quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Fragmento sombrio de antigo diário meu


"É sábado à tarde e a vida começou a passar pela minha mente como um filme de trás pra frente. Mas não são só lembranças e medos que esse sábado me traz. Tem um clima de "balão de gás" subindo sem que eu possa segurar e também nem ir com ele numa viagem rumo ao desconhecido, sem destino.

Hoje é um sábado que me força a pensar, repensar em mim, ou no que sobrou das várias Fátimas que construí e desconstruí pelo caminho. A sensação de ser uma colcha de retalhos mal alinhavada que não direito o que cobrir ou a quem servir.

Tô sentada no quintal. Tem sol, tem silêncio, tem uma vaga lembrança do que já fiz nesse local. Namorei, dancei, estendi roupas, me bronzeei, cuidei de passarinhos e de plantas. Lá trás brinquei de boneca, de teatrinho - todo um universo bem aqui no quintal.

E estou aqui de novo ou aqui ainda ou aqui pra sempre. Nunca me imaginei assim sentada num sábado ensolarado repensando a jornada. Talvez seja cedo pra isso, talvez seja tarde e talvez nem seja útil"

Fragmento que resgatei de antigo diário encontrado durante uma faxina recente.


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