No começo de maio a população de gorilas-das-montanhas ganhou mais um membro. Ele nasceu no grupo Nshongi que vive em Uganda. A mãe se chama Kabagyenyi e o pai Bweza (um silverback ou chefe do grupo). Essa é uma grande notícia porque só existem pouco mais de mil gorilas-das-montanhas no mundo (não chegam a 1.100) vivendo na fronteira entre Uganda, Ruanda e República Democrática do Congo. São chamados "gorilas-das-montanhas" por viverem nas Montanhas de Virunga, um lugar protegido pela ONU, porém frequentemente invadido por caçadores e grupos rebeldes.
A imagem é da Autoridade da Vida Selvagem de Uganda (UWA) - uma agência governamental criada em 1996 semi-autônoma, que conserva e gerencia a vida selvagem do país. Os desafios enfrentados pela UWA incluem caça furtiva, conflitos entre seres humanos e crimes contra a fauna. Com a pandemia da covid-19 a atividade turística de observação das famílias de gorilas foi suspensa, mas é uma das formas de garantir a proteção da espécie no país.
Apesar do tamanho, os gorilas não são carnívoros. A alimentação é por meio de uma quantidade grande de folhas, brotos, raízes e frutos. Eventualmente comem cupins das árvores. Também não são agressivos, salvo quando são atacados mas, mesmo nesse caso, o silverback (líder) nunca parte para o confronto corpo a corpo de imediato. Ele costuma bater as mãos com força no peito, urrar e quebrar galhos para espantar o inimigo. A luta corporal é sua última opção. No entanto, enquanto cumpre com esse ritual é morto pelas armas dos caçadores. Esse é um dos fatores que faz o número de gorilas-das-montanhas ser tão pequeno.
Outra razão de beirarem a extinção é a reprodução. As gorilas só dão à luz a um bebê por vez e a gestação leva o mesmo tempo que a gravidez humana. Além disso, os gorilas não se reproduzem com parentes. As jovens, ao atingirem por volta de 12 anos de idade, deixam a família e buscam serem aceitas em outro grupo. Nessa busca elas podem ser atacadas por animais selvagens ou cair em armadilhas feitas pelos humanos.
Na República Democrático do Congo a situação tem sido muito dura. Recentemente publiquei a triste notícia da morte de 12 guardas florestais que protegiam os gorilas. Foi um violento ataque armado de um dos grupos guerrilheiros que transitam no país. Você pode ver a notícia AQUI
Na foto acima, da instituição Virunga.org, registro de bebê nascido na República Democrática do Congo recentemente.
Para conhecer melhor o trabalho do UWA acesse o FACE da ONG AQUI
Fátima ChuEcco
Jornalista/Escritora
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