terça-feira, 7 de maio de 2013

É PAU É PEDRA É FOGUETE CAINDO




                 O cachorro Treo serviu no Afeganistão, já se aposentou e vive hj como bicho de estimação

Uma breve reflexão sobre a GUERRA

A luta provavelmente está no DNA dos animais, incluindo o homem. Desde sempre lutou-se por comida, abrigo, território, fêmeas, poder... Isso vem desde o tempo das cavernas... talvez até antes.  Mesmo dentro do corpo da mãe, os espermatozoides lutam para sobreviver. Então existe “luta” mesmo antes da “vida” florescer. Mas o natural seria que a evolução nos afastasse das guerras e passássemos a vê-las como métodos antigos de conquistas diversas. Ocorre que, ao contrário, as guerras não desapareceram, apenas se sofisticaram. Do combate com paus e pedras passamos a usar arcos, lanças, espadas,  armas de fogo, bombas e foguetes. Por que?

Outra noite vi de relance o capítulo de uma novela em que um jovem militar está mega-entusiasmado com um treinamento com equipamentos de guerra: canhões e artilharia pesada. Ele telefona para o amigo e eufórico diz que “é pura adrenalina”. A cena me chamou a atenção pq fiquei pensando: “Não deve ter graça ficar lançando bomba de canhão como se fosse bomba em noite de São João, então a adrenalina deve ser acertar um alvo que, normalmente,  é um exército formado por pessoas que nenhum mal fizeram àquele militar. Claro que no treinamento não há alvos vivos, mas um dia pode ter e creio que então a adrenalina aumenta”. Por que?


Nesse momento, no mundo todo, deve ter muita, mas muita gente se perguntando por que as guerras ainda existem. A adrenalina em ferir, mutilar e matar o outro não é compreendida por muitas pessoas, mas mesmo assim as guerras persistem e causam cada vez mais danos, a quem é contra e tb a quem é a favor. Quando eu era pré-adolescente, por volta dos 10, 11 anos, participei de um concurso da Globo que pedia para as crianças darem soluções para a guerra. Escrevi que uma medida simples e sem grande derramamento de sangue seria retornar aos antigos “duelos”. Ao invés de colocar dois exércitos em combate, gastar dinheiro e sacrificar muitas vidas, apenas dois lutadores no ringue: os respectivos presidentes dos países em conflito. Quem assumisse a presidência assumiria tb esse compromisso de defender “sozinho”  o país numa luta de igual para igual, com ou sem armas, ao gosto dos fregueses.


Pode parecer ingênuo... bem, eu era uma menina cheia de sonhos que incluíam o fim da violência... mas hoje, analisando aquela solução que ficou entre as vencedoras do concurso, até que não me parece assim tão boba. Dá até para sofisticar um pouco mais  a ideia: ao invés dos presidentes, as nações poderiam colocar em combate um homem que tenha sido treinado, por livre e espontânea vontade, para enfrentar um inimigo. Uma arena, dois homens fortes e nenhum massacre. E eu acho que serviço militar não podia ser obrigatório.  Nem todo mundo quer “matar”, ainda mais levando-se em conta que o soldado do exército oposto não é exatamente um inimigo. É outro rapaz, com uma família, namorada, cachorro, gato... e alguns sonhos. Como alguém pode ter “prazer” em matar um jovem que é uma pessoa comum, que talvez nunca tenha feito mal a ninguém?


Ao meu ver, a questão da guerra é uma questão evolucionista... não na tecnologia, mas no avanço para uma consciência mais ampla e sábia. O vegetarianismo segue o mesmo destino. O normal é que as pessoas deixassem cada vez mais de comer carne já que não precisam mais dela. Mas ocorreu o contrário: o consumo de carne aumentou  ao passar dos séculos e os métodos para matar os animais se sofisticaram. Não lembra o processo da guerra?


Dizem que a Terra está num forte momento de transição. É uma espécie de guerra invisível, imperceptível, entre consciências que querem avançar e outras que se apegam a costumes e barbáries do passado. Só tem um jeito do consumo de carne terminar: é as pessoas perderem o interesse de comer carne. Sem ter quem coma, não haverá quem mate. Reparem que nos filmes futurísticos, escritos por escritores visionários, nunca existem refeições e muito menos com carne. A alimentação do futuro não inclui matadouros de nenhuma espécie. Mesma coisa para a guerra. Só termina se as pessoas se recusarem a ir para os campos de batalha mas daí... como tb vemos nos filmes, montam-se exércitos de robôs. Será que a guerra tem chance de acabar? Ou será impossível extrair do DNA humano o desejo de matar?

Reflexões de Fátima ChuEcco



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