Engana-se quem pensa que os livros de colorir foram uma moda
passageira. É verdade que houve uma euforia passageira no início e que muita gente se decepcionou com desenhos com espaços minúsculos e livros muito semelhantes uns aos outros. Por outro lado, muita gente também se descobriu na pintura, adotou como hobby essa atividade e passou a procurar livros mais interessantes e próximos de seus gostos pessoais.
Assim, podemos apenas dizer que esses livros “passaram” pela vida de muita gente sem
causar paixão, mas cada vez mais descubro gente realmente envolvida com os
livros de colorir. Uma página no facebook tem quase 40 mil membros e todo dia chovem postagens de desenhos coloridos nela. E ontem descobri uma obra que RETRATA a EVOLUÇÃO DOS LIVROS
DE COLORIR. É O ANIMORPHIA do artista
filipino KERBY ROSANES. Ele tem apenas
24 anos e já uma celebridade da Doodle Art ou, para simplificar, arte do
rabisco.
Aliás, para provar que os livros de colorir vieram para ficar,
basta ir até a livraria Cultura da Av Paulista. No último andar, na sofisticada
seção de livros sobre fotografia, tem uma ala LOTADA de livros de colorir, na
maioria estrangeiros e com todo tipo de tema: pessoas, animais, decoração,
moda, flores, obras de arte, carros, mangá, heróis dos quadrinhos... tanta
coisa que dá para passar o dia lá.
E entre tanto livro bom se destaca o de Kerby com belíssimos
desenhos de animais selvagens com jubas ou partes do corpo formadas por
centenas de outras pequenas criaturas. Um universo tão rico e encantador que
até quem nunca gostou de pintar pode se interessar pela atividade. Há muitos
livros de colorir com animais selvagens, mas a diferença é que Kerby retratou
camaleão, matilha de lobos e chimpanzés usando relógio! Cenas inusitadas. E onde mais vamos achar
um livro de colorir com o raro DRAGÃO DE KOMODO?
Quando cheguei em casa já me atirei na mesa onde estão meus
lápis de cor. Foi uma viagem colorir camaleões em meio a outros seres
minúsculos escondidos na floresta. Mas
atenção: esse livro é com papel reciclado que costuma chupar tinta de canetinha
bem mais que papel comum branco. Por isso use apena lápis de cor e lápis de
cera – como fiz na foto postada aqui do camaleão. Só uso canetinha quando o papel é branco
e grosso. Abaixo algumas das fantásticas páginas desse livro que é um dos
melhores que já vi para colorir... e olha que tenho muitos, pesquiso sempre livros
desse tipo. Recomendadíssimo!!!
E vale lembrar: colorir é de fato relaxante. Tira a gente desse mundo, dá asas a a nossa criatividade, nos ajuda a expressar o que há de melhor em nós mesmos, dá uma sensação de prazer e orgulho quando vemos o desenho terminado... e é um exercício pleno de cromoterapia porque à medida que a gente pinta vamos absorvendo todas aquelas cores... e isso motiva a gratidão porque é realmente um grande presente poder encher os olhos com tantas cores e tons. É uma atividade completa que mexe com os olhos, senso de estética, cérebro, mãos, emoção, dá auto-estima, afasta a solidão... substitui fácil consumo exagerado de chocolate, café, alcool, drogas ou tranqulizantes. Mas tem que tentar...
Texto: Fátima ChuEcco... jornalista que se descobriu na pintura de livros de colorir