quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

GATINHOS CEGOS - A CORAGEM DE ADOTAR E A ALEGRIA DE CONVIVER COM ELES



Já pensou em adotar um gatinho cego? É uma difícil decisão, não é mesmo?  Como ele poderá andar pela casa, ir na caixinha de areia, brincar e se defender de outros gatos? A fotógrafa Helena Carvalho, de Guaíra (SP), até podia ter pensado em tudo isso ao se deparar com três irmãozinhos todos cegos... mas não pensou, apenas levou para casa... e adorou! Hoje Chiquinho (gatinho amarelo na foto inicial), Hércules e Sofia são a alegria da casa que tem outros... pasmem... dez gatos e quatro cachorros. São 17 bichos e o trio de novatos foi muito bem aceito."Apesar das limitações, tenho a impressão de que são felizes, pois, brincam muito, rolam uns sobre os outros e recebem banho de língua dos gatos mais velhos", diz Helena.

                                                                   Sofia                                                            



Os irmãozinhos passaram por veterinários e a conclusão foi de que possuem alguma doença genética. A mãe não é cega e teve cinco filhotes. Dois morreram e eles três sobreviveram, mas foram abandonados, provavelmente, porque a mãe identificou a doença neles. Não ficaram de imediato com Helena. Ela os adotou depois de passarem por um lar temporário quando tinham em torno de três meses de idade. Embora a harmonia entre os cães e gatos na casa reine, Helena toma algumas precauções na hora de servir a comida. Coloca a comida dos gatos em locais mais altos e a dos cachorros no chão. Já o "rango" dos ceguinhos fica no sofá para facilitar o acesso deles. Ela conta também que eles cavam a terra do quintal como qualquer outro gato da casa para fazer as necessidades básicas, mas não acertam muito na hora de tapar. Mas isso é só um detalhe perto da vida vibrante que levam.

                                                                   Hércules

                                                                   Chiquinho

Maria é uma gatinha portuguesa que ficou cega devido a maus-tratos. "Esteve vários dias exposta ao frio, chuva, com fome, desorientada e perdida. Viveu um tempo numa espécie de buraco. Por sorte, as pessoas que a alimentavam preocuparam-se com o desaparecimento e foram à procura dela. Por milagre, encontraram-na e foi logo resgatada para um abrigo. Soube da história pelo facebook e quis adotá-la. A primeira avaliação do veterinário foi clara: a Maria estava totalmente cega e sem qualquer hipótese de recuperação.", conta sua tutora, a psicóloga Marta Bento, que mora em Lisboa.

                                                                       Maria


Maria conheceu a gatinha Isis que acabou tornando-se sua amiga e guia. Marta apresentou a casa aos poucos. Primeiro deixou Maria se acostumar com um cômodo, depois outro e assim foi indo, dando tempo para ela se sentir segura em cada espaço e também com as pessoas que a rodeavam. "Não é preciso ter receio ao adotar um gato cego. São totalmente iguais a qualquer outro gatinho, precisando apenas de cuidados especiais em certas áreas, como por exemplo, usar brinquedos que façam barulho, ter cuidado na disposição dos móveis e criar brincadeiras que promovam a utilização dos outros sentidos, como falar com eles. Eles aprendem a criar um mapa mental da casa e orientam-se com perfeição", conta.

                                                                      Maria

No facebook há uma página criada para pessoas que possuem animais cegos que chama-se "A nossa vida com nossos filhos patudos cegos"  (https://www.facebook.com/groups/gatosecaescegos/). Nela são trocadas informações, experiências e também são compartilhadas fotos de cães e gatos nessas condições que aguardam por um lar, no Brasil e em Portugal.

DICA DE LEITURA: "A ODISSEIA DE HOMERO" - A história de um gato cego e destemido e as lições que ele me ensinou sobre o amor e a vida, de Gwen Cooper (Editora Sextante). É um livro tocante e ao mesmo tempo divertido que narra a história de uma mulher recém-separada e vivendo de favor na casa de uma amiga para onde também levou seus dois gatos antissociais. Nessa situação ela se depara com um gatinho cego e abandonado com apenas duas semanas de vida. Mas o que parecia ser um problemão perto do turbilhão que ela já estava enfrentando, acabou virando uma espécie de milagre na sua vida. Tudo mudou desde então... para melhor.

Fátima ChuEcco




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