BALANÇO GERAL DOS ÚLTIMOS DIAS E
O QUE ESPERAR DESSA
SEGUNDA-FEIRA
Durante o final de semana houve manifestações de apoio aos brasileiros em Berlim, Turquia e Irlanda. Advogados se articularam e cerca de 3 mil deles se ofereceram para defender manifestantes presos. A manifestação de segunda-feira em SP, no Largo da Batata às 17h, promete ser o tira-teima de quem está agindo segundo a lei. Os próprios manifestantes vão filmar todas as ações violentas, incluindo de baderneiros cujo objetivo é apenas tumultuar. Espera-se que um batalhão de jornalistas e cinegrafistas tb se unam nessa ação para documentar tudo!!! Cerca de 180 mil pessoas confirmaram presença. Em matéria publicada hoje no Estadão, os manifestantes pedem para não fotografarem o rosto dos estudantes para evitar perseguição. Aconselham ainda a levar roupa extra para o caso de ser atingido por gases. A troca rápida das peças evita maior contaminação.
Foto: manifestantes da Turquia
Nem parece
que estamos falando de 2013, não é mesmo? Mas os números confirmam que com mais
de 300 pessoas detidas, a última manifestação foi a que teve mais prisões desde os
tempos da ditadura (idos dos anos 60 e 70). Quinze jornalistas ficaram feridos e alguns foram tb
presos. Nem mesmo nas guerras civis pelo mundo, com aparato muito mais pesado,
não se tem registro de tantos jornalistas feridos num só dia. Aliás, jornais do Exterior
noticiaram “clima de guerra” no Brasil.
De todas as
manifestações pelo país, apenas uma teve saldo positivo: a de Belo Horizonte,
realizada ontem, dia 15. A comandante do policiamento de Belo Horizonte, coronel
Cláudia Romualdo, permitiu a passagem dos oito mil manifestantes pelo percurso que
eles desejavam fazer e não houve incidentes. Um belo exemplo a ser seguido, mas
a própria comandante deve enfrentar problemas por ter agido dessa forma
contrariando uma liminar que proibia o trajeto. Em Curitiba tb não houve violência, mas não houve ação policial.
No final de
semana, como era de se esperar, todas as revistas semanais deram capa da
manifestação de quinta, mas apenas a Isto É foi corajosa a ponto de usar uma
foto em que se vê claramente um PM agredindo pessoas na Av Paulista – um casal
que estava sentado num bar e nem participava da manifestação. A Veja foi suave no tratamento da matéria...
pareceu não estar de lado nenhum da questão... mas por duas vezes ressaltou que o prostesto passa a ser
agora pelo direito de protestar e não só pelos 20 centavos na tarifa do ônibus.
A Época ouviu os articuladores das manifestações.
Algumas
matérias trazem o parecer de especialistas em guerrilhas urbanas e sociólogos.
O pensamento unânime é de que o que era pra ser uma simples manifestação pelo
aumento do ônibus cresceu enormemente com a repressão policial. Outras
reivindicações começaram a ser clamadas e mais pessoas devem ir às ruas em todo
o Brasil. A partir desse momento, dizem os consultados, a sociedade deve rachar
entre os que apoiam a repressão e os que defendem a liberdade de expressão –
algo muito perigoso e muito semelhante ao período da ditadura. Tb foram
unânimes em dizer que a PM não está preparada para manifestações desse gênero e
que os 20 centavos foram apenas a gota d`água de uma sociedade que está cansada
de não ter transporte, educação e nem saúde decentes.
Cartaz postado na página do Facebook do Movimento Passe Livre
Leia também neste
blog outras matérias sobre esse assunto:
http://jornalistafatima.blogspot.com.br/2013/06/pode-ser-gota-dagua.html
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