sábado, 21 de junho de 2025

Efeito Rebanho: entenda porque frequentamos locais onde a maioria vai


Frequento uma feira livre com aquelas tradicionais barracas de pastel, mas apenas uma delas é abarrotada de gente. À primeira vista podemos deduzir que se trata do melhor pastel da feira... só que não é bem assim. Já comi pastel de todas as barracas e a mais frequentada não tem nenhum sabor ou preparo especial, inclusive, é até um pouco mais cara.

Em 2005, na Turquia, bastou uma única ovelha cair de um penhasco para que todas as demais fizessem o mesmo. Eram 1500 ovelhas. As primeiras 450 que pularam morreram e as demais sobreviveram porque tiveram a queda amortecida pelos corpos das "colegas". 

Penhascos costumam ser frequentados por rebanhos de ovelhas e, embora alguns presumam que se tratou de um suicídio em massa, na verdade, ninguém sabe se a primeira ovelha a cair se distraiu ou escorregou à beira do precipício provocando uma queda. O que se sabe é que as demais a seguiram. O fenômeno ficou conhecido como "efeito rebanho".

Segundo a neurociência, nós humanos também sofremos o "Efeito Manada" ou "comportamento de rebanho" seguindo a opinião ou ação de um grupo sem uma efetiva análise da situação. Isso pode envolver desde pequenas decisões cotidianas, como onde comer um pastel por exemplo, até questões mais complexas que envolvem finanças, política, religião etc.

O Efeito Manada ocorre quando pessoas seguem a maioria, mesmo sem entender os motivos, o que torna o ato quase que intuitivo. Inclusive, a própria "moda", por vezes, é um tipo de efeito manada seja nas roupas, corte de cabelo, uso de acessórios e por aí vai. 

Esse efeito gera resultados bem positivos para alguns e negativos para outros: reparem que na feira dada como exemplo, enquanto a pastelaria escolhida pelo rebanho atende cerca de 30 pessoas simultaneamente, as demais, no mesmo horário e local, atendem entre dois e cinco clientes.

Estudos da neurociência apontam que essa atitude pode ser inconsciente na busca de uma sensação de conforto e de pertencer a um grupo. Na nossa pré-história esse comportamento favoreceu a formação de tribos que conseguiram sobreviver num mundo cheio de ameaças. Talvez essa necessidade ancestral, enraizada em nossa genética, ainda mova algumas de nossas escolhas às cegas, fazendo com que a gente consuma, use ou faça coisas apenas pelo simples fato de ver várias pessoas fazendo.

Fátima ChuEcco - jornalista e escritora- Fotos: feitas com AI




Um comentário:

  1. Acho verdade todo esse comentário. Muito bem explicado.
    Parabéns pelo texto.

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