O caso da gatinha Clara (foto), de SP, é típico, porém,
infelizmente, ainda muita gente duvida que os gatos, quando fogem, se escondem
exatamente nas casas ou imóveis vizinhos. A maior parte dos tutores sai andando
pelos quarteirões e deixa de olhar atentamente na vizinhança mais próxima.
Esse erro, muitas vezes, pode ser fatal, pois, se o gato
entra numa casa que tem cachorros e fica escondido por lá, dependendo das
circunstâncias pode sofrer um ataque dos animais da casa. Ou então... pode
entrar, mas não conseguir sair de uma casa que está vazia.
Fagner Santos, tutor da Clara, de um ano e cinco meses, enfrentou
uma situação assim, pois, a gatinha ficou presa num telhado no mesmo quarteirão que
o dele por sete dias:
“A casa onde ela ficou presa é bem próxima da minha, na rua
debaixo, e o telhado é daqueles de brasilit feitos sobre a laje para evitar
infiltrações. A Clara é bem curiosa, adora caçar baratas e lagartixas. Acredito
que foi em uma dessas caçadas que acabou ficando presa. Ela sempre saia de casa
pela laje na qual já bloqueamos a passagem depois do susto”.
A sensibilidade auditiva da mãe de Fagner foi crucial na
busca pela pela gatinha:
“A Clara desapareceu em uma terça-feira e, no domingo pela
manhã, minha mãe ouviu alguns miados cansados e distantes, vindos de uma casa
aos fundos da nossa. No período da tarde, minha mãe e meu irmão foram até essa
casa e conversaram com o proprietário. Segundo nosso vizinho, ele não viu a
Clara em seu quintal, mas mencionou que havia um buraco em um dos telhados e os
gatos faziam muita zueira durante a noite”.
Sensibilizado pela história, o vizinho chamou um pedreiro para verificar se havia algum gato preso e consertar o telhado.
“Ele não notou nenhum gato no local porque, provavelmente, a
Clara estava escondida em algum cantinho do telhado, com muito medo. Num outro
dia, ao serem retiradas algumas telhas, finalmente viram a Clara. Ela saiu
correndo do telhado e veio direto para o portão de nossa casa. Ao chegar
disparou vários miadões. Ouvir aqueles miados foi umas das melhores sensações
que tive!”.
Fagner diz que o sumiço da Clara serviu de lição: “O aprendizado que tivemos com esse episódio foi de que existem muitos perigos pelas ruas, muitos deles são invisíveis! Mesmo se a vizinhança for tranquila e segura, não é bom deixar nossos bichanos muito à vontade. É sempre bom ter cautela para evitar que o pior ocorra”.
E atenção: Clara usava coleira verde com endereço e telefone do tutor. Isso quer dizer que, embora seja "excelente" um gato usar esse tipo de identificação, se ele estiver num lugar fora da visão das pessoas de nada adianta... por isso que é VITAL procurar muito, mas muito mesmo pelo bichano.
Segurança não é a
mesma coisa que prisão
Ainda existe bastante resistência em manter gatos dentro de
casa sem acesso à rua, mas quando se perde um gato a agonia é indescritível e
somos tomamos pelo medo e pela culpa. É preciso pesar prós e contras ao se
criar um gato solto.
Embora certamente ele fique muito feliz com sua liberdade
sem limites, vale lembrar que ele pode ser atropelado, envenenado, ferido ou
morto por cães, sofrer maus-tratos por parte de humanos, ficar doente ou preso
dentro de algum lugar do qual não consegue sair sozinho – assim como a gatinha
Clara ficou - e nesse caso a morte pode ser lenta e desesperadora.
Para quem deseja dar um pouco de liberdade ao ar livre aos
gatos, eu publiquei uma matéria explicando sobre o uso de peitoral. Claro que,
ainda assim, não se deve levar os gatos para passear em locais e praças
frequentados por cães. Mas é possível passear, por exemplo, no jardim ou fundos
do prédio... ou ainda em outros locais tranquilos onde os gatinhos não corram riscos.
Leia sobre isso AQUI
Quanto as redes de proteção, além de evitarem fugas, também evitam acidentes. Vários gatos despencam de altos andares e, quando não morrem, podem ficar sem andar. O gato não se joga da sacada, mas pode distrair-se com um passarinho ou uma borboleta e, na tentativa de pegar o bichinho despenca.
Perdeu um gato? Saiba procurar!
Como dito desde o início, procurar de imediato na vizinhança
é primordial. E isso inclui procurar em casa com cachorro, abandonada, para
alugar, de gente antipática com quem vc nunca trocou uma palavra, lojas,
prédios, estacionamentos, fábricas... todo e qualquer lugar onde um gato possa
entrar!
Administro o grupo Gatos Perdidos e Encontrados em SP do
Facebook que reúne várias dicas para encontrar gatos perdidos. Nos albuns de
fotos desse grupo tem um dedicado a dicas que eu mesma já testei com sucesso e
outro com vários relatos de tutores que reencontraram seus gatinhos – as chamadas
“Histórias Felizes”. Acesse o grupo AQUI
Também presto “Consultoria Personalizada” para ajudar o
tutor a traçar uma estratégia de busca mais assertiva. Analiso a personalidade
do gato, a situação da fuga e o perfil da vizinhança pelo whats app 11
94682-6104.
Fátima ChuEcco Jornalista e Escritora
Site www.miaubookecia.com
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