofrimento?


Sabiam que se testa tratamento contra alcoolismo em ratinhos? Surreal não é mesmo? Rita Paixão contou que em alguns países isso já é proibido, mas a verdade é que uma ideia estapafúrdia dessas sequer deveria ser colocada em prática.

E vocês sabiam que animais excedentes de pesquisa aprovadas pelos orgãos competentes simplesmente são eliminados? Por exemplo: o pesquisador pediu 20 cachorros mas só usou 10 ou então, algumas dessas miseráveis cobaias não atingiram o peso necessário para a pesquisa.  Os que não são "usados" são eliminados. 

Qual seria a forma mais inteligente, ética e eficiente de se conseguir tratamentos e curas na medicina veterinária? Tratando animais realmente doentes e que, muitas vezes, morrem por falta de recursos para fazer exames e frequentar clínicas veterinárias.

Os pesquisadores não injetam vírus ou incitam doenças em humanos saudáveis para testar remédios. Nos demais animais deveria ser adotado o mesmo caminho de pesquisa ao invés de adoecer um animal, geralmente jovem, fazê-lo sofrer e depois matá-lo.


Sabiam que são "usados" 400 mil coelhos por ano nos EUA para pesquisas cujos resultados nem sempre têm relação entre essa espécie e os humanos?

Tanta coisa errada e cruel nesse mundo da pesquisa, não?

O homem explorando Marte, mas com os dois pés afundados na lama num setor de pesquisa que dá dois passos pra trás e um pra frente.

Isso sem falar nos "CEUAs",  Conselhos responsáveis por aprovar uso de animais em pesquisa e ensino. Sabem quantos membros da causa animal são permitidos nesses conselhos? UM! Sabem quantas pessoas formadas em ética ou bioética? Geralmente NENHUMA!

Por isso o Fórum Animal estará disponibilizando um Guia com sugestões para que a pesquisa no país, baseada nas normas dos 3R (Substituição do animal vivo, Redução de indivíduos usados ou Refinamento dos métodos a fim de diminuir sofrimento) evolua. A palavra  mais urgente para esse setor é de fato Evolução porque a gente parou no tempo.

Faça Parte!!! Ajude os animais!

E uma novidade para você que se interessa por esses assuntos ou que já é um ativista da causa animal: O Fórum acaba de criar um grupo no zap para informar sobre eventos, materiais de consulta, cursos gratuitos e muitas outras pautas que sacodem nosso DNA de amante ou protetor animal. Comece acessando o instagram do Fórum https://www.instagram.com/forum.animal/ porque tem todas as informações que você precisa nos posts. 

O Fórum é uma das entidades mais ativas do momento no Brasil reunindo veteranos e pioneiros da causa animal com jovens ativistas.

Complemente seus conhecimentos acessando também outras matérias que fiz sobre o assunto:

https://jornalistafatima.blogspot.com/2017/07/a-vida-das-cobaias-esta-em-nossas-maos.html

https://jornalistafatima.blogspot.com/2016/11/o-que-voce-pensa-sobre-uso-de-cobaias.html

https://jornalistafatima.blogspot.com/2016/03/feira-de-adocao-com-caes-sobreviventes.html

https://jornalistafatima.blogspot.com/2014/04/cobaias-ainda-sao-necessarias-na-usp-nao.html

https://jornalistafatima.blogspot.com/2016/12/esta-foi-conclusao-da-audiencia-publica.html

https://jornalistafatima.blogspot.com/2016/03/vitoria-cadela-recebe-marcapasso-sem.html

Texto e pesquisa: Fátima Chu🌎Ecco, jornalista ambientalista, especializada em pets 🐶, escritora e gatóloga 😸. Fundadora da www.miaubookecia.com (especializada em fotolivros sobre animais e crianças) e  da http://buscacats.blogspot.com (única consultoria especializada em gatos perdidos). 

Autora do clássico "Mi-AU Book - Um Livro Pet-Solidário" que teve participação da Brigitte Bardot em sua segunda edição e do livro "Ághata Borralheira (Cat) e Amigos tocando corações" com participação de bichinhos brasileiros e estrangeiros. Participante de várias coletâneas literárias sobre animais. 😻🐶🐒🐦🐞

Atuou com os Gorilas das Montanhas da República Democrática do Congo, Rancho dos Gnomos (Brasil) e foi por 11 anos colaboradora da Anda - Agência de Notícias de Direitos Animais, além de colunista das Revista Meu Pet e 7 Dias com Você, e do portal português Miaumagazine. No SBT Repórter editou e produziu o programa "Bichos" que destacou animais de moradores de rua. Veja trajetória completa no lado direito do blog 🐱🐶🐵🐰🐭🐾🐾🐾


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