Cães e gatos, como nós, também envelhecem e costumam desenvolver
doenças com sintomas dolorosos muito semelhantes as nossas nessa fase da vida:
artrite, artrose e bico de papagaio são alguns exemplos. Outros animais possuem
problemas genéticos que também causam dor como a displasia coxofemural (que
ocorre em cães, principalmente de raças grandes como golden, labrador e
rottweiler). Para todos esses problemas a Acupuntura é um dos melhores tratamentos.
A veterinária Viviane Reis, da Clínica Integrativa Pet,
localizada no bairro de Perdizes, em SP, conta que a duração das sessões de
acupuntura depende muito de cada problema, mas em geral duram em torno de uma hora
e muitos animais chegam a dormir.
Viviane trabalha com Medicina Veterinária Integrativa, que
une alopatia com terapias complementares como homeopatia e fitoterapia, entre
outras. “Para um acupunturista é
importante saber a respeito do estado emocional do seu paciente, do seu estado
físico, do ambiente que ele vive, da sua alimentação, avaliar seu pulso e sua
língua. Ou seja, uma avaliação completa para identificar o foco do problema”, comenta.
A partir dessa “consulta integrativa”, Viviane prescreve um
tratamento mais abrangente já que, segundo ela, “a doença se instala quando há
desequilíbrio em um ou mais fatores que envolvem o animal”.
É nessa análise mais profunda, enxergando o paciente como um
“todo” e não em “partes”, que a veterinária consegue definir as melhores
terapias: “Além da acupuntura, dependendo do caso, também incluo outros
tratamentos como a moxabustão, uma espécie de acupuntura térmica feita com
bastão de Artemisia que gera calor e tem ação antiinflamatória. Posso ainda
incluir numa sessão de acupuntura terapia eletromagnética, eletroterapia,
laserterapia e/ ou ozonioterapia”, relata a veterinária.
Outra técnica utilizada é a hemopuntura, onde é retirado
sangue do animal e injetado nos pontos de acupuntura. “Isso é muito bom principalmente para animais que estão fazendo
quimioterapia, com problemas de pele ou se recuperando de uma anemia”, diz.
Vale ressaltar que a acupuntura não tem contraindicações,
mas exige um cuidado especial em animais que têm tumor na coluna, devendo-se
evitar de agulhar diretamente neste ponto. Nos animais gestantes também há um
cuidado especial.
Acupuntura dói?
“Ao contrário do que muitos acreditam, a acupuntura na
maioria das vezes é indolor. Apenas em alguns casos, quando a agulha é inserida
em um ponto de dor, o animal pode sentir um leve incômodo, mas que logo é
substituído por uma sensação de alívio e relaxamento”, comenta Viviane.
Mas como tratar com acupuntura animais bravos, ariscos ou
agitados?
“Nesses casos é preciso aplicar pouco agulhamento para os
animais irem se acostumando. Quando não se acostumam podemos substituir a
acupuntura pela laserpuntura que é a utilização do laser nos pontos de
acupuntura e que também costuma dar uma boa resposta contra a dor”, explica a
veterinária.
A acupuntura é uma técnica milenar e faz parte da Medicina
Tradicional Chinesa. São estimulados pontos específicos, denominados acupontos,
com agulhas finas. A prática libera
neurotransmissores que ajudam a combater a dor, além de promover o
reequilíbrio energético do organismo.
A acupuntura pode ser utilizada também em problemas
respiratórios, neurológicos, digestivos, dermatológicos, oncológicos e até
mesmo comportamentais como estresse e depressão.
Viviane Reis é formada em Medicina Veterinária pela
Universidade Federal de Lavras, especializada em Homeopatia Veterinária pelo HD
Science, em Acupuntura Veterinária pelo Instituto Bioethicus e pós-graduada em
Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais pelo Equalis.
A Clínica Integrativa Pet fica na Rua Ministro Gastão
Mesquita, 443, Perdizes (SP). Telefone (11) 9 9424-4286. Acesse o
site e www.instagram.com/integrativapet/
Fotos: Abertura foto de Huoadg/Pixabay e foto central de Ian Kevan/Pixabay
Fátima ChuEcco
Jornalista/Escritora